Sunday, November 6, 2022

Paralelos das Eleições Americanas e Israelenses - 6/11/2022

 

A recente eleição de Israel, sua quinta em quatro anos, mostra claramente as atitudes do público israelense e da luta política entre a direita e a esquerda no país. A próxima eleição americana, daqui a dois dias, também.

O governo israelense que hoje está saindo, foi estabelecido e se unificou sob a bandeira de “Qualquer um, menos Bibi” do mesmo modo que nos Estados Unidos foi “Qualquer um menos Trump”.

No entanto, uma vez que chegaram ao poder, Lapid e Biden rapidamente adotaram posições políticas divisórias muito longe dos valores e princípios importantes para os cidadãos de seus países como religião e estado, nacionalismo, valores familiares, segurança, criminalidade, e liberdades fundamentais como a de expressão e de assembleia. As ações tomadas, que principalmente nos EUA causaram desemprego, alta da gasolina e uma inflação desenfreada, provocaram uma reação visceral daqueles que pensavam estar recebendo um “governo de unidade”, “ um governo mais racional”, mas rapidamente descobriram o quanto estavam errados.

Estes governos de esquerda, que se gabam de serem democráticos, liberais e tolerantes, pintaram Trump e Benjamin Netanyahu e seus partidários como insidiosos e perigosos, e isso foi apenas o começo.

Os terríveis fluxos de expressões venenosas contra os dois, incluíam declarações como “Precisamos salvar Israel da doença maligna que é Netanyahu” ou a explicação acadêmica de que “Hitler também foi eleito democraticamente”. Nos Estados Unidos a esquerda acusou Trump desde o início de sua candidatura de estar em conluio com os russos, de minar as relações internacionais, de cometer fraudes, para não falar do apocalipse climático que ele iria causar por tornar a América independente em energia.

Em outras palavras: a esquerda mente, e mente muito. E se repetimos suas próprias palavras para provar como mentiram, eles nos acusam de racistas, fascistas, nazistas, etc.

Em Israel o alvo dos xingamentos passou do líder do Likud para “os eleitores do Likud que seriam um rio de sujeira”, de acordo com o primeiro-ministro Yair Lapid em uma entrevista na TV, explicando a mais de um milhão de eleitores do Likud (o partido mais popular) o que ele pensava deles. Nos Estados Unidos, nesta última semana, o programa The View comparou as mães suburbanas que irão votar nos candidatos republicanos depois de amanhã, a baratas elegendo o DDT. O comediante sem graça Colbert negou a existência de um eleitor de cor que disse que iria passar do partido democrata ao republicano devido à imposição da teoria crítica de raça, além de educação sexual explicita para crianças de jardim de infância. Nem quando este eleitor veio a público, Colbert se desculpou.

Voltando a Israel Yair Lapid, o jornalista, pediu para o Comitê Central das Eleições para revogar a licença de operação do Canal 14 de televisão, porque o canal seria supostamente de direita. Graças a Deus, o juiz julgou que “a liberdade de expressão política é parte integrante de eleições livres” e mandou o partido de Lapid pagar uma multa de NIS 20 mil ao canal. Nos Estados Unidos isso nunca teria acontecido porque até agora, a liberdade de expressão e da mídia são consideradas sagradas. Eu disse até agora. Senadores democratas da esquerda já introduziram um projeto de lei para penalizar plataformas de mídia social quando na opinião deles, houver publicação de desinformação.  Seja lá o que isso queira dizer.

Avigdor Liberman, que lidera o voto russo em Israel não perdeu uma ocasião para expressar seu ódio repugnante aos judeus ortodoxos que é um segmento grande e crescente da população dizendo que são um fardo, além de outros estereótipos sem sofrer qualquer condenação. Quando a esquerda xinga, tudo bem. Quando a direita condena os xingamentos ela é novamente fascista, nazista. Não é de surpreender que Netanyahu venha a ser comparado a Goebbels e Stalin.

Nos Estados Unidos você precisa ser vacinado contra a Covid-19 para poder entrar no país legalmente. Mas se você atravessa a fronteira ilegalmente, você não tem esta imposição e ainda ganha uma passagem para um dos 51 estados da união, para transmitir esta e outras doenças impunemente. Se a imprensa conservadora pergunta o porquê desta política, é atacada, de novo, como racista.

Nos Estados Unidos Biden traiu especialmente a classe trabalhadora primeiro cancelando contratos de construção, depois fechando o país por causa da pandemia. E quem não concordasse com esta política louca era chamado de traidor, e até mesmo de terrorista. Em seis meses ele conseguiu destruir a indústria de energia, causando o aumento do petróleo, do gás e a inflação que estamos vendo. Ele também conseguiu provocar um êxodo de pessoas de estados democratas para estados republicanos que são governados mais responsavelmente. E ele culpa tudo isso na guerra na Ucrânia e é claro, nos seguidores de Trump. Nisso os esquerdistas também são bons. Em culpar os outros.

O ministro da Saúde de Israel, também de esquerda e abertamente gay, Nitzan Horowitz, promoveu apenas três coisas no seu ministério, nenhuma das quais lidava com a melhoria da saúde dos israelenses. Primeiro cancelou o questionário que membros da comunidade LGBT teriam que preencher antes de doar sangue. Quer dizer, não se pode perguntar a eles sobre possíveis doenças que podem transmitir a terceiros. Segundo, ele proibiu qualquer tratamento psicológico que tem por objetivo dissuadir uma pessoa com tendencias homossexuais; e terceiro, ele incluiu as cirurgias de mudança de sexo na bolsa do estado às custas de medicamentos que salvam vidas para o resto da população. Além disso, ele exigiu que hospitais permitissem a entrada do chametz durante a Pascoa.

Horowitz é o ministro da saúde de todo o país, não apenas da comunidade LGBT. Ele ignorou as necessidades prementes (e não controversas) do público como mais aparelhos de ressonância magnética e a ampliação dos tratamentos e medicamentos a serem cobertos pelo seguro nacional. De repente, qualquer um que discordasse da visão de mundo do ministro tornou-se um inimigo sombrio e ameaçador. Os defensores da unidade familiar ficaram abalados.

Para não ficar atrás, a ministra dos Transportes, do partido trabalhista, também de esquerda, não poderia simplesmente se concentrar na infraestrutura de transporte sem tentar prejudicar a observância do Shabbat ou cancelar grandes projetos na Judéia e Samaria que beneficiariam ambos judeus e palestinos.

Então, naturalmente, o inevitável aconteceu no dia da eleição. O público foi capaz de remover o jugo do suposto “governo de mudança”. Na aparência, o governo de esquerda de Lapid foi saudado como o melhor que Israel tinha a oferecer, um amplo governo de coalizão que incluiu líderes de diversas origens, inclusive árabes, dispostos a sacrificar a ideologia pelo bem da nação.

Infelizmente, a maioria dos cidadãos que ficaram sujeitos à estas políticas vingativas e divisíveis deste governo, mesmo aqueles que votaram nele, sentiram o perigo da sua continuação.

O mesmo está ocorrendo nos Estados Unidos que espera que uma onda republicana sem precedentes varra os democratas do Senado, da Câmara dos Deputados e dos governos estaduais. E se isso acontecer, podemos esperar o retorno dos republicanos à presidência do país em 2024.  

E à medida que Israel se dirige para um novo governo – um que muitos da mídia fora de Israel já avisaram será intolerante, odioso, e fascista – só podemos esperar que a esquerda e a mídia que a acompanha amadureçam. E em vez de trazerem o ódio, que apresentem projetos e plataformas construtivas para o benefício de todos seus cidadãos.

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