Sunday, November 5, 2023

Condolências e Condenações - 05/11/2023

Ontem, dezenas de milhares de manifestantes pró-palestinos de todas as partes dos Estados Unidos, desceram sobre a capital americana Washington DC. Muitos deles vomitando tropes antissemitas e ódio, clamando pela total destruição e aniquilação do Estado judeu.

Estes “pacifistas” chegaram até os portões da Casa Branca passando o perímetro imposto depois dos protestos do 6 de janeiro de 2021, tão denunciados pelos democratas.

Mas a verdade é que nem essa, nem as outras em volta do mundo, são manifestações pró-Palestina. Elas são protestos contra Israel. Em nenhuma delas vimos uma só bandeira pedindo por um estado para os palestinos. Os slogans se limitaram a exigir libertar a palestina de toda Israel. Do rio ao mar a palestina será livre. Em outras palavras, a total aniquilação de Israel do mapa. Em outras palavras, é um novo apelo por uma “solução final” para o “problema” judaico tão popular na Alemanha nazista.

Outro slogan popular é chamar Israel de Apartheid. Vejam quantos judeus moravam nos países árabes até 1948. Mais de 150 mil no Iraque, 100 mil no Egito, 120 mil no Marrocos, outros tantos na Argélia e vejam hoje quantos ficaram. Praticamente zero. Até 2005, 8 mil judeus moravam na Faixa de Gaza trazendo para eles e para os árabes de Gaza de 2 a 3 bilhões de dólares em renda somente em produtos agrícolas que os próprios palestinos destruíram quando da saída dos judeus. Hoje há judeus há em Gaza. Em torno de 240. Todos reféns!

O espantoso é ver é o nível do ódio anti-judaico manifestado nestes protestos. E sua completa falência moral. Ontem, o ex-presidente Obama, deu uma entrevista para um Podcast chamado PodSaveAmerica. E ele disse: “o que o Hamas fez foi horrível, e não há justificação para tal. Mas o que é também verdade, é que a ocupação e o que está se passando na Palestina e com os palestinos é insuportável.” Essa equivalência moral vinda da Casa Branca, e do ex-presidente está justificando o que estamos vendo nas ruas. Não há equivalência moral aqui.

Você tem uma disputa de território, sente e tente resolver. Você não degola e queima bebês em fornos, não estupra meninas e sequestra idosos. Você não mata inocentes para defender sua posição política. Esses protestos deveriam ser pela paz e não para defender as indefensáveis ações terroristas do Hamas.

Infelizmente, não demorou para que a legitimidade internacional para a ofensiva terrestre de Israel se esgotasse, causando em alguns, reações meio esquizofrênicas na mídia social.

O editor da revista Time (que lembro, escolheu Hitler como o “Homem do Ano” em 1938) Ian Bremmer, twitou na quarta-feira que Israel cometera um “crime de guerra. Ponto.” quando bombardeou um prédio em Jabalyah que servia como base para um alto comandante do Hamas. Isso porque o bombardeio também causou o colapso de túneis e outros prédios.”

Mas aí, no dia seguinte, ele twitou um vídeo de um líder do Hamas, Ghazi Hamad, na televisão do Líbano, dizendo que ele está planejando repetir os ataques de 7 de outubro, outra vez, outra vez e outra vez, até aniquilar toda Israel. Desta vez, Bremmer tuitou: “Não consigo imaginar nenhum país tolerando viver próximo a um território governado por esta pessoa”.

A mesma coisa aconteceu com o apresentador de tv Piers Morgan. Falando sobre o prédio em Jabalyah ele disse que “mesmo que um comandante do Hamas estivesse lá, é ultrajante e indefensável”. Mas depois de assistir o vídeo de Hamad, Morgan escreveu: “Nojento… descarado… e, claro, a razão pela qual Israel precisa acabar com o Hamas.”

E até a Arabia Saudita concorda. O príncipe saudita Abdulrahman bin Mussaad disse categoricamente que o Hamas está aí somente para implementar a política desestabilizadora do Irã na região. O mundo parou na sexta-feira para escutar o líder de outro grupo terrorista, a Hezbollah. Mas com o USS Ford estacionado no Mediterrâneo, Nasrallah não teve outra alternativa a não ser jogar toda a iniciativa da guerra no Hamas e se distanciar da chacina.

Pessoal, da mesma forma que o 11 de setembro foi um divisor para os Estados Unidos, este 7 de outubro foi um divisor de águas para Israel. Neste dia, até os ativistas pela paz mais leais foram forçados a rever suas posições com a revelação da verdadeira natureza do Hamas como uma entidade não com objetivos geopolíticos, mas movida por um ódio genocida aos judeus em todo o mundo.

