Sunday, June 2, 2024

O Reconhecimento da Balestina - 02/06/2024

 

Sempre aquece o coração vermos jovens abraçando causas que são maiores que eles. Isso nos lembra os bons tempos da nossa juventude quando também éramos idealistas e facilmente influenciados por outros. Como agora, nem sempre sabíamos exatamente por que estavam protestando, o que estávamos reivindicando e nem mesmo as consequências se conseguíssemos o reclamado. Enfim, a ingenuidade da juventude em sua melhor forma.

O que é alarmante, é quando adultos, líderes de países saem carregando bandeiras que não são suas, sem medir as consequências de seus atos. Foi o que vimos na semana anterior quando a Noruega, Irlanda e Espanha reconheceram o Estado da Palestina. Não posso dizer que fiquei surpresa. Afinal, estes 3 países têm uma longa história antissemita, apesar de suas populações judaicas serem microscópicas. A Espanha só revogou o decreto de expulsão dos judeus de 1492 em 1968! A Noruega proibiu a presença de judeus e as poucas centenas que moravam em Oslo durante a guerra foram levados a Auschwitz. Na Irlanda, onde os judeus não passaram de 3,800 almas em 1911, durante o século XX sofreram tanto dos católicos como dos protestantes, inclusive o boicote da minúscula comunidade de Limerick, em 1904.

Não foi necessária coragem moral, como eles alegam, mas sim colocar de lado qualquer moralidade para declarar oficialmente o reconhecimento de um Estado que não tem fronteiras definidas, não tem democracia e tem uma economia tão falida, que um dia depois do anúncio, o Banco Mundial alertou que a Autoridade Palestina enfrentava um “colapso fiscal”.

Mas isso não é novidade. O mendigo número um do mundo não se comove com o espectro do desastre financeiro. Sempre haverá um ou outro país pronto para doar o que falta para a AP continuar a sua “política de pagar para matar”, que lhe custa mais de 360 milhões de dólares por ano. Da mesma forma, que o regime assassino do Hamas em Gaza, cuja constituição só fala da destruição de Israel, continua a persuadir o mundo de que precisa de quantidades cada vez maiores de “ajuda humanitária”, embora seus terroristas continuem gordos e nunca falta combustível para mísseis.

Aliás, misseis de Rafah foram lançados esta semana contra o sul e o centro de Israel, enquanto a Hezbollah bombardeou o norte, e drones do Irã foram lançados do Iraque no leste de Israel, e os Houthis continuaram a tentar atacar Eilat a partir do sul. Todos estes mísseis foram lançados contra a população civil de Israel e nenhum deles transmitia uma mensagem de paz. Foram crimes de guerra.

Foi neste cenário que estes três países, a Noruega, Irlanda e Espanha fizeram seu anúncio, tentando recrutar outros estados a fazer o mesmo.  Talvez em sua ingenuidade, estes três não se informaram que apesar da fanfarra que fizeram, eles não foram os primeiros a reconhecer o Estado da Balestina pois mais de 140 dos 193 Estados-membros da ONU já o reconheceram, incluindo a Suécia. Sim, Balestina, o ilusório país de um povo que escolheu um nome que eles mesmos não conseguem pronunciar.

Então vamos às perguntas que este reconhecimento levantam: a primeira: se a grande maioria dos membros da ONU reconhece a existência de um Estado palestino, porque eles precisam manter seu status de “refugiado perpétuo” e porque a UNRWA ainda existe, mantida por bilhões de dólares por ano? Num mundo onde há um mínimo de bom senso, deveria ser óbvio que pessoas não podem ser consideradas refugiadas se tiverem o seu próprio Estado – especialmente os que vivem nesse Estado. Em Gaza, de onde Israel saiu completamente em 2005, há 8 campos de refugiados. Na Judeia e Samaria, há 19 campos de refugiados oficiais e 4 não oficiais. Como isso faz sentido?

E isso nos leva à segunda questão: como podem estes países reconhecerem um estado sem fronteiras? Digamos, para efeitos de argumentação, que o “Estado da Palestina” esteja situado no que o mundo chama de “Cisjordânia”. Esta é a área conhecida pelos judeus há milênios como Judéia e Samaria. A Noruega, Irlanda e Espanha, a ONU e a Comunidade Europeia se queixam constantemente de que os judeus que vivem nesta parte da sua pátria ancestral representam um obstáculo à paz. E a Espanha já indicou que considera Jerusalém Oriental – onde se encontram os locais mais sagrados do Judaísmo – a capital da Palestina. Isso quer dizer que vamos todos, residentes e turistas, ter que levar conosco nossos passaportes quando entrarmos no metrô da cidade? Como vamos separar os serviços de eletricidade, água, esgotos e torres de comunicação?

