Esta semana o senador Bernie Sanders fez história. Ele é o primeiro
judeu a ganhar uma eleição primária para a presidência dos Estados Unidos. Um
auto-declarado socialista que quer aumentar os impostos dos americanos para
90%, sua campanha está passando um rolo compressor sobre a de Hillary Clinton.
Os americanos estão cansados de estar cansados deste governo. Obama foi
um desapontamento tanto para a esquerda quanto para a direita. Ele enfraqueceu
a América e não melhorou o nível de vida dos menos afortunados. O custo do
seguro médico foi para o espaço junto com o desemprego. As pessoas estão cheias
do politicamente correto que insulta os valores básicos da nação americana.
Esta é a razão pela qual tanto do lado democrata quanto do lado republicano os
candidatos preferidos são pessoas fora do sistema, fora do “establishment”.
Em relações exteriores a fraqueza americana está levando o mundo ao
abismo. Nesta semana o presidente da Rússia, Wladimir Putin, fez uma declaração
assustadora. Ele disse que os Estados Unidos são o inimigo numero 1 da Rússia e
que estamos assistindo o desenrolar da Terceira Guerra Mundial ou no mínimo, a
volta da Guerra Fria. É isso que resultou o “reinício” de relações entre a
América e a Rússia negociado por Hillary Clinton e aquela foto patética dela
apertando um botão vermelho com Sergei Lavrov em 2009.
Hoje estamos assistindo uma reprise da Guerra da Criméia de 1853, entre
o Tsar russo e o Sultão turco. Daquela vez a Russia perdeu, e agora está
procurando vingança. A Turquia é apoiada pela América, e o palco a Síria.
Não há solução visível para a guerra civil síria que já dura 5 anos e o
desastre dos vastos campos de refugiados na Jordânia e Turquia. Nesta semana, mais
de 60 mil civis sírios abandonaram suas casas para a fronteira Turca. A ONU
teve que suplicar a Erdogan para abrir sua fronteira. O presidente sírio,
Bashar Al-Assad prometeu um massacre até que cada polegada de seu território
seja recuperado. Ninguém acredita nas negociações patrocinadas por Obama, entre
as várias facções porque as principais não estão envolvidas. Contra as forças
do governo de Assad, os Russos, os Iranianos e a Hezbollah, há o Daesh (Estado Islâmico),
a Al-Qaeda, al-Nusra; e os americanos e as forças de oposição seculares e
sunitas.
Esta crise não é culpa somente do avanço do Estado Islâmico, a
brutalidade de Assad ou dos rebeldes que querem tirá-lo do poder. A Síria hoje
é o campo de batalha de uma Guerra por procuração entre a Russia e a Turquia e
seus respectivos líderes megalomaníacos: Erdogan e Putin.
Estes dois homens são movidos por suas ambições imperiais. Putin está
fazendo de tudo para restabelecer sua versão da União Soviética. Erdogan quer
impor sua versão do Império Otomano. A Síria é só o pano de fundo sobre o qual
os dois estão testando suas forças. E no processo estão internacionalizando o
conflito. Há soldados da guarda revolucionaria do Irã, da Arábia Saudita,
Qatar, Chechnya, Afganistão e Paquistão. Há mais de 400 soldados cubanos
dirigindo tanques russos. Há shiitas do Iraque e do Líbano. A Al-Qaeda,
al-Nusra e Estado Islâmico contam com voluntários de vários países ocidentais. A
violência ameaça atingir o norte de Israel.
Não há exagero quando Putin diz que este conflito tem o potencial de se
tornar na Terceira Grande Guerra.
De seu lado, a Turquia quer evitar que as forças curdas na Síria e no Iraque se juntem aos curdos turcos para criar seu próprio estado. Os curdos são a maior minoria do mundo sem um estado próprio. São 37 milhões de pessoas com sua própria língua e cultura espalhados entre o Irã, o Iraque, Síria e Turquia. Nenhum destes países está a fim de perder parte de seu território. O perigo é que a Turquia poderá arrastar a OTAN para o conflito.