E de forma repugnante, o velho antissemitismo foi energizado e encorajado pelo massacre de 7 de Outubro. Um aumento chocante de 1.350% nos incidentes antissemitas no Reino Unido e um aumento de 388% nos EUA:

• Em 8 de outubro, um turista israelense foi morto a sangue frio no Egito;

• Em 13 de outubro, um professor judeu foi esfaqueado até à morte na França;

• Uma sinagoga totalmente incendiada na Tunísia em 17 de outubro;

• Uma mulher judia de 40 anos, presidente da sua sinagoga, foi esfaqueada até à morte em Michigan, nos Estados Unidos, em 21 de outubro;

• Uma multidão enlouquecida de centenas de milhares de pessoas nas ruas de Londres gritando “Liberte a Palestina, do rio ao mar” –

• Marchas intermináveis nos campi dos EUA com gritos de “Morte aos Judeus”;

• Chamadas de centenas de pessoas do lado de fora da Ópera de Sydney para “Gasear os Judeus”;

• Um ataque devastador no Daguestão depois de um avião vindo de Israel ter aterrissado, com uma multidão invadindo o aeroporto em busca de judeus para matarem

E ontem uma moça de 30 anos foi esfaqueada duas vezes em seu apartamento em Lyon na França e uma suástica pintada na sua porta.

A lista, infelizmente, continua.

Muitas pessoas hoje compreendem que Israel já não pode viver ao lado do Hamas e que o grupo precisa de ser “exterminado”. O problema é que querem ver a guerra travada de uma forma limpa e estéril, sem vítimas civis. Isso infelizmente não existe, nem em Gaza e nem em qualquer outro lugar.

De acordo com a lei internacional de guerra, quando alguém do Hamas se esconde dentro de uma estrutura civis, seja uma residência, escola ou hospital, imediatamente este local se torna um alvo militar permissivo.  Além disso, Israel não tem qualquer obrigação em enviar comida, eletricidade, água ou qualquer outra coisa que ajude o inimigo a continuar seu ataque. Israel tem sim tentado evitar baixas civis, avisando onde irá atacar e há 3 semanas pedindo para que a população saia do norte de Gaza em antecipação à sua entrada por terra.

O problema é que, embora o mundo reconheça que Israel tem o direito de agir em legítima defesa, quando ela age, o mundo subitamente tem um problema.

E aí vemos os crescentes apelos agora por um cessar-fogo. Se Israel concordasse com ele, isso daria ao Hamas uma vitória clara. O grupo terrorista que assassinou 1.400 pessoas das piores formas conhecidas pelo homem, entraria num cessar-fogo com a maioria dos seus combatentes vivos, a maior parte da sua infraestrutura militar intacta e ainda de posse de 240 reféns. Isso faz sentido?

O presidente Joe Biden, sentindo a pressão em sua base eleitoral, pediu na quarta-feira uma “pausa” no conflito, sem explicar a diferença entre “pausa” e “cessar-fogo”. Pois é. Alguém ouviu sobre uma “pausa” na guerra contra a Al-Qaeda ou contra o ISIS? Embora num primeiro momento o mundo tenha expressado simpatia e condolências pelos mortos e sequestrados, no momento em que judeus se levantam para se defender, aí eles são condenados.

E essa é exatamente à estratégia do Hamas. O grupo terrorista quer a morte de civis para poder provocar a simpatia do Ocidente e fazer com que os líderes mundiais condenem Israel. Eles querem que os edifícios implodam sobre os túneis para que crianças morram e possam então culpar Israel. O Hamas não está abaixo de sacrificar o seu próprio povo.

A brutalidade desencadeada pelo Hamas, foi reminiscente dos episódios mais sombrios da história humana. Ela foi um lembrete de que a luta contra o antissemitismo, contra todas as formas de ódio, está longe de terminar. Pensávamos que os dias dos pogroms tinham ficado para trás, mas o dia 7 de outubro mostrou que os velhos males apenas assumiram novas formas.

Mas este não é apenas um fardo de Israel ou das comunidades judaicas. O ódio desenfreado de grupos como o Hamas e o ISIS representa uma ameaça global. Apoiar o Hamas ou qualquer grupo que defenda tal ódio não é apenas anti-Israel, mas também anti-humanidade.

O caos e a brutalidade não reconhecem fronteiras. Israel, é o canário da mina, e a luta em que estamos envolvidos transcende os interesses nacionais. É uma luta por valores humanos fundamentais, pela alma da própria humanidade.

O mundo civilizado deve reconhecer esta luta como sua, assegurando que “Nunca Mais” não seja apenas um slogan e não se torne “uma vez mais”. E Israel deve seguir sua missão até o fim. Melhor receber condenações do que condolências.

O nosso futuro e o futuro das próximas gerações dependem disso. 

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