Durante sua campanha para
reeleição e até recentemente, em 23 de maio deste ano para ser mais precisa, o
Presidente Americano Barack Obama declarou o fim da guerra contra o terrorismo
dizendo que a Al-Qaeda estava “em fuga”. Ele continuou dizendo que iria
trabalhar com o Congresso para revogar a autorização dada ao governo para o uso
de força militar contra aquelas nações, organizações ou pessoas que “planejaram,
autorizaram, cometeram ou deram assistência ao ataque de 11 de setembro de 2001”
ou seja, a Al-Qaeda.
Mas agora, contrariamente ao
que Obama acredita e quer nos fazer acreditar, a Al-Qaeda não morreu. Ela não
está em fuga. A Al-Qaeda está em ascensão.
No último mês centenas de
terroristas do grupo fugiram de várias prisões no Iraque, Líbia e Paquistão,
incluindo dezenas de comandantes, prontificando um alerta de segurança global
pela Interpol.
Nestas fugas foram usados dezenas
de homens-bomba, morteiros e 12 carros-bombas. O embaixador americano no Iraque
James Jeffrey disse ao Wall Street Journal que se a Al-Qaeda pode invadir Abu
Ghraib, pode também invadir a embaixada na zona verde da Capital.
Este alerta veio um dia depois
do extraordinário alerta da administração Obama a turistas americanos visitando
o Oriente Médio e Ásia. O Departamento de Estado ordenou o fechamento de 22
embaixadas e consulados no mundo muçulmano e Israel de hoje até quarta-feira
quando termina o mês de jejum do Ramadã.
A situação no Iraque vem se
deteriorando rapidamente desde a retirada das tropas americanas no final de
2011. Só no mês de maio mais de mil iraquianos morreram em 80 ataques com
carros e homens-bomba.
Há 5 anos na presidência, Obama
ainda não entende a natureza do inimigo. Quando apoiou as oposições do Egito e
da Tunísia, derrubando seus governos, Obama achou que a realidade mudaria para
melhor. Outras pessoas, outras idéias. Quando Bin Laden foi morto, os
comandantes da Al-Qaeda se reuniram em outro lugar e continuaram a existir e a
propagar sua ideologia de dominação do mundo com a imposição de um califado
islâmico.
A guerra civil na Síria criou
uma nova oportunidade para a Al-Qaeda. Jihadistas sírios lutando no Iraque
voltaram para a Siria e estabeleceram a Frente Al-Nusra que hoje é a maior
força contra Bashar Al-Assad. Al-Nusra foi responsável pelos bombardeamentos
mais formidáveis em Damasco, matando o cunhado de Assad, Assaf Shawkat.
Enquanto o Ocidente passou os últimos
2 anos debatendo se ajudava os elementos mais moderados da oposição na Siria,
al-Nusra recebeu dinheiro, homens e armas firmando a Al-Qaeda como líder da
oposição.
Se Al-Nusra, que é sunita,
conseguir vencer na Síria, isto terá um impacto sério não só no Líbano mas no
Iraque que também conta com seu próprio conflito shiita-sunita. Hoje, na Síria
como no Líbano e no Iraque, os shiitas dominam com a ajuda do Irã.
O renascimento da Al-Qaeda no
Iraque é somente uma parte do ressurgimento global da organização. No último
ano vimos operações na Argélia, Mali, Nigéria e Líbia. No Paquistão esta semana
houve uma outra fuga de prisioneiros que incluíam os piores jihadistas do Talibã.
Esta fuga foi seguida de ameaças reais da Al-Qaeda. Não é de se espantar que os
Estados Unidos tenham decidido fechar suas representações na região.
De acordo com Dore Gold,
ex-embaixador de Israel na ONU, o ressurgimento da Al-Qaeda no Iraque tem duas
implicações importantes para Israel:
Primeiro, desde sua concepção,
o grupo tem sido uma ameaça direta à Jordânia. Em 2005 a Al-Qaeda atacou 3
hotéis em Amã matando 60 pessoas. Logo em seguida, o chefe do grupo, Abu-Mussab
Al-Zarqawi, enviou uma gravação ao rei Abdallah ameaçando-o pessoalmente. Em
outubro do ano passado a Jordânia prendeu 11 jordanianos vindos da Síria que
haviam recebido treinamento em explosivos da Al-Qaeda no Iraque com planos de
ataques a shopping centers e ao bairro dos diplomatas em Amã.
Segundo, o renascimento de
organizações jihadistas na Síria, como Al-Nusra, pode ser um verdadeiro desafio
para Israel. Há o perigo de infiltração da Judeia e Samaria pela Jordânia. Já em
2005, a Al-Qaeda estabeleceu uma base em Irbid, uma cidade no norte da Jordânia
e de lá tentou recrutar voluntários entre palestinos da Cisjordânia. A
tentativa foi descoberta e desbaratada pelas forças israelenses mas este continua
a ser o objetivo da Al-Qaeda conforme o plano de ação da Al-Nusra. O plano que
vê a tomada da Síria como um passo para a destruição de Israel, e de lá, a
tomada do resto do mundo árabe e do mundo islâmico.
Israel tem capacidade para
lidar com mais esta ameaça de organizações jihadistas. Mas ela tem implicações
nas negociações de segurança a serem conduzidas agora com os palestinos.
A Ministra da Justiça de Israel
Tsipi Livni falou em Washington que “nada pode parar verdadeiros crentes”. A
jornalista Caroline Glick em seu editorial nesta semana no Jerusalém Post
colocou muito bem que este termo “verdadeiros crentes” fora cunhado pelo
escritor Eric Hoffer em 1951 em seu livro sobre as raízes psicológicas do
fanatismo. Hoffer descreveu o verdadeiro crente como uma pessoa fanaticamente
engajada numa causa ao qual nenhuma quantidade de realidade o faz abandoná-la.
E é justamente assim que
podemos descrever Obaman, Kerry e Livni. Fanáticos! Enquanto o mundo está
desmoronando em volta, tudo o que os preocupa é forçar um acordo entre os
palestinos e Israel.
Kerry decidiu que isto será
cumprido em 9 meses. Um parto, realmente. E todos nós sabemos o que se passa
durante os 9 meses: náuseas, vômitos, dores de cabeça, mudança de humor. E às
vezes um aborto.
Os Estados Unidos uma vez eram
uma grande nação, admirada e temida. Hoje não é nem um nem outro. É um tigre de
papel que urra, mas que pôe o rabo entre as pernas ao menor sinal de perigo.
Israel pode agir
diferentemente. Netanyahu se mostrou um covarde ao aceitar soltar estes 104 assassinos
sanguinários somente para trazer os palestinos a Washington. A questão é se em
face da Al-Qaeda em Gaza, no Sinai e na Jordânia, do terrorismo palestino, e
mais urgentemente, da ameaça nuclear do Irã, Bibi mostrará alguma coragem.
No comments:
Post a Comment