Sunday, August 25, 2019

O Partido Democrata Americano e os Judeus - 25/08/2019


Nesta semana tivemos uma declaração de Trump que causou choques em todos os círculos judaicos da América. O presidente, como sempre, sem medir as palavras disse que ele achava que “os judeus que votam nos democratas - ou mostram uma ignorância total ou uma grande falta de lealdade”. Embora não tenha ficado claro com quem os judeus estavam sendo desleais - com seu próprio povo, com Israel ou os EUA – o próprio uso da palavra alarmou os judeus americanos sempre preocupados com o questionamento de sua lealdade.

Quarenta anos atrás, a organização judaica União de Apelo Judaico (United Jewish Appeal) tinha um slogan que dizia: “Somos um Só”. Uma ideia nobre que unia os judeus da diáspora com os de Israel – um sendo responsável pelo outro. O problema é que as duas comunidades vivem em realidades totalmente diferentes.

Aqui nos Estados Unidos, os judeus vivem numa atmosfera liberal, tolerante, amiga e próspera. Os judeus americanos não compreendem a insegurança, os traumas e a constante preocupação dos judeus israelenses. Não compreendem como Israel pode simpatizar com Trump, que a mídia rotulou de racista, homofóbico, misógino, etc. Para os israelenses é incompreensível judeus apoiarem o acordo nuclear de Obama com o Irã, algo que eles veem como uma ameaça existencial.

Mas o problema é mais profundo. Numa entrevista, o doutor em História do Oriente Médio, Guy Bechor, disse que no final do século 19 e começo do século 20, os judeus da Europa viam a América como um porto seguro. Um lugar para onde poderiam fugir das perseguições e pogroms e então imigraram em massa. Cem anos atrás havia 3 milhões de judeus nos Estados Unidos e 70 mil em Israel. Hoje, Israel, tem mais de 7 milhões e nos Estados Unidos apenas 5.5 milhões. Isto quer dizer que com toda a segurança, prosperidade e ascensão política, em 100 anos, os judeus não conseguiram nem dobrar seus números, enquanto que Israel, um país inóspito, cercado de inimigos e muitas dificuldades, está com 10 vezes mais judeus.

A pergunta é como os judeus americanos chegaram no partido Democrata? Sim, porque o partido que hoje carrega a bandeira “da democracia, do politicamente correto, da igualdade para todos inclusive para criminosos que atravessam a fronteira ilegalmente”, foi o partido da escravidão negra e das leis de segregação racial, da Ku Klux Klan que perseguiu negros, judeus, índios, hispanos e qualquer outra minoria.  

O que aconteceu foi que o presidente americano democrata, Frank Delano Roosevelt, resolveu construir uma aliança de minorias que apoiavam o seu New Deal. Ele incluiu nesta aliança sindicatos de trabalhadores, associações de pequenas empresas, negros, judeus, hispanos e católicos. Com este novo poder, os judeus, que consciente ou inconscientemente continuavam com medo de perseguição finalmente se sentiram em segurança e a retribuição foi se juntarem ao partido democrata em massa.

Mas nos últimos 20-30 anos, o numero dos judeus na America diminuiu em 70% devido especialmente à assimilação e o numero de muçulmanos continua aumentando tendo chegado a 3.5 milhões em 2017. O partido democrata, seguindo o que está se passando na Europa, está devagarzinho abandonando os judeus e priorizando as demandas muçulmanas. Uma prova disto está na recusa do partido em condenar os twits antissemitas da parlamentar muçulmana Ilhan Omar.

Os judeus americanos hoje estão divididos. Talvez 1/3 não se importe e sigam se assimilando, 1/3 continua a apoiar Israel e alguns estão migrando para o partido republicano e 1/3, infelizmente, está se alinhando com os antissemitas e anti-Israel procurando aceitação entre os membros mais radicais do partido, como o candidato à presidência Bernie Sanders.

