Sunday, April 24, 2016

As Gafes de Joe Biden - 24/4/2016

O vice-presidente Americano Joe Biden é mais famoso por suas gafes que por sua proeza política. Dificil encontrar alguém que o ultrapasse. Nem o finado Ibrahim Sued teve jornais como o inglês Daily Telegraph e revistas como a Time compilarem listas de suas declarações disparatadas.

Seus habituais faux-pas se tornaram lendas políticas. Como quando ele pediu para um senador paralítico do Estado de Missouri que levantasse de sua cadeira de rodas num comício; quando não lembrava o nome de seu companheiro de chapa, Barack Obama na campanha para presidente em 2007 ou quando disse que seu estado tinha o maior numero de Índios americanos e que não se podia entrar num mercado ou posto de gasolina sem falar com um sotaque índio. Além da burrice da sentença ele falava para a comunidade imigrante da India – o país!

Mas na segunda-feira da semana passada em Washington as declarações de Biden não foram nada engraçadas. Falando para a organização judaica pró-palestina J-Street Biden lançou críticas mordazes contra Israel, apenas algumas horas após um ônibus em Jerusalem ter sido bombardeado.

Enquanto os médicos ainda tentavam salvar a vida de dezenas de feridos, inclusive do terrorista que perdera as duas pernas na explosão, e a carcaça do ônibus ainda estava quente do fogo, Biden escolheu censurar o estado Judeu de uma maneira nunca usada com um aliado americano.

Biden disse que ele firmemente acreditava que as ações que o governo de Israel havia tomado nos últimos anos – (de acordo com ele) a sistemática e contínua expansão dos assentamentos, a legalização de postos avançados, confisco de terras – estariam empurrando os Estados Unidos e mais importante, empurrando Israel, na direção errada. Neste discurso, que  pareceu copiado da agenda do porta-voz da Autoridade Palestina, Biden insistiu que Israel estava criando uma realidade “perigosa” e revelou sem reservas a esmagadora frustração que a administração Obama sente com o governo israelense.

Ele disse “temos uma grande obrigação, apesar de às vezes sentirmos uma frustração esmagadora com o governo de Israel, de empurra-los com toda a nossa força em direção ao que eles sabem por dentro ser a única solução: a solução de dois estados, enquanto ao mesmo tempo, nos mantemos como os garantidores absolutos de sua segurança”.

Se isto não bastasse, Biden se deu ainda o direito de interferir na política interna de Israel, elogiando sobremaneira um membro de esquerda da Knesset, desejando à ela “que sua visão voltasse a ser mais uma vez a opinião majoritária da Knesset”.

Bem, é realmente discutível se os Estados Unidos, a União Européia ou a ONU – outras que não têm outra coisa a fazer a não ser marretar Israel – se mantêm como “garantidoras da segurança do estado judeu”. Não vimos nenhum deles correrem e oferecerem qualquer ajuda durante as intifadas e todos os comprometimentos de forças de paz, seja no Líbano, em Gaza ou mesmo em Hebron, foram completos fiascos.

Mas Joe, vamos dividir com você um pouco da nossa e da frustração que Israel sente com você e a administração do seu patrão Barack Obama. Sim, aquele que você descreveu em 2007 como o primeiro africano-americano articulado, inteligente, limpo e bem aparentado.

Que direito tem o vice-presidente dos Estados Unidos de falar neste tom com seu único aliado confiável no Oriente Médio, particularmente numa época em que Israel está sofrendo uma onda sem precedente de esfaqueamentos e tiroteios em suas ruas?

Francamente, os israelenses não precisam de sermões de um político de um estadozinho como Delaware com um discernimento em política internacional que no melhor das hipóteses pode ser descrito como “dúbio”. O próprio secretário de defesa de Obama, Robert Gates, colocou em suas memórias que Joe Biden “esteve errado em possivelmente todas as questões envolvendo política externa e segurança nacional nas últimas quatro décadas”.

Um legado impressionante que Biden está tentando esticar para a quinta década. Sua afirmação que Israel precisa ser “empurrada com toda a força” é não só paternalista mas profundamente antidemocrática. E sua arrogância ao dizer poder olhar “por dentro” dos israelenses e saber o que eles realmente querem é condescendente e humilhante.

O que os israelenses querem foi expresso nas urnas das últimas eleições 13 meses atrás quando disseram em alto em bom tom que rejeitam a esquerda e a solução de dois estados proposta por ela. Este pequeno fato parece não ter qualquer peso para Biden e ele se sente no direito de expressar descaradamente, sua esperança que o partido trabalhista detenha mais uma vez, a maioria da Knesset. Isto é um escândalo.

Alguém já viu algum oficial ou político sênior de algum país como um vice-presidente expressar quem ele gostaria que controlasse o Parlamento Britânico, ou a Assembléia Nacional da França? Ou o Congresso brasileiro? Claro que não. Isto seria uma ingerência nos assuntos internos do outro país e completamente inapropriado.

Alguém precisa lembrar a Biden que Israel não é o 51º estado dos Estados Unidos. O fato dele se sentir a vontade para se meter na política interna do estado Judeu arremessando sem reservas críticas violentas ao seu governo, fala muito sobre a arrogância que caracteriza a administração da qual ele é parte.

Dando-se conta que talvez teria ido longe demais, Biden tentou assegurar a audiência que “independente de qualquer divergência política os Estados Unidos poderiam ter com Israel – e há hoje divergências políticas – nunca houve qualquer questão sobre o comprometimento com a segurança de Israel”.


Isto se chama jogar a pedra com a direita e vender o band-aid com a esquerda... Ninguém acredita em você Joe. Seu tratamento de Israel prova o contrário.

No comments:

Post a Comment