Aonde nos voltamos hoje
políticos, líderes de organizações e acadêmicos sentem-se livres para expressar
seu antissemitismo. Eles sabem que em nossos dias, o apoio de seus pares será
muito maior do que as fracas vozes que poderão eventualmente apontar para
velhos preconceitos.
Alguns são esperados, como o
representante da Autoridade Palestina na ONU acusar Israel de nazista por
chamar esfaqueadores palestinos de terroristas. Cocei a cabeça o dia inteiro e
não consegui entender o porquê do ultraje. Se estes esfaqueadores não querem
instigar terror nos israelenses, qual é o seu propósito então?
Ou ainda, a mais recente
pérola do partido trabalhista inglês de David Cameron. O membro do parlamento
Naz Shah (e pelo nome dá para imaginar sua origem étnica), foi suspensa por
sugerir como “solução”, a transferência ou transporte de Israel para os Estados
Unidos. Ela se desculpou. O ex-prefeito
de Londres Ken Livingstone, por seu lado, ao tentar defende-la, disse nada
menos que em realidade Hitler era sionista na década de 30. 16 vezes ele
recusou se desculpar em sua entrevista à LBC.
Entre os acadêmicos, ataques
contra Israel são simplesmente críticas razoáveis - e qualquer alusão a
antissemitismo se torna uma tentativa de censurar uma discussão legítima. Eles
aceitam como fato irrefutável que os ataques virulentos de palestinos a
israelenses são resultantes da ocupação de 1967 e que um retorno às linhas
indefensáveis de armistício de 1948 traria um fim à demonização.
Mas a linha entre crítica
razoável e uma hostilidade obsessiva é frequentemente borrada quando se trata
de Israel. Termos invariavelmente usados incluem “crimes de Guerra”,
“apartheid”, “racismo”, “discriminação”. Teses abundam incluindo uma em que o
exército de Israel é acusado de um tal racismo que os soldados nem se dignam a estuprar
mulheres árabes. É o único exército que esta prática é inexistente e isso para
os críticos é prova de racismo (??!!!).
Neste mês um estudante da
prestigiosa faculdade de Direito de Harvard - nada menos que Harvard, perguntou
a Tzipi Livni, membro da Knesset de Israel, porque, como judia, ela “fedia
tanto”. O nível de Harvard realmente
desceu muito se isto for considerado “crítica razoável”.
Este fenômeno tornou-se até
tópico de uma conferência patrocinada pela Universidade de Indiana em
Bloomington que reuniu 70 intelectuais de 16 países para discuti-lo em várias
perspectivas.
A questão central do encontro
foi debater se a demonização e guerra política contra Israel, incluindo o
movimento BDS é algo isolado ou pode ser comparado a outras formas de ódio. O
consenso geral dos participantes foi que a hostilidade para com Israel,
particularmente entre Europeus e outros países ocidentais que não têm qualquer
envolvimento direto no conflito árabe-israelense, não tem qualquer paralelo.
Como o finado professor Robert Wistrich disse, o “denominador comum do novo
antisionismo é o esforço sistemático de criminalizar Israel e os judeus,
colocando a sua conduta além do que é aceitável pela nossa civilização”.
Enquanto o velho
antissemitismo ataca os judeus como indivíduos, o novo antissemitismo ataca a
identidade judaica coletiva, especialmente sua personificação: Israel. É um mau
hábito que não morre.
E parte deste esforço está
sendo liderado pela própria Organização das Nações Unidas. O voto da UNESCO no
começo deste mês eliminando completamente qualquer ligação do povo judeu com
Jerusalém, com o Monte do Templo e até o Muro das Lamentações, declarando estes
como locais sagrados apenas aos muçulmanos, é apenas um exemplo. E o que é mais
escandaloso é que alguns dos países que votaram a favor desta absurda
resolução, se gabam de cooperar com Israel em tecnologia, medicina e
agricultura como a China, a Índia, a Rússia, a França e o Vietnã.
