Sunday, January 13, 2019

A Desonestidade da BBC - 13/01/2019


Já foi o tempo em que Menachem Begin acordava com a BBC para ouvir as noticia e com base nelas planejar sua ações para a sobrevivência de Israel. De acordo com Begin, se o evento era noticiado pela BBC, ele era verdade.

Hoje, infelizmente, esta quase centenária estação de rádio e depois de televisão, deixou de noticiar para se tornar uma ativista, torcendo os fatos e moldando a opinião publica para se conformar com sua ideologia.

Ontem e hoje a BBC está transmitindo um programa chamado os Sonhos de Gaza. Ou Gaza Dreams. Na chamada do programa eles dizem que “com quase dois milhões de pessoas vivendo em condições miseráveis em Gaza, o bloqueio de Israel tem afetado a saúde mental de seus moradores. Tendo como pano de fundo os confrontos na fronteira no início deste ano, este filme vai fundo nas mentes das pessoas de Gaza para explorar os problemas de saúde mental que afetam muitos deles”.

Já aí podemos ver a parcialidade. O programa literalmente afirma que as pessoas com problemas mentais em Gaza são o resultado do bloqueio de Israel. Como se lugares sem bloqueios econômicos não tivessem pessoas com problemas mentais. Mas antes de falar sobre as histórias patéticas dos entrevistados vamos recapitular como e quando Israel impôs o bloqueio de Gaza.

Todos lembram que em 2005 o então primeiro ministro de Israel Ariel Sharon decidiu arrancar as comunidades judaicas de Gaza. Na época, os oito mil habitantes judeus da Faixa em 21 comunidades tinham negócios especialmente em agricultura e exportavam bilhões de dólares em legumes e flores para todo o mundo. Um grupo de americanos judeus compraram as estufas de Gaza dos judeus pagando 14 milhões de dólares para dá-las de presente aos palestinos. No dia seguinte da retirada do último soldado, as estufas foram pilhadas e destruídas.

Em 2006, com as eleições palestinas, o Hamas ganha o controle da Faixa. Como o Hamas se recusou a aceitar as condições de negociação com Israel, Israel e o Quarteto decidiram suspender a ajuda para a Autoridade Palestina. Até hoje, o Hamas se recusa a reconhecer Israel, a abandonar a violência e aceitar os acordos anteriores assinados pela Autoridade Palestina.

Em 2006 o Hamas lançou nada menos que 1247 mísseis e 28 morteiros em Israel e sequestrou Gilad Shalit. Com a situação no sul insustentável, Israel impôs o bloqueio a Gaza. O que a mídia convenientemente omite é o fato do Egito ter imposto seu bloqueio ao mesmo tempo que Israel com a aprovação explicita de Mahmoud Abbas. Um bloqueio que exige a inspeção de todos os produtos transferidos para a Faixa e vistos para os moradores visitarem Israel ou o Egito.

Vou repetir: o bloqueio a Gaza só foi imposto por Israel e pelo Egito dois anos após a retirada de Israel da Faixa e somente por causa dos milhares de mísseis e ataques diários às comunidades do sul de Israel.

Voltando ao programa da BBC, ele define as condições em Gaza como miseráveis. Isto é uma mentira. Há 15 anos que a ONU, diversas ONGs e a imprensa tradicional repetem as mesmas ladainhas estridentes de uma crise humanitária iminente em Gaza. Sinto desaponta-los mas não há qualquer crise em Gaza. Mais de mil caminhões por dia contendo alimentos, remédios, material de construção, roupas e equipamento são transferidos somente por Israel. Repito: mil caminhões por dia!

De acordo com a Organização Mundial de Saude, os primeiros sinais de uma crise humanitária é malnutrição e surto de cólera. Sabem aonde há uma crise humanitária hoje, que ninguém dá bola? No Iêmen. Mas como são árabes matando árabes, tudo bem. Lá 85 mil crianças já morreram de malnutrição e 1.2 milhões de pessoas estão com cólera.

