Nesta
quarta-feira, a administração Trump descartou como "imprecisa" uma reportagem
de um dos canais da TV israelense que disse que o futuro plano de paz americano
oferecerá aos palestinos um estado na maior parte da Cisjordânia, com partes do
leste da cidade de Jerusalém como sua capital.
O Canal 13 noticiara
que de acordo com um oficial americano “sênior”, Jerusalém seria dividida, com
Israel mantendo a soberania no lado oeste e partes do leste da cidade incluindo
a Cidade Velha. Sobre a área do Monte do Templo, ela seria supostamente "administrada em conjunto" com os
palestinos, a Jordânia e possivelmente outros países.
No mesmo
dia, a Autoridade Palestina anunciou sua rejeição categórica a estas linhas
gerais do plano, dizendo que qualquer coisa menos do que um Estado baseado nas
linhas de armistício de 1948 a 1967 era inaceitável. Nabil Abu Rudeineh,
porta-voz do presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, disse que
qualquer plano de paz que não preveja o estabelecimento de um Estado palestino
independente ao longo das fronteiras de 1967, com "todo" Jerusalém
Oriental como capital, é inaceitável.
É muito
louvável que Trump e sua administração continuem a perder seu tempo em tentar
uma paz entre Israel e os palestinos. Mas como com todas as tentativas
anteriores ela não irá acontecer.
Em 2002, o
então primeiro-ministro de Israel Ariel Sharon escreveu uma carta ao presidente
George W. Bush, informando-o de sua intenção de implementar uma nova iniciativa
de paz. De acordo com esta iniciativa, ele iria remover milhares de judeus de
suas casas e todas as forças do exército de Israel da Faixa de Gaza.
Em sua
carta, Sharon explicou sua lógica: “A liderança atual da Autoridade
Palestina não tomou nenhum passo para
cumprir suas responsabilidades assumidas com o Mapa da Rota. O terror não
cessou, a reforma dos serviços de segurança palestinos não foi realizada e não
ocorreram reformas institucionais reais. O Estado de Israel continua a pagar o preço
pesado do terrorismo constante.
“Israel
deve preservar sua capacidade de se proteger e deter seus inimigos, e assim
mantermos nosso direito de nos defender contra o terrorismo e de agir contra
organizações terroristas. Tendo chegado à conclusão de que - por enquanto - não
existe nenhum parceiro palestino com quem negociar um acordo de paz, e como o
atual impasse é inútil para a consecução de nossos objetivos comuns, decidi
iniciar um processo de retirada gradual, com a esperança de reduzir o atrito
entre israelenses e palestinos.
“O Plano de
Desengajamento foi criado para melhorar a segurança de Israel e estabilizar
nossa situação política e econômica. Isso nos permitirá empregar nossas forças
de forma mais eficaz até o momento em que as condições na Autoridade Palestina
permitam a plena implementação do Mapa da Rota.”
Em resposta
o Presidente Bush disse o seguinte: “Louvamos o seu plano de desengajamento,
sob o qual Israel retirará instalações militares e todos os assentamentos de
Gaza, e certas instalações militares e assentamentos na Cisjordânia. Essas
etapas descritas no plano marcarão um progresso real em direção à realização da
minha visão de 24 de junho de 2002 e farão uma contribuição real para a paz.”
O que é
surpreendente, 17 anos depois desta troca de correspondência, são as
consequências desta iniciativa. Sharon decidiu agir por causa da total falta de
movimento dos palestinos em direção à paz e da continuação de sua campanha de
terror contra Israel. Tem alguma coisa diferente hoje? Não.
Israel se retirou
totalmente. Arrancou fisicamente mais de 8.000 judeus de suas casas e das
fontes de seu sustento. Ele retirou todos os soldados israelenses e desmantelou
as bases do Exército na Faixa de Gaza. Deixou para trás belas casas e
instalações agrícolas florescentes, infra-estrutura, campos produtivos e
pomares.
E o que
Israel recebeu em troca? Algum desejo de normalização para o bem de ambos os
povos, mas principalmente em benefício dos árabes de Gaza? Não, nada.
Absolutamente o oposto.
