Os Estados
Unidos mandaram uma mensagem inequívoca: o assassinato de americanos não será
tolerado. E para isso, o inimaginável aconteceu: Qassem Soleimani, o homem por
trás da investida iraniana pela hegemonia regional, o comandante do maior grupo
terrorista estatal, a Força Quds da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, foi eliminado.
Mark Esper, Secretário
da Defesa em um tweet avisou o Irã e seus agentes que os Estados Unidos não se
calariam com “os ataques contínuos contra nosso pessoal e forças na região.
Ataques contra nós serão respondidos na hora, maneira e local de nossa escolha.
Instamos o regime iraniano a encerrar suas atividades malignas”.
Desde 2005
Soleimani figura na lista de sanções dos Estados Unidos não só como um agente
de proliferação nuclear, mas como terrorista. Mas surpreendentemente nenhum
presidente americano teve a coragem de ir atrás dele. Não Bush e não Obama. E apesar
de todos os congressistas americanos concordarem que ele era a cabeça da cobra
e nenhum deles (exceto Rashida Tlaib e Ilhan Omar) estarem lamentando seu fim,
os democratas ainda acusaram o presidente de agir sem consulta-los, o que seria
realmente absurdo dado o ânimo atual do impeachment.
Mais de 700
soldados americanos foram mortos pelas tramas de Soleimani. Ele foi diretamente
responsável por milhares de mortes de civis no Iraque, na Síria, no Líbano e no
Iêmen. Isso além de ter sido o responsável pela repressão interna no Irã contra
qualquer oposição. Ele foi um dos planejadores dos maiores ataques terroristas
contra judeus na Argentina e o arquiteto do ataque contra a maior refinaria do
mundo na Arábia Saudita.
Mas não
chegamos à esta situação do nada e a mídia não está divulgando toda a história.
Só vamos manter na mente, que Trump não reagiu quando um drone americano foi
abatido pelo Irã, quando vários navios tanques foram sabotados ou abordados no
estreito de Ormuz ou quando o Irã atacou a refinaria na Arábia Saudita.
Os Estados
Unidos, no entanto, avisaram os mulás em Teerã que atos como estes seriam
respondidos à altura. Mas os clérigos iranianos, com base na falta de resposta
americana até então, não acreditaram. A última rodada de troca de fogo entre os
Estados Unidos e as milícias xiitas no Iraque culminou com uma barragem de
mísseis contra as forças americanas em 29 de dezembro que matou um empreiteiro
americano e feriu vários soldados. No dia seguinte, os Estados Unidos atacaram o
Kataib Hezbollah, uma milícia iraquiana xiita apoiada pelo Irã matando 25
combatentes.
Na terça-feira,
manifestantes iraquianos, segurando bandeiras das milícias apoiadas pelo Irã,
atacaram a embaixada dos EUA em Bagdá, numa ação cuidadosamente orquestrada por
grupos pró-iranianos no Iraque. Eles foram direto ao coração, ao símbolo do
poder dos EUA no país. A Zona Verde que é fortemente defendida foi aberta pelo
governo iraquiano para que as milícias atacassem a embaixada americana.
Diplomatas dos EUA tiveram que ser evacuados.
Tentar tomar
uma embaixada à força é um ato de guerra. Imediatamente fomos levados de volta
à invasão da embaixada americana em Teerã em 1979, quando 52 americanos foram feitos
reféns por 37 meses e ao ataque à embaixada em Bengazi em 2012, aonde o
embaixador americano Chris Stevens foi morto junto com outros três americanos.
E foi aí
então que Trump, aproveitando a oportunidade da visita de Soleimani ao Iraque,
mandou suas tropas eliminá-lo. O arrogante Soleimani que viajava normalmente em
um jatinho particular entre o Irã e os países satélites se achava invencível,
intocável. Até enfrentar Trump. O presidente tomou uma decisão precisa, pensada
e hoje o Irã irá ouvir com mais cuidado os avisos vindos de Washington.
Somente Trump
entendeu que a ameaça iraniana não se limita a um país, mas faz parte da
política do Irã de projetar seus tentáculos, sua influência e poder em toda a
região.
O Irã teve
sucesso construindo milícias e estruturas estatais paralelas enquanto esvaziava
o Iraque e a Síria, até que se tornassem satélites iranianos. Foi assim que o
Irã assumiu o controle do sul do Líbano e hoje domina o parlamento do país. O
Irã hoje também controla a política do Iraque e as milícias que atacaram a
embaixada. Os portões de Bagdá estão abertos para o Irã. Os mulás estão livres
para basear seus mísseis no Iraque e na Síria e usa-los como bem entenderem. No
Iraque, atira nas tropas americanas, na Síria, atira em Israel. Mas faz tudo
isso usando seus agentes como Hassan Nasrallah, da Hezbollah, Abu Mahdi
al-Muhandis, do Kataib Hezbollah, Fathi Shaqaqi do Jihad Islâmico Palestino,
Hussein al-Houthi do Iêmen e Qassem Soleimani, da Força Quds do IRGC. Todos
esses grupos xiitas viam Soleimani como líder e o arquiteto da política de
expansão do Irã.
