Sunday, June 30, 2013

O Caos do Oriente Médio e o "Processo de Paz" - 30/06/2013

O Egito está novamente em fogo. Hoje, no aniversário do primeiro ano no poder, Morsi terá que lidar com uma manifestação monstro na praça Tahrir. Vinte milhões de egípcios assinaram uma petição pedindo sua resignação.

O porta-voz de Morsi adotou a técnica de Obama: culpar todos os males do pais em seu predecessor. Mas o fato é que apesar da Irmandade Muçulmana ter sido o grupo melhor organizado durante as manifestações, claramente não tinha qualquer idéia ou programa de governo para o caso de assumirem o poder. A violência destas novas manifestações no Egito mostram o desgoverno. Nesta sexta-feira, um estudante americano judeu Andrew Pochter de 21 anos que trabalhava ensinando inglês a crianças em Alexandria foi mortalmente esfaqueado em meio aos protestos.

Enquanto  isso, a Síria atingiu o triste marco de 100 mil mortos ou 5% da população. E parece que Assad, a Hezbollah e o Irã estão com a vantagem. Ontem Assad bombardeou a cidade estratégica de Homs. Nenhum dos lados pode se dar ao luxo de se render pois sabe que o perdedor sofrerá uma limpeza étnica sem precedentes na Síria. E a violência já derramou para o Líbano. No final da semana passada o exército libanês confrontou clérigos sunitas em Sidon e em outras cidades do país.

Na Turquia os protestos continuam e agora Erdogan acusa os manifestantes de serem “terroristas” que querem derrubar a democracia. Uma postura um pouco hipócrita para alguém que mandou atirar em manifestantes curdos neste final de semana somente por estarem reivindicando direitos para a grande minoria curda do país.

A Jordânia está em caos político e financeiro por causa  dos milhões de refugiados da Síria.

E é neste pano de fundo que o Secretário de Estado americano John Kerry está visitando Jerusalém e Ramallah pela quinta vez este ano.

Kerry está batendo na porta de Netanyahu e Abbas num esforço desesperado e obsessivo de reiniciar este processo de paz de araque.
De araque porque a Autoridade Palestina baniu judeus das áreas controladas por eles. Jornalistas judeus – israelenses ou estrangeiros – são proibidos de cobrir eventos e negociantes judeus não podem fazer negócios na Autoridade Palestina. Diplomatas judeus não podem se comunicar com oficiais palestinos ou se juntarem a diplomatas que tem encontros com eles. 

E o Hamas? Para não ficar para trás, nesta semana o grupo reiterou seu chamado pela obliteração de Israel e aniquilação dos judeus do mundo.

E a hipócrita comunidade internacional bate palmas para a criação de um estado judenrein, livre de judeus que faria inveja a qualquer Hitler.

E para reiniciar estas negociações, os palestinos estão exigindo uma série de concessões incluindo a soltura de vários prisioneiros condenados por crimes violentos e o congelamento de construções de judeus na Judeia, Samaria e Jerusalém. E Kerry parece estar pronto a pressionar Israel para fazer estas concessões.

A jornalista americana Caroline Glick colocou em seu artigo desta semana que "na opinião de Kerry não há processo de paz porque os israelenses são muito ricos, muito felizes, muito avarentos, muitos suspeitosos e não têm qualquer empatia com os palestinos que continuam a ensinar seus filhos o ódio e a matarem judeus".

Toda a política externa dos Estados Unidos está em trapos. Obama decidiu há muito tempo que a Irmandade Muçulmana é uma coisa boa e ajudou seus simpatizantes na Líbia a tomarem o poder. Obama aplaudiu as revoluções da Irmandade Muçulmana na Tunísia e no Egito. Obama recusou ajuda aos rebeldes na Síria há dois anos atrás e hoje o Irã, a Russia e a Hezbollah controlam o país colocando em perigo o Líbano e Israel. 

O fato de tanto a Russia como a China e o Equador estarem protegendo Edward Snowden, o americano que revelou segredos  de segurança nacional dos Estados Unidos e o novo presidente do Irã anunciar que não irá suspender o programa nuclear do seu país, mostra que ninguém mais respeita a América. 

Mas para Obama, o que conta não é o resultado. É a ideologia. Ele veio para a Casa Branca com sua bagagem ideológica decidido a implementá-la. O que ele criou foi caos. Um caos complicado demais para consertar antes do final de sua presidência.

O que sobrou então para salvar seu legado presidencial em política externa, é conseguir  um acordo entre Israel e os palestinos. Com uma crise interna e a demissão do novo primeiro-ministro depois de só 18 dias no cargo, Abbas deveria estar correndo para agarrar esta oportunidade. Isto é, se ele realmente quisesse um acordo de paz. Mas quanto mais Kerry pressiona, mais Abbas mostra que está satisfeito com o status quo.

Enquanto isso, o jornal Haaretz publicou uma matéria citando um ministro sênior do gabinete de Netanyahu que teria dito que o primeiro-ministro estaria pronto a retirar Israel de 90% da Judeia e Samaria se sua preocupações de segurança fossem atendidas.

O que sempre me surpreende é que neste chamado “processo de paz” todas as concessões sempre têm que ser feitas por Israel. Não há por exemplo, nenhuma exigência dos Estados Unidos para um fim ao racismo, à discriminação, ao incitamento, à violência, à glorificação do terrorismo nas escolas e na mídia palestinas.

Kerry exige progresso até setembro. O que seria progresso do lado palestino? Cessação das reclamações ou das exigências somente para se sentarem à mesa de negociações?

Os próximos dois meses serão críticos para todos os países na região. Se Assad ganhar na Síria, a Hezbollah terá que cumprir a promessa de atacar os altos do Golan. A instabilidade no Egito e Jordânia deixam estas fronteiras vulneráveis. Qualquer retirada Israelense da Judeia, Samaria e Jerusalém enfraquecerá o poder de defesa de Israel.

A Judeia, Samaria e Jerusalém, é aonde jaz a história do povo judeu. A expulsão de seus filhos de seu solo não é algo a ser decidido unicamente pelos israelenses ou palestinos ou americanos, mas por todo o povo judeu.Esta é a nossa responsabilidade e dever para com as próximas gerações.




1 comment:

  1. Shalom!

    Alerta para as mulheres Brasileiras: http://juliosevero.blogspot.com/2013/07/governo-vai-tratar-meninas-como.html

    Deus te abencoe!

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