Sempre aquece
o coração vermos jovens abraçando causas que são maiores que eles. Isso nos lembra
os bons tempos da nossa juventude quando também éramos idealistas e facilmente
influenciados por outros. Como agora, nem sempre sabíamos exatamente por que
estavam protestando, o que estávamos reivindicando e nem mesmo as consequências
se conseguíssemos o reclamado. Enfim, a ingenuidade da juventude em sua melhor
forma.
O que é
alarmante, é quando adultos, líderes de países saem carregando bandeiras que
não são suas, sem medir as consequências de seus atos. Foi o que vimos na
semana anterior quando a Noruega, Irlanda e Espanha reconheceram o Estado da
Palestina. Não posso dizer que fiquei surpresa. Afinal, estes 3 países têm uma
longa história antissemita, apesar de suas populações judaicas serem microscópicas.
A Espanha só revogou o decreto de expulsão dos judeus de 1492 em 1968! A
Noruega proibiu a presença de judeus e as poucas centenas que moravam em Oslo
durante a guerra foram levados a Auschwitz. Na Irlanda, onde os judeus não
passaram de 3,800 almas em 1911, durante o século XX sofreram tanto dos
católicos como dos protestantes, inclusive o boicote da minúscula comunidade de
Limerick, em 1904.
Não foi
necessária coragem moral, como eles alegam, mas sim colocar de lado qualquer
moralidade para declarar oficialmente o reconhecimento de um Estado que não tem
fronteiras definidas, não tem democracia e tem uma economia tão falida, que um
dia depois do anúncio, o Banco Mundial alertou que a Autoridade Palestina
enfrentava um “colapso fiscal”.
Mas isso não
é novidade. O mendigo número um do mundo não se comove com o espectro do
desastre financeiro. Sempre haverá um ou outro país pronto para doar o que
falta para a AP continuar a sua “política de pagar para matar”, que lhe custa
mais de 360 milhões de dólares por ano. Da mesma forma, que o regime assassino
do Hamas em Gaza, cuja constituição só fala da destruição de Israel, continua a
persuadir o mundo de que precisa de quantidades cada vez maiores de “ajuda
humanitária”, embora seus terroristas continuem gordos e nunca falta
combustível para mísseis.
Aliás, misseis
de Rafah foram lançados esta semana contra o sul e o centro de Israel, enquanto
a Hezbollah bombardeou o norte, e drones do Irã foram lançados do Iraque no
leste de Israel, e os Houthis continuaram a tentar atacar Eilat a partir do sul.
Todos estes mísseis foram lançados contra a população civil de Israel e nenhum
deles transmitia uma mensagem de paz. Foram crimes de guerra.
Foi neste
cenário que estes três países, a Noruega, Irlanda e Espanha fizeram seu
anúncio, tentando recrutar outros estados a fazer o mesmo. Talvez em sua ingenuidade, estes três não se
informaram que apesar da fanfarra que fizeram, eles não foram os primeiros a
reconhecer o Estado da Balestina pois mais de 140 dos 193 Estados-membros da
ONU já o reconheceram, incluindo a Suécia. Sim, Balestina, o ilusório país de
um povo que escolheu um nome que eles mesmos não conseguem pronunciar.
Então vamos
às perguntas que este reconhecimento levantam: a primeira: se a grande maioria
dos membros da ONU reconhece a existência de um Estado palestino, porque eles
precisam manter seu status de “refugiado perpétuo” e porque a UNRWA ainda
existe, mantida por bilhões de dólares por ano? Num mundo onde há um mínimo de bom
senso, deveria ser óbvio que pessoas não podem ser consideradas refugiadas se
tiverem o seu próprio Estado – especialmente os que vivem nesse Estado. Em
Gaza, de onde Israel saiu completamente em 2005, há 8 campos de refugiados. Na
Judeia e Samaria, há 19 campos de refugiados oficiais e 4 não oficiais. Como
isso faz sentido?
E isso nos
leva à segunda questão: como podem estes países reconhecerem um estado sem
fronteiras? Digamos, para efeitos de argumentação, que o “Estado da Palestina”
esteja situado no que o mundo chama de “Cisjordânia”. Esta é a área conhecida
pelos judeus há milênios como Judéia e Samaria. A Noruega, Irlanda e Espanha, a
ONU e a Comunidade Europeia se queixam constantemente de que os judeus que
vivem nesta parte da sua pátria ancestral representam um obstáculo à paz. E a
Espanha já indicou que considera Jerusalém Oriental – onde se encontram os
locais mais sagrados do Judaísmo – a capital da Palestina. Isso quer dizer que
vamos todos, residentes e turistas, ter que levar conosco nossos passaportes
quando entrarmos no metrô da cidade? Como vamos separar os serviços de
eletricidade, água, esgotos e torres de comunicação?
