As eleições americanas para presidente finalmente passaram
e o povo americano resolveu dar mais 4 anos a Barack Obama. Mas pela primeira
vez na história, um presidente é reeleito com menos votos que na primeira
eleição.
Este resultado provou novamente a ingenuidade do povo
americano.
A situação do país e especialmente aqui no nordeste
americano depois do furacão Sandy, está tão desesperadora que o povo sonha com
o País das Maravilhas prometido há quatro anos por Obama, mas segundo ele, ainda
não teve tempo de entregar. Inclusive os 70% dos judeus americanos que também
votaram nele.
Aqui não haverá País das Maravilhas. A Bolsa despencou
desde o anúncio do resultado das eleições. Os milhões que estão desempregados
não encontrarão trabalho com o iminente aumento de impostos. Nos primeiros dois
anos de sua administração Obama conseguiu passar as reformas domésticas que ele
queria porque detinha a maioria no Congresso. Depois disso, os republicanos
retomaram o legislativo e estas eleições não mudaram este cenário. Se Obama não
conseguir empurrar sua ideologia na América, ele irá se concentrar no que ele
pode fazer no exterior.
Agora que Obama foi reeleito e não precisa do dinheiro
ou do apoio dos judeus americanos, nos perguntamos o que acontecerá com as
relações com Israel. E o que acontecerá com sua agenda de aproximação com o
mundo islâmico, a criação de um estado palestino e a conclusão de um utópico
acordo de desarmamento nuclear com a Russia?
Há menos de uma semana da reeleição temos alguns
exemplos de falta de transparência desta administração que nos dão uma ideia de
como serão os próximos quatro anos.
Primeiro, o chefe da CIA, o condecorado general
Petraeus apresentou sua resignação aparentemente por ter cometido adultério.
Interessante que este fato só veio à tona após a reeleição de Obama. Ele será
obrigado a testemunhar perante o Congresso sobre Benghazi e a Casa Branca não
parece interessada no que ele tem a dizer. Hillary Clinton também anunciou que
não mais será a secretária de estado e não pode testemunhar porque está em
viajem na Austrália.
Três dias antes das eleições, os iranianos tentaram
abater um drone americano que voava em águas internacionais no Golfo Pérsico. A
Casa Branca conseguiu encobrir esta notícia até depois das eleições para não
constranger Obama.
E finalmente, há algumas semanas, o jornal The New
York Times havia noticiado que a administração estaria a beira de um acordo
com o Irã, fato que foi veementemente negado por Obama e a estória foi
esquecida.
Mas, vejam só: nesta semana ficamos sabendo que uma
conselheira sênior de Obama, uma tal de Valerie Jarrett teria encontrado conselheiros
iranianos em Bahrain em várias ocasiões. Nenhuma das notícias explicitou o que a
América estaria oferecendo para os iranianos abandonarem seu programa nuclear
ou permitirem um controle externo maior.
Apesar das sanções internacionais estarem causando
danos à sua economia, não há qualquer sinal de que Ahmadinejad ou Ali Khamenei
estejam mendigando um acordo.
A situação se resume no fato de que meses atrás
Netanyahu concordara em não agir militarmente contra o Irã até depois das eleições
americanas. Em contrapartida, os Estados Unidos teriam concordado em apoiar um
ataque de Israel contra as usinas do Irã se estivessem próximos de uma bomba
depois das eleições. Assim, para alguns, os encontros de Valerie Jarrett seriam
uma última tentativa da Casa Branca de conseguir uma resolução pacífica antes
de ter que lidar com uma ação militar israelense.
Para outros, menos generosos sobre as intenções de
Obama - como eu, acreditam que qualquer negociação com o Irã poderá levar a um
acordo às custas de Israel.
Qualquer concessão que a América conseguir do Irã virá
acompanhada de mais pressões para forçar Israel a um acordo para criar um
estado palestino. Isto significa forçar o Estado Judeu a inimagináveis e
perigosas concessões mesmo que Abbas não tenha mostrado que está pronto para um
acordo. Abbas sabe que no dia seguinte ele terá que abandonar reclamações
territoriais e o direito de retorno. Assim, depois de obter estas penosas concessões
de Israel, os palestinos inventarão uma desculpa para voltar atrás. O resultado
é que Israel estará mais enfraquecida.
Em sua biografia Obama descreve sua dificuldade em se
relacionar com pessoas da raça branca. Até a idade de 10 anos ele viveu na
Indonésia como muçulmano, tendo estudado em madrassas. Sem dúvida, o
anti-semitismo professado nestas escolas nesta idade impressionável, deve ter
deixado sua marca em Obama. Não é do nada que sua relação com Bibi Netanyahu é
péssima e que ele escolheu desafiar Mubarack e receber os representantes da
Irmandade Muçulmana na primeira fileira em sua visita ao Egito.
Com seu passado e relacionamentos com vários inimigos
declarados de Israel como Edward Said, Rashid Khalidi, Ali Abunimah, o reverendo
Jeremiah Write e Bill Ayers, o futuro de Israel pode tomar um rumo negro e
fundamentalmente mudar a afinidade histórica dos dois países.
Infelizmente, se isto ocorrer, muitos judeus
americanos não levantarão sua voz, já que demonstraram nestas eleições que
Israel não significa muito para eles.
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