Hoje as Nações Unidas comemoram o Dia Internacional de Lembrança do
Holocausto. E políticos em muitos países ditos “civilizados” decidiram
aproveitar a data para lançar seu veneno contra os judeus e Israel.
Na Grécia, o líder do partido de direita Crepúsculo Dourado - que ganhou 19
assentos no parlamento nas últimas eleições e que usa a saudação Heil Hitler - castigou
a visita do presidente do Comitê Judaico Americano ao país, dizendo que a culpa
pela crise financeira na Grécia era “daqueles que possuem a maioria da riqueza
internacional e que todo o mundo sabe a que raça eles pertencem. A raça que é o
mal absoluto para toda a humanidade”.
Para não ficar para trás, o membro do parlamento inglês David Ward disse
que os “judeus não aprenderam sua lição com o Holocausto” e que “apenas alguns
anos após serem libertados dos campos de concentração eles infligem atrocidades
diárias aos palestinos”.
Parece que quem não aprendeu com as próprias atrocidades foi a Europa. Há
apenas 68 anos em meio às cinzas de 6 milhões de judeus - entre os quais 1.5
milhão de crianças – os europeus decidiram fazer do antisemitismo chique uma
moda passé. Mas as modas voltam - como estamos vendo hoje. As vezes nos mesmos
trajes, às vezes travestido de anti-israelismo.
Além da repulsa direta a judeus e a Israel há aqueles que professam
amizade, ou boas-intenções para “ajudar” o estado judeu a alcançar a paz. Estes
são os mais perigosos pois seu fingimento tem o objetivo de minar a
estabilidade do estado judeu para seu ganho politico.
Vejamos a França. O Mali é um país remoto e seu problema com os radicais
islâmicos está muito longe de afetar o dia-a-dia dos franceses. No entanto, a
intervenção militar francesa nesta guerra pode ter um impacto muito grande
sobre Israel.
O fato da França estar bombardeando muçulmanos do outro lado do
Mediterrâneo, a expõe à vingança destes radicais. Mas se os franceses
continuarem a bater forte sobre Israel em favor dos palestinos, isto mostrará
que na verdade eles não têm nada contra os muçulmanos, apenas contra este grupo
radical que eles dizem ser um problema de segurança nacional para a França.
Não é de espantar que foi em meio à esta intervenção no Mali que o
presidente François Hollande advertiu que sua iniciativa para a retomada das
negociações entre Israel e os palestinos seria entregue logo após as últimas eleições
que reelegeram Netanyahu.
Hollande também avisou que se Israel (note não os palestinos) não fizer
nada com relação aos blocos de judeus na Judéia e Samária, ele iria impedir a
entrada destes judeus na Europa.
Netanyahu aproveitou para ligar para Hollande e congratulá-lo por sua
corajosa decisão de lutar contra extremistas islâmicos a milhares de quilómetros
da França lembrando que Israel os tinha a poucos metros de suas casas.
O problema é que depois que esta aventura no Mali terminar, Hollande se
verá forçado a atitudes mais duras contra Israel para apaziguar a população
islâmica do seu país. Em outras palavras, não vamos ficar surpresos se a França
tentar se redimir perante os muçulmanos, nas costas de Israel.
E aí temos Obama. Nesta semana, o New York Times descreveu a sua relação
com Netanyahu como “a de um casal preso num casamento sem amor”. Antes das
eleições Obama disse que “Israel não sabe o que é de seu próprio interesse” ao
que Netanyahu respondeu que “só os israelenses podem determinar quem representa
os interesses vitais de Israel”. E por causa desta “falta de amor” Obama irá
pressionar Israel, não os palestinos, a mais concessões como gestos de boa
vontade para trazer Abbas de volta à mesa de negociações.
E aí chegamos no ponto da utilidade ou da falta dela de todas estas
pressões e negociações.
Em setembro passado a Autoridade Palestina conseguiu um reconhecimento na
Assembléia Geral como “Estado” com o apoio entusiástico do Banco Mundial do
Fundo Monetário Internacional e um bando de nações felizes em recebe-los como “soberanos”.
Assim a Autoridade foi proclamada como entidade que funciona como estado.
Se “estado” pressupõe alguma medida de auto-suficiência financeira ela não
qualifica. A solvência da Autoridade Palestina depende somente dos impulsos de
caridade da comunidade internacional. Quando os doadores não pagam, o caos toma
conta. Os incontáveis funcionários públicos vão para as ruas, há violência e
protestos. O próprio primeiro-ministro Salam Fayyad admitiu no começo do ano
que a existência da Autoridade estava em extremo perigo, pois países árabes
deixaram de mandar os milhões de dólares prometidos.
Esta combinação de fragilidade e depedência está bem longe da retórica de
seis meses atrás de indepedência e auto-determinação.
Como se pode querer um estado fundado na falta de integridade fiscal, na
falta de uma imprensa livre, com um sistema legal repleto de tribunais sem
independência judiciária, com uma polícia formada por milícias tribais e
organizações terroristas que competem entre si, com um sistema educacional que
objetiva somente a perpetuação do ódio a Israel e aos judeus?
Além disso Abbas está no seu sétimo ano quando sua presidência deveria ter
durado quatro. Não há protestos nas ruas para retirá-lo pois milhares de
palestinos recebem salários dele. Ele não tem realmente legitimidade para
assinar acordos ou forçar os palestinos a cumprirem seus termos. Ele nunca poderá
garantir a paz ou a segurança a Israel mesmo se sua intenção for genuina, o que
é muito discutível.
Um estado só pode se manter unido quando seus cidadãos têm um objetivo
comum de construi-lo apesar de suas diferenças. O novo estado da Palestina, nasceu
do ódio, com o único objetivo de destruir Israel e negar ao povo judeu seu
estado, não o de construir o seu.
Assim,
nada do que Hollande, Obama ou qualquer outro líder possa fazer para
transmitir a sensação de urgência na retomada das negociações terá qualquer valia
se não houver uma ação correspondente de Abbas redefinindo a utilidade destas
negociações. Ele tem que comunicar claramente que o objetivo não é só de alcançar
concessões territoriais de Israel mas terminar definitivamente o conflito, a
renúncia de qualquer outra reclamação e a coexistência pacífica para os dois
povos.
Mas se Abbas fizer isso
acontecer, que argumentos sobrarão para os antisemitas
de hoje?
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