O que está acontecendo com os democratas americanos já aconteceu com o partido trabalhista inglês. Quando poderíamos imaginar que judeus, que vivem no país desde 1655, não estariam mais em segurança na Inglaterra? Em 12 de junho último uma pesquisa mostrou que um em cada três judeus ingleses está planejando se mudar do país.     

O que precisaria acontecer – é que os judeus que apoiam Israel deveriam se levantar e denunciar estes radicais – os chamados “progressistas” que de progresso não têm nada - que estão hoje na linha de frente no esforço de mudar os Estados Unidos. Os que buscam o abandono dos valores de família, patriotismo e religião promovendo o secularismo, o fim da família tradicional, o multiculturalismo, fronteiras abertas e a descriminalização de várias condutas criminosas.

Vou dar um exemplo do que está acontecendo em uma das cidades mais lindas dos Estados Unidos: São Francisco. Hoje, a cidade é uma fossa de drogados, desempregados, sem-teto acampados nas calçadas e assolada por ratos e por doenças que não vimos desde a Idade Média como o tifo. A cidade também se tornou muito perigosa. Ela tem o maior índice de crimes contra a propriedade do país. Mais de 60 carros são arrombados por dia. Mais de 8 mil seringas com sangue e drogas jogadas nas ruas todos os meses. Mas a cidade tem um plano. A prefeitura de São Francisco resolveu mudar o vocabulário para se tornar ainda mais “amistosa” para com os que acampam na cidade. O racional parece ser, se as pessoas forem proibidas de falar de crime, elas não notarão que ele existe.

Assim, a partir do mês passado a definição “criminoso condenado” foi banida. Quem for preso agora é um “indivíduo envolvido com o sistema judiciário”. O problema é que as vítimas também são chamadas de “indivíduos envolvidos com o sistema judiciário”. Isso faz as vítimas  equivalentes aos criminosos.  Também não há mais “delinquentes juvenis”. Eles são “jovens que sofreram o impacto do sistema judiciário”. Como se o “sistema” e não o jovem tivesse cometido o crime.

E isso reflete exatamente o que a esquerda pensa: é nossa culpa que eles cometem crimes. É por causa dos nossos supostos “privilégios” que eles cometem crimes. Viciados em droga, por seu lado, são chamados de “pessoas com um histórico de uso de substâncias”. Vejam bem, é “uso” e não “abuso”. Viciados em heroína se tornaram equivalentes aos diabéticos que se tratam com insulina. Os dois usam “substâncias”.

Mas a cereja do bolo ficou com a virada de 180 graus que eles deram ao termo “terrorista islâmico”. Agora, qualquer um que atirar, se explodir ou esfaquear alguém gritando Allah Uakbar, está agindo de modo a sujar a reputação dos muçulmanos e portanto são chamados de “militantes anti-islamicos”. Não importa que os terroristas não concordem com esta definição que lhes rouba todas as 72 virgens do outro lado. Muita gente riu destes absurdos. Mas o objetivo destes políticos de esquerda desonestos é claro: quando você muda a língua, você muda o processo de pensar. E uma discussão clara e direta fica mais difícil, senão impossível.

Como o comentador da Fox News, Tucker Carlson disse esta semana: “quando as palavras desaparecem fica impossível pensarmos nos conceitos que estas palavras representam. Quando o politicamente correto nos impede de dizermos o óbvio, com o passar do tempo não conseguimos mais ver o óbvio. É precisamente o que a esquerda quer alcançar. Os que controlam as palavras controlam as mentes.”

Pessoal, esta inversão de valores, esta manipulação da língua tem que ser denunciada em todos os lugares inclusive no Brasil. Isto está minando nossa sociedade, encorajando o fake news e quando não há mais confiança no que os políticos, as autoridades governamentais e mesmo familiares falam há uma total desintegração da sociedade. Estaremos de volta à torre de Babel.

Termino lembrando do horrendo ataque em Israel na sexta-feira que levou a vida de Rina Shneer de apenas 17 anos, novamente celebrado pelos palestinos. Que D-us dê forças a sua família.





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