Ontem Israel
comemorou o 20º aniversário de Na’ama Levy. Na’ama ficou famosa pelo vídeo que
os terroristas palestinos fizeram e transmitiram, arrastando a menina pelos
cabelos, de trás de uma camionete com a calça ensanguentada. Na’ama trabalhava
em programas de paz com os palestinos. Quando ela implorou aos terroristas que
a amarravam: “Tenho amigos na Palestina”, seus “amigos” a chamaram de cachorra
e Sabaya (escrava sexual).
Hoje fazem
260 dias que Na’ama e outros 119 reféns vivos e mortos continuam no cativeiro. São
oito meses desde os horrores do ataque do Hamas, no qual mais de 1.200 civis
foram mortos – muitos deles torturados, estuprados e queimados até a morte – outros
250 foram feitos reféns. Até agora
Israel perdeu 661 soldados, um custo altíssimo para o país, para combater estes
terroristas.
Tudo isso e
ainda a pressão de um mundo que não vê mais longe que suas necessidades
políticas, inclusive o maior aliado de Israel, os Estados Unidos e das
organizações internacionais que deveriam lutar contra tiranias, terrorismo e
guerras injustas e não estados democráticos que lutam por sua sobrevivência.
Na semana
passada falei aqui sobre a relatora especial da ONU, a antissemita Francesca Albanese,
que falando dos dois lados da boca, se disse aliviada pela soltura dos quatro
reféns mas imediatamente condenou o suposto “massacre” cometido por Israel para
libertá-los. Ela disse no seu Twitter que “Israel usou reféns para legitimar o
assassinato, ferimento, mutilação, fome e traumatização de palestinos em Gaza.
E ao mesmo tempo intensificou a violência contra os palestinos no resto do
território ocupado e em Israel.” Você ouviu corretamente: Israel é a culpada
pelas consequências do sequestro de reféns pelo Hamas. É o fim da picada! Mas isso
foi na semana passada.
Em sua
postagem nesta semana, Albanese acusou Israel de nada menos de usar um
palestino como escudo humano! Ela citou um vídeo que mostrava um civil
palestino ferido amarrado num veículo militar em Jenin, sem perguntar se o
vídeo era verdadeiro ou as circunstâncias do evento.
Seria
engraçado - se não fosse trágico - ela nunca ter condenado ou mesmo mencionado o
fato de quem tem a prática generalizada e de longa data de usar escudos humanos
é o Hamas e não Israel. Mas Albanese sabe disso. O que ela está fazendo é manipular
a percepção internacional sobre o que está se passando.
O Hamas tem
utilizado a táctica do escudo humano pelo menos desde 2007: Eles colocam armas,
lançadores de mísseis e terroristas em meio a civis e a edifícios de uso civil
como hospitais, escolas, postos de saúde, para aumentar a probabilidade de
mortes e feridos durante os contra-ataques israelenses a estes locais que, de
acordo com a lei internacional, se tornaram alvos militares.
Infelizmente,
não fosse a intervenção e o micro-gerenciamento que os Estados Unidos estão
impondo a Israel esta guerra poderia ter terminado há muito tempo, evitando
mortes e sofrimento dos dois lados.
Ao norte do
país, tem-se falado muito nesta semana se Israel irá ou não entrar em guerra
com a Hezbollah no Líbano. Me desculpem, mas Israel já está em guerra com a
Hezbollah. Milhares de mísseis e drones suicidas-assassinos foram lançados do
sul do Líbano a Israel desde as atrocidades do 7 de outubro.
Cerca de 60
mil israelenses que moram no Norte continuam evacuados de suas casas. Incêndios
devastadores provocados pelos lançamentos de mísseis da Hezbollah destruíram
vastas áreas de terras agrícolas, florestas e reservas naturais. Se isto não é
guerra, certamente não é paz.
Joe Biden e
seu secretário de Estado Anthony Blinken, no entanto, estão mais preocupados
com a reeleição de Biden em novembro e estão forçando Israel a um cessar-fogo tanto com o Hamas como com a
Hezbollah. Já no dia seguinte ao ataque, em 8 de outubro, quando Israel ainda
coletava os corpos dos chacinados em todo o sul, Blinken apelava à Israel por contenção!
Como disse a jornalista Lyat Collins, “não se pode dar a outra face quando nosso
rosto acabou de ser feito em pedaços”.
