Sunday, February 21, 2021

O Namoro de Biden com o Irã - 21/02/2021

Por fim aconteceu. Joe Biden esperou quase um mês, mas nesta última quarta-feira ele finalmente ligou para Bibi Netanyahu, superando todos os seus predecessores na demora. Em 2001, George Bush ligou para Ehud Barak sete dias após sua posse mesmo sabendo que Barak estava prestes a perder o cargo em questão de semanas.

Em 2009, Barack Obama ligou para Ehud Olmert no dia seguinte à posse, um sinal da importância do Oriente Médio para sua agenda externa.

Em 2017, Donald Trump ligou para Benjamin Netanyahu dois dias após sua posse.

Para os que defendem o relacionamento entre Israel e a América, isso foi preocupante e perturbador. Israel é um dos aliados mais próximos da América no mundo, definitivamente o mais próximo no Oriente Médio. Com base na tradição e nos movimentos dos três últimos presidentes, o telefonema de Biden deveria ter ocorrido em questão de dias, não depois de quase um mês.

Mas não há dúvida do que esteve por trás do atraso. E porquê a falta de tal chamada não só ganhou as manchetes em todo o mundo, mas também se tornou uma questão quase diária para Jen Psaki a porta-voz da Casa Branca.

Enquanto todos os outros níveis do governo americano já fizeram e têm mantido contato com suas contrapartes israelenses, o fato de não haver contato direto entre a Casa Branca e o Gabinete do Primeiro Ministro mostra uma nova abordagem nas relações exteriores. A desculpa foi que Biden havia decidido fazer ligações com base nas regiões do mundo e quando chegasse a vez do Oriente Médio, Israel seria o primeiro.  

Mas à medida que os dias se arrastavam e a ligação não acontecia, ficou claro que uma mensagem estava sendo enviada e que a esnobação de Biden era pessoal. Não se tratava de uma mudança na política, como durante a era Obama, mas sim algo mais profundo: o governo Biden quer colocar Israel e especialmente Netanyahu no seu lugar e mostrar que Israel não controla mais em Washington.

Além disso, Biden, agindo como uma criança emburrada, demorou para ligar para Netanyahu porque o premiê israelense esperou alguns dias para congratula-lo depois da eleição em novembro.  E enquanto fotos foram publicadas durante as conversas com outros líderes, a Casa Branca não publicou nenhuma da ligação de Biden com Netanyahu.

O que estamos assistindo é um retorno à era de Obama. E Biden, que era seu vice-presidente, irá dar o troco pelas supostas transgressões de Bibi. O discurso que Netanyahu fez perante o Congresso em 2015 contra o acordo com o Irã, parece ainda estar engasgado na garganta do Partido Democrata, seis anos depois.

Muitos dos conselheiros que hoje cercam Joe Biden eram os mesmos que cercaram Obama e trabalharam no acordo com o Irã. Apesar de somente os Estados Unidos terem saído do Acordo tendo a União Europeia, a França, a Alemanha, a China, a Rússia e a Inglaterra terem se mantido, o Irã decidiu que se as sanções não fossem levantadas, eles não iriam cumprir sua parte e em janeiro aumentou o enriquecimento do urânio de 4.5% (que já violava o acordo) para 20%.

Em 12 de novembro último, a Agência Internacional de Energia Atômica avisou que o Irã já tinha armazenado 12 vezes a quantidade de urânio enriquecido do que o permitido pelo acordo.

E com tudo isso acontecendo, o Irã não reduziu seu patrocínio ao terrorismo internacional, suas ações para alcançar a hegemonia no Oriente Médio. Só na semana passada o Irã, através de suas milícias no Iraque lançaram uma barragem de mísseis contra uma base das forças de coalisão no norte do país.   

E sabem porque? Porque Biden mostrou fraqueza. Logo após a posse ele rescindiu esforços para reimpor sanções da ONU sobre o Irã. Ele chamou o absurdo acordo de 2015 uma “conquista chave da diplomacia multilateral”. Nesta semana Biden se uniu aos Europeus oferecendo começar discussões com o Irã sobre seu programa nuclear. 

E qual foi a consequência, a recompensa que Biden ganhou com este gesto de suposta “boa vontade” para não chama-lo de capitulação?

O Irã impôs hoje como prazo fatal para que as sanções bancárias e da venda de petróleo fossem suspensas. Caso contrário, o Irã irá expulsar os inspetores da Agencia Nuclear da ONU. Os mulás declararam que os Estados Unidos devem dar o primeiro passo e eliminar as sanções dando ao Irã toda a liberdade para não só reabastecer seus cofres mas os de suas organizações terroristas como a Hezbollah, o Jihad Islamico, os Houthis, as milícias pró-Irã no Iraque e outros grupos plantados na Europa e América do Sul.

Mas Biden não se importa. Ele está obcecado em voltar o relógio para 2016. Ele próprio que disse que um presidente que governa por ordens executivas, é um ditador, e ele bateu o recorde delas apenas no primeiro mês de governo.

Para a mídia agora está tudo está bem. As perguntas que fazem a Biden são tão ridículas que chegam a doer. No meio de uma crise de eletricidade no Texas, com pessoas morrendo de frio, o que a preocupa é qual dos cachorros que ele tem é o mais velho, como foi seu jogo de Mario Kart com sua neta, e como foi acordar na Casa Branca depois da posse.

Aqui em Nova Iorque a coisa não está melhor. O governador Cuomo está cada vez mais enrolado em tentar defraudar a justiça ao esconder as mortes em asilos. E o prefeito de Blasio, esta semana mandou fechar os rinks de skate da Fundação Trump que servem à população mais pobre da cidade como o Harlem. Só porque são de Trump. E ele disse isso. Ele quer punir o ex-presidente.

O que estamos vendo é uma vergonhosa mostra do que a esquerda, que promete união, amor, igualdade, faz na verdade. Para eles, não é uma questão de esquerda e direita. Mas entre a esquerda e o mal. Os conservadores, os que acreditam em menos governo e mais iniciativa privada, são representantes do mal. Eles querem o controle, o poder de decidir por todos o que é melhor para nós. Como se fossemos idiotas e não pudéssemos decidir nosso próprio destino. A solução? É continuar a mostrar as mentiras que eles dizem e as falsidades que prometem.   


No comments:

Post a Comment