Em 1968, um
major da Inteligência Militar do Exercito de Israel, Shabtai Brill, e o coronel
Avraham Arnan tentavam entender as imagens de uma foto vinda do Egito, que um
espião israelense havia enviado. A foto mostrava algo que vagamente parecia uma
ponte. E era. Os egípcios tinham movido uma ponte militar a menos de uma milha
do Canal de Suez, a passagem marítima que conectava o mundo do comércio, mas
separava o Egito do Sinai, o território que perdeu durante a Guerra dos Seis
Dias. A ponte poderia ser usada para enviar tanques e soldados através do Canal
e invadir Israel.
Mas antes de
enviar o espião ao Egito, Israel tentou outros meios para conseguir
inteligência sobre o que o inimigo estava fazendo ao redor do canal de Suez.
Uma foi a construção de uma plataforma acoplada em cima dos tanques aonde
soldados de pé poderiam observar o que estava acontecendo do outro lado da
fronteira. Esta ideia funcionou até que estes soldados se tornaram alvos dos
atiradores de elite egípcios.
Depois Israel
enviou aviões de reconhecimento para sobrevoar a fronteira, mas para evitar as
baterias antiaéreas, tinham que voar muito alto, inutilizando as imagens. Isto
só deixou a alternativa de enviar espiões. Brill no entanto não pôde deixar de
pensar que tinha que ter outro jeito.
Aí ele se
lembrou de um filme que ele havia visto sobre um menino americano que havia
recebido um aviãozinho de brinquedo que ele pilotava com um controle remoto.
Depois de apresentar a ideia para a força aérea e ser rejeitado, ele convenceu
seu chefe a comprar alguns destes aviõezinhos, acopla-los com as câmeras e
faze-los voar sobre o canal de Suez.
O primeiro
voo aconteceu em Julho de 1969, há exatamente 50 anos na fronteira egípcia.
Quando o aviãozinho voltou, Brill e Aman ficaram chocados com a qualidade das
fotos e as informações precisas sobre os movimentos egípcios. Assim nascia o
drone, da imaginação de um israelense, e que nos leva ao que se passa hoje, ao
uso do drone na guerra.
Na
sexta-feira, o Hamas lançou um drone carregado de explosivos que deixou cair
sobre um veículo do exercito de Israel. Israel respondeu atacando a célula que
havia lançado o ataque e outras posições do Hamas.
O que no
começo foi usado somente para vigilância e para coletar informações hoje se
tornou uma arma que tem até seu próprio nome: drone warfare ou guerra dos
drones. E tem sido usado especialmente pelos inimigos de Israel.
Em 2004 a
Hezbollah mandou um drone feito no Irã, que voou por 5 minutos dentro do espaço
aéreo israelense antes de cair no oceano. Em 2005, outro drone iraniano
conduziu o reconhecimento de cidades da Galileia. Em 2006, durante a guerra do
Líbano, a Hezbollah colocou explosivos num drone que jogou contra um navio
militar israelense causando um incêndio enorme.
De lá para cá o Irã tem desenvolvido drones mais avançados que têm não
só uma configuração para vigilância, para filmar e enviar informações, mas
também para descarregar explosivos quando bater no alvo.
E isso nos
leva ao impasse entre os Estados Unidos e o Irã. Ontem, o Irã anunciou que
estava usando um sem-número de centrifugas avançadas proibidas pelo acordo
nuclear de 2015 e que pode enriquecer urânio muito mais além dos níveis atuais
de material para uso de armas. O Irã também avisou que a Europa tem muito pouco
tempo para lhe oferecer alivio econômico e levantar as sanções impostas ao
país.
O que está
acontecendo é uma extorsão pura e simples e do mais baixo nível: os mulás estão
dizendo ao ocidente: ou vocês me dão dinheiro ou vou produzir uma bomba
nuclear. A situação econômica no Irã está desesperadora, sem inclusive água
potável em grandes cidades. Mas se fosse só este toma lá dá cá, estava fácil.
O problema é
que as sanções foram impostas ao Irã não só por sua ameaça nuclear, mas por
causa das inúmeras guerras e ataques que o Irã patrocina ao redor do mundo, mas
especialmente no Oriente Médio. Em vez destes terroristas de camisola - que
querem provocar o fim do mundo, usarem seus recursos para melhorar sua economia
e o bem estar do povo, eles usam todo o dinheiro para desenvolver drones,
mísseis balísticos e seu programa nuclear. E um país com uma das maiores
reservas de petróleo e gás natural do mundo, precisa de energia nuclear para
quê se não for para uma bomba?
Além disso, pagam para promover ataques no
Afeganistão, no Iraque, na Síria, no Líbano com a Hezbollah, no Iêmen com os
Houtis, em Gaza com o Hamas, e tem fomentado instabilidade na Arábia Saudita,
no Bahrain, nos Emirados Árabes, e até na região do Caxemira na Índia. O Irã
também esteve atrás dos ataques no Amia e da embaixada israelense na Argentina,
do ataque a um ônibus de turistas israelenses na Bulgária e em várias
tentativas desbaratadas por Israel na França e Dinamarca no ano passado.
Mas isto os
iranianos negam. Não querem nem discutir.
Neste ano, a
inteligência israelense também revelou estoques de mísseis balísticos iranianos
no Iraque, prontos para atingir alvos americanos. Isto fez com que Trump
enviasse navios de guerra e caças para o Golfo Pérsico o que deixou os aiatolás
fumegando.
E isso nos
leva ao problema real que o governo Trump enfrenta agora. Embora uma guerra em
larga escala com o Irã não pareça provável em um futuro próximo, conflitos de
baixa intensidade contra o Ocidente e seus aliados já estão sendo travados por
procuradores do Irã em todo o mundo.
As milícias
xiitas e organizações terroristas apoiadas pelo Irã têm cometido atrocidades
muito além do Oriente Médio sem qualquer punição para o Irã. Israel está na
linha de frente desse incessante ataque de guerrilha, vindos do Hamas em Gaza,
a Hezbollah no Líbano e dos membros da Guarda Revolucionária Islâmica na Síria.
Em tal guerra
assimétrica, a vitória definitiva é ilusória, se não impossível. E é aqui que
reside a vantagem real do Irã sobre os Estados Unidos.
Em um artigo
publicado na sexta-feira no diário libanês pró-Hezbollah, Al-Akhbaron -
traduzido pelo Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio - o editor
Ibrahim Al-Amin descreveu os tentáculos globais de Teerã comparando o regime
islâmico com o regime comunista de Stalin na União Soviética: Ele disse que “o
Irã não apenas “possui um arsenal que ameaça as extremidades da Europa
Ocidental, mas também pode destruir todos os centros de influência do Oriente
Médio”, e “tem aliados que se juntarão a ele na guerra: um verdadeiro exército
no Afeganistão; uma força influente na Síria, inúmeras milícias no Iraque; a Hezbollah,
um partido com poderes estatais; e vastas capacidades no Iêmen, bem como
aliados na Palestina e em outras partes do mundo árabe que sentirão a
necessidade de vir em sua ajuda."
A boa notícia é que a União Soviética acabou sendo
derrotada pelos Estados Unidos sem guerra. A má notícia é que isso levou quase 40
anos após a morte de Stalin. Com o rápido desenvolvimento da tecnologia não
podemos esperar este tempo todo. Temos que fazer tudo para derrubar este regime
maligno dos aiatolás o mais rápido possível. Nossas vidas dependem disso.
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