Sunday, January 27, 2013

O Antisemitismo Está Bem, Obrigada... 27/01/2013


Hoje as Nações Unidas comemoram o Dia Internacional de Lembrança do Holocausto. E políticos em muitos países ditos “civilizados” decidiram aproveitar a data para lançar seu veneno contra os judeus e Israel.
Na Grécia, o líder do partido de direita Crepúsculo Dourado - que ganhou 19 assentos no parlamento nas últimas eleições e que usa a saudação Heil Hitler - castigou a visita do presidente do Comitê Judaico Americano ao país, dizendo que a culpa pela crise financeira na Grécia era “daqueles que possuem a maioria da riqueza internacional e que todo o mundo sabe a que raça eles pertencem. A raça que é o mal absoluto para toda a humanidade”.
Para não ficar para trás, o membro do parlamento inglês David Ward disse que os “judeus não aprenderam sua lição com o Holocausto” e que “apenas alguns anos após serem libertados dos campos de concentração eles infligem atrocidades diárias aos palestinos”.
Parece que quem não aprendeu com as próprias atrocidades foi a Europa. Há apenas 68 anos em meio às cinzas de 6 milhões de judeus - entre os quais 1.5 milhão de crianças – os europeus decidiram fazer do antisemitismo chique uma moda passé. Mas as modas voltam - como estamos vendo hoje. As vezes nos mesmos trajes, às vezes travestido de anti-israelismo.
Além da repulsa direta a judeus e a Israel há aqueles que professam amizade, ou boas-intenções para “ajudar” o estado judeu a alcançar a paz. Estes são os mais perigosos pois seu fingimento tem o objetivo de minar a estabilidade do estado judeu para seu ganho politico.
Vejamos a França. O Mali é um país remoto e seu problema com os radicais islâmicos está muito longe de afetar o dia-a-dia dos franceses. No entanto, a intervenção militar francesa nesta guerra pode ter um impacto muito grande sobre Israel.
O fato da França estar bombardeando muçulmanos do outro lado do Mediterrâneo, a expõe à vingança destes radicais. Mas se os franceses continuarem a bater forte sobre Israel em favor dos palestinos, isto mostrará que na verdade eles não têm nada contra os muçulmanos, apenas contra este grupo radical que eles dizem ser um problema de segurança nacional para a França.
Não é de espantar que foi em meio à esta intervenção no Mali que o presidente François Hollande advertiu que sua iniciativa para a retomada das negociações entre Israel e os palestinos seria entregue logo após as últimas eleições que reelegeram Netanyahu.
Hollande também avisou que se Israel (note não os palestinos) não fizer nada com relação aos blocos de judeus na Judéia e Samária, ele iria impedir a entrada destes judeus na Europa.
Netanyahu aproveitou para ligar para Hollande e congratulá-lo por sua corajosa decisão de lutar contra extremistas islâmicos a milhares de quilómetros da França lembrando que Israel os tinha a poucos metros de suas casas.
O problema é que depois que esta aventura no Mali terminar, Hollande se verá forçado a atitudes mais duras contra Israel para apaziguar a população islâmica do seu país. Em outras palavras, não vamos ficar surpresos se a França tentar se redimir perante os muçulmanos, nas costas de Israel.
E aí temos Obama. Nesta semana, o New York Times descreveu a sua relação com Netanyahu como “a de um casal preso num casamento sem amor”. Antes das eleições Obama disse que “Israel não sabe o que é de seu próprio interesse” ao que Netanyahu respondeu que “só os israelenses podem determinar quem representa os interesses vitais de Israel”. E por causa desta “falta de amor” Obama irá pressionar Israel, não os palestinos, a mais concessões como gestos de boa vontade para trazer Abbas de volta à mesa de negociações.
E aí chegamos no ponto da utilidade ou da falta dela de todas estas pressões e negociações.
Em setembro passado a Autoridade Palestina conseguiu um reconhecimento na Assembléia Geral como “Estado” com o apoio entusiástico do Banco Mundial do Fundo Monetário Internacional e um bando de nações felizes em recebe-los como “soberanos”. Assim a Autoridade foi proclamada como entidade que funciona como estado.
Se “estado” pressupõe alguma medida de auto-suficiência financeira ela não qualifica. A solvência da Autoridade Palestina depende somente dos impulsos de caridade da comunidade internacional. Quando os doadores não pagam, o caos toma conta. Os incontáveis funcionários públicos vão para as ruas, há violência e protestos. O próprio primeiro-ministro Salam Fayyad admitiu no começo do ano que a existência da Autoridade estava em extremo perigo, pois países árabes deixaram de mandar os milhões de dólares prometidos.
Esta combinação de fragilidade e depedência está bem longe da retórica de seis meses atrás de indepedência e auto-determinação.
Como se pode querer um estado fundado na falta de integridade fiscal, na falta de uma imprensa livre, com um sistema legal repleto de tribunais sem independência judiciária, com uma polícia formada por milícias tribais e organizações terroristas que competem entre si, com um sistema educacional que objetiva somente a perpetuação do ódio a Israel e aos judeus?
Além disso Abbas está no seu sétimo ano quando sua presidência deveria ter durado quatro. Não há protestos nas ruas para retirá-lo pois milhares de palestinos recebem salários dele. Ele não tem realmente legitimidade para assinar acordos ou forçar os palestinos a cumprirem seus termos. Ele nunca poderá garantir a paz ou a segurança a Israel mesmo se sua intenção for genuina, o que é muito discutível.
Um estado só pode se manter unido quando seus cidadãos têm um objetivo comum de construi-lo apesar de suas diferenças. O novo estado da Palestina, nasceu do ódio, com o único objetivo de destruir Israel e negar ao povo judeu seu estado, não o de construir o seu. 
Assim, nada do que Hollande, Obama ou qualquer outro líder possa fazer para transmitir a sensação de urgência na retomada das negociações terá qualquer valia se não houver uma ação correspondente de Abbas redefinindo a utilidade destas negociações. Ele tem que comunicar claramente que o objetivo não é só de alcançar concessões territoriais de Israel mas terminar definitivamente o conflito, a renúncia de qualquer outra reclamação e a coexistência pacífica para os dois povos. 
Mas se Abbas fizer isso acontecer, que argumentos sobrarão para os antisemitas de hoje?



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