A recente
eleição de Israel, sua quinta em quatro anos, mostra claramente as atitudes do
público israelense e da luta política entre a direita e a esquerda no país. A
próxima eleição americana, daqui a dois dias, também.
O governo israelense
que hoje está saindo, foi estabelecido e se unificou sob a bandeira de
“Qualquer um, menos Bibi” do mesmo modo que nos Estados Unidos foi “Qualquer um
menos Trump”.
No entanto,
uma vez que chegaram ao poder, Lapid e Biden rapidamente adotaram posições
políticas divisórias muito longe dos valores e princípios importantes para os
cidadãos de seus países como religião e estado, nacionalismo, valores
familiares, segurança, criminalidade, e liberdades fundamentais como a de
expressão e de assembleia. As ações tomadas, que principalmente nos EUA
causaram desemprego, alta da gasolina e uma inflação desenfreada, provocaram
uma reação visceral daqueles que pensavam estar recebendo um “governo de
unidade”, “ um governo mais racional”, mas rapidamente descobriram o quanto
estavam errados.
Estes governos
de esquerda, que se gabam de serem democráticos, liberais e tolerantes, pintaram
Trump e Benjamin Netanyahu e seus partidários como insidiosos e perigosos, e
isso foi apenas o começo.
Os terríveis
fluxos de expressões venenosas contra os dois, incluíam declarações como
“Precisamos salvar Israel da doença maligna que é Netanyahu” ou a explicação
acadêmica de que “Hitler também foi eleito democraticamente”. Nos Estados
Unidos a esquerda acusou Trump desde o início de sua candidatura de estar em
conluio com os russos, de minar as relações internacionais, de cometer fraudes,
para não falar do apocalipse climático que ele iria causar por tornar a América
independente em energia.
Em outras
palavras: a esquerda mente, e mente muito. E se repetimos suas próprias
palavras para provar como mentiram, eles nos acusam de racistas, fascistas,
nazistas, etc.
Em Israel o
alvo dos xingamentos passou do líder do Likud para “os eleitores do Likud que
seriam um rio de sujeira”, de acordo com o primeiro-ministro Yair Lapid em uma
entrevista na TV, explicando a mais de um milhão de eleitores do Likud (o
partido mais popular) o que ele pensava deles. Nos Estados Unidos, nesta última
semana, o programa The View comparou as mães suburbanas que irão votar nos
candidatos republicanos depois de amanhã, a baratas elegendo o DDT. O comediante
sem graça Colbert negou a existência de um eleitor de cor que disse que iria
passar do partido democrata ao republicano devido à imposição da teoria crítica
de raça, além de educação sexual explicita para crianças de jardim de infância.
Nem quando este eleitor veio a público, Colbert se desculpou.
Voltando a
Israel Yair Lapid, o jornalista, pediu para o Comitê Central das Eleições para revogar
a licença de operação do Canal 14 de televisão, porque o canal seria
supostamente de direita. Graças a Deus, o juiz julgou que “a liberdade de
expressão política é parte integrante de eleições livres” e mandou o partido de
Lapid pagar uma multa de NIS 20 mil ao canal. Nos Estados Unidos isso nunca teria
acontecido porque até agora, a liberdade de expressão e da mídia são consideradas
sagradas. Eu disse até agora. Senadores democratas da esquerda já introduziram
um projeto de lei para penalizar plataformas de mídia social quando na opinião
deles, houver publicação de desinformação. Seja lá o que isso queira dizer.
Avigdor
Liberman, que lidera o voto russo em Israel não perdeu uma ocasião para
expressar seu ódio repugnante aos judeus ortodoxos que é um segmento grande e crescente
da população dizendo que são um fardo, além de outros estereótipos sem sofrer qualquer
condenação. Quando a esquerda xinga, tudo bem. Quando a direita condena os
xingamentos ela é novamente fascista, nazista. Não é de surpreender que
Netanyahu venha a ser comparado a Goebbels e Stalin.
