Hoje eu dedico esta opinião ao meu pai que
nos deixou esta semana. Meu pai, meu amigo, aquele que me guiou e me fez quem
eu sou.
Vamos começar com um resumo do final de
semana em Israel até agora que a mídia internacional não publica.
Na sexta-feira recuperamos os corpos de 4
reféns: Itzik Gelernter de 57 anos, Ron Biniamin de 53, Amit Bouskila de 28
anos e Shani Louk de 22 anos. O corpo semi-nú de Louk estava na caçamba de uma
caminhonete, sendo exibido nas ruas de Gaza num vídeo postado pelos terroristas
que circulou nas redes sociais logo após os ataques.
Ontem perdemos mais dois soldados na Faixa
de Gaza: Nachman Meir Haim Vaknin, de Eilat, e Noam Batan, do Moshav Yad Rambam
ambos com 20 anos.
Durante o sábado, dez mísseis foram
lançados de Gaza a Ashkelon. 5 foram interceptados e 5 cairam em locais
despopulados. Hoje pela manhã mísseis enviados de Gaza a Sderot também foram
interceptados. Notem que o Hamas continua a enviar mísseis diariamente contra
Israel.
Na Judeia e Samaria, durante esta noite, o
exército de Israel entrou em Kalkilya e em Shechem atrás de terroristas dos
grupos Mártires da Al-Aqsa e Cova dos Leões. Vários foram capturados.
No norte de Israel, um veículo militar foi
atacado ontem por um drone suicida em Metulla, sem vítimas; nesta manhã a
Hezbollah lançou drones suicidas contra Malkia, Dishon, Iftach, Mevuot Hermon,
Ramot Naftali, Yir'on, Baram, Avivim. Alem disso, mísseis anti-tanque foram
disparados contra o Monte Dov e contra o vilarejo Arab al-Aramsha.
Que país normal aceitaria uma situação como
esta? Que país aceitaria ser atacado do norte, do sul, de dentro, ter seus
jovens, velhos, crianças brutalmente mortos, violentados e sequestrados e ter
suas mãos atadas para se defender por seu maior aliado? Com certeza não os
Estados Unidos que não tiveram qualquer problema em matar meio milhão de
Afegãos em sua guerra para chegar nos responsáveis pelos ataques do 11 de
setembro.
E é por isso que é ainda mais
desconcertante quando o próprio Estados Unidos, o maior aliado de Israel,
decide suspender o envio de armas e munições críticas para Israel vencer esta
guerra, acabar com o Hamas e trazer os reféns de volta.
Há evidências de que os reféns israelenses
estão passando fome, estão sendo estuprados, torturados e assassinados. O
Estado de Israel tem o dever de tentar de tudo para traze-los de volta e por um
ponto final às ameças diarias à sua população. No entanto, esta administração americana
parece disposta a impedir Israel de alcançar este objetivo, negando os meios
para salvar os seus cidadãos.
Os Estados Unidos não aprenderam nada com
as falhas passadas. As memórias angustiantes do St. Louis, o navio de
refugiados judeus que chegou à costa dos EUA, mas foi impedido de entrar e
forçado a regressar à Europa, onde os seus passageiros foram todos enviados
para as câmaras de gás. Não aprenderam nada sobre quando os judeus não tinham seu
estado, milhões pereceram. Hoje, Israel está na linha de frente contra o
terrorismo – e a América está lhe negando as ferramentas de que necessita para erradicar
este mal da forma mais humana possível.
Não há outro país lutando uma guerra de
defesa, que ele não começou, ao qual lhe é sistematicamente negado a vitória
completa como Israel. Ninguém diz à Ucrania que ela não pode ganhar contra a
Russia. Aliás, a cada pequena vitoria militar ucraniana, líderes europeus
parecem tomar uma dose de testosterona. Mas não com Israel.
Muitos comentaristas culpam os
“conselheiros” de Biden por suas declarações e ações contraditórias. Uma hora
ele diz ser absolutamente pró-Israel, e na seguinte ameaça o estado judeu se ele
for, em sua opinião, “longe demais”.
Não são os conselheiros. Biden nunca foi
pro-Israel.
Há quarenta anos, o então senador Joe Biden,
numa sessão da Comissão de Relações Exteriores do Congresso, com a presença do primeiro-ministro
de Israel, Menachem Begin, Biden ameaçou suspender a ajuda a Israel por causa
dos assentamentos. Menachem Begin, visivelmente alterado o repreendeu
duramente: “Não nos ameace com o corte da ajuda para renunciarmos aos nossos
princípios. Nós os defenderemos. E, quando necessário, morreremos por eles, com
ou sem a sua ajuda.”
