Depois do
ministro das relações exteriores da Bélgica, foi a vez do ministro das relações
exteriores da França Jean-Marc Ayrault que chegou a Israel ontem para atualizar
o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e o presidente da Autoridade Palestina
sobre iniciativa de paz que seu país pretende lançar ao final deste mês.
A novidade
é que neste encontro com outros 20 países, nem Israel nem os palestinos estão
convidados a participar. O absurdo é que tanto os franceses como a mídia, chama
esta farsa de “conferência de paz” quando se trata na verdade de mais um
esforço para condenar Israel. E como sabemos isto? Porque os franceses já
avisaram que ao seu final, que deve ocorrer em novembro, se um acordo não for
assinado, a França irá reconhecer o estado da Palestina e ponto.
A França
está com pouca credibilidade em Israel. Depois da forte crítica de Netanyahu e
da comunidade judaica francesa ao presidente François Hollande por seu voto na
UNESCO eliminando a ligação do judaísmo com o Monte do Templo e Jerusalem,
Hollande retrucou fracamente que foi um mal-entendido que não deverá se
repetir. Mas que a França quer sinceramente a paz na região.
Israel, não
está muito interessada nesta iniciativa porque ela entra num jogo com cartas
marcadas e os palestinos sabem que se não fizerem nada, serão reconhecidos sem
fazer qualquer concessão. E só para esclarecer, a “Palestina” que a França
promete reconhecer inclui terra controlada por Israel e sobre a qual ela tem um
direito real de soberania.
Para
engrossar o bando do linchamento, o Presidente Barack Obama pretende usar o Quarteto
– que além dos Estados Unidos inclui a ONU, a Rússia e a União Europeia – para
coordenar as condenações que devem incluir a negação de qualquer direito de
judeus a Jerusalem, Judeia e Samaria. A mera presença de um judeu que respira
além das linhas de armistício de 1949 para o Quarteto, é ilegal e uma ameaça à
paz mundial.
O Quarteto
também irá brutalizar Israel por destruir construções árabes ilegais pagas pela
União Europeia, na Judeia, Samaria e Jerusalem. Esta prática europeia de
construir esqueletos de prédios especialmente ao redor de Jerusalem tem como
objetivo subverter a soberania de Israel sobre a cidade e enfraquecer a atuação
do exército.
É neste
pano de fundo que o mundo espera ressuscitar o fraudulento “Processo de Paz”
assassinado pelos palestinos há 16 anos. E como sempre, a esquerda de Israel
agora está insistindo para que Bibi aja. E a ação que eles querem é o anuncio
de uma iniciativa para evacuar os judeus da Judeia e Samaria ou na alternativa,
proibir judeus de exercerem seu direito à propriedade nestas áreas e em
Jerusalem.
Sua
racionalização é que se Israel fizer isto, a comunidade internacional tirará a
pressão sobre o estado judeu. Eles verão que Israel quer seriamente fazer a
paz. E eles podem até chegar a entender que a razão pela qual não há paz é por
causa da rejeição dos palestinos ao direito de Israel de existir.
Esta lógica
ilógica não é só errada, ela é contraproducente.
Israel está
hoje na mesma posição em que se encontrava há 16 anos quando Yasser Arafat
rejeitou a oferta de um estado e paz feita por Ehud Barak que incluía toda
Gaza, 92% da Judeia e Samaria e metade de Jerusalem. Seguida à recusa, Arafat,
o prêmio Nobel da Paz, lançou uma das maiores guerras de terror da curta
história de Israel, sob a bandeira do Jihad. Surpreendentemente, a reação do
mundo não foi de condenar Arafat, mas de castigar Israel porque não havia feito
uma oferta suficientemente generosa.
Em 2003,
baixo a pressão dos Estados Unidos, o então primeiro ministro Ariel Sharon
ouviu seus brilhantes assessores de esquerda que avisaram que Israel se encontraria
isolada se não tomasse a iniciativa. O recém-formado Quarteto, apresentara o
documento mais anti-Israel até então, o chamado de Mapa da Rota. Sharon então
anunciou a retirada de Gaza e do norte da Samaria removendo à força 10 mil residentes
de suas casas, chácaras e comunidades e evacuando os soldados da fronteira
entre Gaza e o Egito.
Sharon
esperava que a comunidade internacional ficasse impressionada com suas ações.
Ele afirmou na época que os burocratas europeus e americanos iriam finalmente
admitir que o problema estava com os palestinos e não com Israel.
Mas não foi
isso o que aconteceu. Depois de demonizarem os agricultores de Gaza que
deixaram para trás suas plantações e seus meios de sustento, a comunidade
internacional e a mídia decidiram que apesar desta iniciativa radical, Israel
ainda “ocupava” Gaza. E assim, os americanos, franceses, a ONU, os russos, a
União Europeia, a BBC e a CNN determinaram que Israel era responsável por
alimentar, fornecer energia e tratamento médico de graça e todo o material de
construção para que os terroristas de Gaza pudessem continuar a escavar seus
túneis e fabricar seus mísseis.
Esquecendo
ou desconsiderando esta experiência que já provocou guerras mais ou menos a
cada dois anos, os sábios homens da esquerda querem que Netanyahu siga os
passos errados de Sharon. Isto é insano.
Ao oferecer
mais terras, Israel só irá reforçar a visão falsa de que há algo legal ou
moralmente errado com seu controle sobre sua capital e suas áreas históricas.
Só para lembrar, os judeus são originários da Judéia e da Samaria. Este é o
fundo da questão.
E a
esquerda com sua análise superficial não se cansa de procurar supostas soluções
com consequências nefastas.
O que
Israel deve fazer é não participar deste jogo. Mas concordo que ela talvez
tenha que tomar a iniciativa. Uma iniciativa de aquisição e não de
auto-destruição. Baseada sobre seus direitos atuais e não erros mitológicos.
Assim,
Israel deveria anunciar que dada a rejeição dos palestinos do processo de paz e
dada a ausência de apoio do povo palestino a um acordo negociado com base no
mútuo reconhecimento do direito do outro de existir em paz, Israel irá começar
um processo gradual de aplicação da lei de Israel em áreas da Judeia e Samaria,
começando pela chamada área C que está sob jurisdição de Israel.
Sabemos que
esta iniciativa será condenada universalmente pela comunidade internacional e a
mídia. Mas pelo menos irá mudar a narrativa. Isto também mandará uma mensagem
que Israel está farta de ser empurrada para o canto.
Na semana
passada marcamos 100 anos do acordo Sykes-Picot que desastrosamente dividiu o
Oriente Médio no meio da Primeira Grande Guerra. A França e o Império
Britânico, com o consentimento da Rússia, traçaram linhas num mapa colocando
marionetes como reis em países que criaram e dominaram. A situação da região
hoje deveria lhes ser uma lição, que soluções impostas nunca são boas ou
duradoras. Mas como sabemos, a memória de políticos é curta. Cabe a Israel dar
um inequívoco basta. Quando os palestinos estiverem cheios da ocupação, eles
sabem o número do governo de Israel. Deixemos que eles liguem para variar.
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