Bush imaginou
os palestinos como um povo racional. Com vontade de combater o terrorismo,
desmantelar organizações terroristas e impedir que as áreas das quais Israel se
retirou representassem uma ameaça. Sharon, por seu lado, depois de todas as
décadas combatendo o terrorismo, não poderia ter esta expectativa. Mas mesmo
assim ele declarou que esperava que os palestinos transformassem Gaza na
Cingapura do Oriente Médio.
O que
realmente aconteceu com a retirada de Israel de Gaza? A Faixa de Gaza se transformou
em uma enorme base terrorista a partir da qual as organizações palestinas
bombardeiam constantemente cidades e comunidades israelenses. Eles não só
destruíram os ricos projetos de desenvolvimento agrícola que Israel lhes deu de
presente. Eles os substituíram por bases de treinamento e operação terroristas.
Em vez de
educar seus jovens a terem vidas produtivas, o Hamas e o Jihad Islâmico em Gaza
doutrinam crianças e jovens com mentes impressionáveis ao ódio religioso aos
judeus e a teologia do martírio.
A pergunta
é, como o mundo leva esses fatos em conta ao planejar resolver o problema
palestino daqui para frente? Não leva. O mundo simplesmente ignora estes fatos e
se concentra apenas nas futuras concessões israelenses, desta vez na Judéia e
Samaria, conhecidas por diplomatas internacionais como a Cisjordânia.
Assim como
no fatídico acordo de Sykes-Picot, os burocratas se dobram sobre mapas com suas
réguas dividindo território sem se importar com as consequências de seus atos
no chão. De alguma forma, eles têm que incluir tanto território quanto possível
para um estado palestino e persuadir, ou forçar, Israel a mais retiradas de
cidadãos e soldados.
Desta vez,
as concessões trarão um controle palestino a poucos quilômetros de kibutzim e cidades
no centro de Israel. Elas levarão os palestinos para o alto, com vista para Tel
Aviv, o aeroporto de Ben-Gurion, Netania e a apenas 70 metros da rodovia 6, a
principal artéria norte-sul no centro de Israel.
E quem
governará esta nova Palestina? Eles acham que Mahmoud Abbas viverá para sempre?
Ou que ele será mais honesto ao encarar seus compromissos de paz com o Estado
judeu do que Arafat? Não esqueçamos que foi Arafat quem assinou os Acordos de
Oslo no gramado da Casa Branca e depois retornou a Ramallah para lançar uma
campanha de terror de bombardeios suicidas, de ônibus e cafés conhecidos como a
segunda Intifada.
Já se
passaram 26 anos de Oslo. 26 anos de lavagem cerebral na população palestina.
Qual é o líder palestino hoje que Israel pode confiar para assinar qualquer
coisa?
A mentalidade palestina não vai mudar. Não
em relação a Israel e não entre eles.
Qualquer um
que pense que uma paz plena e permanente será alcançada pela criação de um
Estado palestino está delirando. Qualquer concessão de Israel na Judéia ou
Samaria, será usurpado pelo Hamas, pelo voto ou pela bala, e nenhuma diplomacia
internacional os deterá. Eles não o fizeram em Gaza. E não levantarão um dedo quando
isto acontecer na nova Palestina. E uma Palestina liderada pelo Hamas
continuará sua eterna guerra santa contra os judeus. Desta vez, para erradicar
o que restar do estado de Israel.
E eles
terão uma vantagem estratégica única. Poderão disparar seus foguetes do alto da
pequena cordilheira que atravessa a Judeia e Samária. Da aldeia árabe de Rantis
até o aeroporto internacional de Israel que está abaixo de seus pés. Ou atirar
mísseis direto em Tel Aviv a uma curta distância. Os arranha-céus de Tel Aviv
enchem seu horizonte. Ou lançarem morteiros sobre a barreira de segurança a
partir de seu território soberano de Tulkarem nos veículos israelenses na Rodovia
6 sem errar um tiro.
Se esta for
realmente a proposta de Trump, como disse, ele está perdendo seu tempo. Toda
concessão é vista pelos árabes como uma fraqueza. A retirada de Sharon só deu
mais poder aos terroristas demonstrando aos palestinos que o terrorismo
compensa. E se conseguiram “libertar” Gaza, eles podem fazê-lo com o resto de
Israel.
As
concessões não funcionaram na época. E não vão funcionar agora.
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