Cinco minutos. Apenas cinco minutos foi o tempo que
levou para o mundo emitir a mais forte condenação do assassinato de um
palestino de 17 anos do bairro de Shuafat em Jerusalem. E daí por diante, as
condenações não pararam.
O Secretário de estado Americano John Kerry correu
para “condenar nos mais fortes termos o desprezível e desparatado sequestro e
homicídio” de Muhammad Hussein Abu Khdeir. "É nauseante pensar que um
menino inocente de 17 anos tenha sido agarrado das ruas e sua vida roubada dele
e de sua familia. Não há palavras para expressar de modo adequado nossas condolências
ao povo palestino”.
O enviando do Quarteto, Tony Blair, também chamou o
homicídio de “horrendo” e “hediondo” e disse que os “perpetradores devem ser
encontrados rapidamente e trazidos para a justiça”. Blair ainda disse estar
“muito preocupado com a agitação em Jerusalém e na Cisjordânia, especialmente
ataques contra palestinos e violência dos colonos que não pode ser tolerada”.
"Desprezível", "nauseante"
"agarrado das ruas" "não há palavras", “horrendo"
"hediondo" "não pode ser tolerado". Palavras de condenação
muito fortes de fato.
Para o mundo, a culpa de Israel já foi declarada.
Culpada até provada sua inocência. Tudo em cinco minutos.
Depois disso, mesmo se a investigação da polícia concluir
que o palestino foi morto por membros de sua família por razão de honra ou por outros
árabes, ninguém irá acreditar. A causa já está pre-definida: Israel embarcou em
vingança. Lembram da morte do menino Mohamed Al-Dura?
O fato de haver fortes indicações de que o menino era homossexual
e estava nas ruas às 3:30 da manhã aponta para um assassinato de honra. Quando
a polícia inicialmente entrevistou a mãe, ela afirmou que “colonos haviam
sequestrado seu filho agarrando-o para dentro do carro”. Então os policiais
pediram para ela descrever o veículo e ela disse que estava muito escuro. Se
estava muito escuro para ver o carro, como ela pode ter visto quem estava
dentro para descreve-los como “colonos”?
Não é preciso dizer que todo assassinato é algo
terrível. O Primeiro-ministro de Israel imediatamente o chamou de “crime
repreensível” e comandou a polícia a dar prioridade na investigação e encontrar
os culpados. E isso é louvável.
Não estou dizendo que não podem ser judeus que
cometeram este crime. E se foram mesmo judeus eles devem ser punidos como
terroristas. Mas o mundo precisava esperar o fim da investigação para expressar
sua condenação.
Agora vejamos o que ocorreu durante as três semanas
que durou para encontrar os corpos dos três meninos judeus de 16 e 19 anos sequestrados
pelo Hamas.
Nenhuma condenação rápida foi emitida e não ouvimos nenhuma
expressão de escândalo por parte dos líderes do mundo. Enquanto os corpos de
Naftali Frenkel, Gil-ad Shaer e Eyal Yifrach apodreciam num vale na Judéia, o
sequestro mal foi noticiado nos principais veículos da mídia internacional. E
mesmo quando encontrados, muito poucos usaram expressões como “desprezível”,
“hediondo” e “nauseante”.
Em vez disso, ouvimos as insossas condenações de
praxe, juntamente com expressões de simpatia pelas familias mas estressando a
necessidade de controle. Ninguém esqueceu de elogiar o presidente da Autoridade
Palestina, Mahmoud Abbas que por um momento se distanciou do Hamas.
Duas semanas depois do sequestro, as mães dos três
meninos foram para Genebra procurar o apoio do Comitê de Direitos Humanos da
ONU. O Comitê só concordou em dar a elas exatamente 2 minutos depois que a
organização Human Rights Watch cedeu seu tempo para elas. E depois do curto e
emotivo discurso da mãe de Naftali Frankel, ninguém, nem mesmo qualquer
secretária da organização teve a coragem de lhe estender à mão ou falar com
elas.
O presidente Barack Obama por seu lado, não conseguiu
sentir qualquer convicção ou escândalo necessário para condenar o sequestro,
apesar de um dos meninos ser um americano. Silêncio total de Obama nos 18
longos dias de busca. Mesmo quando o presidente de Israel Shimon Peres esteve
ao seu lado em Washington e lhe pediu para faze-lo, Obama não pode e não
condenou o sequestro dos 3 meninos judeus. Ele não tinha tempo. Nem mesmo 5
minutos.
