Nesta última quarta-feira as regras do jogo mudaram. O Irã endureceu sua política nuclear e militar em desafio às novas sanções.
O General Mohammed Hejazi ameaçou um ataque preventivo contra os inimigos do Irã, quer dizer Israel, no mesmo dia em que o governo recusou a inspeção da usina nuclear em Parchin pela Agência Internacional de Energia Atômica. É em Parchin que experimentos em explosivos nucleares e gatilhos são conduzidos.
Agentes da inteligência ocidental concluiram que a transferência do urânio enriquecido a 20% para a usina subterrânea de Fordo perto de Qom reduziu para apenas 6 semanas o tempo que o Irã precisa para enriquecer urânio a 90%, necessário para uma bomba atômica.
Esta postura põe seriamente em cheque a política do presidente Barack Obama de negociações e diplomacia para solucionar o problema nuclear iraniano e evitar um confronto militar.
O problema é que esta política depende unicamente da boa vontade do Irã em abrir suas portas aos inspetores e ter um programa nuclear transparente. Isto foi exatamente o que o Conselheiro de Segurança Nacional americano Tom Donillon tentou assegurar aos israelenses no começo da semana. No dia seguinte à reunião de Donillon em Israel, os inspetores foram chutados do Irã de mãos vazias, enterrando qualquer esperança de transparência.
Israel não pode correr o risco de um Irã capaz de montar uma bomba atômica no espaço de algumas semanas. Foi isso que o primeiro ministro israelense Binyamin Netanyahu, o Ministro da Defesa Ehud Barak e o Chefe do Estado Maior General Benny Gantz tentaram explicar ao americano.
O Irã não irá esperar por seus inimigos, seja Israel ou os Estados Unidos. Ele irá atacar primeiro. Mas o porta-voz americano Jay Carney disse na terça-feira que ainda há tempo e espaço para mais diplomacia e para que as sanções tenham efeito para mudar o comportamento do Irã.
Do ponto de vista de Israel o comportamento do Irã já mudou e para pior. As táticas dos últimos dias do Irã exacerbaram a ameaça que paira em Israel e a trouxe para muito mais perto. A posição militar e estratégica de Israel no Oriente Médio ficou duplamente afetada com a derrota da missão da Agência Atômica e esta ameaça de ataque preventivo vindo de Teherã.
E isso não ocorreu no vácuo. Os eventos na Síria certamente contribuiram para esta atitude de Teherã. O governo Alawita de Bashar Assad, aliado do Irã por serem também muçulmanos shiitas está prestes a desmoronar. Na semana retrasada o Irã mandou dois navios de guerra para a Síria não se sabe bem se para entregar armas e suprimentos ou para retirar armamento do país.
O mundo, mas especialmente os Estados Unidos, deveriam ter tido uma posição muito mais dura em relação ao Irã há muitos anos atrás. Sanções demoram anos para fazerem diferença. Depois dos ataques de 11 de setembro de 2001, o presidente Bush decidiu declarar a guerra ao que ele chamou de Terrorismo Global. Mas contra o Irã, o maior patrocinador do terrorismo nada.
O presidente Obama diz que está travando uma guerra contra a Al-Qaeda e seus afiliados. E no entanto, a Al-Qaeda e o Irã são afiliados e os americanos sabem disso.
Na semana passada, James Clapper, diretor da Inteligência Nacional descreveu a relação como um antigo casamento quando testemunhou perante o Comitê das Forças Armadas do Senado. Também na semana passada o Departamento do Tesouro americano designou o Ministro da Inteligência e Segurança do Irã (MOIS) como patrocinador do terrorismo e entre os grupos mencionados está a Al-Qaeda. O ministério estaria facilitando o movimento de agentes da al-Qaeda no Irã, fornecendo documentos, cartões de identificação e passaportes além de dinheiro e armas para terroristas da Al-Qaeda no Iraque.
Michael Ledeen e Thomas Joscelyn da Fundação para a Defesa das Democracias têm pesquisado esta relação entre o Irã e a Al-Qaeda há anos. Há uma concepção muito errada que prega que o Irã shiita não poderia ser aliado da Al-Qaeda sunita. Mas está provado o envolvimento do Irã no ataque às Torres de Khobar em 1996 na Arábia Saudita e nos ataques às embaixadas americanas em Nairobi e Dar es Salaam em 1998. Isto sem falar das evidências do envolvimento do Irã nos ataques de 11 de setembro de 2001.
No ano passado um tribunal em Washington julgou que o Irã estaria treinando terroristas da Al-Qaeda nos campos da Hezbollah no sul do Líbano.
Em vista disto tudo, por que há tão pouca discussão sobre o relacionamento entre a Al-Qaeda e o Irã? Duas razões: (1) é que acadêmicos, jornalistas e analistas que negaram esta relação no passado, não querem hoje admitir que estavam errados e (2) o conhecimento responsabiliza: se o Irã está casado com a Al-Qaeda e se o Irã está a poucos passos de adquirir uma arma nuclear, então fortes medidas devem ser tomadas contra esta ameaça.
Esta é uma mensagem que o governo americano de hoje não quer ouvir e com certeza não quer transmitir ao povo americano. É só ver a atitude do presidente Obama esta semana se dobrando em dois para se desculpar pela destruição de livros do al-Corão no Afganistão.
Vazou a informação de que estes livros, que estavam sendo usados por prisioneiros para transmitirem informações de segurança e inteligência dentro das bases americanas, teriam sido confiscados e eventualmente queimados. Desde terça-feira a violência não cessa e já há 30 mortos incluindo dois oficiais americanos que foram executados sumariamente dentro do Ministério do Interior com tiros na nuca numa área reservada para altos oficiais do exército americano e afgão. O Talibã reivindicou os assassinatos em retaliação pela destruição dos Korãos.
Agora, sinceramente. Esta religião que se diz tolerante e diz reconhecer a Bíblia como um livro santo, sabem o que fazem com as Biblias confiscadas dos turistas na Arábia Saudita? Elas são picadas e jogadas no lixo.
Agora, por causa de uns exemplares do Corão que para estes muçulmanos é tão santo que pode ser rabiscado para passar informações, o governo americano não pára de pedir desculpas mas não há uma só oferta de desculpas do governo afgão pela vida dos americanos inocentes executados por estes neandertais.
É com este tipo de mentalidade e atitude que temos que lidar. Não pensem que os iranianos sejam diferentes. Já disse aqui e vou repetir: o islamismo divide o mundo em dois: o mundo islâmico e o mundo que está em guerra com ele. A tolerância que eles professam ter com outras religiões não é uma tolerância de igual para igual mas uma tolerância de um amo para com seu escravo.
Se a história moderna nos ensinou qualquer coisa é que nenhuma ameaça à existência do povo judeu deve ser ignorada. Gerações futuras nos julgarão pelo que fizermos e pelo que deixarmos de fazer hoje. Se não agirmos urgentemente contra esta ameaça islâmica e do Irã à existência de Israel e do povo judeu, ficaremos para sempre no banco dos réus.
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