Nos Estados
Unidos você precisa ser vacinado contra a Covid-19 para poder entrar no país
legalmente. Mas se você atravessa a fronteira ilegalmente, você não tem esta imposição
e ainda ganha uma passagem para um dos 51 estados da união, para transmitir
esta e outras doenças impunemente. Se a imprensa conservadora pergunta o porquê
desta política, é atacada, de novo, como racista.
Nos Estados
Unidos Biden traiu especialmente a classe trabalhadora primeiro cancelando
contratos de construção, depois fechando o país por causa da pandemia. E quem
não concordasse com esta política louca era chamado de traidor, e até mesmo de terrorista.
Em seis meses ele conseguiu destruir a indústria de energia, causando o aumento
do petróleo, do gás e a inflação que estamos vendo. Ele também conseguiu
provocar um êxodo de pessoas de estados democratas para estados republicanos
que são governados mais responsavelmente. E ele culpa tudo isso na guerra na
Ucrânia e é claro, nos seguidores de Trump. Nisso os esquerdistas também são
bons. Em culpar os outros.
O ministro da
Saúde de Israel, também de esquerda e abertamente gay, Nitzan Horowitz, promoveu
apenas três coisas no seu ministério, nenhuma das quais lidava com a melhoria
da saúde dos israelenses. Primeiro cancelou o questionário que membros da
comunidade LGBT teriam que preencher antes de doar sangue. Quer dizer, não se
pode perguntar a eles sobre possíveis doenças que podem transmitir a terceiros.
Segundo, ele proibiu qualquer tratamento psicológico que tem por objetivo dissuadir
uma pessoa com tendencias homossexuais; e terceiro, ele incluiu as cirurgias de
mudança de sexo na bolsa do estado às custas de medicamentos que salvam vidas
para o resto da população. Além disso, ele exigiu que hospitais permitissem a
entrada do chametz durante a Pascoa.
Horowitz é o
ministro da saúde de todo o país, não apenas da comunidade LGBT. Ele ignorou as
necessidades prementes (e não controversas) do público como mais aparelhos de
ressonância magnética e a ampliação dos tratamentos e medicamentos a serem
cobertos pelo seguro nacional. De repente, qualquer um que discordasse da visão
de mundo do ministro tornou-se um inimigo sombrio e ameaçador. Os defensores da
unidade familiar ficaram abalados.
Para não
ficar atrás, a ministra dos Transportes, do partido trabalhista, também de
esquerda, não poderia simplesmente se concentrar na infraestrutura de transporte
sem tentar prejudicar a observância do Shabbat ou cancelar grandes projetos na
Judéia e Samaria que beneficiariam ambos judeus e palestinos.
Então,
naturalmente, o inevitável aconteceu no dia da eleição. O público foi capaz de
remover o jugo do suposto “governo de mudança”. Na aparência, o governo de esquerda
de Lapid foi saudado como o melhor que Israel tinha a oferecer, um amplo
governo de coalizão que incluiu líderes de diversas origens, inclusive árabes,
dispostos a sacrificar a ideologia pelo bem da nação.
Infelizmente,
a maioria dos cidadãos que ficaram sujeitos à estas políticas vingativas e divisíveis
deste governo, mesmo aqueles que votaram nele, sentiram o perigo da sua continuação.
O mesmo está
ocorrendo nos Estados Unidos que espera que uma onda republicana sem
precedentes varra os democratas do Senado, da Câmara dos Deputados e dos
governos estaduais. E se isso acontecer, podemos esperar o retorno dos
republicanos à presidência do país em 2024.
E à medida
que Israel se dirige para um novo governo – um que muitos da mídia fora de
Israel já avisaram será intolerante, odioso, e fascista – só podemos esperar
que a esquerda e a mídia que a acompanha amadureçam. E em vez de trazerem o
ódio, que apresentem projetos e plataformas construtivas para o benefício de todos
seus cidadãos.
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