Em Gaza o que se pode ver das imagens semanais dos protestos na fronteira são jovens bem alimentados queimando pneus e lançando coquetéis molotov sobre os soldados de Israel.

O programa da BBC foca em cinco personagens e seus sonhos. Uma mãe de família que diz que a vida com eletricidade racionada é difícil; uma menina que fala de seu medo de trovão porque ela não sabe se são bombas; um rapaz que sonha em ir para a Tunisia e se casar com uma namorada que ele conheceu pela internet, um ex-viciado que gostaria de ser cantor e um último, que ainda parece ter problemas com drogas fala da falta de empregos. Isto são sonhos normais de qualquer população, com embargo ou sem embargo.

Quando perguntados, a mãe de família diz que seu maior sonho é reformar a sua casa. E que ela pediu para a ONU faze-lo mas não sabe se irão acatar seu pedido. O namorado culpa tanto Israel quanto o Egito pela burocracia para sair de Gaza, o cantor faz uma audição para a entrevistadora e o ultimo diz que foi diagnosticado com depressão. A única entrevistada que disse que gostaria que não houvesse mais guerra foi a menina.

O ponto em comum entre todos é a falta de crítica ao Hamas e nenhum dentre eles fala de paz com Israel ou de convivência com o estado judeu. É como se fosse o puro mal que paira sobre eles causando estas desgraças pessoais e está subentendido quem é o culpado. Os sonhos apontados são puramente pessoais e a falta de sua realização é a culpa exclusiva de Israel.

No final a mãe de família consegue que a ONU refaça sua cozinha e banheiros, o namorado vai para a Tunisia, o cantor se diz realizado cantando para a BBC, o deprimido diz estar melhor com a medicação e a menina não tem mais nada a dizer.
A desonestidade da repórter é tanta que ela sobrepõe estas entrevistas com imagens dos protestos semanais dos palestinos na fronteira com Israel como se uma coisa tivesse a ver com a outra. E no final da reportagem ela coloca que mais de 150 palestinos morreram, e 10 mil foram feridos e do lado de Israel apenas um soldado foi ferido dando uma conotação de injustiça totalmente injustificada. Uma obra prima de jornalismo!

Esta falácia de comparar números de mortos para dizer se um conflito foi equilibrado ou justo tem que ser denunciada. Os milhares de misseis enviados de Gaza têm o potencial de matar milhares de inocentes civis e já o fizeram.

Só a titulo de comparação para escancarar mesmo esta hipocrisia, Cuba está sob embargo desde 1960. O povo é pobre em Cuba? Sim. Estão a beira de uma crise humanitária? Não. Pelo menos ninguém noticiou isso. Cuba exportou médicos para o Brasil e você não encontra um cubano falando mal do regime ou que quer sair da prisão que é Cuba para a BBC. E se o fizesse com certeza seria censurado pela própria emissora. E sabem porque isso? Porque iria destruir a imagem romântica do social-comunismo que estes jornalistas desonestos abraçam. Tudo é perfeito em Cuba! Eles querem que você se convença disso.

Uma das razões que me levou a falar sobre este programa da BBC hoje é que junto com os Sonhos de Gaza, a emissora estará transmitindo hoje o primeiro de três capítulos sobre o Brasil. O show se chama “O que aconteceu com o Brasil” e é descrito como uma exploração da crise dos anos 2013 a 2018 e ... vejam só.... como os sonhos para um futuro melhor desapareceram”.

O capitulo dois vai lidar com a corrupção – e provavelmente como Dilma nada tem a ver com o peixe - e o terceiro e último irá incluir uma entrevista exclusiva com Lula na cadeia mas tem a foto do presidente Bolsonaro na chamada.

Não vejo a hora de ver que perolas sairão da boca destas luminárias do jornalismo internacional. Para aqueles que têm a BBC, por favor, assistam estes programas e coloquem seus comentários para que esta emissora veja que o povo não é idiota ou analfabeto. Vamos ver se podemos fazer a BBC voltar a ser o que era antes: o orgulho e ponto de referencia das emissoras internacionais pela imparcialidade e verdade de suas matérias.







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