Em 1988, enquanto viajava num
ônibus para Tiberias, Rachel Weiss de 26 anos e seus 3 filhos pequenos Netanel de
3 anos, Rephael de 2 anos e Efraim de 9 meses foram mortos queimados por um cocktail
molotov jogado por Jooma Adam, um palestino. O jovem soldado David Delarosa que
tentou salvá-los também morreu queimado.
Em 1989, enquanto caminhava de
sua casa até a Universidade Hebraica de Jerusalem onde era professor, Menachem
Stern de 64 anos foi esfaqueado até a morte por Mahmoud Muammar e Ibrahim
Salah. Stern foi ganhador do Premio Israel por excelência no ensino de História.
Em 1993, Ian Feinberg um
advogado de 30 anos e com 3 filhos pequenos que estava ajudando organizações
palestinas em Gaza foi arrancado de uma reunião em Rimal e morto a tiros seu
corpo esfaqueado e desmembrado a machadadas por 3 palestinos.
Estes são apenas 3 exemplos. Há
outros 101 a serem lembrados. Hoje, o gabinete israelense está votando pela
soltura de 104 energumenos responsáveis pela morte de centenas de israelenses.
Pela enésima vez o cenário se
repete e Israel parece não querer aprender com os erros passados inclusive a se
entregar às absurdas pressões americanas. Nossa memória pode ser curta mas não
tão curta a ponto de esquecermos o que significa para as familias de vítimas de
terrorismo a libertação dos perpetradores destes crimes horrendos.
Netanyahu escreveu uma carta ao
povo de Israel ontem tentando explicar o inexplicável: que primeiro-ministros
são eleitos para tomarem decisões difíceis e por vezes, contra a vontade
popular.
Este é precisamente o caso.
Nenhum país no mundo aceitaria libertar 104 terrroristas como um gesto de “boa
vontade” para trazer os palestinos de volta à mesa de negociações.
Nem mesmo os Estados Unidos que
estão exigindo este passo.
Netanyahu, sabendo que 80% dos
judeus seculares e 95% dos judeus religiosos são contra a libertação destes
terroristas pediu como gesto de boa vontade de Obama a soltura de Jonathan
Pollard. Na sua visão, se Pollard for solto, será mais fácil para os
israelenses engulirem esta pílula. A resposta de Obama foi um curto e grosso
não.
Pollard é o caso mais vil de
alguém preso nos Estados Unidos jamais visto na História americana. Pollard foi
condenado por espionagem por ter entregue a Israel, um país aliado, documentos
que os Estados Unidos se haviam obrigado a entregar a Israel mas decidiu
segurar. A maior pena dada a outros que espionaram para países aliados foi de
16 anos. A média é de 2 a 4 anos. Pollard pegou prisão perpétua e já está encarcerado
há 29 anos sendo que os primeiros 7 anos em confinamento solitário.
Quando os hipócritas desta
administração americana exigem de Israel “gestos de boa vontade” e “medidas
para aumentar a confiança”contra os palestinos “aparecerem” nas negociações eles
não querem ver que nada disso nunca trouxe qualquer resultado positivo.
E porque?
A cada vez, Ramallah descreve
estes terroristas condenados como heróis politicos causando uma erosão na
confiança dos israelenses em seu sentido de justiça. O governo por seu lado
acha mais prudente pagar o preço do que ser rotulado de intransigente.
Na última vez que isso ocorreu
foi no outono de 2007 quando o governo de Ehud Olmert se prontificou a pagar
pela presença palestina em Annapolis. Como agora, as solturas tinham que
ocorrer em fases. Em Agosto, 255 terroristas foram libertados seguidos por
outros 87 em outubro. Na época, Netanyahu havia criticado duramente Olmert,
acusando-o de capitulação.
E como em 2007, a razão para
estes gestos unilaterais era a de melhorar a imagem de Abbas e da Fatah frente
ao Hamas, como se isso por si só pudesse dar qualquer legitimidade ao
presidente da Autoridade Palestina que teve seu mandato expirado em Janeiro de
2009.
É chocante que as mesmas
suposições são feitas aqui, como se nenhuma lição tivesse sido aprendida. A
primeira é que é bom para Israel ajudar a Fatah. Ficam esquecidos os incontáveis
ataques terroristas, especialmente depois dos acordos de Oslo, enquanto os líderes
assinavam acordos que os beneficiavam prodigiosamente especialmente do lado financeiro.
Há uma corrente no governo de
Israel que prega que a Fatah é melhor que o Hamas e que pode ser que um líder
honesto apareça como um parceiro para a paz. Não só isso não ocorreu em 20 anos
desde Oslo, mas as medidas unilaterais da Autoridade Palestina na ONU completamente
destrói esta suposição.
Ninguém se pergunta aonde está
a raíz do problema. Ele começa com a percepção de Israel pelo outro lado. Se
alguém pensa que para os palestinos estas são concessões benevolentes de uma
sociedade fundamentada num sistema legal independente que permite até a seus
mais implacáveis inimigos um julgamento justo, está completamente errado. Nada
disso existe na Autoridade Palestina ou em qualquer outro estado árabe.
A Autoridade Palestina nunca
reconheceu que estes presos foram condenados justamente por atrocidades
cometidas por eles, como o seriam em qualquer país democrático com um mínimo de
consciência e de justiça.
Se esta é a base para as
futuras negociações, qual será o valor de um compromisso com os palestinos que
não aceitam a proibição fundamental de alvejar civis? Abbas nunca agiu contra o
terrorismo apesar de suas incontáveis promessas. Ainda mais quando seus
próprios assistentes patrocinam, incitam e despacham estes terroristas.
A
Autoridade Palestina oficialmente comemora estes assassinos como heróis em vez
de condená-los como vilões. E a mídia palestina não economiza tinta para retratá-los
como ativistas injusta e arbitrariamente presos por Israel.
Não há qualquer apreciação dos
palestinos à estas solturas. Cada gesto de boa vontade de Israel é recebido com
má-vontade e retórica viperina sobre a insuficiência da concessão. E esta ingratidão destrói o custo-beneficio do gesto.
Qualquer que seja o cálculo de
Israel, em mostrar flexibilidade, tolerância, ou qualquer outro atributo
inútil, a realidade vista pela Autoridade Palestina é bem diversa e longe de
inspirar esperança. A esta altura, cada soltura terá apenas uma consequência: a
de erodir ainda mais o poder de dissuasão de Israel.
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