Entre 44 mil e 56 mil são os mortos no conflito da Siria e todos os dias
esta conta sobe. Mas a União Européia não parece nada preocupada.
A Coreia do Norte que compartilha sua tecnologia com o Irã, lançou um
foguete em 3 etapas para testar sua capacidade balística intercontinental com a
desculpa esfarrapada de colocar um satélite desligado no espaço. Mas isso
também não parece causar qualquer mal-estar na União Européia.
O que continua a causar profunda consternação nesta organização de 27
países-membros, por mais de duas semanas, foi o anúncio que Israel aprovará a
construção de moradias em bairros judeus de Jerusalém, no norte e no sul da
cidade, além da faixa de deserto conhecida como E-1, unindo Maalê Adumim à
capital.
Esta área, tem um nome mais antigo: o deserto da Judéia. Judeus
construindo nas colinas da Judéia deve ser realmente um profundo insulto para a
União Européia, a recente ganhadora do Prêmio Nobel da Paz. Afinal, agora que
ela faz parte do nobre grupo junto com Yasser Arafat, ela precisa manter suas
prioridades em linha. Por isso, reuniu apressadamente seus membros para condenar
duramente Israel.
Como falei em programas passados, esta área do deserto tem 12 km². Só
para comparação, ela é menor que o aeroporto internacional de Guarulhos em SP de
14 km² e do Galeão no Rio que tem quase 18 km². Mas para os israelenses esta
pequena área tem mais do que um valor histórico. Tem um valor estratégico
importantíssimo. Além de fisicamente incorporar Maalê Adumim, uma cidade de mais
de 40 mil habitantes à capital, militarmente, o desenvolvimento desta área será
mais uma barreira de defesa.
Jerusalém é a capital de Israel que os palestinos também reclamam para o
mesmo fim. No entanto, em suas negociações de reconciliação, a Autoridade
Palestina tem que acomodar a ideologia do Hamas que prega a expulsão de todos
os judeus de Jerusalem e de Israel. Mas estas ameaças de limpeza étnica também não
incomodam a União Européia.
Jornais do mundo proclamaram nestas duas semanas que se Israel construir
na área E-1, a possibilidade de uma solução de dois estados será destruída. O
jornal The New York Times chegou a dizer que tal construção dividiria a
Cisjordânia em dois e separaria Ramallah e Belém de Jerusalém. 14 dias depois o
jornal publicou uma correção,
negando que qualquer destas afirmações fosse verdade.
As pessoas esquecem ou não querem lembrar que sempre foram os
israelenses que estiveram prontos a trocar terra por paz, incluindo terras
conquistadas em guerras em que foram atacados. Isso não acontece ao redor do
mundo e por uma boa razão: agressão só pode ser desencorajada se houver um
risco grande para o agressor. No caso de Israel, os países árabes a agridem,
ela ganha território e os árabes exigem o território de volta como se nada
tivesse acontecido.
Israel evacuou os judeus do Sinai e de Gaza e ofereceu aos palestinos 97%
da Judéia e Samária, retendo 3% absolutamente necessários para sua segurança.
Estes 3% seriam substituidos por outras terras de Israel própria que ela
transferiria para os palestinos. Em troca ela pediu paz e que os árabes
desistam desta ideologia que dita que somente os judeus não têm o direito de
auto-determinação, à independência ou ao direito de se auto-governarem em sua
terra ancestral.
E o que Israel recebeu em troca? Ataques terroristas, homens-bomba e
milhares de mísseis contra sua população civil. O líder do Hamas, Khaled
Mashaal em Gaza há 10 dias proclamou que o “jihad”, o “confronto armado”, irá
continuar até que cada polegada de Israel seja destruida, conquistada e
substituída por uma teocracia islâmica.
Ele disse que “já que a Palestina é nossa, é terra dos árabes e do
Islamismo, é impensável reconhecer que qualquer ocupação de judeus seja
legítima. Deixe-me enfatizar que nós temos um princípio fundamental: Nós não
reconhecemos Israel… a resistência palestina a esmagará e varrerá, de acordo
com a vontade de Alá”. Ele ainda disse que irá “libertar cada polegada de
Jerusalém, pedra por pedra”. E que “Israel não tem direito a Jerusalém”.
A União Européia chegou a cogitar se comentava sobre o discurso de
Mashaal. Mas foi somente através da pressão da República Checa e da Alemanha
que a organização emitiu uma repreensão às palavras do Hamas. Um só parágrafo
numa declaração de 3 páginas de duras críticas a Israel.
Mahmoud Abbas, exemplo-mor da “moderação” palestina não conseguiu nem
mesmo dizer que as declarações não ajudavam a situação. Ao contrário, seu
porta-voz descreveu o discurso de Mashaal como “muito positivo”. Assim para uma
reconciliação palestina, o Hamas não tem que suavizar sua retórica, mas a Fatah
tem que concordar com o extermínio de Israel. Em vez de uma solução de dois
estados, Abbas tem que adotar a “solução final”.
Neste final de semana, Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel,
fez uma maratona de entrevistas defendendo sua decisão de construir em
Jerusalém e na área E-1. Ele disse que sua decisão tinha só a ver com a quebra
dos acordos de Oslo pela Autoridade Palestina. Desde que foram assinados, os
palestinos não cumpriram absolutamente nenhuma de suas obrigações ao mesmo tempo
que exigem de Israel o cumprimento das suas. Ações unilaterais como o pedido à
ONU são explicitamente proibidas pelos acordos. Os palestinos têm que entender
que toda ação ainda tem uma reação apesar de continuarem a exigir a revogação da terceira lei
de Newton.
O colunista do The New York Times, Thomas Friedman, se disse
surpreso pela pouca influência que a União Européia tem sobre Israel. Ele
insiste que cabe a Israel - e só a Israel - usar de toda a sua criatividade para encontrar
um parceiro palestino para a paz.
Este parceiro, provavelmente não sobreviveria muito tempo, especialmente
com a crescente popularidade do Hamas e com a Irmandade Muçulmana solidificando
seu poder na Tunísia, Líbia, Egito e liderarem a oposição na Síria e Jordânia.
Como diz o ditado brasileiro, o que não tem remédio, remediado está.
Assim, a Israel só resta a tomar todas as medidas para fortalecer sua defesa,
mesmo se isto significa construir em áreas que os palestinos querem para si. E
Netanyahu parece ser o único líder com coragem não só para dize-lo mas para
faze-lo.
Finalmente, gostaria de expressar meu profundo desapontamento com o
governo do Brasil que, junto com a India e a Africa do Sul, não só exigiu a
suspensão das construções por judeus, mas a evacuação forçada de mais de 350
mil judeus residentes da Judéia e Samária de suas casas. Se isto não é
anti-semitismo, não sei o que é. Estranho isso vindo de Dilma que apoia a invasão de terras privadas pelo MST. Ela deveria primeiro resolver o problema das
favelas do Brasil em vez de opinar sobre quem pode ou não pode construir em Jerusalém. Nosso
Oswaldo Aranha, que presidiu a sessão da ONU que reconheceu o Estado de Israel,
deve ter se virado no túmulo. Uma vergonha para nós brasileiros.
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