No balanço de 2021 o mundo está no
vermelho em relação ao anti-semitismo. E
as explicações dadas pelos vários “sabidos” na matéria são várias: a pandemia, a guerra
de Israel e o Hamas em maio, e a atividade contínua do movimento BDS, que promoveu implacavelmente
sua falsa campanha que afirma que o Estado de Israel busca uma "política de apartheid" na Judéia e
Samaria.
Sim, todos esses eventos serviram para
criar ondas de ódio, e judeus em todo o mundo sofreram agressões verbais e físicas. Mas atribuir
razões momentâneas para o mais antigo ódio do mundo, descaracteriza e desvia a
atenção da verdadeira raiz do problema.
A Agência de Direitos Fundamentais da União
Europeia
publicou um relatório em
novembro afirmando que, assim como nos casos da peste na Idade Média,
onde surgiram "teorias da conspiração culpando os judeus pela peste",
o mesmo aconteceu com a eclosão da pandemia . Só que não estamos mais na Idade Média, ou
estamos?
Em maio deste ano, houve um aumento
sem precedentes de atos antissemitas nos Estados Unidos e em toda a Europa. Esta onda de
anti-semitismo ganhou velocidade durante a Operação Guardião das Muralhas e o
conflito com o Hamas. Em todo o mundo, de Nova York a Berlim, houve manifestações
violentas contra judeus sob o pretexto de serem uma crítica a Israel. Isso semeou
medo e terror entre as comunidades judaicas em muitas cidades,
o mesmo medo e terror que sofreram na Idade Média.
Novas redes sociais como o TikTok, junto com o Facebook e Twitter, têm sido usadas
para espalhar o ódio e o incitamento. E quando se trata de
antissemitismo, estas plataformas
são excepcionalmente lentas para retirarem estes conteúdos ofensivos. É incitamento ou
liberdade de expressão? Pergunta que nunca é feita quando se trata de ofensas
feitas a outras minorias. E como demonstrado pelo relatório da agência
européia, existe uma
relação direta entre o incitamento nas redes sociais e o número de ataques
violentos contra judeus, sinagogas e centros judaicos em muitos países.
O FBI relatou que o anti-semitismo continua sendo o crime de ódio nº 1 nos
Estados Unidos. Dados recentes mostram que judeus e instituições judaicas foram os alvos
mais comuns contra os quais crimes de ódio foram cometidos e representam 58%
dos incidentes de ódio religioso. No início deste ano, o anti-semitismo nos EUA
aumentou 80% e no Reino Unido, o número de incidentes aumentou 570%.
E isso nos
leva ao arcebispo de Canterbury, Justin Elby. Imediatamente antes do Natal, o
Arcebispo publicou um artigo juntamente com o arcebispo anglicano em Jerusalém
Hosam Naoum no jornal The Sunday Times alegando que os cristãos estavam
sendo "sistematicamente" enxotados da Terra Santa.
No entanto,
as estatísticas provam o contrário.
Apesar de
alguns casos de vandalismo de igrejas terem ocorrido, a maioria deles grafiti
pintados nas paredes externas, eles foram amplamente condenados pelo Estado e
populações de Israel e os perpetradores investigados e processados. O lugar mais seguro para os cristãos no
Oriente Médio hoje é o Estado de Israel.
Então, de
onde o arcebispo conseguiu essa desinformação?
No início
deste mês, uma carta foi divulgada pelos patriarcas e chefes de igrejas de Jerusalém
alegando, sem qualquer evidência, que Israel estaria discriminando injustamente
contra cristãos com a imposição de restrições de entrada no país por causa do
coronavírus. Eles também alegaram que há “incontáveis incidentes de agressões
físicas e verbais contra padres e outros clérigos, ataques a igrejas cristãs -
com locais sagrados regularmente vandalizados e profanados ...” a fim de
“expulsar os cristãos” de Jerusalém.
Mas além dos incidentes de vandalismo que ocorrem em
todos os lugares, não há evidências de quaisquer ataques físicos, ou de que Israel
ou judeus estariam expulsando os cristãos da Terra Santa. Mas há evidências do
oposto.
O Escritório Central
de Estatísticas de Israel relatou que a comunidade cristã em Israel cresceu
1,4% no último ano. Não apenas isso, mas a comunidade está prosperando e tendo
sucesso, com os cristãos sendo um dos grupos mais educados de todo o país, e
com as mulheres cristãs em particular tendo algumas das taxas mais altas de
educação. Os cristãos israelenses também superam os judeus israelenses nos
exames de matrícula para a universidade em 60% contra 51%.
