Com um avião civil abatido na
Ucrânia por separatistas russos, um outro da Algéria que caiu, e o avanço dos
terroristas do ISIS no Iraque colocando a Arábia Saudita em alerta máximo, o
mundo não pode desviar os olhos de Israel. No começo da semana, vários países
europeus emitiram declarações coerentes em apoio ao direito de Israel de se
defender e não se render às exigências do Hamas.
A Chanceler alemã, Angela
Merkel disse que a Alemanha está do lado de Israel notando que o alcance e
qualidade das armas do Hamas haviam melhorado substancialmente; o presidente
francês François Hollande disse que “Israel tinha o direito de usar de todas as
medidas necessárias para se proteger dos mísseis e dos foguetes”. O Secretário
do Exterior da Inglaterra Philip Hammond disse que “todos no Reino Unido e no
Ocidente estavam perturbados pelas cenas vindas de Gaza mas todo país tem o
direito de se defender de um ataque”.
Louvável mas esta não é nem metade da estória. Quando chegou o
momento de traduzir estas palavras em ações, a Europa se calou.
Nenhum destes países conseguiu votar contra uma resolução imunda do Conselho de
Direitos Humanos da ONU na quarta-feira, que implicitamente culpou Israel pela
guerra com o Hamas e pelas mortes em Gaza. Todos os países europeus membros do
Conselho se abstiveram: a Austria, a Republica Checa, a França, a Alemanha, a
Irlanda, a Italia, a Romania e o Reino Unido. A resolução incluia o seguinte:
“Notamos a falta sistemática de
Israel de conduzir investigações genuínas, de modo imparcial, independente,
pronta e efetivamente como exigido pelo direito internacional, sobre violências
e ofensas contra os palestinos, perpetrados pelas forças de ocupação e colonos,
nos Territorios Palestinos Ocupados, inclusive em Jerusalem do Leste”.
Estas supostas violações, de
acordo com eles, envolveram “ataques indiscriminados e desproporcionais que
resultaram em violações graves dos direitos humanos da população civil
palestina incluindo a mais recente ofensiva militar israelense na Faixa de
Gaza, a última de uma série de agressões de Israel.”
A resolução continua condenando
“nos mais fortes termos as violações sistemáticas, abrangentes e grotescas dos
direitos humanos e liberdades fundamentais causadas pelas ações militares
isralenses nos territorios ocupados especialmente em Gaza”. Como se Gaza
continuasse ocupada por Israel. A resolução termina exigindo a cessação
imediata das ações israelenses e a abertura de uma comissão de investigação
tipo Goldstone.
Entenderam a idéia?? O Hamas
não é mencionado nem uma só vez, e nem os 80 mísseis que ele enviara para
Israel na própria manhã da resolução. Nem a mínima alusão à rede
impressionante de túneis através dos quais o Hamas planejava mais ataques
terroristas contra civis israelenses. O grande plano deles, conforme noticiado
nesta semana, era de enviar centenas de terroristas no próximo Rosh
Hashanah para matar o maior número de israelenses possível nas comunidades em
volta da Faixa.
Assim, como disse na semana
passada, o mundo dá o direito a Israel de se defender desde que Israel não o exerça. Por
dois mil anos os judeus foram a vítima perfeita do mundo. Sem ter para aonde
correr, sem ter para quem recorrer, tendo que sofrer todo o tipo de humiliação,
tortura e morte. De repente o mundo vê judeus se defendendo e isso lhe é
ofensivo, chocante.
Em 1947 a ONU aprovou a criação
do Estado de Israel para limpar a consciência do mundo sobre o Holocausto, mas
a verdade é que nenhum país acreditava que Israel iria sobreviver. Judeus
marcharam como ovelhas para os fornos, eles não iriam lutar contra 5 exércitos da
Liga Árabe e mais outros voluntários e ganhar! Foi apostando nisso que nenhum país
enviou qualquer ajuda para Israel na Guerra da Independência. Um bom judeu continuava a
ser um judeu morto, três anos depois da Segunda Guerra Mundial. Hoje, como é
politicamente incorreto dizer tal impropério, um bom judeu é aquele que sofre
calado. Se não o fizer, é condenado.
