Nesta
semana que passou a controvérsia nos jornais americanos não foi tanto sobre o
que fazer com a contínua chacina na Síria mas com aparentes lapsos do candidato
republicano à presidência americana Mitt Romney. De acordo com a mídia
pró-Obama, em sua visita a Israel, Romney teria cometido uma terrível gaffe que
insultou os palestinos.
Tudo
começou quando Romney disse numa reunião que “quem vem aqui vê uma renda per
capita de $21 mil dólares e compara com a renda per capita nos territórios
palestinos de $10 mil percebe a diferença de vitalidade econômica”. E continuou
dizendo “que na história econômica do mundo, a cultura faz a diferença”.
Líderes
palestinos protestaram, dizendo que Romney era um racista totalmente divorciado
da realidade do Oriente Médio. Na verdade, esta reação mostrou que são os
palestinos que têm líderes que não só não estão conectados com a realidade do
Oriente Médio mas estão totalmente divorciados da história da humanidade.
Será que
a referência à cultura faz de Romney um racista? e porque Israel está tão à
frente dos palestinos econômica e tecnologicamente?
Racismo é
a crença que alguns povos são inerente e biologicamente inferiores a outros.
Consequentemente, nada que eles possam fazer poderá evitar ou mudar seu estado
de atraso.
Isto não
tem nada a ver com cultura que é algo que pode ser mudado. Países como a China,
Japão, India e o Brasil se desenvolveram de modo dramático nos últimos 50 anos
mantendo sua cultura. Filhos e netos de escravos trazidos da África hoje estão
em todas as áreas acadêmicas e de poder nas Américas.
É ser
racista admitir que algumas sociedades em algum momento da história estiveram
adiante de outras? A verdade é que os palestinos estão muito mais atrás dos
israelenses do que Romney pensa. A renda per capita de Israel é em torno de $31
mil e a dos palestinos é só $1.500.
Quando os
árabes ocuparam o sul da Espanha, eles desenvolveram a matemática, astronomia,
navegação, medicina e outras ciências. Se hoje eles decidissem abandonar o
jihad, o martírio e o sonho de dominação do mundo e colocassem como prioridade
a educação, a liberdade e o trabalho, eles poderiam ser tão prósperos e
avançados quanto Israel, os Estados Unidos ou qualquer outro país.
Num sermão em 2005, o clérico Yousuf
Al-Qaradhawi disse enfáticamente que os árabes precisavam trabalhar e serem
produtivos e não só gastar o dinheiro do petróleo em futilidades.
Infelizmente,
as sociedades árabes estão se mudando para o pior. Para estar do lado certo da
história é preciso tomar a direção correta.
O negociador
palestino Saeb Erekat que denunciou Romney como racista, disse que os
palestinos tinham cultura. Então vejamos. Recentemente, numa performance cultural da Autoridade
Palestina, que contou com a presença do seu Ministro da Cultura, o tema das
canções e poesias era como ensinar os filhos a empunharem uma arma – não computadores.
O Hamas tem colônias de férias
aonde milhares de crianças são treinadas para serem homens-bomba e terroristas.
Ao se voltarem
para o radicalismo islâmico, impondo a sharia como lei, os árabes estão indo
para trás. E infelizmente, os poucos progressistas, que começaram a revolução
no mundo árabe, irão perder a batalha final. Isto só vai assegurar o aumento da
lacuna.
O
problema é que se os árabes negam que há um problema, eles não vão resolve-lo. Quando
Romney falou de “cultura” ele não estava se referindo à música ou literatura.
Ele estava falando de liberdade de expressão, livre iniciativa e leis justas, ingredientes
necessários para qualquer sociedade ter sucesso em nossos dias.
Um jeito
de explicar esta falta de progresso econômico é o que os palestinos querem
vender: que eles estariam muito à frente se não fosse a ocupação de Israel. Em
outras palavras, eles são “vítimas”. Eles dizem que na Judéia e Samária os palestinos
têm um autogoverno limitado. Israel controla as travessias para dentro e fora
do território. E apesar de ter saído de Gaza, Israel continua a controlar as
fronteiras da Faixa e portanto não permite o seu desenvolvimento.
Esse
argumento é no mínimo uma asneira. A verdade é que em termos econômicos, durante
a “ocupação”, tanto Gaza quanto a Judéia e Samária tiveram o melhor desempenho
econômico de todos os países árabes ao redor exceto durante os anos de
violência iniciada pelos palestinos. Aliás, nunca houveram controles de
fronteira até o começo dos ataques e homens bomba.
Como pode
ser o Hamas uma vítima se é o causador de todos os problemas com o lançamento
contínuo de mísseis, morteiros e ataques
a Israel?
A escolha da violência no lugar da negociação foi o que causou
dano à economia palestina. Longe de serem vítimas, os palestinos foram mimados
pela comunidade internacional recebendo bilhões de dólares em ajuda que
desperdiçaram em corrupção e roubo. Eles recusam dar moradia decentes aos seus
próprios cidadãos e os mantêm em campos de refugiados para continuarem a
receber a esmola das Nações Unidas.
OK. E aí
temos a Tunisia, o Egito, a Jordânia, o Líbano e a Síria. Nenhum deles foi
jamais ocupado por Israel. Por que continuam na miséria? Chorar eternamente, se
dizer vítima e esperar pela caridade do mundo não vai ajudar nenhum deles a
alcançarem o sucesso. Países do Terceiro Mundo que aprenderam estas lições hoje
têm economias fortes e voz nas decisões globais.
A
conclusão é que o problema aqui não é Israel, ou o capitalismo ou um grupo
racial querendo oprimir outro. É falta de governo e de democracia. É também um
excesso de demagogia de líderes e zelo religioso de cléricos arrastando seus
cidadãos para longe do progresso e prosperidade.
E esta
situação é alimentada pela mídia ocidental. Nenhum destes iluminados jornalistas,
a começar pelos da Associated Press, na sua ânsia de criticar Romney, notou o
crescimento da economia palestina durante a “ocupação” comparado com os
países árabes vizinhos não produtores de petróleo, ou a violência palestina
como causa dos bloqueios nas estradas, ou a incontrolável corrupção da
Autoridade Palestina, os bilhões de dólares doados pela comunidade
internacional ou os milhões em impostos sobre o trabalho dos palestinos que trabalham
em Israel que vão para o bolso da Autoridade. Nada! Nenhuma menção.
Esta é a vergonhosa “cobertura”
dos fatos pelos “respeitáveis” membros da imprensa. Os mesmos que há dois meses
atrás diziam que a economia palestina estava ótima e pronta para um Estado! Vai
saber...
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