Depois do horrendo assassinato da familia Fogel em Itamar na Samária, o Hamas mostrou de novo que não há nada abaixo dos palestinos. Na quinta-feira, eles lançaram um míssel anti-tanque num ônibus escolar. Milagrosamente as crianças haviam todas descido exceto por um menino de 16 anos que ainda está em estado crítico.
Apesar deste ataque ter causado escândalo na mídia israelense e aqui nos Estados Unidos, os palestinos não se comoveram. Somente neste final de semana eles lançaram 120 mísseis e morteiros contra Israel: em Beersheva, Ashkelon, Ashdod, Ofakim, Sderot e outras comunidades que ficam próximas à fronteira com Gaza. 5 israelenses se feriram ao procurarem refúgio. A rede elétrica do Kibbutz Eshkol foi atingida.
Em resposta, Israel efetuou 46 incursões aéreas em Gaza matando 20 terroristas do Hamas. Algumas horas atrás, o Hamas declarou estado de emergência na Faixa e pediu um cessar-fogo apesar de seus mandados não pararem de atirar. Mahmoud Abbas é claro, condenou duramente Israel pelos ataques, chamando-os de “massacres”. A sua mídia continua a laudar assassinos e a jurar a destruição do estado judeu. Organizações de Direitos Humanos emitiram relatórios escandalosos sobre a situação na Judéia e Samária com a oposição sendo presa, torturada, jornalistas e ativistas desaparecidos e assim por diante. Em Gaza então, nem se fala. Seguindo o exemplo de Kadafi, Ismail Hanyah decidiu cair pesado sobre qualquer menção de protesto.
Mas apesar de tudo isto, a mensagem do Fundo Monetário Internacional nesta semana que passou é que os palestinos estão prontos para terem um estado! É o que está escrito num relatório sobre a economia da Cisjordânia e Gaza que será apresentado na semana que vem em Bruxelas.
Pela primeira vez, o Fundo Monetário diz que considera a “Autoridade Palestina apta a conduzir políticas econômicas sadias num futuro estado palestino, dada sua história de reformas sólidas e de instituições nas áreas de finanças públicas e privadas”.
Assim, o Fundo Monetário chegou à mesma conclusão do Banco Mundial que emitiu seu relatório no final do ano passado, dando uma credibilidade ostensiva à campanha da Autoridade Palestina de reconhecimento do estado “Palestina” nas linhas de armistício de 1967, sem o acordo de Israel. Do ponto de vista de Salam Fayad, o primeiro ministro palestino, um economista que trabalhou no Fundo Monetário Internacional, isto é um feito importante.
Mas além do preparo financeiro e econômico que pode ou não ser verdadeiro -pois a Autoridade Palestina conta com bilhões de dólares por ano em ajuda econômica do exterior - estão os palestinos mesmo prontos para um estado? Se a Palestina fosse estabelecida amanhã na Judéia e Samária, que lugar seria?
Vimos alguns indicadores esta semana. Primeiro, o assassinato de Juliano Mer-Khamis, filho de um palestino cristão exilado no Líbano depois da Guerra de 1948 e de mãe judia que teve a família morta no campo de concentração de Buchenvald. Ele havia fundado um teatro em Jenin em 2006 e foi morto por aqueles que se opoem à liberdade artística e ideais democráticos entre os palestinos.
Juliano Mer-Khamis não era nenhum patriota israelense. Mas ele foi morto por ser um homem livre e por encorajar seus irmãos palestinos a se comportarem igual.
Hoje o medo governa as ruas da chamada “Palestina” – não só nas ruas de Gaza do Hamas, mas do louvado Mahmoud Abbas na Judéia e Samária. Esta liderança supostamente moderada da Fatah, está atrás de conseguir um governo de unidade com o Hamas e se ele for alcançado, o resultado com certeza não chegará perto de ser “moderado”.
De acordo com o relatório da organização de direitos humanos Human Rights Watch, também emitido esta semana, a Autoridade Palestina é culpada de uma tremenda supressão da liberdade de imprensa. Jornalistas que trabalham na Judéia e Samária são detidos pela polícia palestina sem justa causa. São agredidos e intimidados. Em um caso, a organização detalhou como um fotógrafo foi preso e mantido em custódia por 24 dias e depois forçado a assinar uma confissão que o incriminava de atividades contra o governo. Um outro jornalista, Khalid Amayreh, disse que foi forçado a dormir num banheiro várias noites, como parte de sua punição por criticar o governo de Mahmoud Abbas na supressão de protestos anti-governo.
O relatório do Human Rights Watch e o assassinato de Mer-Khamis são só dois exemplos do extremismo e da repressão oficial que está acontecendo em uma parte da “Palestina” que deveria ser “moderada”. Os ataques de Gaza são agressões sem provocação da outra parte da “Palestina”.
Uma das lições centrais a ser aprendida da onda de protestos que está cobrindo o Oriente Médio, é que milhões de árabes que viveram todas as suas vidas baixo a regimes repressivos e reacionários, de repente quiseram uma vida melhor para suas familias e uma voz em seu destino. Eles hoje querem as liberdades e liberalidades que existem no ocidente e em Israel. Os levantes no Egito, Tunisia, Líbia e outros lugares, demonstraram também como líderes da Europa e Estados Unidos foram implicados na perpetuação dos regimes de repressão ao apoiarem líderes como Hosni Mubarak, Zine El Abidine Ben Ali e Muamar Kadafi.
A comunidade internacional não pode moralmente impor a criação de um estado palestino antes que as preocupações de segurança de Israel sejam resolvidas, especialmente face a ataques como o de quinta-feira contra o ônibus escolar. Além disso, a comunidade internacional não pode apoiar a criação de um estado palestino antes que as instituições existentes não só suportem uma economia, mas também assegurem a liberdade de imprensa, um sistema judiciário justo e um mínimo de direitos humanos.
Fazer de outro modo será endossar o estabelecimento de mais um regime opressivo e ditatorial na região. Criar tal estado seria uma injustiça com o povo palestino e um perigo enorme para Israel.
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