Foi outra ação militar sensacional de Israel nesta semana que
eliminou o líder do braço armado do Hamas, Ahmad Al-Jabari. Jabari estava na
lista dos “mais procurados” de Israel há anos. Foi ele quem orquestrou o
sequestro de Gilad Shalit, quem organizou as milícias terroristas com o apoio
do Irã e quem durante anos, instruiu os ataques a Israel da Faixa de Gaza,
incluindo o incessante lançamento de mísseis ao sul do país.
Não há dúvida que a eliminação
cirúrgica de Jabari, seriamente aleijou a capacidade militar do Hamas. Também
restituiu a Israel a aura de superioridade militar que sua maior arma para coibir
as ações terroristas. Não é por nada que o líder da Hezbollah Hassan Nasrallah se
tenha escondido em subterrâneos ainda mais profundos desde o começo deste
confronto.
De acordo com o exército de
Israel esta operação teve dois objetivos: proteger sua população civil e
comprometer a infraestrutura terrorista em Gaza. Até ontem à noite mais de 500
foguetes, mísseis e morteiros foram lançados da Faixa. Outros 245 foram
destruidos pelo sistema Domo de Ferro. Israel por seu lado alvejou 900 pontos
de lançamento de misseis, armazenagem e prédios do governo do Hamas.
Com tanta troca de fogo, é um
milagre que apenas três pessoas tenham morrido do lado de Israel. Do lado palestino
houve 46 casualidades, a grande maioria militantes. E este crédito é devido a
Israel que tem feito de tudo para evitar ferir a população civil de Gaza. Cabe
lembrar que contrariamente, os palestinos procuram precisamente atingir a
população civil de israelense.
O sul de Israel tem sido alvo dos
mísseis de Gaza há 12 anos. Mas foi só depois de 2005 com a expulsão dos judeus
da Faixa por Ariel Sharon que a situação deteriorou a níveis insuportáveis.
Crianças que nasceram desde 2001 cresceram
em meio a constantes sirenes, com apenas 90 segundos para encontrarem um
abrigo. Só este ano o Hamas lançou milhares de mísseis e escolheu ignorar os
avisos de Israel para parar. Durante este tempo foram as organizações
terroristas que ditaram a rotina de um milhão de civis israelenses e o destino
de seus filhos.
Mas nesta semana, a idéia que o
Hamas mantinha um regime coeso entrou em colapso quando as organizações
terroristas começaram a enviar mais e mais foguetes e mísseis usando o slogan “baada,
baada Tel Aviv” – além, além de Tel Aviv.
Obvio que os países árabes
instantaneamente pararam tudo o que estavam fazendo e emitiram condenações a
Israel – como se o ataque a Gaza tivesse ocorrido sem provocação. O fato que
150 civis foram mortos ontem, em um só dia na Síria, passou em branco por eles.
O presidente egípcio, de modo muito inconfortável, condenou as ações de Israel
e enviou seu primeiro-ministro Hesham Kandil para a Faixa.
Morsi tem um problema: de um lado
ele tem que apaziguar os palestinos e de outro, manter os Estados Unidos feliz
para não perder os $2 bilhões de dólares que recebe em ajuda anual.
Morsi sabe que não pode impedir
Israel de se defender e Obama deixou isso claro ao presidente egípcio. Mas o
que podemos esperar desta operação? Não é realista dizer que os mísseis ou as
tentativas de ataques terroristas vindos de Gaza irão cessar.
Mas Israel recebeu uma luz verde
curta da comunidade internacional para causar um dano sério à infraestrutura
terrorista palestina em Gaza e Israel tem que faze-lo o mais rápido possível. Ministros
estrangeiros já decidiram ir para a região e o resultado é conhecido: Israel
será pressionada a abandonar sua ofensiva. O ministro do exterior da França
chega hoje e Ban-Ki-Moon virá durante esta semana para discutir um cessar-fogo.
Ontem à noite Morsi anunciou que
um cessar-fogo estaria iminente mas não ocorreu. Houveram manifestações contra
Israel no Cairo e em Alexandria. O acordo de paz entre os dois países passa por
momentos difíceis.
Obama, após quatro anos de derrotas
diplomáticas na região deve ter concluído que não vale a pena empregar esforços
numa paz elusiva entre israelenses e palestinos mas resolveu tomar o caminho
seguro de tentar preservar o acordo de paz entre Israel e o Egito.
A conclusão é que Israel tem que
sair deste round vitoriosa mas cuidando para não humilhar muito o presidente Morsi
no processo.
O Hamas e outros grupos
terroristas em Gaza vêem a confrontação com Israel como uma agressão a longo
prazo. Seus líderes ouvem os líderes israelenses dizerem “que não há solução militar para o problema”
e isso os incentiva a continuar.
O Hamas só acredita em solução militar
e estão certos. Seus líderes esperam que com o fogo contínuo eles conseguirão
expulsar os israelenses da região. Mesmo uma hudna – um cessar-fogo – de acordo
com eles inclui violência periódica de foguetes ou atentados. A paz não é nem
mesmo uma possibilidade do movimento islâmico que vê o reconhecimento do estado
judeu como heresia.
A Operação Pilar de Nuvens, foi
dada em lembrança à coluna de nuvens que guiou os hebreus no deserto na saída
do Egito. Hoje o pilar os guia no combate ao terror. A transferência da
iniciativa de ataque para Israel é um golpe ao Hamas, seus líderes e sua infraestrutura.
É o melhor modo de convencer os palestinos que o preço do terrorismo é alto
demais.
O Hamas e outros grupos terroristas sabem que
a caça a pessoas como Jabari não cessará. A mídia árabe tem reportado que a
maioria da população da Faixa de Gaza está histérica. A questão é se estas
vozes irão chegar e sensibilizar os ouvidos do Hamas.
Jabari sempre disse que
queria morrer um mártir. Israel fez sua vontade. O Hamas deveria estar feliz.
No comments:
Post a Comment