Na última quinta-feira o jornal The
Washington Post publicou um artigo acusando a Turquia de ter exposto uma rede
de espiões israelenses para o Irã. Imediatamente, o Ministro das Relações
Exteriores da Turquia Ahmet Davutoglu acusou Israel de fazer acusações
infundadas, de tentarem sujar a Turquia na comunidade internacional. Hoje, no
entanto, o mesmo ministro aparentemente confirmou a acusação dizendo que o
chefe da inteligência turca estava apenas “fazendo seu trabalho”.
Está claro que apesar do presidente Obama
ter pressionado Netanyahu a pedir desculpas à Erdogan pelo incidente da
flotilha em 2010, a Turquia não tem qualquer intenção de regularizar suas
relações com Israel. Esta acusação é extremamente séria, pois se for verdadeira,
a Turquia teria violado todas a regras de cooperação entre as organizações de
inteligência e ninguém mais confiará nos turcos com qualquer informação. Vale
lembrar que a Turquia até 2010 era considerada aliada de Israel e até serviu de
intermediária entre o estado judeu e os árabes.
Por outro lado, no dia 26 de setembro último,
o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, em seu discurso à
Assembléia Geral das Nações Unidas, afirmou que os palestinos “continuam a
estender a mão aos israelenses dizendo: vamos trabalhar para que a cultura de
paz reine”. Realmente, sentimentos muito louváveis se não fossem cobertos de
hipocrisia.
Imediatamente após voltar de sua viagem a
Nova Iorque e de seu discurso, o Sr. Abbas cancelou alguns encontros para
receber o celebrado poeta egípcio Hisham Al-Gakh, autor do famoso hit “nosso
inimigo é o diabo sionista de rabo de garfo”.
Na mesma noite, o Sr. Al-Gack teve a oportunidade de recitar sua canção “maravilhosa” ao receber um prêmio do ministro da cultura palestino. Em Julho, o programa “Palestina Esta Manhã” tinha como quadro principal duas irmãs recitando um poema do mesmo Sr. Al-Gack referindo aos “filhos do Sion” como “macacos barbáricos” e “porcos miseráveis”.
Estes são somente dois de milhares de exemplos
do incitamento palestino contra o estado judeu e o povo judeu. Há até vários
exemplos da glorificação de Hitler nas páginas do Facebook de escolas governamentais
palestinas e em publicações para crianças patrocinadas pela Autoridade
Palestina. Estas mensagens, propagadas diariamente na mídia palestina e nas salas
de aula, são internalizadas pela grande população e especialmente pelas
crianças e juventude.
Desde os idos dias dos acordos de Oslo, há
20 anos atrás, o otimismo israelense por uma paz duradoura foi substituído por
uma profunda desconfiança das intenções reais dos palestinos. E não é só por
causa dos ataques terroristas, que emanaram das áreas transferidas para o
controle palestino, mas também pela conclamação diária pela destruição de
Israel pelo governo, mídia, e escolas.
A história do povo judeu nos ensinou de
maneira dura, a nunca subestimar o poder do ódio.
As estações de televisão, de rádio,
escolas públicas, colônias de férias, revistas para crianças e sites da
internet, estão sendo usados pelos palestinos para imprimir no cérebro de sua
população quatro mensagens principais:
Primeiro, que a existência do estado judeu
(independente de suas fronteiras), é ilegítimo porque não há povo judeu, como
não há história judaica neste pedaço de terra.
Segundo, que judeus e sionistas são
criaturas horríveis que corrompem os que moram em sua vizinhança.
Terceiro, que palestinos precisam
continuar com sua luta até a inevitável substituição de Israel por um estado
árabe-palestino.
Finalmente, que todas as formas de
resistência são louváveis e válidas, mesmo que algumas formas de violência não
sejam de todo convenientes.
Assim, em vez de serem escolados na “cultura
de paz”, a próxima geração de palestinos estão sendo alimentados de modo
implacável com uma retórica que inclui a idolatria de terroristas, a
demonização dos judeus e a convicção que cedo ou tarde Israel deixará de
existir.
Mesmo depois do anúncio do Secretário de
Estado John Kerry da renovação das negociações de paz, a incitação continua sem
qualquer trégua. Por exemplo, na recente “visita de paz” do clube de futebol FC
Barcelona ao distrito de Hebron, a televisão palestina fez questão de lembrar
ao seu público que a Palestina se estende de “Eilat a Rosh Hanikra”, isto é,
não é só a Judéia, Samária e a Faixa de Gaza, mas a terra de Israel em toda as
sua extensão. Esta observação foi seguida de uma canção cantada por Muhammad
Assaf, o ganhador do programa popular Ídolo Árabe que falava sobre a “libertação” de
cidades israelenses como Haifa, Tiverias e Sfat.
O fato que esta indoutrinação anti-Israel
e anti-semita persiste, apesar de toda a fanfarra do relançamento das
negociações de paz entre Israel e os palestinos, constitui um obstáculo
formidável para o caminho da paz. Ela deveria ter desaparecido 20 anos atrás
quando os palestinos se comprometeram a acabar com todas as formas de incitação
conforme os acordos de Oslo. E até que ela termine, as negociações não irão resultar
em qualquer progresso.
Progresso para a paz requer que ambos os
palestinos e israelenses criem uma atmosfera condutiva ao diálogo. A difícil
decisão de Israel de soltar 100 terroristas condenados de suas prisões em 28 de
julho último, assim como as medidas para ajudar a economia palestina, foram
passos corajosos para mais uma vez tentar criar confiança e melhorar a
atmosfera das negociações.
Só que estes passos são tomados somente por
Israel. Não há qualquer reciprocidade do lado palestino. O mínimo que eles
poderiam fazer é suspender seu patrocínio público de ódio gratuito.
Se eles não o fizerem, qualquer tentativa
de negociações irá falhar. E já estamos vendo os resultados: desde que as
negociações retomaram, a violência tem escalado substancialmente com vários
ataques terroristas, o último neste final de semana quando um palestino tentou
romper o portão de uma base israelense com seu trator.
Imediatamente após, o primeiro ministro do
Hamas Ismail Hanyieh conclamou os árabes a se prepararem para a “Grande
Intifada de Al-Aksa” e exigiu o fim das negociações entre a OLP e Israel. E o
Hamas está realmente se preparando para esta possibilidade. Durante esta semana
Israel descobriu um túnel de 1.7 Km, incrivelmente sofisticado entre a Faixa de
Gaza e o kibutz Ein Hashloshah. O túnel, inteiramente de concreto, com
eletricidade e linhas telefônicas, além de um estoque de explosivos, foi
construído com material doado por Israel para que o Hamas supostamente
construísse escolas e outras infra-estruturas que eles reclamam o tempo todo para
a comunidade internacional que lhes falta.
Tudo isso mostra que as suspeitas dos
israelenses sobre as intenções palestinas são mais uma vez confirmadas e o
perigo das concessões poque o outro lado exige para uma suposta “paz”.
A Turquia e os palestinos são prova que
Israel não pode se iludir com as intenções de seus inimigos. Chegou a hora de
Israel e o mundo exigirem passos concretos destes inimigos como o fim da
campanha de deslegitimação do povo judeu e do Estado judeu antes de qualquer
negociação sobre um status final, a entrega de territórios ou a normalização de
relações.
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