O que os debates, a situação econômica, o ataque terrorista na Líbia e
as mútuas acusações não conseguiram fazer, a mãe natureza conseguiu: suspender
as campanhas eleitorais de Obama e Romney por alguns dias. Neste momento, os
candidatos decidiram refocar seus esforços para ajudarem as vítimas do furacão
Sandy. Romney usou suas aparições para angariar fundos e Obama, não perdeu a
oportunidade de aparecer bem, “presidencial”, frente às câmeras de televisão.
Estamos há menos de dois dias das eleições que pode mudar para sempre o
destino da América e também o destino de Israel. Uma pesquisa esta semana
revelou que 85% dos Americanos que moram em Israel e que já votaram, preferiram
Mitt Romney. Obama só recebeu 14% dos votos. Isto mostra que quando se trata da
segurança de Israel ou evitar que o Irã adquira uma bomba nuclear estes
Americanos não confiam em Obama.
Isto apesar de Obama falar todas as coisas certas sempre que aparece
frente à um público judaico ou nos debates, como dizer que protegerá as costas
de Israel, e que nunca houve tanta cooperação entre os Estados Unidos e Israel
como agora, etc., etc. E mesmo assim, os americanos em Israel ainda querem ver
outro presidente na Casa Branca.
E isto está em grande contraste com as pesquisas de preferência entre os
judeus que moram nos Estados Unidos que tradicionalmente votam democrata.
Milton Himmelfarb, um sociólogo judeu americano uma vez disse que os
judeus americanos vivem como os ricos anglo-saxões mas votam com os latinos empobrecidos.
E isso é verdade.
Os judeus americanos são histórica e ideologicamente liberais. Muitos
empatizam com as idéias de medicina socializada, energia alternativa para
proteger o meio ambiente e uma distribuição de renda mais justa. Mas gostaria
de acreditar que o futuro do Estado judeu teria uma igual senão maior importância
para a escolha do próximo presidente.
E aí fica difícil entender como se pode reeleger alguém com um histórico tão negativo em relação a Israel. Colocando de lado todo este blá-blá-blá sobre um “aumento
em assistência e segurança” e “coordenação em relação ao Irã”, toda e qualquer
declaração de Obama nos últimos quatro anos foi emitida propositalmente para distanciar a Américde Israel.
Nenhum presidente americano jamais humilhou um primeiro ministro de
Israel como Obama fez com Netanyahu fazendo-o entrar pelas portas do fundo da
Casa Branca para um rápido cafezinho. Nenhum presidente americano chamou de
“ruído”, os protestos vindos de Israel sobre o maior problema existencial para
o povo judeu desde o Holocausto. Nenhum outro presidente americano declarou que
a linha de armistício de 1967 deveria ser a base para a criação de um estado
palestino sem qualquer coordenação com Israel. Nenhum outro presidente
americano exigiu que o governo de Israel proibisse a construção por judeus em
sua capital Jerusalém, em terrenos comprados por eles.
Mas o pior de tudo, é que, num segundo termo, não haverá qualquer rédea
para frear ou impedir que Obama faça um acordo com o Irã, reconhecendo sua
hegemonia na região do Golfo Pérsico e seu status como potência nuclear –
jogando Israel aos cães.
Basta ver o que Obama fez até agora: em Janeiro de 2009 quando foi
empossado, o Irã tinha suficiente urânio enriquecido para uma ogiva nuclear. De
acordo com a Agência Internacional de Energia Atômica, o Irã hoje tem o
suficiente para cinco ogivas. Isto não é um sucesso do governo Obama. Para
Israel, esta é a única medida que conta.
Talvez, como Obama, os judeus americanos não acreditem mais no
excepcionalismo americano – que faz com que pessoas do mundo inteiro queiram
viver aqui. Obama tem vergonha de projetar o poder dos Estados Unidos num
momento em que uma postura forte e confiante da América é necessária para
confrontar um Irã nuclear, o radicalismo islâmico, e a agressividade econômica
da Rússia e da China. Todos os quais Obama tenta incessantemente apaziguar.
A sensação de confusão, de falta de uma estratégia política é clara para
quem olha para o que Obama fez até agora e para o que ele diz pretender no Oriente Médio. Mesmo com todos os regimes árabes caindo e se radicalizando,
ele não tem a coragem de estender a mão para Israel.
Os israelenses continuam acreditando na grandeza da América. E Mitt
Romney realmente acredita na excepcionalidade da América. Ele acredita que os
Estados Unidos sejam uma força do bem no mundo e por isso são uma potência. Uma
liderança justa de Romney será um triunfo para a Casa Branca, Israel e
para a segurança do mundo.
Principalmente nos Estados críticos como a Florida, Ohio e Pennsilvannya os judeus precisam param e se perguntar porque sua
percepção de Obama é tão diferente da dos americanos que vivem em Israel.
Cada quatro anos ouvimos que a próxima eleição é a mais importante das
nossas vidas. Desta vez, parece ser verdade. E para os judeus americanos é
imperativo levar isso em conta quando se dirigirem para a cabine de votação nesta terça-feira.
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