Ninguém se incomodou com as
quase duas mil mortes nas últimas duas semanas na Síria, 700 em apenas dois
dias. Ninguém se escandalisou com os quase 6 mil civis mortos no Iraque desde o
começo deste ano. Nenhuma reunião de emergência do Conselho de Direitos Humanos
foi chamada para discutir a situação dos cristãos no norte do Iraque que
fugiram aos milhares nesta semana pois tinham até ontem para se converterem ao
islamismo, aceitarem leis discriminatorias ou morrerem.
Aí veio a bomba do Brasil. A
nossa presidente decidiu falar da desproporcionalidade da resposta israelense
aos mais de 2.500 mísseis lançados contra seus civis. Para a Dilma, a morte de
mães e crianças palestinas, usadas para atingir os objetivos políticos do Hamas sem
qualquer outra consideração, tem prioridade sobre a vida de milhões de civis
israelenses.
Quem sabe talvez a Dilma se
identifique mais com o Hamas que deve lhe trazer lembranças românticas de sua
juventude ou quem sabe, porque também no Brasil a vida não tem qualquer valor
frente a considerações políticas. Alguém ouviu qualquer pronunciamento de Dilma
sobre o Brasil estar entre os 7 países mais violentos do mundo? Ou qualquer
ação de seu governo para reduzir o número de homicídios no Brasil que só em
2012 foi superior a 50 mil ?
Não, são as mil vítimas em Gaza
que a faz saltar para a ação. A resposta do Ministério Exterior de Israel foi apropriada.
O Brasil perdeu uma grande oportunidade de assumir um papel relevante neste
conflito.
Dna. Dilma, vou lhe dizer o que
é desproporcional. Desproporcional é Israel, a única democracia verdadeira do
Oriente Médio, ser condenada pela ONU em número maior que todos os outros
países do mundo juntos. Desproporcional é o número de países com lamentáveis
direitos humanos fazerem parte deste Conselho da ONU como Cuba, Arábia Saudita,
Kuwait, Paquistão, Emirados Árabes, China e Russia. Desproporcional é o número
de mortos em Darfur no Sudão, na Siria, no Iraque, na Nigéria que sequer chegam
às páginas dos jornais porque os que perpetradores destes massacres são
muçulmanos. Desproporcional é Israel enviar toneladas de cimento e ferro para
Gaza para a construção de casas, escolas e hospitais e o material ser usado
para construir dezenas de quilómetros de túneis contra Israel. Desproporcional
é o Hamas esconder mísseis em escolas da ONU e quando eles são descobertos, a
ONU simplesmente os devolve ao Hamas para continuar matando judeus. Isto é desproporcional.
E para fechar com chave de ouro,
neste final de semana o secretário de estado americano John Kerry conclamou uma
reunião em Paris com os ministros do exterior da França, Inglaterra e Alemanha para
encontrar uma solução ao menos temporária para a guerra em Gaza. E quem ele procurou para se aconselhar? Qatar, o maior financiador do Hamas e a Turquia seu maior
porta-voz. Sua proposta para Israel, imaginem, foi um cessar-fogo no qual
Israel parasse de destruir os túneis e se retirasse de Gaza. Se o acordo em si
não fosse já tão ruim, a consulta foi feita sem qualquer envolvimento dos
maiores interessados. A Autoridade Palestina e o Egito foram colocados de
escanteio gerando mais uma crise de confiabilidade para a América.
Sr. Kerry, como dizem em
Israel, que alguém lhe dê logo o Prêmio Nobel da Paz para deixár o Estado Judeu em paz.
Seus experimentos falharam. Sua proposta de cessar-fogo humanitário foi aceita
por Israel para ser inexplicavelmente rejeitada pelo Hamas. Isso deveria ser
suficiente para o mundo acordar para o fato que o Hamas não se importa com as
vidas dos palestinos e está bancando num grande número de mortes para obter uma
vitória política sobre Israel.
A única solução, se a própria
população de Gaza não se revoltar contra o Hamas, é para Israel destruir de vez
o grupo terrorista e dar à Abu Mazen uma nova chance de governar a Faixa. Se a
consequencia disso forem mais mortes palestinas, que o seja. De qualquer forma
Israel será condenada. E como dizia Menahem Begin com orgulho, hoje, como
judeus livres e em seu estado, preferimos condenações a condolências.
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