Ontem deveria
ter sido mais um dia de comemoração em Israel. Outros três reféns foram
libertados pelo Hamas contra 183 criminosos culpados de assassinato e de
participarem em ataques terroristas. Mas a alegria inicial foi logo substituída
por espanto e incredulidade.
Os rostos dos
três, Or Levy, Eli Sharabi e Ohad Ben Ami estavam magros e afundados, seus
corpos frágeis, precisando da ajuda de seus captores, terroristas do Hamas para
andar. Olhos fundos, ossos salientes e estruturas esqueléticas tocaram um alarme
instantâneo para israelenses e judeus em todo o mundo: sobreviventes do
Holocausto! Esta é a história que seus corpos contaram depois de 491 dias de
cativeiro do Hamas. Eli Sharabi sem saber que sua mulher e duas filhas tinham
sido mortas em 7 de outubro e Or Levy terá que criar seu filho Almog sem sua
esposa, também assassinada naquele dia horrendo.
Mas quando
esses reféns voltaram para casa precisamente 80 anos após a queda do regime
nazista, a resposta do mundo foi inimaginavelmente fria. Logo após todas as
comemorações da libertação de Auschwitz e a renovação das juras de “nunca mais”
por este mundo antissemita e hipócrita, nossos reféns regressam esqueléticos e
torturados, imagens idênticas aos sobreviventes do Holocausto.
A BBC ontem convenientemente
omitiu o sofrimento destes reféns. Hoje, ela compara em sua página inicial a
situação dos reféns com as dos 183 criminosos palestinos soltos ontem. A CNN,
por outro lado, achou adequado destacar a condição "emaciada" dos
prisioneiros (não judeus) mas palestinos libertados que, é preciso dizer, receberam
três refeições por dia, assistência médica e visitas de familiares e da Cruz
Vermelha. A comparação não é apenas absurda; é obscena.
Vamos
esclarecer as coisas. Os prisioneiros palestinos nas prisões israelenses não
são reféns; eles são criminosos condenados, muitos culpados de terrorismo e
assassinato. Suas detenções seguem julgamentos, evidências e devido processo
legal em que eles têm acesso a advogados de sua escolha — luxos que o Hamas não
concede a seus prisioneiros. Eles podem apelar de suas sentenças, têm acesso a
livros, televisão, jornais e até estudos universitários.
E os reféns
israelenses em Gaza? Trancados na escuridão, sem alimentação suficiente, em
túneis super úmidos, sem luz do sol, sem exercício, sem contato com seus entes
queridos ou com a Cruz Vermelha. Alguns deles foram operados sem anestesia;
outros tiveram ferimentos graves por mais de um ano sem nenhum tratamento
médico. O corpo da refém Eden Yerushalmi, de 24 anos, que foi assassinada num
túnel junto com outros 5 reféns, pesava 36 kilos!
Agora eu
pergunto: Onde estão as organizações de direitos humanos? Onde estão os
protestos das mesmas vozes que, em um momento ou outro, se juntaram em rápida
sucessão para condenar Israel? Elas estão mudas, indiferentes às vítimas
israelenses, a menos que a tragédia possa de alguma forma ser distorcida para
se tornar parte de uma condenação do estado judeu.
Ontem não
vimos nenhum palestino subnutrido ou em farrapos. Sabem onde podemos ver
milhares de pessoas subnutridas e farrapos? No Sudão. Mas ninguém liga para
eles. No Jews, no News. Não tem judeus, não tem notícia.
Em sua volta
para casa, a ex-refém Liri Albag contou que foi obrigada além de limpar e
cozinhar, de tomar conta dos filhos de 3-4 anos de idade do casal que a
prendia. E a brincadeira preferida deles era: “cuspir na judia”. Estes são a
próxima geração de terroristas sendo preparados hoje para nos matar amanhã.
Mas estes
terroristas e a população que vimos ontem, todos bem alimentados, bem vestidos
e bem armados, não perdem por esperar.
Em sua
conferência de imprensa com Bibi Netanyahu, Trump fez uma declaração
bombástica: que os Estados Unidos iriam tomar Gaza. Agora temos outro
comandante na Casa Branca e esta declaração tem o potencial de mudar todo o
mapa do Oriente Médio! E o que ele oferece é a saída de Gaza para aqueles que
querem sair da Faixa. E não são poucos.
