A semana passada
falamos sobre a ONU. Pois é... E justo quando não poderíamos imaginar que esta
organização conseguisse descer ainda mais baixo na escala da imoralidade, ela
nos surpreende. Nesta última sexta-feira, a Organização Educacional, Científica
e Cultural das Nações Unidas, conhecida por UNESCO, adotou em Paris uma
resolução apagando os laços dos Judeus, do Judaísmo e de Israel com o Muro das
Lamentações, a esplanada do Templo e o Har Habait como um todo.
Esta organização se
referiu ao local somente como a Mesquita de Al-Aqsa, a Mesquita de Haram
al-Sharif, e à esplanada do Muro das Lamentações como a Praça Al-Buraq. E para
não variar, Israel foi chamada de “força de ocupação”, foi comandada a não
limitar o acesso de muçulmanos ao Monte do Templo, e condenada por supostas
“medidas ilegais contra a liberdade de culto dos Muçulmanos” num “local
muçulmano sagrado”. A Unesco ainda exigiu a volta do status quo ao local.
A que “liberdade de
culto” a Unesco se refere?? Possivelmente à liberdade de estocarem armas e
munições no local? Ou de apedrejarem os judeus que rezam no Muro das
Lamentações abaixo? Ou a liberdade de proibirem qualquer pessoa que visita o
local de murmurar uma prece? Ou a liberdade de destruir artefatos milenares que
são herança histórica mundial? Ou a liberdade de incitar seus devotos a matarem
judeus? Sim, porque o imã da mesquita de al-Aqsa na última sexta-feira convocou
os muçulmanos a impedirem os judeus de rezarem no Muro das Lamentações durante
Pessach.
O status quo desde que
Israel libertou o Monte do Templo em 1967 é de proibir a prece não muçulmana no
Monte do Templo. Esta política não foi mudada em nenhum momento.
Mas a Unesco foi mais
além. Ela simplesmente culpou a “agressão israelense” por toda violência no
local sem qualquer menção direta ou indireta aos arruaceiros muçulmanos. O
cúmulo foi a condenação de Israel pela decisão de estabelecer um canto
igualitário, para judeus não-ortodoxos rezarem ao longo do Muro das
Lamentações, e portanto, FORA da área das mesquitas. A Unesco ainda se referiu
a Hebron e a Belém como “locais palestinos”.
Assim, o rei David, que reinou de Hebron e Jesus que nasceu em Belem,
eram então palestinos! Aliás é isso que prega a Autoridade Palestina.
Vale notar que esta
resolução foi submetida por paladinos da cultura mundial como Algeria, Egito,
Líbano, Marrocos, Oman, Qatar e Sudão. Mas entre os países que votaram a favor
desta resolução degenerada, estão além do nosso querido Brasil, a França, a
Espanha, a Eslovênia, a Suécia e a Rússia.
Bibi Netanyahu declarou
com razão que esta é ainda outra decisão absurda da ONU. Que a “Unesco ignora a
ligação histórica única do Judaísmo com o Monte do Templo aonde dois templos
existiram por mil anos, em direção do qual os judeus do mundo inteiro rezaram
por 3 mil anos.” Esta é nada menos do que uma tentativa da ONU de literalmente
reescrever a história. E mais uma prova da irrelevância desta organização.
O problema é que estas
pérolas da ONU e suas subsidiárias, junto com este esforço repugnante de
boicotar Israel estão se infiltrando em outras organizações de modo
escandaloso. Há algumas semanas, a Associação Nacional de Estudos sobre as
Mulheres aprovou o boicote a Israel. Sua resolução em parte diz: que como
acadêmicas feministas, ativistas, professoras e intelectuais – não podemos
passar por cima da injustiça e violência incluindo a violência sexual e
violência baseada no sexo, perpetradas contra palestinas e outras árabes na
Cisjordânia e Faixa de Gaza, dentro de Israel e nos Altos do Golan, assim como
do deslocamento de centenas de milhares de palestinas durante a Nakba de 1948”.
Nakba é como os palestinos chamam a criação do estado de Israel e quer dizer “a
calamidade”.
Estas professoras de estudos sobre as
mulheres estão menos preocupadas com a “ocupação” dos corpos de suas súditas do
que a ocupação de um país que nunca existiu: a “Palestina”. Colocar todo o foco
desta organização sobre Israel numa era em que há tanto sofrimento de mulheres
ao redor do mundo chega a ser um insulto. Mas acima de tudo é uma traição, não
só da realidade, mas das mulheres e em especial daquelas que vivem baixo a lei
islâmica.
