Sunday, January 27, 2019

Os Tentáculos de Teerã - 27/01/2019


Hoje o mundo supostamente comemora o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. Digo supostamente porque o mundo de fato está se distanciando e cada vez mais do Holocauto, minimizando o genocídio ou simplesmente negando os fatos históricos. E com os últimos sobreviventes dos campos de concentração, e outras testemunhas morrendo, logo a memória do Holocausto será relegada a algo sem relevância para nossos dias.

É irrelevante o fato dos alemães terem sido super meticulosos a registrarem cada transporte, cada morte. Também parece irrelevante o fato de nenhum dos acusados em Nuremberg ter levantado a defesa que nenhum genocídio ocorrera. Se alguém é acusado de um crime que não existiu ou não cometeu, esta seria sua primeira defesa, ou não?

Uma pesquisa feita na Inglaterra pelo grupo Opinião Importa para a Fundação do Dia de Lembrança do Holocausto mostra que a situação está pior do que se pensava. Quase dois terços dos pesquisados disseram que não sabem quantos judeus morreram ou deram um numero grosseiramente baixo. Um entre 10 não acreditam que o Holocausto ocorreu e um em 12 acreditam que o numero de mortos foi exagerado. Realmente triste.

Isto é fruto de uma campanha sistemática levada à cabo por grupos de esquerda focados em deslegitimar o Estado de Israel com o total apoio do governo do Irã. O que a mídia e o público em geral deixam de ver é a que ponto os tentáculos do Irã alcançam os pontos mais longínquos de Teerã.

A crise na Venezuela, por exemplo. Ninguém pensaria que o Irã estaria envolvido. Mas o ministro mais próximo de Maduro, vindo do governo Chavez é Tareck El Aissami, sobrinho do chefe do partido de Saddam Hussein no Iraque que com apenas 34 anos, foi nomeado Ministro do Interior e Justiça, depois Governador de Aragua, vice-presidente da Venezuela até o ano passado e agora Ministro das Industrias e Produção Nacional, encarregado do petróleo da Venezuela. Este individuo, que se encontra na lista do Tesouro Americano é um conhecido corrupto, lavador de dinheiro e traficante. Enquanto governador de Aragua, ele trouxe a Aviação Qods, uma divisão da força aérea do Irã para operar da província. E de acordo com o Instituto Washington para a America Latina, El Aissami preside sobre uma força policial que se tornou uma das mais violentas e abusivas do país.

Com alguém tão poderoso plantado na Venezuela, não é de admirar que o Irã tenha saído em defesa do governo Maduro. Um governo que acabou de destruir o país mais rico da América Latina.

Na última semana, o presidente da Assembléia Legislativa da Venezuela, Juan Guaido, declarou-se presidente interino da Venezuela. Imediatamente, o governo americano, brasileiro, argentino e outros tantos o reconheceram como legitimo presidente da Venezuela. Como isso pode ser possível? Por que há momentos em que um governo, apesar de ter sido eleito pelo voto dos seus cidadãos, perde a legitimidade por não ter correspondido às expectativas do povo. Quando 10% da população de um país foge, e 90% dos que ficam estão em estado de extrema pobreza, sem bens e serviços básicos como água potável e hospitais e pior, quando o Fundo Monetario Internacional prediz uma inflação de 1 milhão por cento até o final do ano, isto é uma crise humanitária. É o total desgoverno.

E o Secretário de Estado Americano, Mike Pompeo tem toda a razão. Ele falou na ONU neste final de semana, pedindo às nações do mundo para apoiarem a tentativa  do povo da Venezuela de se livrar deste governo mafioso e ilegítimo. O exercito continua a apoiar Maduro apesar da eleição deste Chavista miserável, incompetente e mafioso ter sido denunciada pela Organização dos Estados Americanos como fraude.

Aliás, vamos ver quem defendeu o Maduro ontem no Conselho de Segurança. Primeiro foi a Russia, declarando que Trump estaria ameaçando um governo estrangeiro e isso era um abuso grosseiro e uma violação de todas as normas de direito internacional, um verdadeiro golpe de estado. Depois foi a vez da China condenar o reconhecimento de Guaido e pedir para respeitar a soberania da Venezuela. Tanto a Russia como a China bloquearam a resolução para a ONU reconhecer Guaido como presidente interino revelando seu medo de perder os bilhões de maus investimentos que os dois países fizeram na Venezuela. Este dinheiro nunca mais será recuperado. Os dois que ainda continuam apostando no socialismo como forma de governo apesar deles mesmos terem adotado posturas capitalistas para melhorarem a economia.

Pois é gente. Como dizia Margareth Thatcher, o que importa para os socialistas não é o povo mas o Estado. As decisões que afetam as vidas das pessoas são negadas à elas, em vez de serem tomadas por elas. Em que propriedade e poupanças são roubadas das pessoas. Em que o Estado é o senhor do individuo em vez de servir a ela. E Maduro se considera o Estado.

Só que o socialismo dura até o dinheiro acabar. E na Venezuela já acabou há tempos.

Outro país afetado tanto pelo Irã como pela Russia é a Siria e vemos em que estado se encontra. Outro peão do Irã é o Sheikh Hassan Nasrallah, líder da Hezbollah, que efetivamente manda no Líbano. E para tirar qualquer suspeita de seu precário estado de saúde, Nasrallah deu uma entrevista à televisão libanesa de supostamente 3 horas. Como se alguém aguentasse escuta-lo por 3 horas.

Mas nesta entrevista, ele confirmou a existência dos túneis para Israel e ainda se gabou dizendo que Israel não havia encontrado todos. E que Israel deveria estar feliz da Hezbollah ter mísseis de precisão que podem alcançar todo o território do Estado Judeu, se não ele seria obrigado a usar mísseis sem precisão que cairiam em qualquer lugar. E finalmente que está em seus planos ocupar a Galiléia numa próxima guerra.

E isso me traz ao recente impasse com o Hamas na Faixa de Gaza. Milhares de manifestantes foram protestar novamente na cerca com Israel. Protestar o quê, fica mais difícil pois o grupo rejeitou a ajuda de mais 15 milhões de dólares do governo de Qatar porque não queria dar pontos a Netanyahu nas próximas eleições. É a primeira vez que temos o absurdo de Israel e Qatar pedirem para o Hamas para aceitar a ajuda às famílias necessitadas e outra ajuda humanitária. Mas qual seria a verdadeira razão do Hamas recusar o dinheiro? Seria talvez um acordo com o Irã para o Hamas continuar a bombardear o sul de Israel e provoca-la a uma guerra?

O Irã quer de qualquer jeito se vingar de Israel pelas incursões na Síria. Incursões que Israel não mais cala mas faz propaganda. E porque? No passado, quando se tratava de agressões ou de armazenamento de armas e munições pelos sírios, Israel se calava para dar para a Siria a oportunidade de não reagir.

Hoje Israel deixa bem claro que não está contra o povo sírio, nem contra a Síria, mas está agindo especificamente contra o Irã. Esta mensagem deixa Teerã em maus lençóis pois eles se tornam a causa de mortes de sírios em seu país.

Com Israel ocupado com o Hamas no sul, o Irã instruiria Nasrallah a atacar o norte de Israel estressando as forças armadas de Israel em mais uma tentativa de destruir o estado judeu. 

Aonde está o Irã está a guerra, o terrorismo, ditaduras, e como consequência, sofrimento para o povo. Da Venezuela, à Triplice Fronteira, do Iraque, Síria, Líbano e Gaza, o próximo governo que tem que cair é este dos aiatolás. O povo iraniano sem dúvida merece coisa melhor.





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