Nesta última quarta-feira, Barack Obama
decidiu levar a defesa de seu acordo nuclear com o Irã para a Universidade
Americana. Em seu discurso o presidente americano criticou severamente os
legisladores republicanos comparando-os aos jihadistas que gritam “morte à América”.
Em sua ilimitada arrogância, Obama disse que há apenas dois tipos de pessoas
que irão se opor ao acordo - partidários do Partido Republicano e aqueles que
colocam Israel antes da América- ou seja, traidores.
Em sua opinião, o fato de alguém acreditar
que o acordo põe Israel em perigo ou não é diretamente relacionado à confiança
que esta pessoa tem no presidente. E mais uma vez, em sua arrogância infinita,
ele disse ser mais confiável que Benjamin Netanyahu para proteger Israel.
Mas o fato é que para os congressistas
americanos, não importa quem está certo ou errado sobre os perigos que este
acordo causa a Israel. O Estado Judeu não é parte e não está vinculado a seus
termos. Se Israel tiver que agir contra o Irã ela o fará.
Os Estados Unidos, por outro lado, é parte
e precisará cumprir as cláusulas mais absurdas, inclusive a de dar assistência
ao Irã para proteger e defender seu programa nuclear. Isto se o Congresso não
rejeitar o acordo.
Para os americanos a questão é se este
acordo é bom ou não para a América. Se este acordo torna os Estados Unidos mais
seguros e mais longe de uma possível guerra nuclear no futuro. A única maneira
de responder à esta questão é considerarmos todas as maneiras pelas quais o Irã
é hoje uma ameaça para os Estados Unidos e se este acordo acentua ou diminui
esta ameaça.
Para começar, o Irã mantém quatro
americanos como reféns. Três estão presos com acusações que vão de espionagem a
apostasia. Um deles está provavelmente morto pois o próprio governo do Irã diz
não saber de seu paradeiro. O fato dos mulás não terem libertado estes
americanos durante as negociações, pelo menos como um gesto de boa vontade,
mostra que este acordo não só não os ajudou mas com o acordo concluído, sua
situação está muito pior. Hoje o Irã não tem qualquer razão para liberta-los e
todo o incentivo para tomar mais reféns.
Além disso, o Irã continua a ser o maior
patrocinador do terrorismo mundial, especialmente contra os interesses americanos.
Em 2011 o FBI frustrou um plano para matar o embaixador saudita e explodir as
embaixadas sauditas e israelenses em Washington.
A presença iraniana pode ser sentida de
modo acentuada em Cuba, que acabou de restabelecer relações com os Estados
Unidos e em outros países da América Latina como a Venezuela, Nicarágua,
Equador e Bolívia. O Irã está buscando passaportes de países amigos no quintal
americano para seus agentes poderem viajar para a América sem restrições.
Hoje o Irã pode fixar seus mísseis balísticos
na Venezuela, e atacar o território ou navios dos Estados Unidos sem qualquer
problema. O exército americano está especialmente preocupado com a habilidade
do Irã em enviar um impulso eletromagnético de algum lugar da América Latina
que destruiria a rede elétrica dos Estados Unidos. O prejuízo que isso causaria
para a economia seria inimaginável. E com a infusão de dinheiro que os mulás
irão receber, poderão expandir sua pesquisa em impulsos eletromagnéticos sem
qualquer restrições.
Já vimos também as demonstrações de força
do Irã durante as negociações no estreito de Hormuz, ameaçando o fluxo de petróleo
e a economia mundial. O Irã explodiu uma maquete de um porta-aviões americano, tomou
como refém um navio da empresa Maersk e sua guarda revolucionária cercou um
outro navio até ele fugir do estreito.
A reação americana foi o colapso
estratégico e a capitulação em Viena. A mensagem para os iranianos foi que a
pirataria paga. Assim, o Irã continuou a empurrar para a frente e através de
seus subordinados Houthis, tomou o Iêmen e a outra rota do petróleo, o estreito
de Bab el-Mandab. Hoje o Irã tem como reféns a Arábia Saudita e todos os outros
países do golfo árabe controlando todas as vias de escoamento de petróleo e o
Mar Vermelho.
Além disso, o Irã tem sido o patrocinador e
protetor da Al-Qaeda nos últimos 20 anos.
Quatro dos dezenove terroristas do 11 de
setembro 2001 estiveram no Irã antes de viajarem para os Estados Unidos. O
jornal The Weekly Standard revelou entrevistas com funcionários da inteligência
americana que analisaram os documentos retirados do refugio de Osama Bin Laden,
que expõem os laços estreitos entre o Irã e a Al-Qaeda.
Este acordo, aprovado pelo conselho de
segurança da ONU, ainda, abre o caminho para o programa balístico do Irã. Isto
quer dizer que o Irã pode adquirir a tecnologia e montar o míssil para levar a
bomba nuclear à qual terão acesso, de acordo com Obama, em 10 anos. Esta
tecnologia é para mísseis intercontinentais, colocando os Estados Unidos na
mira do Irã.
Obama na Universidade Americana disse que
se o Congresso votar contra o acordo, “vamos perder ... A credibilidade da
América como um líder da diplomacia. A credibilidade da América ",
explicou ele," é a âncora do sistema internacional. "
Infelizmente, Obama não entende que é o
contrário. É o acordo que destrói a credibilidade da América e assim derruba o
sistema internacional que esteve ancorado sobre ela nos últimos 70 anos.
O acordo também destrói a credibilidade dos
Estados Unidos como um aliado.
Ao servir como defensor do seu pior
inimigo, os EUA tem mostrado a seus aliados que eles não podem confiar nas
garantias de segurança norte-americanos. Como pode Israel ou a Arábia Saudita
confiar na América para defendê-los quando ela está se está colocando em risco
a si mesma? O acordo destrói 70 anos de esforços de não-proliferação dos EUA.
Ao permitir que o Irã se torne uma potência nuclear, os EUA fez uma paródia da
própria noção de não-proliferação e causou uma corrida armamentista nuclear no
Oriente Médio.
Os danos causados pelo acordo já está
sendo sentida. A Europa, a Rússia e a China já estão batendo nas portas dos
aiatolás a assinarem acordos comerciais e militares com o regime.
Mas se o Congresso rejeitar o acordo, ele
pode mitigar os danos. Ao faze-lo, o Congresso irá demonstrar que o povo americano
não está pronto para ser completamente derrotado. Eles podem mostrar que a América
continua empenhada em sua própria defesa e na reconstrução da sua credibilidade
estratégica em todo o mundo.
Obama quer convencer o público de que os que
são contra ao acordo são ou extremistas partidários ou traidores que se
preocupam com Israel mais do que eles se preocupam com a América. Mas nenhuma
destas afirmações é verdadeira. A principal razão que os americanos devem se
opor ao acordo é que ele põe em perigo a América. E, portanto, estes americanos
não são nem partidários extremistas nem vira-casacas. Eles são simplesmente patriotas.
Algo que Obama, mesmo sendo presidente, está longe de o ser.
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