Sunday, May 15, 2016

Mais Uma Iniciativa Fracassada - 15/5/2016

Depois do ministro das relações exteriores da Bélgica, foi a vez do ministro das relações exteriores da França Jean-Marc Ayrault que chegou a Israel ontem para atualizar o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina sobre iniciativa de paz que seu país pretende lançar ao final deste mês.

A novidade é que neste encontro com outros 20 países, nem Israel nem os palestinos estão convidados a participar. O absurdo é que tanto os franceses como a mídia, chama esta farsa de “conferência de paz” quando se trata na verdade de mais um esforço para condenar Israel. E como sabemos isto? Porque os franceses já avisaram que ao seu final, que deve ocorrer em novembro, se um acordo não for assinado, a França irá reconhecer o estado da Palestina e ponto.

A França está com pouca credibilidade em Israel. Depois da forte crítica de Netanyahu e da comunidade judaica francesa ao presidente François Hollande por seu voto na UNESCO eliminando a ligação do judaísmo com o Monte do Templo e Jerusalem, Hollande retrucou fracamente que foi um mal-entendido que não deverá se repetir. Mas que a França quer sinceramente a paz na região.

Israel, não está muito interessada nesta iniciativa porque ela entra num jogo com cartas marcadas e os palestinos sabem que se não fizerem nada, serão reconhecidos sem fazer qualquer concessão. E só para esclarecer, a “Palestina” que a França promete reconhecer inclui terra controlada por Israel e sobre a qual ela tem um direito real de soberania.

Para engrossar o bando do linchamento, o Presidente Barack Obama pretende usar o Quarteto – que além dos Estados Unidos inclui a ONU, a Rússia e a União Europeia – para coordenar as condenações que devem incluir a negação de qualquer direito de judeus a Jerusalem, Judeia e Samaria. A mera presença de um judeu que respira além das linhas de armistício de 1949 para o Quarteto, é ilegal e uma ameaça à paz mundial.

O Quarteto também irá brutalizar Israel por destruir construções árabes ilegais pagas pela União Europeia, na Judeia, Samaria e Jerusalem. Esta prática europeia de construir esqueletos de prédios especialmente ao redor de Jerusalem tem como objetivo subverter a soberania de Israel sobre a cidade e enfraquecer a atuação do exército.

É neste pano de fundo que o mundo espera ressuscitar o fraudulento “Processo de Paz” assassinado pelos palestinos há 16 anos. E como sempre, a esquerda de Israel agora está insistindo para que Bibi aja. E a ação que eles querem é o anuncio de uma iniciativa para evacuar os judeus da Judeia e Samaria ou na alternativa, proibir judeus de exercerem seu direito à propriedade nestas áreas e em Jerusalem.

Sua racionalização é que se Israel fizer isto, a comunidade internacional tirará a pressão sobre o estado judeu. Eles verão que Israel quer seriamente fazer a paz. E eles podem até chegar a entender que a razão pela qual não há paz é por causa da rejeição dos palestinos ao direito de Israel de existir.

Esta lógica ilógica não é só errada, ela é contraproducente.

Israel está hoje na mesma posição em que se encontrava há 16 anos quando Yasser Arafat rejeitou a oferta de um estado e paz feita por Ehud Barak que incluía toda Gaza, 92% da Judeia e Samaria e metade de Jerusalem. Seguida à recusa, Arafat, o prêmio Nobel da Paz, lançou uma das maiores guerras de terror da curta história de Israel, sob a bandeira do Jihad. Surpreendentemente, a reação do mundo não foi de condenar Arafat, mas de castigar Israel porque não havia feito uma oferta suficientemente generosa.

Em 2003, baixo a pressão dos Estados Unidos, o então primeiro ministro Ariel Sharon ouviu seus brilhantes assessores de esquerda que avisaram que Israel se encontraria isolada se não tomasse a iniciativa. O recém-formado Quarteto, apresentara o documento mais anti-Israel até então, o chamado de Mapa da Rota. Sharon então anunciou a retirada de Gaza e do norte da Samaria removendo à força 10 mil residentes de suas casas, chácaras e comunidades e evacuando os soldados da fronteira entre Gaza e o Egito.

Sharon esperava que a comunidade internacional ficasse impressionada com suas ações. Ele afirmou na época que os burocratas europeus e americanos iriam finalmente admitir que o problema estava com os palestinos e não com Israel.

Mas não foi isso o que aconteceu. Depois de demonizarem os agricultores de Gaza que deixaram para trás suas plantações e seus meios de sustento, a comunidade internacional e a mídia decidiram que apesar desta iniciativa radical, Israel ainda “ocupava” Gaza. E assim, os americanos, franceses, a ONU, os russos, a União Europeia, a BBC e a CNN determinaram que Israel era responsável por alimentar, fornecer energia e tratamento médico de graça e todo o material de construção para que os terroristas de Gaza pudessem continuar a escavar seus túneis e fabricar seus mísseis.

Esquecendo ou desconsiderando esta experiência que já provocou guerras mais ou menos a cada dois anos, os sábios homens da esquerda querem que Netanyahu siga os passos errados de Sharon. Isto é insano.

Ao oferecer mais terras, Israel só irá reforçar a visão falsa de que há algo legal ou moralmente errado com seu controle sobre sua capital e suas áreas históricas. Só para lembrar, os judeus são originários da Judéia e da Samaria. Este é o fundo da questão.

E a esquerda com sua análise superficial não se cansa de procurar supostas soluções com consequências nefastas.

O que Israel deve fazer é não participar deste jogo. Mas concordo que ela talvez tenha que tomar a iniciativa. Uma iniciativa de aquisição e não de auto-destruição. Baseada sobre seus direitos atuais e não erros mitológicos.

Assim, Israel deveria anunciar que dada a rejeição dos palestinos do processo de paz e dada a ausência de apoio do povo palestino a um acordo negociado com base no mútuo reconhecimento do direito do outro de existir em paz, Israel irá começar um processo gradual de aplicação da lei de Israel em áreas da Judeia e Samaria, começando pela chamada área C que está sob jurisdição de Israel.

Sabemos que esta iniciativa será condenada universalmente pela comunidade internacional e a mídia. Mas pelo menos irá mudar a narrativa. Isto também mandará uma mensagem que Israel está farta de ser empurrada para o canto.

Na semana passada marcamos 100 anos do acordo Sykes-Picot que desastrosamente dividiu o Oriente Médio no meio da Primeira Grande Guerra. A França e o Império Britânico, com o consentimento da Rússia, traçaram linhas num mapa colocando marionetes como reis em países que criaram e dominaram. A situação da região hoje deveria lhes ser uma lição, que soluções impostas nunca são boas ou duradoras. Mas como sabemos, a memória de políticos é curta. Cabe a Israel dar um inequívoco basta. Quando os palestinos estiverem cheios da ocupação, eles sabem o número do governo de Israel. Deixemos que eles liguem para variar.


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