Desde então, Biden perdeu poucas
oportunidades de desafiar ou criticar Israel. Numa outra sessão da Comissão de
Relações Exteriores em 2004, ele disse que Israel deveria abandonar a maioria
dos seus assentamentos na Judéia e Samaria bíblicas. Ao visitar Israel,
condenou os planos de construção de unidades habitacionais na parte norte de
Jerusalém, onde os árabes não eram a maioria da população.
Uma década mais tarde, depois de o Hamas e
a Autoridade Palestina terem formado um governo de união, o Vice-Presidente
Biden apoiou a solução de dois Estados. Ele estava convencido de que “a grande
maioria dos israelenses e a grande maioria dos palestinos acreditavam… que a
paz é possível, a paz é necessária e a paz é justa”. Numa celebração do Dia da
Independência de Israel em 2015, ele afirmou com orgulho: “Todo mundo sabe que
amo Israel”.
Mas o seu “amor” foi limitado e de curta
duração. Dois anos depois, após um ataque terrorista ter ferido mais de 20
israelenses, Biden culpou o governo de Israel por supostamente ter “minado o
processo de paz, a perspectiva de uma solução de dois Estados e... se mover na
direção errada...”.
Biden não é nada senão um oportunista que
expressa uma ou outra opinião de acordo com o barômetro eleitoral. Durante a
sua campanha presidencial de 2020, ele prometeu que “dadas as graves ameaças
que Israel enfrenta”, não condicionaria a ajuda ao Estado judeu. Ele insistiu
que o seu apoio a Israel “é sólido e inabalável”. Após o massacre do Hamas em 7
de outubro, ele prometeu: “Devemos ser absolutamente claros. Estamos com
Israel. E garantiremos que Israel tenha o que precisar para cuidar dos seus
cidadãos, defender-se e responder a este ataque.” Ele assegurou ao
primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, o seu “compromisso férreo com a segurança
de Israel”.
Não demorou muito, porém, para que seu
apoio “sólido e inabalável” começasse a ruir. Numa recente entrevista à CNN,
ele disse que suspenderia a entrega de bombas americanas para Israel se ela
invadisse Rafah – que é o último reduto do Hamas em Gaza – onde os seus líderes
se escondem nos famigerados túneis subterrâneos e onde devem estar os reféns,
vivos ou mortos. Ele disse: “deixei claro a Bibi e ao gabinete de guerra [que]
eles não vão obter o nosso apoio, se de fato atacarem Rafah”. Já na semana
passada, a Casa Branca confirmou um atraso na transferência de 3.500 bombas
para Jerusalém.
Mas o apoio “inabalável” de Biden a Israel
está implodindo principalmente por causa da pressão dos eleitores da esquerda
anti-Israel que ameaçam sua reeleição. Ele está de olho nos eleitores jovens,
progressistas e árabes-americanos, especialmente no estado do Michigan, que tem
uma grande população árabe pró-palestina. Não foi coincidência que ele tenha
anunciado a sua intenção de suspender o envio de armas para Israel enquanto
fazia campanha naquele estado.
Biden percorreu um longo caminho desde a
sua visita a Israel em 2010 como vice-presidente, quando disse que os Estados
Unidos, “estão resolutamente ao lado de Israel contra o flagelo do terrorismo”.
Agora ele quer que Israel se dobre para satisfazer suas necessidades políticas.
Mas como Menachem Begin disse há quarenta
anos, não somos judeus com joelhos trêmulos. Somos judeus orgulhosos com 3.700
anos de história civilizada. Ninguém veio em nosso auxílio quando estávamos
morrendo nas câmaras de gás e nos fornos. Ninguém veio em nosso auxílio quando
estávamos nos esforçando para criar nosso país. Nós pagamos por isso. Nós
lutamos por isso. Morremos por isso. Manteremos nossos princípios. Nós os
defenderemos. E, quando necessário, morreremos por eles novamente, com ou sem a
sua ajuda.” Estas palavras sábias e destemidas ainda são a melhor resposta às
ameaças de Biden de hoje, assim como foram no passado. Não temos escolha. Vamos
derrotar nossos inimigos. Israel está aqui para ficar. Am Israel Chai.
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