Até que seus corpos foram descobertos. Aí então Obama
se encheu de coragem e mandou as condolências às familias e falou da “dor
indescritível” que ele estava sentindo como “pai” mas também pedindo “a todas
as partes para se controlarem para não desestabilizar ainda mais a situação”.
Seus comentários vieram tarde demais, foram brandos demais,
indiferentes demais. O que estava faltando a Obama e a seus colegas
internacionais era um ultraje verdadeiro sobre o assassinato de 3 meninos
judeus que foram mortos só por serem judeus. Não era preciso qualquer referência
às implicações morais ou políticas deste ato terrorista.
Ninguém tem a coragem de falar sobre a cultura
palestina da glorificação do terrorismo. Ninguém comenta que enquanto civis
palestinos saem às ruas distribuindo doces para comemorarem outro sequestro,
outra morte de judeus, Israel coloca em risco a vida de seus soldados para
minimizar a morte de palestinos. Ninguém denuncia a equivalência moral que a
mídia quer impor entre a conduta palestina e o povo de Israel que vê com horror
qualquer ato de vingança.
Por que Obama e seus colegas iriam faze-lo? É tão mais
simples condenar e depois exigir controle de ambos os lados…
Na semana passada, o jornal the New York Times nos
forneceu um exemplo clássico desta obtusidade moral quando publicou em sua
primeira página, um artigo comparando os três meninos israelenses mortos
tentando voltar para a casa, com meninos palestinos que se feriram ao ameaçar
os soldados que os procuravam.
O Times pode tentar negar esta tentativa de
equivalência moral até ficar roxo, mas não é preciso ser um gênio para ve-la. O
que o jornal publicou foi exatamente uma simetria entre os lados apresentando
uma visão distorcida do conflito entre Israel e os palestinos. Se o The New
York Times quisesse dar uma visão correta das duas sociedades, deveria ter feito
um perfil da mãe de Naftali Frenkel, Rachel, ao lado da mãe do suspeito sequestrador
Amer Abu Aisheh, que disse ao Canal 10 de Israel nesta semana que “se meu filho
fez isso, estou muito orgulhosa dele até meu último dia. Eu criei meus filhos
nos joelhos da religião islâmica e seu objetivo na vida é trazer a vitória do
Islão.”
Mas fazer esta distinção seria favorecer Israel
moralmente e isso hoje não é politicamente correto. Em vez disso, a mídia,
assim como os líderes do mundo e as organizações internacionais estão predispostos
a apresentar Israel como uma sociedade violenta e implacável, exatamente como
seus vizinhos árabes. Por isso, o assassinato de Mohamed Abu Khdeir é tão
atraente. Traz todo o mundo de volta para a zona de conforto depois das imagens
trágicas do enterro dos 3 meninos judeus. É a zona dos judeus radicais, dos
colonos, e da “ocupação” que para eles, são “a raíz do problema”.
E por isso, ao cobrir os enterros, a mídia
internacional fez um circo em volta dos manifestantes judeus que saíram à rua
para pedir uma resposta forte do governo ao assassinato dos meninos. Ela não
teve interesse nas mensagens de solidariedade, fé ou perseverança das famílias,
dos vizinhos e amigos. Ela queria ver os chamados à vingança.
Para Israel os padrões morais são claros: ela quer a
vida, não a morte. Ela busca uma resolução do conflito, não a destruição do
inimigo. Ela reconhece seus erros e procura corrigir-los em contraste com a
crueldade da sociedade palestina que ficou tão estampada nas últimas semanas.
Há um abismo que se torna mais largo a cada dia entre
Israel e o mundo. Atrás da hipocrisia e dos duplos padrões, podemos sentir a
frieza. A frieza para com estes meninos sequestrados e mortos, com tantas
outras crianças assassinadas, como os Fogel, os Hatuels, os Pass e Mandell só
para citar alguns; frieza com os mísseis diários de Gaza que chovem sobre civis
israelenses. O mundo não tem 5 minutos para verdadeiramente empatizar com a dor
de Israel mas não pode esperar nem 5 minutos para condená-la.
Estamos ficando cansados. Cansados com o rio de
lágrimas que o povo judeu tem que derramar sem fim; cansados com a trágica
história que nunca muda; cansados dos árabes que se dizem humiliados e
ultrajados por uma nação que não representa nem 1.5% de sua população e por
isso têm o direito de massacrar crianças.
Nenhuma nação merece ser tratada desta forma. Não no
século 21. Parece que não aprendemos nada. Daqui a mil anos os historiadores
irão dizer que ainda vivemos na Idade Média. Com a inquisição contra os judeus
e tudo…
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