Gaza não tem
uma fronteira somente com Israel. Sua principal fronteira é com o Egito. Mas
este país “irmão” dos palestinos fechou a passagem e somente os muito ricos
conseguem um visto de saída de Gaza e de entrada no Egito. Incrivelmente, até
mesmo cidadãos egípcios, que estavam em visita em Gaza, precisaram pagar as
somas astronômicas que beneficiam ao que parece, a família do presidente
Al-Sisi. Que surpresa!
Durante anos,
uma rede de agentes de viagens e intermediários baseados no Egito e em Gaza têm
oferecido passagem rápida por Rafah por um preço que varia de centenas a
milhares de dólares. Quanto mais profundo o desespero para sair, melhor o
negócio. Durante a guerra com o Hamas em que a outra saída controlada por
Israel para Gaza foi fechada, as taxas dispararam. Alguns corretores agora
estão cobrando dos palestinos entre US$ 4.500 e US$ 10.000 para uma autorização
de travessia, de acordo com mais de uma dúzia de entrevistas conduzidas pelo Projeto
de Reportagem do Crime Organizado e Corrupção e pela plataforma de mídia
SaheehMasr, sediada no Cairo. A taxa para aqueles com nacionalidade egípcia é
menor, em torno de US$ 650 a US$ 1.200 por pessoa. Até janeiro de 2024, a
estimativa é que os egípcios tenham feito acima de 88 milhões de dólares com
este esquema.
Trump
simplesmente disse: se pudermos achar um lugar ou vários lugares e construirmos
residências bem bonitas, e injetarmos dinheiro na economia, eu acho que seria
melhor do que voltar para Gaza!
O mundo
rapidamente reagiu à solução de Trump dizendo ser transferência forçada, um
crime contra a humanidade, algo impossível. Isso me lembrou o autor Arthur C.
Clarke que disse que ideias novas passam por 3 fases: a primeira é “não é
possível fazê-la”, a segunda é “provavelmente pode ser feita, mas não vale a
pena” e finalmente a terceira “eu sabia que era uma boa ideia desde o começo”.
E esta é uma
ideia única, sem precedentes? Absolutamente não. Em todas as guerras há
transferência de populações. Depois da Segunda Guerra, em 1950, 14.6 milhões de
alemães foram transferidos da Europa central para a Alemanha e Áustria. Em
1947, na divisão da Índia, 20 milhões de pessoas foram transferidas, hindus do
Paquistão para a Índia e muçulmanos da Índia para o Paquistão e Bangladesh.
Então por que
o escândalo? Porque isso eliminaria uma plataforma de lançamento de mísseis e
guerra contra Israel, perpetuando o conflito.
Isso quer
dizer que Trump irá enviar tropas americanas para a área, ou reclamar soberania
americana na Faixa…? Não. Quem conhece Trump sabe que você não pode levar o que
ele diz literalmente, mas você tem que levá-lo a sério. Ele provavelmente dará
a Israel todo o necessário para coordenar a saída dos palestinos que querem
sair e a limpeza de toda a área destruída, que de acordo com estimativas levará
15 anos.
Se a saída
voluntaria da população civil de Gaza for facilitada, removendo assim os
escudos humanos do Hamas, que também complicam as operações do exército de
Israel, e a normalização com as outras nações árabes é alcançada, isso deixará
o Hamas mais isolado e ineficaz. Um regime como o do Hamas, que prioriza sua
própria sobrevivência em detrimento do bem-estar das pessoas pelas quais afirma
lutar, acabará perdendo o controle quando essas mesmas pessoas que ele governa
puderem livremente buscar uma alternativa.
Ao sugerir
que os Estados Unidos tomem Gaza, Trump fez o que ele sabe fazer de melhor:
abrir a porta para uma discussão acirrada até o alcance da solução. Ele
declarou que a solução de dois estados está morta e que devemos aprender com a
história. Tudo já foi tentando e tudo falhou. E se o mundo vê Gaza como uma
prisão a ceu aberto, porque manter sua população presa? Porque não permitir que
ela saia, quem quiser sair, e reconstruir a área?
Estamos
vivendo verdadeiramente tempos históricos. Anos que serão lembrados tanto por
seus avanços tecnológicos como por sua brutalidade. E inexplicavelmente uma
geração que consegue reconciliar os dois. E é exatamente por isso que elegemos
Donald Trump para líder do mundo livre porque somente ele com sua coragem
poderá nos ajudar a navegar estes tempos.
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