De seu lado, a Turquia quer evitar que as forças curdas na Síria e no Iraque se juntem aos curdos turcos para criar seu próprio estado. Os curdos são a maior minoria do mundo sem um estado próprio. São 37 milhões de pessoas com sua própria língua e cultura espalhados entre o Irã, o Iraque, Síria e Turquia. Nenhum destes países está a fim de perder parte de seu território. O perigo é que a Turquia poderá arrastar a OTAN para o conflito.
Erdogan, que é sunita quer remover Assad, que é xiita alawita. A Rússia
por seu lado, quer garantir sua continua influência na região, especialmente
seu acesso ao Mediterrâneo de sua base naval em Tartus. Assim, com o apoio do
Irã, Putin está direcionando os bombardeamentos para os rebeldes que são
apoiados pelos Estados Unidos e o Ocidente. Além disso a Russia está usando
bombas regulares que causam muitas mortes entre civis. Mas Putin simplesmente
não se importa. Esta mostra de força, em contraste com Obama, fez com que todos
os lideres da região prestassem homenagem ao líder russo, incluindo Israel, os
Sauditas, a Jordânia e o Irã. O único membro da OTAN, a Turquia, está cada vez
mais isolada e pela própria culpa de Erdogan.
Depois de embolsarem três
bilhões de euros da Europa para ajudar com os refugiados, os turcos mandaram
avisar que isto era só um começo. Agora ele quer também a remoção de vistos
para 78 milhões de turcos entrarem na Europa. Putin por sua vez, sabe que quanto
mais ele prolongar a crise na Síria, e a onda de refugiados continuar, mais ele
poderá extorquir a suspensão de sanções enquanto ele continua sua campanha de
anexação da Ucrânia. As implicações de
uma escalação da violência entre o Sultão Erdogan e o Tsar Putin são óbvias.
Com tudo isto se passando às
portas de Israel, o estado judeu tem que se desvencilhar de Obama e aumentar
sua própria influência na região. O Irã se tornou uma ameaça real para os
países sunitas do Golfo com este absurdo acordo nuclear. Este acordo causou a
improvável aproximação da Arábia Saudita, Emirados árabes, Qatar e Kuwait a
Israel. Israel também está dividindo inteligência, know-how com países árabes e
fazendo um planejamento estratégico conjunto.
Todos estes países árabes sabem
que Israel é o único país estável da região, o único país confiável que
consistentemente tem mantido suas obrigações em acordos e alianças. Israel
também entende a necessidade de força militar e sabe como usa-la. Em outras
palavras, Israel é o contrário dos Estados Unidos. Obama abdicou sua influência
para Putin e Khamenei. Ele abandonou seus aliados e alimentou o povo americano
com mentiras como a Al-Qaeda foi derrotada, o ISIS está contido, o Irã está sob
controle e a relação com a Rússia foi reiniciada.
Hoje a América parece ser um
país perdido, uma superpotência confusa e doente procurando um antídoto para o
falso messias Obama. Com os atuais candidatos à presidência, Trump de um lado e
Sanders do outro, o mundo está perguntando qual papel terá a América nestes
anos cruciais à frente. As implicações para Israel são sísmicas.
Oito anos de arrogância
combinada com ignorância de Obama foram suficientes. Israel tem que abrir um
caminho de influência alternativo. E todos nós temos que rezar para que o
próximo presidente americano seja alguém com conhecimento, sensato e
responsável! Basta de treinamento no cargo.
Esta é minha opinião mas
gostaria também de lembrar um personagem que nos deixou neste final de semana.
O herói da guerra de Yom Kippur, general Avigdor “Yanush” Ben-Gal morreu ontem
aos 79 anos. Ele comandou a 7ª Brigada Armada nos Altos do Golan e conseguiu
segurar as superiores forças sírias até a chegada de reforços. Apesar de suas
conquistas, ele era simples e humilde e ficava surpreso quando era reconhecido.
Um verdadeiro gibor de Israel.
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