O relatório
da Central também afirmou que os cristãos têm as menores taxas de pobreza e
desemprego do que qualquer grupo no Estado de Israel, incluindo judeus, e um
total de 84% dos cristãos israelenses estão satisfeitos com suas vidas na Terra
Santa. Embora Israel, sem dúvida, tenha deficiências, essas não são exatamente
estatísticas que representam uma população sendo “expulsa” pelo governo.
Agora vejamos
a situação da população cristã na Autoridade Palestina e em Gaza e veremos o
quão errados os comentários do arcebispo realmente foram. Em Gaza, a milenar
comunidade cristã passou dos milhares para um pouco menos de 1.000 sob o Hamas.
E eles continuam a serem submetidos a assassinatos e ataques terroristas em
suas casas e locais de culto por extremistas islâmicos.
Na Autoridade
Palestina, os cristãos não se saíram muito melhor com a porcentagem de cristãos
de Belém, no próprio local de nascimento de Jesus, caindo de 80% sob controle
israelense para cerca de 12%. A Igreja da Natividade e outros locais cristãos
estão nas mãos dos muçulmanos que explora a renda do turismo que nunca chega
aos cristãos.
No Oriente
Médio em geral, os cristãos passaram de 20% da população total para 5% e
enfrentam ataques regulares e assédio de extremistas em todo o mundo árabe, em
particular no Egito, na Síria e no Iraque.
Não há nada
de errado em criticar os que perpetram atos de assédio a cristãos, e os líderes
da igreja certamente têm o direito de condenar tais atos de ódio. Mas
apresentar a questão sem contexto, como os líderes da Igreja israelense e o
arcebispo de Canterbury fizeram, é simplesmente incitação ao antissemitismo.
Ações como essa prestam um péssimo serviço não apenas aos cristãos israelenses,
84% dos quais estão "satisfeitos" com suas vidas em Israel, mas
também aos cristãos do resto do Oriente Médio que realmente estão sendo
expulsos de suas terras natais, como na Faixa de Gaza, Egito, Iraque, Síria e
Cisjordânia.
O arcebispo
de Canterbury tem a responsabilidade como um importante líder religioso de procurar
a verdade. O que ele conseguiu foi só desviar a atenção da perseguição aos
cristãos em todo o Oriente Médio para agradar os hipócritas e mentirosos. Hipócritas
e mentirosos como a Assembleia Geral da ONU que recentemente adotou a
“resolução de Jerusalém” negando os laços judaicos com o Monte do Templo, se
referindo a ele somente pelo nome muçulmano “Haram al-Sharif”. A resolução de
Jerusalém não apenas negou o uso do nome hebraico para o local mais sagrado do
judaísmo, mas também repudiou todas as reivindicações de Israel sobre
Jerusalém. Afirmou que “quaisquer ações tomadas por Israel, para impor suas
leis, jurisdição e administração na Cidade Santa de Jerusalém são ilegais” e a
proclamação de Jerusalém como capital de Israel é nula.
O ataque da
ONU à Jerusalém judaica é simplesmente parte de sua estratégia anti-Israel mais
ampla, que busca deslegitimar o único estado judeu do mundo. A posição da ONU
não apenas é um tapa na cara dos 3.000 anos de história da cidade, mas
contradiz abertamente sua própria posição sobre os direitos dos povos
indígenas. Sim, porque a ONU se diz defensora dos direitos dos povos indígenas.
Os judeus claramente
cumprem os critérios dos povos indígenas, de acordo com as próprias definições
da ONU: autoidentificação; continuidade histórica; ligações fortes com
territórios e recursos naturais circundantes; sistemas sociais, econômicos ou
políticos distintos; língua, cultura e crenças distintas; e manutenção e reprodução
de ambientes e sistemas ancestrais como comunidades distintas.
Ao negar usar
os nomes judaicos - a ONU está contradizendo diretamente sua própria Declaração
sobre os Direitos dos Povos Indígenas de 2007 e negando os direitos indígenas
dos judeus "relativos a suas terras, territórios e recursos”. Os judeus
são inegavelmente o povo indígena de Israel e certamente de Jerusalém, uma
afirmação apoiada por evidências históricas, arqueológicas e genéticas. Com
suas declarações anti-históricas e injustas, a ONU está mostrando sua
hipocrisia e inadequação como como um organismo de direitos humanos.
Mas isto
também quer dizer outra coisa. Os judeus estão sendo perseguidos na diáspora e
o aumento de ataques antissemitas prova que eles não são benvindos mesmo nos
continentes mais desenvolvidos. E o mundo, representado pela ONU, quer retirar
dos judeus sua única terra, seu único estado, preferindo os colonizadores
muçulmanos. Isto é: o mundo ainda está na busca por uma solução final para o
problema judaico.
E esta é a
raiz do problema.
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