Sunday, October 27, 2013

A Hipocrisia da União Européia - 27/10/2013

Nesta semana que passou, o presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas escolheu percorrer a Europa para tentar convencer empresas europeias a cortarem relações econômicas com as comunidades judaicas na Judeia e Samaria e nos bairros de Jerusalém do leste.

Abbas também teria pedido à França para tomar medidas contra centenas de judeus franceses que moram em comunidades localizados além da linha de armistício de 1949. De acordo com o jornal Al-Quds al-Arabi, baseado em Londres, Abbas teria exigido que a França tirasse a cidadania destes franceses e encontrasse outras formas para pressioná-los a abandonarem suas casas e propriedades nestes locais.

Se alguém acha que pedidos como estes são absurdos não está ciente de quanto  receptiva a Europa é à eles.

Em Julho, a União Européia aprovou diretrizes especificamente censurando instituição judaicas e entidades governamentais que operam além das linhas de armistício de 1949. A partir de janeiro de 2014, qualquer subsídio, prêmio ou empréstimo para desenvolvimento científico, tecnológico e intelectual será negado a qualquer instituição judaica localizada além da linha verde.

Esta é a prerrogativa da Europa. Não é a primeira vez que ela aprova leis aplicáveis somente a judeus. Mas isto não foi o suficiente e em setembro, ela conseguiu se rebaixar ainda mais. No meio do mês, cumprindo uma ordem da Suprema Corte de Israel o exército destruiu 250 estruturas ilegais construídas por palestinos no Vale do Jordão. A decisão da Suprema Corte estava em conformidade com os acordos assinados com os palestinos que deu jurisdição à Israel sobre o Vale do Jordão.

Cinco dias depois, ativistas palestinos chegaram ao local carregando tendas. Mas não estavam sós. Estavam acompanhados de diplomatas europeus para lhes dar cobertura diplomática enquanto violavam a lei e os acordos assinados pela OLP. Isto teria sido suficiente para um escândalo mas a coisa foi mais além. A adida cultural do consulado francês em Jerusalém, Marion Castaing decidiu que dar cobertura não era suficiente e decidiu então dar um soco no rosto de um policial israelense. O vídeo está no Youtube e mostra que o soco foi totalmente sem provocação.

Mas em vez de se desculpar com Israel pelo comportamento de diplomatas europeus ajudando palestinos a violarem a lei e a violência física de Castaing, a chefe da política estrangeira da União Européia, Catherine Ashton atacou Israel.

Ela teve a cara de pau de dizer que aquelas tendas haviam sido pagas por contribuintes europeus como “assistência humanitária”, que deplorava sua confiscação e exigia uma explicação de Israel sobre o incidente.

O papel da União Européia em financiar os esforços palestinos para construir ilegalmente no Vale do Jordão e outros lugares não é único. Seu desrespeito à lei de Israel e aos acordos que ela assinou com os palestinos se estende a construções ilegais em toda a Judeia, Samaria e Jerusalém. O que foi diferente desta vez foi não só o fornecimento de cobertura diplomática para a violação da lei mas a prontidão em usar de força física contra as forças de segurança de Israel. Aonde estamos?

Por um lado, Ashton proclama sua devoção ao processo de paz e ao direito internacional e por outro patrocina atos como estes. Esta hipocrisia precisa ser assinalada.

Se Israel até agora deu o benefício da dúvida aos europeus foi porque acreditou em suas promessas vazias de comprometimento com o processo de paz. A consequência foi que desde os acordos de Oslo há 20 anos atrás, todos os passos tomados por Israel para mostrar boa vontade foram usados contra ela e para enfraquece-la.

Para os europeus e outros proponentes de expulsar os judeus da Judeia, Samaria, Jerusalém e as Colinas do Golã, o axioma é que a própria presença de judeus nestes lugares é ilegítima. Se eles vencerem, o único lugar no mundo aonde os judeus estarão proibidos de viver será na terra da qual saíram. Sim pois foi na Judeia, Samaria e nas porções de Jerusalém que passaram ao controle de Israel em 1967, que falaram os profetas da Bíblia, aonde reinaram os reis de Israel e aonde se passaram os mais profundos eventos bíblicos vivenciados pelo povo judeu. É aonde o monte do Templo de Salomão se encontra, o local mais sagrado do mundo e em direção do qual judeus do mundo inteiro têm rezado três vezes por dia por mais de 2 mil anos.

Em outras palavras, palestinos, árabes, europeus e outros por aí, querem impedir os judeus de se estabelecerem precisamente aonde estão suas raízes históricas e culturais. Eles argumentam que os assentamentos são “ilegais”. Vamos então revisitar esta “indiscutível verdade” pela enésima vez, para termos tudo claro na cabeça.

Este argumento se baseia no Artigo 49 (6) da Quarta Convenção de Genebra de 1949 que diz que uma força militar ocupadora “não pode deportar ou transferir parte de sua própria população civil para o território que ocupar”. Esta cláusula, escrita logo após a Segunda Guerra Mundial se referia à tremenda transferência de população efetuada pelos nazistas e outros regimes totalitários.

Só que não há qualquer consenso entre juristas se é ou não ilegal para indivíduos decidirem de livre e espontânea vontade se instalarem no território, especialmente se não estiverem tirando ninguém de sua propriedade. De fato, não há nem consenso se Israel é uma força de ocupação ou não pois a Judeia e a Samaria não pertenciam a qualquer país soberano. A anexação da Cisjordânia pela Jordânia em 1949, não foi reconhecida pelo resto do mundo. Depois de sua vitória em 1967, o direito de Israel à Judeia e Samaria se tornou tão forte - se não mais forte - que o de qualquer outra nação, considerando que a Liga das Nações em 1922 quando estabeleceu o Mandato da Palestina, explicitamente reconheceu os profundos laços dos judeus à Judeia, Samaria e Jerusalém.

Mas o que é ainda mais moralmente repreensível é ouvir o Sr. Abbas em inúmeras ocasiões dizer que o futuro estado da Palestina não tolerará a presença de um só judeu em seu solo.

Israel deu cidadania a 1.7 milhões de Árabes. Hoje foi noticiado que pela primeira vez um Druso irá comandar o Batalhão 51 dos Golani do exército de Israel. Porque então um futuro estado palestino não poderia oferecer o mesmo a seus residentes judeus?

As fronteiras finais de um estado palestino devem ser determinadas através de negociações e compromisso mútuo, não medidas unilaterais como boicotes e represálias com o único propósito de forçar Israel a abandonar as áreas com as quais tem a maior ligação histórica, cultural e religiosa.

A tolerância tem limites. Não podemos aceitar em silêncio tudo o que líderes como Ashton dizem, especialmente quando destorcem a lei internacional e quando fazem proclamações e promessas vazias de apoio à causa da paz. Somente se expusermos a verdade por trás destas mentiras é que a paz terá qualquer oportunidade de acontecer.

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