Netanyahu disse a líderes europeus esta semana, que as flotilhas de suposta “ajuda humanitária” para Gaza, marcadas para este próximo mês de maio ou começo de junho, deveriam ser barradas. Netanyahu disse que sabia da provocação a acontecer proximamente, para inflamar também esta parte do Oriente Médio.
No ano passado, o mundo condenou Israel por sua reação contra a tentativa dos navios turcos de furarem o bloqueio. Os turcos denunciaram sua ilegalidade, inumanidade, barbarismo, etc. Os habituais suspeitos como as Nações Unidas, países do Terceiro Mundo e os europeus concordaram. A administração Obama se calou.
O bloqueio não é só racional mas perfeitamente legal. O Hamas, que governa Gaza, é um auto-declarado inimigo de Israel – declaração respaldada por mais de 5 mil mísseis e foguetes lançados contra o território israelense nos ultimos 4 anos. Apesar de ter jurado fazer a guerra até que o estado judeu seja destruido, o Hamas reclama ser vítima do bloqueio imposto por Israel para prevenir que ainda mais armas e mísseis sejam lançadas contra ela.
Na segunda guerra mundial, de modo totalmente dentro do direito internacional, os Estados Unidos bloquearam o Japão e a Alemanha. Durante a crise de mísseis em outubro de 1962, a América bloqueou Cuba. Ainda assim, Israel é acusado de ser um criminoso internacional por fazer exatamente o que o venerado presidente Kennedy fez: impôs um bloqueio naval para impedir que o estado hostil de Cuba adquirisse armas letais da União Soviética.
Mas os navios da flotilha não estavam numa missão humanitária? Absolutamente não. Se assim fosse, eles teriam aceito a oferta de Israel para trazer a carga para um porto israelense para ser inspecionada e depois enviada para Gaza, do mesmo modo que 10 mil toneladas de comida, remédios e outra ajuda humanitária entram todas as semanas em Gaza.
E porque a oferta foi recusada? Porque, conforme reconhecido pela própria organizadora da flotilha, Greta Berlin, seu propósito não era o de trazer ajuda humanitária mas de furar o bloqueio, isto é, acabar com o regime de inspeções, o que significaria a possibilidade de embarques ilimitados para Gaza e o embarque ilimitado de armas para o Hamas.
Israel já interceptou duas vezes navios carregados de armas do Irã para Gaza e uma vez para a Hizbullah. O Karine A, com 50 toneladas de armas foi apreendido em 2002; em 2009 o MV Francop foi apreendido pela marinha isrealense com 320 toneladas de armas para a Hizbullah e mais recentemente, em Março deste ano, o navio Vitoria foi apreendido com outras 50 toneladas de armas para o Hamas. E as armas não são rifles e munição. São mísseis C-704, sistemas de radar, morteiros e bases de lançamento de mísseis.
Que país no mundo aceitaria uma situação destas? Mas até mais importante, porque Israel teve que impor um bloqueio? A resposta é muito simples: porque é a única coisa que Israel pode hoje fazer quando todos os outros meios, mais tradicionais de auto-defesa são sistematicamente deslegitimados pela comunidade internacional – meios ativos e de prevenção.
Defesa Preventiva: Um país minusculo, densamente povoado e cercado por estados hostis, Israel teve, nos seus primeiros 50 anos, que travar guerras no território inimigo (como no Sinai e nos Altos do Golan). Quando possível, Israel trocou território pela paz. Mas quando as ofertas de paz foram recusadas, Israel teve que reter uma porção do território para impor uma zona de proteção. Assim, Israel reteve uma pequena porção do sul do Líbano para proteger o norte do país. E Israel decidiu tomar a difícil decisão de incorrer o risco de perdas de seus soldados, para proteger seus centros de população das infindáveis chuvas de mísseis e foguetes e minimizar as perdas de vida de civis palestinos.
Mas frente à insustentável pressão de fora, Israel levantou os braços. O mundo disse aos isralenses que não só a ocupação era ilegal mas estava na raiz de todas as intifadas e agressões árabes contra ela. E assim, se só Israel se retirasse, se só Israel removesse a causa da agressão, isto traria a paz. Terra por Paz? Lembram?
Durante esta última década Israel deu terra – evacuou o sul do Líbano em 2000 e Gaza em 2005. E o que ela ganhou com isto? Uma intensificação das agressões, pesada militarização do inimigo, multiplos sequestros, ataques do seu lado da fronteira e de Gaza ganhou anos de incessantes ataques de mísseis.
O Egito e a Jordania também ganharam terras de Israel pela paz. Só que como estamos vendo, se os líderes mudam, antigos acordos são ignorados. Do lado egípcio, o governo decidiu suspender a barreira que estava construindo para impedir armas de chegarem ao Hamas e o governo da Jordania, esta semana, mostrou que está fraco demais para confrontar os islamicos radicais. Baixo a ameaça de ataques na capital, o rei Abdallah mandou soltar os líderes do movimento salafista, ligado à Al-Qaida.
Defesa ativa: Israel teve então que mudar de tática. Ela teve que agir militarmente para interromper, desmantelar e vencer os mini-estados terroristas estabelecidos no sul do Líbano e em Gaza depois de ter abandonado o território.
E o resultado? A segunda guerra do Líbano em 2006 e a Operação Chumbo Fundido em 2008 e 2009 em Gaza. Ainda assim, Israel e não os terroristas, sofreram uma avalanche de calúnias e opróbios pela mesma comunidade internacional que havia exigido as retiradas, a “terra pela paz”. Ainda pior, o relatório Goldstone, que essencialmente criminalizou as operações defensivas de Israel em Gaza minimizando a causa dessas operações – a não provocada guerra de mísseis do Hamas – efetivamente tirou o direito de Israel de se defender ativamente contra seus declarados inimigos.
Sem uma defesa preventiva ou ativa, Israel só pode usar a mais passiva e inócua de todas as defesas: um bloqueio para simplesmente impedir o rearmamento do inimigo. Mas, enquanto falo aqui a vocês, este meio também está a caminho de ser criminalizado.
Mas se absolutamente nenhum meio de defesa é permissível, o que resta? Nada, absolutamente nada.
Assim, o objetivo final de toda esta infatigável campanha internacional, é o de retirar de Israel qualquer forma legítima de auto-defesa.
O mundo está cansado destes judeus enervantes. Seis milhões deles – e aí vai este número outra vez – agora não na Europa, mas instalados no Mediterrâneo, que repetidamente recusam os convites para o suicidio nacional.
Para eles, o mundo dá constante atenção e não deixa o pior dos massacres em outras partes do mundo o distrairem. Assim, os judeus continuam a ser demonizados, guetoizados (se existe esta palavra em português) e coagidos a não se defenderem, enquanto os anti-sionistas/antisemitas mais comprometidos como o Irã, abertamente preparam uma solução mais final.
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