Parece que
é um evento semanal. Num vídeo de 2 minutos e meio, intitulado “Mensagem aos
Aliados da América”, o carrasco do Estado Islâmico, com o rosto coberto, mas
falando um inglês perfeito com sotaque londrino, decapita mais um refém. Desta
vez, o escocês David Haines, não era um jornalista, mas um voluntário que foi
ajudar a população sofrida da Síria. No mesmo vídeo, o assassino ameaça matar
outro refém inglês, se a Inglaterra continuar a apoiar os Estados Unidos.
David
Cameron, primeiro ministro inglês imediatamente convocou uma reunião de
emergência para chegar a uma estratégia, mas ao final, a política venceu: a
Inglaterra não irá participar diretamente nas ações militares mas dará somente apoio
logístico. Ele disse que estes não são muçulmanos mas monstros.
Obama
também preferiu considerações políticas em sua resposta ao Estado Islâmico. Na
quarta-feira, um dia antes do aniversário dos ataques de 11 de setembro, o
presidente Obama disse que atacaria o grupo onde estivessem. Mas hoje, dias mais
tarde, nada foi feito. Obama quis deixar claro que o que o Estado Islâmico
prega, não é islamismo. Cameron disse islamismo é uma religião de paz. Mas nem
um nem o outro explicam como tantos muçulmanos nascidos e criados no ocidente,
com todas as vantagens, estão se juntando a este grupo aos milhares.
Obama e
Cameron são políticos. Foi ao dizer o que o povo queria ouvir que eles foram
eleitos. Mas ser um político bem sucedido está longe de ser um líder, alguém a
ser lembrado pela história. Um verdadeiro líder nem sempre diz o que os outros
querem ouvir. E um líder não se esquiva de tomar decisões difíceis, muitas
vezes, até contra o que o seu eleitorado quer porque é o que ele acredita ser o
certo.
Com o fim da
segunda guerra mundial, não tivemos a necessidade de líderes como Churchill ou
Roosevelt. Mas hoje, o mal está de novo à solta. Ele não se mostra como uma
nação que quer dominar a outra por simples razões econômicas. Ele brande a
bandeira da religião e justifica atos horrendos em nome de um deus.
E para
combater este mal é preciso não só de coragem, mas de claridade moral para
definir e reconhece-lo onde estiver.
Poucos no
Brasil conhecem o senador americano Ted Cruz do estado do Texas. Cruz é filho
de um imigrante de Cuba, que chegou aos Estados Unidos com 17 anos e lavou
pratos para sobreviver. Seu filho Ted, com puro esforço pessoal, conseguiu
entrar nas melhores escolas americanas inclusive em Harvard aonde se formou em
direito. Ele é o próprio retrato do sonho americano.
Na quarta-feira Cruz também fez um discurso. Ele foi convidado a falar no jantar inaugural da organização Em Defesa dos Cristãos que se propõe a defender os direitos dos cristãos perseguidos no Oriente Médio.
Os
organizadores do jantar provavelmente esperavam que Cruz iria falar da opressão
sofrida hoje pelos cristão e a necessidade do Congresso americano trabalhar
para defendê-los. Ele ganharia os esperados aplausos e iria para casa. Nenhum
deles poderia imaginar que Cruz iria se referir ao antissemitismo que nutre
muitos destes árabes cristãos.
Mas Cruz
decidiu tomar o caminho mais difícil e falou duras verdades. Ele disse que
aqueles que “odeiam Israel também odeiam a América e que aqueles que odeiam os
judeus também odeiam os cristãos. E todo aquele que odeia Israel e o povo judeu
não está seguindo os ensinamentos de Cristo.” Ele continuou dizendo que os cristãos do
Oriente Médio não tinham maiores amigos do que Israel e que o Estado Islâmico,
al-Qaeda, Hamas e Hezbollah, junto com a Síria e o Irã eram todos partes do
mesmo câncer, assassinando do mesmo modo cristãos e judeus. Ódio é ódio e
assassinato é assassinato”.
A resposta
da audiência foi uma grande vaia. Cruz disse que depois de alguns minutos ele
não teve escolha e declarou que se aqueles cristãos não estavam do lado de
Israel e dos judeus, então ele não poderia ficar do lado deles. Aí ele desceu
do pódio e foi embora.
Esta foi a
atitude de um verdadeiro líder. Ele poderia ter tomado o caminho mais fácil,
ganhado aplausos, fama e apoio de mais esta comunidade, consolidando seu futuro
político. Mas Cruz teve a claridade moral de reconhecer que é o mesmo islamismo
que oprime e persegue os cristãos e os judeus e só a união destes que são
perseguidos poderá trazer a vitória contra grupos como o Estado Islâmico. Esta
claridade moral lhe deu a coragem de enfrentar aquela audiência de frente.
Em
contrapartida, tivemos o discurso do presidente Obama que continua a manter a posição
tomada em 2009 no Cairo. Nunca o presidente Obama mencionou o ódio dos
muçulmanos aos infiéis, cristãos ou judeus. Em nenhum momento ele falou do
radicalismo islâmico, patrocinado e
enaltecido nos países do Oriente Médio e em nenhum momento Obama falou
do terrorismo islâmico ou da visão jihadista que levou à perda de tantas vidas
inocentes.
Em vez
disso, através de sua presidência, Obama negou a existência do jihad, sua
ideologia, e o fato que esta força e não outra, estava moldando os eventos no
mundo. E seu discurso da quarta-feira não foi uma exceção.
Obama deixou
claro que não estava em guerra contra o islamismo. Que sua estratégia é de usar
de operações contra-terroristas com o fez no Yemen e Somalia. Como se nestes
países a estratégia teria funcionado. Hoje a Somalia é dominada pelo grupo
Al-Shabab e o Yemen pela Al-Qaeda da Península Árabe. Também no Iraque e na Síria
esta estratégia irá causar a derrota dos Estados Unidos.
O Estado
Islâmico não é uma mera organização terrorista. Ele controla um território
maior que a Bélgica, com cidades, poços de petróleo e muito dinheiro. Este grupo
usa a mesma violência e terror que os bárbaros usaram para destruir o império
romano. Quando confrontado com
exércitos, o grupo luta e ganha. Operações de contra-terrorismo não irão vencê-lo.
E apesar de
dizer que os membros do Estado Islâmico são únicos em sua brutalidade, Obama se
recusa a reconhecer a verdadeira natureza desta ameaça e confrontá-la. Ele acha
que esta guerra não é sua, que ele foi eleito para retirar as tropas americanas
e não enviar mais soldados para o Oriente Médio. E ele sabe que não será fácil
conseguir o apoio de outros países contra o Estado Islâmico por causa da
natureza ideológica do inimigo.
Obama não
poderá liderar uma guerra até a vitória contra o jihad islâmico - que hoje
ameaça a humanidade - porque ele simplesmente rejeita a claridade moral que lhe
daria a coragem de fazê-lo. As pesquisas de opinião sobre a qualidade de sua
liderança são as piores de todos os presidentes americanos. Nossa única
esperança é elegermos alguém como Ted Cruz nas próximas eleições para que a
claridade moral retorne ao seio da nação americana.
Perfeito!
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