A
“Palestina”, segundo o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, inclui tanto a
Cisjordânia como Gaza, ligadas através do soberano Israel. Como? Ele não disse.
A Espanha, com mais de 20 vezes o tamanho de Israel, quer um Estado da
Palestina que abranja o Estado judeu, ao mesmo tempo que rejeita todos os apelos
à independência da Catalunha.
E pior: eles
não têm qualquer problema em chamar a mesma área de “Territórios Palestinos
Ocupados” e de Estado da Palestina” conforme a sua conveniência.
Além de ser
um Estado falido política e economicamente, a Autoridade Palestina é
inerentemente antissemita. Até onde irão os europeus para criar um estado de
apartheid palestino? Será que estes “paladinos da paz” forçarão o despejo de
meio milhão de judeus – e apenas judeus – das suas casas? Ou eles esperam que
Israel faça isso? Desculpem, mas até hoje estamos pagando pelas consequências
catastróficas do despejo de todas as comunidades judaicas de Gaza em 2005.
Outra
pergunta: Quem é o líder deste estado palestino reconhecido? Mahmoud Abbas em
Ramallah – demasiado assustado para realizar eleições nos últimos 19 anos? Ou Yahiya
Sinwar, onde quer que esteja escondido com o seu exército terrorista e escudos
humanos em Gaza? Ou talvez o igualmente corrupto e sanguinário Ismail Haniyeh,
refugiado no Qatar?
Os
embaixadores norueguês, espanhol e irlandês foram convidados a assistir ao
vídeo angustiante de cinco soldadas raptadas pelo Hamas no dia 7 de Outubro. Os
rostos aterrorizados e sangrentos das jovens espancadas em seus pijamas
manchados de sangue foram demais para a embaixadora da Irlanda que em vez de
expressar solidariedade, fez uma reclamação oficial. Ela, uma mulher, não
conseguiu demonstrar qualquer compaixão por Na’ama Levy, de 19 anos, que
trabalhava em programas para paz, quando ela disse aos terroristas que a amarravam:
“Tenho amigos na Palestina”. Seus “amigos” a chamaram de Sabaya, ou escrava
sexual.
E não foi
somente o Hamas. De acordo com Bassam Tawil, um escritor árabe muçulmano,
membros da Fatah, da Autoridade Palestina também participaram do massacre de 7
de outubro.
Os líderes
dos países que reconheceram o Estado palestino negam que estejam recompensando
este ato bárbaro de terrorismo, realmente se iludindo de que este seja um passo
em direção à paz. Como observou Tawil: “No momento em que reconheceram um
Estado palestino, poucos meses após o ataque do Hamas a Israel, isso enviou uma
mensagem aos terroristas: que quanto mais pessoas massacrarem, incluindo os
habitantes de Gaza que o Hamas usa como escudos humanos, mais apoio terão dos
europeus e do resto da comunidade internacional.”
O
primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, afirmou que era preciso oferecer
uma solução política que seria dois Estados, vivendo lado a lado, em paz e
segurança. Este é o raciocínio – ou a falta dele – que nos levou aos Acordos de
Oslo há três décadas. E foi vista como um sinal de fraqueza por nossos
inimigos. Oslo nos deu mais de 1.200 “vítimas israelenses da paz” que foram agora
somados aos 1400 de 7 de outubro.
Milhares de
membros do Hamas, da Jihad Islâmica, da Fatah, e de civis “comuns” de Gaza
invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, violando, mutilando, decapitando, assassinando,
pilhando, queimando e raptando. Eles não procuravam a paz e prosperidade naquele
dia. Se quisermos boas relações com os nossos vizinhos, não os invadimos e
massacramos. Este é um pesadelo do qual Israel não consegue acordar.
Mas já que
são agora um estado reconhecido, que tal tratá-los como tal? no Tribunal Penal
Internacional, e no Tribunal Internacional de Justiça? Vamos começar exigindo
que a Cruz Vermelha visite os reféns.
Aqueles que
reconhecem unilateralmente um Estado da Palestina depois deste massacre
deveriam agir mais como chefes de estado e menos como jovens ingênuos
facilmente manipulados por mais iludidos que estejam.
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