Monday, October 22, 2012

A Ideologia Danificadora de Obama - 21/10/2012


O fiasco político, consequência do fiasco operacional e de inteligência do ataque terrorista ao consulado dos Estados Unidos em Benghazi no 11 de setembro, é derivado de um único problema: a recusa do presidente Obama e de sua administração  de abandonarem a ideologia incongruente que professam e admitirem que não entendem o Oriente Médio.

A onda revolucionária islâmica que assolou os países árabes neste último ano e meio rachou as fundações do sistema de alianças dos Estados Unidos na região. Mas por causa desta ideologia anti-americana e anti-israelense, Obama se recusa a ver a realidade.

Obama sabe que a maioria dos americanos não concorda com ele e por isso, tem feito de tudo para desacreditar, deslegitimar e silenciar seus oponentes. E para tanto, como já disse no passado, ele mandou “limpar” do vocabulário do governo federal americano todos os termos necessários para entender a realidade.

Termos como “jihad”, “islamista”, “islamismo radical”, “terrorismo islâmico” e outras frases similares foram banidos. O estudo da doutrina islâmica por oficiais do governo foi proibido. A última vítima desta política foi um instrutor do Colégio Militar da Virginia que ensinava a matéria “Perspectivas do Islão e o Radicalismo Islâmico”. Ele foi demitido porque descrevia o Islamismo de modo negativo.

A recusa desta administração americana em aceitar o fato de que os regimes islâmicos que hoje governam os países da região ameaçam os interesses americanos não é seu único erro de concepção. Outro erro, ainda mais preocupante é a insistência em dizer que a raiz do problema na região é a falta de tratados de paz entre Israel e seus vizinhos, incluindo os palestinos, e que o único meio de pacificar as forças radicais da região é pressionar Israel a fazer mais concessões em terra e legitimidade.

A retórica não muda apesar dos conceitos de "processos" e "tratados" de paz terem completamente desabado durante esta presidência. Israel assinou quatro tratados de paz com seus vizinhos árabes: com o Egito, a Jordânia, a OLP e o Líbano. Todos estes tratados falharam ou perderam seu sentido com eventos subsequentes.

O tratado de paz com o Egito de 1979 hoje não quer dizer mais nada apesar da Irmandade Muçulmana não te-lo ainda denunciado. O tratado é insignificante pois a Irmandade e o presidente Mohamed Morsi rejeitam o direito de Israel de existir. Essa rejeição não é uma posição política mas uma posição religiosa. Morsi e seu regime vêem os judeus como inimigos de Allah que merecem ser aniquilados.

Morsi tem vários pronunciamentos provando este fato. Em novembro de 2004 ele disse que o “Corão estabeleceu que os judeus estão no mais alto grau de inimizade dos muçulmanos” e “não pode haver paz com os descendentes de macacos e porcos”. Em 2009, Morsi disse que os israelenses são “dráculas esfomeados por mais matança e derramamento de sangue, usando todo o tipo de armas modernas fornecidas pelos americanos”. Ele ainda os acusou de “plantar as sementes de ódio entre os seres humanos”.

Com posições como estas, Morsi não precisa fazer nenhuma declaração formal que o tratado de paz esteja morto. Esse mesmo tratado pelo qual Israel rendeu a totalidade da península do Sinai desmantelando dezenas de vilas judaicas, abandonando negócios, hotéis e poços de petróleo e sua habilidade de deter e bloquear ataques do sul.

Em 1983 Israel assinou a paz com o Líbano. Este tratado foi pelos ares assim que o regime que o assinou foi deposto por radicais islâmicos e a Síria.

E aí tivemos o tratado de Oslo com a OLP em 1993. O resultado deste tratado foram ondas de violência palestinas nas quais mais israelenses morreram do que em todas as guerras com os vizinhos juntas.

Para os palestinos este acordo morreu ao nascer mas Obama e sua administração continuam a cobrar de Israel o cumprimento de suas obrigações. Oslo está morto porque foi uma fraude negociada pelos palestinos em má-fé desde o princípio. Morreu porque o Hamas tomou Gaza e se houvesse eleições hoje tomaria também a Judéia e Samária. Morreu porque Abbas e o povo palestino não aceitam a coexistência pacífica com Israel. Mas acima de tudo, o tratado morreu porque o movimento nacional palestino é predicado não no estabelecimento de um estado palestino mas na destruição de Israel.

Abbas deixou isso claro esta semana em sua página no Facebook. Lá ele disse que todo o território pré-1967 também é ocupado por Israel ilegalmente”. Com parceiros como estes Israel não precisa de inimigos.

E finalmente temos a Jordânia. Como disse a comentarista Caroline Glick, esta é uma estória que ninguém quer discutir para não destruir os mitos criados sobre as relações entre Israel e os árabes. 

O reinado Hashemita da Jordânia é composto de 3 grupos básicos: os palestinos que constituem a maioria da população, os beduinos e os hashemitas – colocados como governantes pelos ingleses.

Os beduínos até a última década não eram particularmente religiosos. Em Israel, eles servem o exército em grandes números. Os beduínos no Sinai foram contra o acordo de paz e o retorno do controle da península ao Egito. Na Jordânia os beduínos nunca se opuseram à aliança estratégica da monarquia com Israel.

Mas tudo isso mudou nos últimos dez anos durante os quais os beduínos sofreram um drástico processo de radicalização islâmica. Hoje os beduínos no Sinai estão por trás da violência jihadista, e na Jordânia eles são mais contra a coexistência pacífica com Israel que os palestinos.

O pequeno grupo dos governantes Hashemitas está cada vez mais estressado pelos eventos regionais e internos. A tomada do poder pela Irmandade Muçulmana no Egito fortaleceu a Irmandade na Jordânia. Com a saída do exército americano e a tomada do Iraque pelos shiitas, a Jordânia é um alvo atraente para os jihadistas do outro lado da fronteira. A guerra civil na Síria e a massa de refugiados entrando na Jordânia complica ainda mais a situação.

A conclusão é que o valor estratégico do tratado de paz com a Jordânia foi destruído. Mesmo se o rei Abdullah quisesse ver Israel como um protetor, como o fez seu pai em 1970 quando lutou contra os palestinos, ele não pode. Em 1970 Yasser Arafat e a OLP não tinham muita simpatia na região e nenhum país árabe interferiu. Hoje nenhum país árabe irá apoiar Abdullah em sua luta contra os fundamentalistas.

E ao que parece, a monarquia jordaniana está por um triz. Foi reportado esta semana que os Estados Unidos estariam enviando conselheiros e representantes militares supostamente para ajudar Abdullah com o gerenciamento dos refugiados sírios mas possivelmente também para evacuar americanos caso o regime caia.

Com toda esta instabilidade e incerteza, os Estados Unidos têm muito poucas opções estratégicas. Mas eles sabem que podem contar com seu único aliado verdadeiro: Israel. E a única coisa certa é fazer de tudo para fortalecer este aliado.

Infelizmente, para isso acontecer, esta administração americana precisa descartar os conceitos e ideologias falsas que continuam a professar sobre o Oriente Médio. Mas como vimos pelas respostas ao ataque de Benghazi e seus contínuos ataques a Israel não há chance que isso aconteça enquanto Obama continuar na Casa Branca.



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