A “Palestina”, segundo o primeiro-ministro espanhol Pedro Sanchez, inclui tanto a Cisjordânia como Gaza, ligadas através do soberano Israel. Como? Ele não disse. A Espanha, com mais de 20 vezes o tamanho de Israel, quer um Estado da Palestina que abranja o Estado judeu, ao mesmo tempo que rejeita todos os apelos à independência da Catalunha.

E pior: eles não têm qualquer problema em chamar a mesma área de “Territórios Palestinos Ocupados” e de Estado da Palestina” conforme a sua conveniência.

Além de ser um Estado falido política e economicamente, a Autoridade Palestina é inerentemente antissemita. Até onde irão os europeus para criar um estado de apartheid palestino? Será que estes “paladinos da paz” forçarão o despejo de meio milhão de judeus – e apenas judeus – das suas casas? Ou eles esperam que Israel faça isso? Desculpem, mas até hoje estamos pagando pelas consequências catastróficas do despejo de todas as comunidades judaicas de Gaza em 2005.

Outra pergunta: Quem é o líder deste estado palestino reconhecido? Mahmoud Abbas em Ramallah – demasiado assustado para realizar eleições nos últimos 19 anos? Ou Yahiya Sinwar, onde quer que esteja escondido com o seu exército terrorista e escudos humanos em Gaza? Ou talvez o igualmente corrupto e sanguinário Ismail Haniyeh, refugiado no Qatar?

Os embaixadores norueguês, espanhol e irlandês foram convidados a assistir ao vídeo angustiante de cinco soldadas raptadas pelo Hamas no dia 7 de Outubro. Os rostos aterrorizados e sangrentos das jovens espancadas em seus pijamas manchados de sangue foram demais para a embaixadora da Irlanda que em vez de expressar solidariedade, fez uma reclamação oficial. Ela, uma mulher, não conseguiu demonstrar qualquer compaixão por Na’ama Levy, de 19 anos, que trabalhava em programas para paz, quando ela disse aos terroristas que a amarravam: “Tenho amigos na Palestina”. Seus “amigos” a chamaram de Sabaya, ou escrava sexual.

E não foi somente o Hamas. De acordo com Bassam Tawil, um escritor árabe muçulmano, membros da Fatah, da Autoridade Palestina também participaram do massacre de 7 de outubro.

Os líderes dos países que reconheceram o Estado palestino negam que estejam recompensando este ato bárbaro de terrorismo, realmente se iludindo de que este seja um passo em direção à paz. Como observou Tawil: “No momento em que reconheceram um Estado palestino, poucos meses após o ataque do Hamas a Israel, isso enviou uma mensagem aos terroristas: que quanto mais pessoas massacrarem, incluindo os habitantes de Gaza que o Hamas usa como escudos humanos, mais apoio terão dos europeus e do resto da comunidade internacional.”

O primeiro-ministro norueguês, Jonas Gahr Store, afirmou que era preciso oferecer uma solução política que seria dois Estados, vivendo lado a lado, em paz e segurança. Este é o raciocínio – ou a falta dele – que nos levou aos Acordos de Oslo há três décadas. E foi vista como um sinal de fraqueza por nossos inimigos. Oslo nos deu mais de 1.200 “vítimas israelenses da paz” que foram agora somados aos 1400 de 7 de outubro.

Milhares de membros do Hamas, da Jihad Islâmica, da Fatah, e de civis “comuns” de Gaza invadiram o sul de Israel em 7 de outubro, violando, mutilando, decapitando, assassinando, pilhando, queimando e raptando. Eles não procuravam a paz e prosperidade naquele dia. Se quisermos boas relações com os nossos vizinhos, não os invadimos e massacramos. Este é um pesadelo do qual Israel não consegue acordar.

Mas já que são agora um estado reconhecido, que tal tratá-los como tal? no Tribunal Penal Internacional, e no Tribunal Internacional de Justiça? Vamos começar exigindo que a Cruz Vermelha visite os reféns.

Aqueles que reconhecem unilateralmente um Estado da Palestina depois deste massacre deveriam agir mais como chefes de estado e menos como jovens ingênuos facilmente manipulados por mais iludidos que estejam.   

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