E da ONU, o vilipêndio de
Israel e dos judeus se dissemina para as lideranças políticas, para a mídia,
para o mundo acadêmico e aos universitários. E especialmente no ocidente, o antisionismo
é justificado com linguagem envolvendo Direitos Humanos e Direito Internacional
por supostos “peritos” da ONU que dão a este processo sujo, um semblante de
legitimidade.
Esta retórica vem sendo
imposta pela esquerda de modo visceral. Aqueles que se dizem campeões da livre
expressão são os primeiros a tentar aboli-la quando não os convém. Vários
ministros e parlamentares de Israel, ao falarem a audiências americanas foram
ameaçados, calados aos gritos ou simplesmente desconvidados. É o que temos
quando a democradura da esquerda arrogante está no comando.
E Barack Obama é um de seus
mais estelares representantes. Em sua recente visita ao Reino Unido, Obama
defendeu sua intrusão na política local ao publicar um artigo marretando os que
advogam a saída da Inglaterra da União Europeia ou o Brexit. Os dois lados do
debate ficaram ofendidos por ele ter se metido em um assunto que é interno da
Inglaterra.
Em sua defesa, Obama sugeriu
que numa democracia, amigos podem expressar livremente suas opiniões, mesmo
quando visitando um outro país: “se um de nossos melhores amigos faz parte de
uma organização que eleva seu poder e sua economia, então eu quero que ele
continue a fazer parte dela. Ou pelo menos, eu quero poder dizer que eu acho
que isso os faz jogadores mais importantes”. Mas não só Obama se sentiu no
direito de dar um conselho sem ser solicitado, mas ele também fez uma ameaça
velada. Ele disse que caso saísse da União Europeia, o Reino Unido “iria para o
fim da fila nos acordos comerciais” com os Estados Unidos.
O Presidente Obama deve ter
uma memória verdadeiramente curta. Os leitores não devem ter esquecido seu
transtorno, sua reação visceral, e como respondeu quando o representante de um
país amigo, o primeiro ministro Benjamin Netanyahu, expressou sua opinião sobre
seu acordo com o Irã.
Sim, há diferenças: primeiro,
é a própria existência de Israel que está em jogo no caso do acordo com o Irã o
que não é o caso da Inglaterra se ficar ou deixar a União Europeia. E ainda, a
oposição de Benjamin Netanyahu ao acordo representava e continua a representar
a maioria da opinião dos Americanos, enquanto sobre a Inglaterra eles não têm qualquer
opinião sobre o assunto.
Então qual é senhor presidente
Obama? Amigos podem ou não falar o que pensam sobre matérias controversas
quando se encontram em outros países, ou devem calar-se e não expressar suas
opiniões? Ou sua resposta é que eles podem falar quando concordarem com seus
amigos, mas não quando discordarem? Até que ponto vamos restringir o debate? Se
amigos podem falar livremente o que pensam, isto deveria ser ainda mais válido
quando discordam, ou não?
Alguém uma vez escreveu que a
“hipocrisia é a homenagem que o vício paga para a virtude”. É também a moeda
usada por diplomatas e políticos. Mas não a torna algo correto.
Este Presidente deve ao povo
Americano e a Benjamin Netanyahu uma explicação por sua hipocrisia e
inconsistência. Que haja somente uma lei sobre todos os amigos: não uma para
com os quais você concorda e outra para com os que você discorda.
Melhor ainda seria ter um
diálogo aberto entre amigos sobre todas as questões de importância mútua. De
acordo com esta regra então, o presidente Obama deveria ter recebido Netanyahu
de braços abertos e ter participado de sua sessão perante o Congresso em vez de
condená-lo e virar-lhe as costas. Ele deve sim desculpas a Netanyahu e também
os membros democratas do Congresso que rudemente boicotaram seu apaixonado
apelo pela sobrevivência de sua nação.
Mas para Obama, como para o
resto desta esquerda retardada, direitos de expressão, direitos humanos,
direitos de defesa, são de todos - desde que não sejam exercidos por Israel ou
pelo povo judeu.
No comments:
Post a Comment