Sunday, September 8, 2019

Os Drones e o Irã - 8/9/2019

Em 1968, um major da Inteligência Militar do Exercito de Israel, Shabtai Brill, e o coronel Avraham Arnan tentavam entender as imagens de uma foto vinda do Egito, que um espião israelense havia enviado. A foto mostrava algo que vagamente parecia uma ponte. E era. Os egípcios tinham movido uma ponte militar a menos de uma milha do Canal de Suez, a passagem marítima que conectava o mundo do comércio, mas separava o Egito do Sinai, o território que perdeu durante a Guerra dos Seis Dias. A ponte poderia ser usada para enviar tanques e soldados através do Canal e invadir Israel.

Mas antes de enviar o espião ao Egito, Israel tentou outros meios para conseguir inteligência sobre o que o inimigo estava fazendo ao redor do canal de Suez. Uma foi a construção de uma plataforma acoplada em cima dos tanques aonde soldados de pé poderiam observar o que estava acontecendo do outro lado da fronteira. Esta ideia funcionou até que estes soldados se tornaram alvos dos atiradores de elite egípcios.

Depois Israel enviou aviões de reconhecimento para sobrevoar a fronteira, mas para evitar as baterias antiaéreas, tinham que voar muito alto, inutilizando as imagens. Isto só deixou a alternativa de enviar espiões. Brill no entanto não pôde deixar de pensar que tinha que ter outro jeito.

Aí ele se lembrou de um filme que ele havia visto sobre um menino americano que havia recebido um aviãozinho de brinquedo que ele pilotava com um controle remoto. Depois de apresentar a ideia para a força aérea e ser rejeitado, ele convenceu seu chefe a comprar alguns destes aviõezinhos, acopla-los com as câmeras e faze-los voar sobre o canal de Suez.

O primeiro voo aconteceu em Julho de 1969, há exatamente 50 anos na fronteira egípcia. Quando o aviãozinho voltou, Brill e Aman ficaram chocados com a qualidade das fotos e as informações precisas sobre os movimentos egípcios. Assim nascia o drone, da imaginação de um israelense, e que nos leva ao que se passa hoje, ao uso do drone na guerra.

Na sexta-feira, o Hamas lançou um drone carregado de explosivos que deixou cair sobre um veículo do exercito de Israel. Israel respondeu atacando a célula que havia lançado o ataque e outras posições do Hamas.

O que no começo foi usado somente para vigilância e para coletar informações hoje se tornou uma arma que tem até seu próprio nome: drone warfare ou guerra dos drones. E tem sido usado especialmente pelos inimigos de Israel.

Em 2004 a Hezbollah mandou um drone feito no Irã, que voou por 5 minutos dentro do espaço aéreo israelense antes de cair no oceano. Em 2005, outro drone iraniano conduziu o reconhecimento de cidades da Galileia. Em 2006, durante a guerra do Líbano, a Hezbollah colocou explosivos num drone que jogou contra um navio militar israelense causando um incêndio enorme.  De lá para cá o Irã tem desenvolvido drones mais avançados que têm não só uma configuração para vigilância, para filmar e enviar informações, mas também para descarregar explosivos quando bater no alvo.

E isso nos leva ao impasse entre os Estados Unidos e o Irã. Ontem, o Irã anunciou que estava usando um sem-número de centrifugas avançadas proibidas pelo acordo nuclear de 2015 e que pode enriquecer urânio muito mais além dos níveis atuais de material para uso de armas. O Irã também avisou que a Europa tem muito pouco tempo para lhe oferecer alivio econômico e levantar as sanções impostas ao país.

O que está acontecendo é uma extorsão pura e simples e do mais baixo nível: os mulás estão dizendo ao ocidente: ou vocês me dão dinheiro ou vou produzir uma bomba nuclear. A situação econômica no Irã está desesperadora, sem inclusive água potável em grandes cidades. Mas se fosse só este toma lá dá cá, estava fácil.

O problema é que as sanções foram impostas ao Irã não só por sua ameaça nuclear, mas por causa das inúmeras guerras e ataques que o Irã patrocina ao redor do mundo, mas especialmente no Oriente Médio. Em vez destes terroristas de camisola - que querem provocar o fim do mundo, usarem seus recursos para melhorar sua economia e o bem estar do povo, eles usam todo o dinheiro para desenvolver drones, mísseis balísticos e seu programa nuclear. E um país com uma das maiores reservas de petróleo e gás natural do mundo, precisa de energia nuclear para quê se não for para uma bomba? 

Além disso, pagam para promover ataques no Afeganistão, no Iraque, na Síria, no Líbano com a Hezbollah, no Iêmen com os Houtis, em Gaza com o Hamas, e tem fomentado instabilidade na Arábia Saudita, no Bahrain, nos Emirados Árabes, e até na região do Caxemira na Índia. O Irã também esteve atrás dos ataques no Amia e da embaixada israelense na Argentina, do ataque a um ônibus de turistas israelenses na Bulgária e em várias tentativas desbaratadas por Israel na França e Dinamarca no ano passado.

Mas isto os iranianos negam. Não querem nem discutir.

Neste ano, a inteligência israelense também revelou estoques de mísseis balísticos iranianos no Iraque, prontos para atingir alvos americanos. Isto fez com que Trump enviasse navios de guerra e caças para o Golfo Pérsico o que deixou os aiatolás fumegando.  

E isso nos leva ao problema real que o governo Trump enfrenta agora. Embora uma guerra em larga escala com o Irã não pareça provável em um futuro próximo, conflitos de baixa intensidade contra o Ocidente e seus aliados já estão sendo travados por procuradores do Irã em todo o mundo.

As milícias xiitas e organizações terroristas apoiadas pelo Irã têm cometido atrocidades muito além do Oriente Médio sem qualquer punição para o Irã. Israel está na linha de frente desse incessante ataque de guerrilha, vindos do Hamas em Gaza, a Hezbollah no Líbano e dos membros da Guarda Revolucionária Islâmica na Síria.  

Em tal guerra assimétrica, a vitória definitiva é ilusória, se não impossível. E é aqui que reside a vantagem real do Irã sobre os Estados Unidos.

Em um artigo publicado na sexta-feira no diário libanês pró-Hezbollah, Al-Akhbaron - traduzido pelo Instituto de Pesquisa de Mídia do Oriente Médio - o editor Ibrahim Al-Amin descreveu os tentáculos globais de Teerã comparando o regime islâmico com o regime comunista de Stalin na União Soviética: Ele disse que “o Irã não apenas “possui um arsenal que ameaça as extremidades da Europa Ocidental, mas também pode destruir todos os centros de influência do Oriente Médio”, e “tem aliados que se juntarão a ele na guerra: um verdadeiro exército no Afeganistão; uma força influente na Síria, inúmeras milícias no Iraque; a Hezbollah, um partido com poderes estatais; e vastas capacidades no Iêmen, bem como aliados na Palestina e em outras partes do mundo árabe que sentirão a necessidade de vir em sua ajuda."

A boa notícia é que a União Soviética acabou sendo derrotada pelos Estados Unidos sem guerra. A má notícia é que isso levou quase 40 anos após a morte de Stalin. Com o rápido desenvolvimento da tecnologia não podemos esperar este tempo todo. Temos que fazer tudo para derrubar este regime maligno dos aiatolás o mais rápido possível. Nossas vidas dependem disso.

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