Nesta última quarta-feira, o presidente
Obama resolveu corrigir o que ele definiu como “uma grande distorção de imagem”
que o público tem de muçulmanos-americanos. Para tanto, ele resolveu visitar
uma mesquita e confortar a congregação. Ele disse que aqueles que demonizam
todos os muçulmanos pelos atos de poucos, estão entrando no jogo dos
extremistas.
Ele reclamou que “crianças têm sofrido
bulling e mesquitas são vandalizadas”. Emocionado, Obama disse que “tal
desigualdade de tratamento rasga o tecido social da nação”.
Interessante que nas últimas
estatísticas publicadas pelo FBI (https://www.fbi.gov/about-us/cjis/ucr/hate-crime/2013/topic-pages/incidents-and-offenses/incidentsandoffenses_final), quando
se trata de crimes contra grupos religiosos, 59.2% dos ataques nos Estados
Unidos, foram contra os judeus! Somente 14.2% foram contra muçulmanos. Alguém
ouviu o presidente correr para uma sinagoga para confortar a comunidade judaica?
Talvez Obama sentisse urgência em reiterar
seu apoio aos muçulmanos, devido à declaração do candidato à presidência Donald
Trump de que a América deveria suspender a imigração islâmica até implementar
um processo efetivo de verificação dos imigrantes. Esta declaração causou um
grande número de condenações de todo o espectro político, mas aumentou o apoio
popular a Trump. Ele é visto como um anti-político, que fala o que todos pensam
e não leva desaforo de ninguém.
Minimizando o perigo do terrorismo
islâmico, Obama disse que há violência em alguns cantos do mundo islâmico
perpetrado por “elementos extremistas organizados que deturpam os textos
islâmicos e acabam refletindo negativamente sobre a maioria dos muçulmanos que
são pacíficos”.
A visita causou sensação na mídia que
até suspendeu a cobertura da campanha presidencial para dar espaço ao
presidente. O problema é que a mesquita que Obama visitou tem ligações antigas
com a Irmandade Muçulmana e o Hamas. O próprio FBI recomendou ao presidente não
dar legitimidade a esta instituição e escolher outra mais moderada. Obama não
quis ouvir.
A Sociedade Islâmica De Baltimore acusou
Israel de genocídio durante a Guerra com o Hamas e exigiu o fim do apoio
Americano ao estado judeu. O ex-Imã Mohamed Adam el Sheikh foi um dos
responsáveis pela Agência Islâmica-americana de Assistência, uma ONG que em
2004 foi designada como um grupo terrorista por transferir dinheiro para Osama
Bin Laden, Hamas, al-Qaeda e outros grupos jihadistas. O mesmo Imã resolveu
então assumir uma outra mesquita na Virginia substituindo Anwar Al-Awlaki que
havia se mudado para o Iêmen para se tornar um comandante da Al-Qaeda. Este
Anwar al-Awlaki foi quem radicalizou o major do exercito americano Nidal Hassan
que em 2009 saiu atirando em Fort Hood no Texas, matando 13.
Em 2010 esta mesquita visitada por Obama,
foi alvo de uma investigação do FBI sobre um possível ataque e seus membros
resolveram não cooperar com as autoridades.
Estas repetidas aberturas para os
radicais islâmicos é claramente o outro lado da moeda da posição de Obama em
relação a Israel e é mais um sinal do que devemos esperar dele nestes últimos
meses de presidência.
Minha predição é que Obama irá adotar
posições ainda mais apaziguadoras com o Islamismo radical e endurecer
substancialmente seu relacionamento com Israel. E já começou.
Na semana passada, a alfândega Americana
anunciou que irá começar a fazer cumprir uma decisão interna de 20 anos atrás,
que exige que produtos produzidos na Judeia e Samaria venham com o rótulo
“Produzido na Cisjordânia” em vez de “Israel”, seguindo o exemplo europeu.
Obama também está trabalhando fervorosamente com o presidente francês usando o
Conselho de Segurança da ONU para impor as fronteiras de Israel e do estado
palestino. François Hollande já avisou que se resultados concretos não forem
alcançados através de negociações num futuro imediato, ele adotará a posição
palestina.
Que declaração mais asinina foi esta!!!!
Que incentivo têm os palestinos de negociarem qualquer ponto se ao não fazê-lo,
todas as suas exigências serão adotadas pelo mundo?
Obama começou agora a correr com estes
assuntos porque ele sabe que qualquer que seja seu sucessor, ele não será tão
visceralmente anti-Israel ou tão ligado ao islamismo quanto ele. Ele tem que
colocar as rodas de sua política em movimento agora se quer que pelo menos
parcialmente, ela seja irreversível.
Do lado dos Democratas, temos Hillary
Clinton e Bernie Sanders. Os dois adotaram posições de esquerda e hostis a
Israel. Apesar de Bernie Sanders ser judeu, ele boicotou o discurso de
Netanyahu no Congresso e condenou Israel por ser contra ao acordo com o Irã. Clinton,
como senadora e especialmente como Secretária de Estado, condenou duramente
cada aprovação de construção em Jerusalem, mesmo quando elas eram destinadas a
moradores árabes. A assistente sênior de Clinton Huma Mahmood Abedin foi criada
na Arábia Saudita e é notória por suas críticas a Israel. Mas com ambos, a
hostilidade não é pessoal como o é com Obama. Além disso, nem Sanders, nem
Clinton, têm como objetivo fortalecer os inimigos de Israel.
Do lado republicano, todos os candidatos
são pró-Israel, em vários graus. Ted Cruz, frequentemente rotulado pela mídia
como de extrema direita, interrompeu seu discurso para um grupo de refugiados
cristãos árabes porque foi vaiado ao mencionar Israel e os judeus. Ele disse
inequivocamente que se a audiência não podia ficar do lado de Israel e dos
judeus, ele não podia ficar do lado deles e se retirou.
Depois de oito anos de Obama, há muito
entusiasmo do lado republicano e está claro que se um deles for o próximo
presidente, Israel terá mais do que um “amigo” na Casa Branca.
Ted Cruz ganhou as eleições primárias do
partido republicano no estado de Iowa na semana passada com uma participação
superior em 30% enquanto que a participação entre os democratas ficou abaixo
das eleições de 2008. Sanders, que se declara socialista, tem o voto de muitos
jovens, mas não dos mais adultos que conseguem definir o que é socialismo.
Clinton por sua vez, está sob investigação do FBI por ter usado um servidor
privado para mandar e receber e-mails secretos do governo americano. Os dois candidatos
praticamente empataram em Iowa.
Assim, as próximas eleições americanas serão
entre um candidato republicano com a base energizada contra um socialista idoso
ou uma candidata com problemas legais e possível indiciamento pelo FBI. E
apesar dos próximos meses provavelmente serem difíceis para Israel, o ano que
vem promete ser melhor. Bem melhor que sob esta administração Obama.
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