O Comandante da
Força Aérea de Israel Major-General. Amikam Norkin disse que os ataques dos EUA
no Iraque e na Síria são um divisor de águas. Israel luta contra o aumento das
ameaças iranianas desde 2018, quando um drone iraniano lançado da Síria entrou
no espaço aéreo israelense. Combinado com os ataques contra Israel desde então,
há um crescente aumento de ameaças, à medida que o Irã move munições guiadas
com precisão pelo Iraque e para a Síria com a esperança de apoiar a Hezbollah. O
Chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Tenente-General Aviv Kochavi
alertou recentemente que o Estado judeu se oporia à presença do Irã nos dois
países, acrescentando que "seria melhor se Israel não fosse a única a agir
contra eles". Parece que agora os Estados Unidos não tiveram outra escolha
já que estão enfrentando as mesmas ameaças iranianas no Iraque.
O Irã é um
perigo não apenas para Israel e para os EUA, mas também para toda a região. Agora
é a hora de trabalhar para dar um fim a este regime demente e terrorista.
***
Outra noticia
que permeou a mídia esta semana foi o mais recente ataque antissemita em NY. Um
rabino em sua casa no vilarejo de Monsey ascendia as velas de Chanukah com
alguns congregantes quando um africano-americano empunhando uma machadinha invadiu
o local esfaqueando os presentes. Monsey
é um lugar pacato, a grande maioria dos moradores é composta por judeus
ortodoxos e a atmosfera parece mais de um Shtetl do que de uma cidade americana
no século 21.
Agora a paz foi
quebrada e para sempre. As pessoas não mais deixam suas portas abertas e não
aparecem mais em visitas espontâneas. As famílias estão com medo.
Depois do
hediondo ataque ao supermercado kasher em New Jersey e outros tantos ataques a
judeus em Nova Iorque, temos que parar e perguntar como, num estado aonde moram milhões de judeus, que
há mais de um século fazem parte do tecido social americano, atos covardes como
estes podem ser perpetrados.
Primeiramente,
vamos deixar claro que estes ataques não tem vindo da direita. Os neo-nazistas
continuam muito bem obrigado mas surpreendentemente estes ataque vieram da
esquerda, das comunidades muçulmanas e negras americanas. E com isso ainda a
mídia, os políticos e fazedores de opinião não sabem como lidar.
O mundo ainda
segue dominado pelo passado nazista e pela Shoah. Todo o resto é esquecido. Isto
nos cega para a realidade do presente e não nos deixa reconhecer as novas
formas de antissemitismo. E quando reconhecemos, as subestimamos, como o
anti-israelismo, por exemplo.
Um vídeo que
circulou nas mídias sociais nesta semana mostrou uma seguidora de Louis
Farrakhan, o chefe da Nação do Islã, descrevendo os judeus como vermes que
precisam ser mortos. Que eles estão atrás de todo o sofrimento americano e dos
negros. Ela não mencionou sequer o nome de um individuo que estaria fazendo
tanto estrago. Não. Ela direcionou seu ódio para o homem sem rosto, vestido de
judeu ortodoxo.
A verdade é
desconfortável. A violência principalmente de pessoas negras contra judeus
ortodoxos na região de Nova York não é aleatória. Ela é o resultado da
propagação de ideologias perniciosas. Como o mito que os judeus são todos ricos
ou a suposta opressão dos palestinos e demonização de Israel.
Alguns
antissemitas se disfarçam de "progressistas", usando ataques absurdos, como a moderna acusação de os judeus têm o "privilégio branco", quando tantos judeus não são brancos, nem ricos, e ainda são perseguidos por aqueles
que odeiam os judeus. Alguns refletem tropos afro-americanos específicos,
incluindo a obsessão por comerciantes e proprietários de terras judeus. Tudo é
agravado por demagogos como Louis Farrakhan, que chama os judeus de
"cupins". O resultado é um ódio aos judeus, mais prevalente do que
deveria.
O que não
podemos é nos mantermos inertes à isso. O velho e o novo antissemitismo precisam
ser combatidos de todas as maneiras e não podemos deixar sua cabeça repugnante
se erguer nem um segundo sequer aonde seja. Isto também no Brasil onde grupos
islâmicos antissemitas estão crescendo e propagando sua ideologia racista
inclusive ao arranjar um encontro em São Paulo para lamentar a morte de
Soleimani. Isto não pode ser aceito quietamente, não pode ser admitido de modo
algum.
No comments:
Post a Comment