Estas “feministas para a Palestina”
simplesmente negam a longa e feia história islâmica de imperialismo,
colonialismo, apartheid de sexos e crenças religiosas, racismo, políticas
anti-gay, conversões pela espada, execuções de apóstatas e a escravidão. Todas
ratificadas pelo Al-Corão.
Esta associação nunca condenou, por exemplo,
as atrocidades praticadas pelo Hamas, Estado Islâmico, Boko Haram e o Talibã
contra mulheres e crianças muçulmanas e contra mulheres cristãs, Yazidi e
Curdas que o Daesh capturou como escravas sexuais.
Esta associação nunca condenou árabes que
acobertam os assassinatos por honra seja em Israel, na Judéia e Samária, em
Gaza ou mesmo entre muçulmanos no ocidente. Estas feministas nunca condenaram o
véu de rosto e corpo forçado na Arábia Saudita e Afeganistão ou o uso do hijab
e outras coberturas pesadas no Irã e Nigéria.
Nunca levantou uma minúscula voz para denunciar a difundida pratica de
mutilação genital de meninas do Egito ou o aumento de casamentos de meninas
impúberes através do mundo muçulmano. Nenhuma delas fala sobre o destino terrível
de mulheres que se atrevem a escolher seus próprios maridos.
Israel não é perfeita. Nenhuma sociedade o
é. Mas ela é uma democracia moderna que protege os direitos de todas suas
minorias. Direitos estes simplesmente inexistentes no mundo islâmico, que alias
está em fase final de se livrar de suas populações judaica e cristã.
A Declaração de Independência de Israel
foi um dos primeiros documentos constitucionais do mundo a incluir o sexo
feminino como classificação com garantia de igualdade de direitos políticos e
sociais. Hoje, as mulheres israelenses não só votam e são votadas. Elas são
juizes na Suprema Corte, constituem 34% das forças armadas e 57% dos oficiais. A
maioria dos estudantes nas universidades são mulheres.
Mulheres árabes em Israel da mesma forma,
votam e são membros da Knesset. Em janeiro deste ano foi publicado que elas
preferem recorrer às cortes israelenses em vez das cortes islâmicas apesar da
pesada pressão de suas comunidades.
Apesar das leis religiosas ainda serem
usadas para regular casamentos e divórcios, mulheres em Israel são livres para
lutar por seus direitos nas cortes do país. Imaginem o mesmo em Mecca,
Mogadishu, Teerã, Islamabad ou Cabul. A internet está cheia de imagens de
mulheres presas, estupradas, torturadas, decapitadas ou apedrejadas por
tentarem levantar sua voz. Nesta semana um jornal publicou uma foto de um grupo
de 11 refugiados sírios, andando no meio da neve para angariar simpatia dos
leitores. Dos 11, 7 eram homens jovens, uma mulher e três crianças pequenas. O
que foi perdida na foto era que a mulher era a única descalça, a que carregava
duas das crianças e a sacola com mantimentos para todo o grupo. Os outros, bem
calçados e com as mãos nos bolsos nem mesmo olhavam para a pobre mulher.
E é por isso, que como a ONU, organizações
como esta, perdem sua credibilidade e relevância ao preferirem o antissemitismo
vestido de anti-israelismo, no lugar de ações que fariam alguma diferença.
O especialista em Holocausto, o professor
Raul Hilberg, disse décadas atrás que o antissemitismo procedera em três
estágios: o primeiro que disse, Vocês não podem viver no nosso meio como
Judeus, e tentaram converte-los à força. O segundo, disse “vocês não podem
viver no nosso meio” e então os expulsaram. O terceiro simplesmente disse
“vocês não podem viver” e aí os exterminaram. Mas parece que ele perdeu mais um
estágio: Vocês nunca existiram e portanto, precisamos erradicar, apagar sua
história e sua presença no mundo. Sim, porque se três mil anos de presença
judaica na Terra Santa for colocada em questão, como o está sendo, então o povo
judeu deixará de ser um povo e não mais terá qualquer proteção como minoria.
É contra esta e outras injustiças que
precisamos levantar nossa voz. Especialmente num dia como hoje, em que tantos
entre nós querem dar um basta. Vamos dar um basta também ao antissemitismo,
independente de como ele estiver vestido.
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