Sunday, November 18, 2012

Israel Sob Fogo - 18/11/2012


Foi outra ação militar sensacional de Israel nesta semana que eliminou o líder do braço armado do Hamas, Ahmad Al-Jabari. Jabari estava na lista dos “mais procurados” de Israel há anos. Foi ele quem orquestrou o sequestro de Gilad Shalit, quem organizou as milícias terroristas com o apoio do Irã e quem durante anos, instruiu os ataques a Israel da Faixa de Gaza, incluindo o incessante lançamento de mísseis ao sul do país.

Não há dúvida que a eliminação cirúrgica de Jabari, seriamente aleijou a capacidade militar do Hamas. Também restituiu a Israel a aura de superioridade militar que sua maior arma para coibir as ações terroristas. Não é por nada que o líder da Hezbollah Hassan Nasrallah se tenha escondido em subterrâneos ainda mais profundos desde o começo deste confronto.

De acordo com o exército de Israel esta operação teve dois objetivos: proteger sua população civil e comprometer a infraestrutura terrorista em Gaza. Até ontem à noite mais de 500 foguetes, mísseis e morteiros foram lançados da Faixa. Outros 245 foram destruidos pelo sistema Domo de Ferro. Israel por seu lado alvejou 900 pontos de lançamento de misseis, armazenagem e prédios do governo do Hamas.

Com tanta troca de fogo, é um milagre que apenas três pessoas tenham morrido do lado de Israel. Do lado palestino houve 46 casualidades, a grande maioria militantes. E este crédito é devido a Israel que tem feito de tudo para evitar ferir a população civil de Gaza. Cabe lembrar que contrariamente, os palestinos procuram precisamente atingir a população civil de israelense.

O sul de Israel tem sido alvo dos mísseis de Gaza há 12 anos. Mas foi só depois de 2005 com a expulsão dos judeus da Faixa por Ariel Sharon que a situação deteriorou a níveis insuportáveis.

Crianças que nasceram desde 2001 cresceram em meio a constantes sirenes, com apenas 90 segundos para encontrarem um abrigo. Só este ano o Hamas lançou milhares de mísseis e escolheu ignorar os avisos de Israel para parar. Durante este tempo foram as organizações terroristas que ditaram a rotina de um milhão de civis israelenses e o destino de seus filhos.

Mas nesta semana, a idéia que o Hamas mantinha um regime coeso entrou em colapso quando as organizações terroristas começaram a enviar mais e mais foguetes e mísseis usando o slogan “baada, baada Tel Aviv” – além, além de Tel Aviv.

Obvio que os países árabes instantaneamente pararam tudo o que estavam fazendo e emitiram condenações a Israel – como se o ataque a Gaza tivesse ocorrido sem provocação. O fato que 150 civis foram mortos ontem, em um só dia na Síria, passou em branco por eles. O presidente egípcio, de modo muito inconfortável, condenou as ações de Israel e enviou seu primeiro-ministro Hesham Kandil para a Faixa.

Morsi tem um problema: de um lado ele tem que apaziguar os palestinos e de outro, manter os Estados Unidos feliz para não perder os $2 bilhões de dólares que recebe em ajuda anual.

Morsi sabe que não pode impedir Israel de se defender e Obama deixou isso claro ao presidente egípcio. Mas o que podemos esperar desta operação? Não é realista dizer que os mísseis ou as tentativas de ataques terroristas vindos de Gaza irão cessar.

Mas Israel recebeu uma luz verde curta da comunidade internacional para causar um dano sério à infraestrutura terrorista palestina em Gaza e Israel tem que faze-lo o mais rápido possível. Ministros estrangeiros já decidiram ir para a região e o resultado é conhecido: Israel será pressionada a abandonar sua ofensiva. O ministro do exterior da França chega hoje e Ban-Ki-Moon virá durante esta semana para discutir um cessar-fogo.

Ontem à noite Morsi anunciou que um cessar-fogo estaria iminente mas não ocorreu. Houveram manifestações contra Israel no Cairo e em Alexandria. O acordo de paz entre os dois países passa por momentos difíceis.

Obama, após quatro anos de derrotas diplomáticas na região deve ter concluído que não vale a pena empregar esforços numa paz elusiva entre israelenses e palestinos mas resolveu tomar o caminho seguro de tentar preservar o acordo de paz entre Israel e o Egito.

A conclusão é que Israel tem que sair deste round vitoriosa mas cuidando para não humilhar muito o presidente Morsi no processo.

O Hamas e outros grupos terroristas em Gaza vêem a confrontação com Israel como uma agressão a longo prazo. Seus líderes ouvem os líderes israelenses dizerem “que não há solução militar para o problema” e isso os incentiva a continuar.

O Hamas só acredita em solução militar e estão certos. Seus líderes esperam que com o fogo contínuo eles conseguirão expulsar os israelenses da região. Mesmo uma hudna – um cessar-fogo – de acordo com eles inclui violência periódica de foguetes ou atentados. A paz não é nem mesmo uma possibilidade do movimento islâmico que vê o reconhecimento do estado judeu como heresia.

A Operação Pilar de Nuvens, foi dada em lembrança à coluna de nuvens que guiou os hebreus no deserto na saída do Egito. Hoje o pilar os guia no combate ao terror. A transferência da iniciativa de ataque para Israel é um golpe ao Hamas, seus líderes e sua infraestrutura. É o melhor modo de convencer os palestinos que o preço do terrorismo é alto demais.

 O Hamas e outros grupos terroristas sabem que a caça a pessoas como Jabari não cessará. A mídia árabe tem reportado que a maioria da população da Faixa de Gaza está histérica. A questão é se estas vozes irão chegar e sensibilizar os ouvidos do Hamas. 

Jabari sempre disse que queria morrer um mártir. Israel fez sua vontade. O Hamas deveria estar feliz.

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