Pior ainda,
John Kirby, o Conselheiro de Comunicações de Segurança Nacional da Casa Branca,
esta semana declarou que: “Não vimos o Hezbollah entrar com os dois pés em
Israel. É claro que eles têm conduzido ataques através da fronteira e os israelenses
têm se defendido. Mas não queremos ver uma escalada. Não queremos ver uma
segunda frente.” OK! Isso quer dizer que devemos apenas esperar mais um
pouquinho até que o exército terrorista cruze a fronteira? Que raciocínio é
esse?
Há uma
obtusidade, uma estupidez deliberada da comunidade diplomática internacional.
Em vez de apelar a Israel para que exerça moderação, ela deveria deixar claro
que chacinas, estupros, sequestros e decapitações, nunca são aceitáveis. Em vez
de exigir que Israel forneça ajuda humanitária ao inimigo (algo nunca visto na
história), deveria exigir do Hamas a soltura dos reféns. Mas em vez disso,
Biden está congelando a entrega de armas e munições que poderiam ser usadas para
acabar com a guerra com sucesso.
E até agora,
vimos como o mundo é obtuso. Primeiro ameaçou Israel se entrássemos em Gaza.
Entramos. Depois alertou que iria ser um massacre se tomássemos o hospital
Al-Shifah. Tomamos. Depois imploraram para não tomarmos a cidade de Gaza.
Tomamos. E aí veio o absoluto escândalo mundial para não entrarmos em Rafah. E
lá estamos. E o mundo se calou a cada estágio. Hoje Israel está demolindo as
centenas de tuneis, dezenas dos quais mostram a cumplicidade do Egito nesta
trama. De acordo com a divisão de engenharia do exército de Israel, não há uma
casa em Rafah que não tenha uma entrada de túnel.
Agora o mundo
exige que digamos o que pretendemos fazer com a Faixa de Gaza depois da Guerra,
como se não houvesse alternativa para o Hamas. Deixa-me ser bem clara: deixar o
Hamas no poder seria como deixar Hitler como líder da Alemanha depois da
Segunda Guerra. É neste nível de absurdo. Não haverá um “dia seguinte” que
possa ser implementado enquanto o Hamas permanecer viável.
No Norte, o
mundo parece esquecer que a Hezbollah faz parte do governo libanês. Pode ser
difícil exercer pressão sobre uma organização terrorista – que não se sente
vinculada pelo direito internacional – mas um Estado soberano pode e deve ser
responsabilizado.
Em 2006,
quando a Hezbollah lançou centenas de mísseis e sequestrou dois soldados
israelenses, tivemos uma guerra, não com o grupo terrorista, mas com o Líbano.
A guerra durou um mês e dois dias e custou ao Líbano bilhões para reconstruir.
Na época, o líder da Hezbollah, Hassan Nasrallah teria dito que se ele soubesse
da devastação, não teria começado a guerra com Israel.
Mas como com
o Hamas, que já exige que Israel e o resto do mundo reconstruam Gaza, a
comunidade internacional acabou pagando pela reconstrução do Líbano.
A mensagem que o Hamas, o Hezbollah, os Houthis e os seus chefes iranianos recebem
então, é que o
terrorismo compensa. Não importa a atrocidade que cometam, o mundo “iluminado”
garantirá que eles não paguem pelas consequências e o Estado Judeu continuará
a ser criticado e condenado.
Gaza é o
resultado do fracasso da liderança árabe palestina nos últimos 55 anos em
desenvolver uma infra-estrutura para governar o povo de forma justa e não
corrupta e em trabalhar com Israel para desenvolver uma relação estável e
pacífica. Este é o cerne do problema.
Parafraseando Einat Wilf “Existe um caminho para a paz.
Baseia-se na transformação da mente palestina, afastando-a da destruição e aproximando-a da construção. E
finalmente aceitar que
os judeus não são estrangeiros nesta terra, e reconheçam o elo de quase quatro milênios entre os judeus e seu lar ancestral.”
Apaziguar o Hamas, a Hezbollah, os Houthis, ou o Irã aumenta a possibilidade de um caos contínuo no Oriente
Médio e até de uma conflagração nuclear. A Europa e os Estados Unidos, devem
compreender que o “dia seguinte” só poderá começar quando o Hamas e os seus
irmãos jihadistas deixarem de ser uma ameaça ou
simplesmente deixarem de ser.
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