Sunday, July 17, 2016

A Ideologia a Combater - 17/07/2016

Séculos de experiência nos mostraram que a mistura de religião e guerra é algo muito perigoso. A convicção cega, irracional, comum às pessoas de fé, as torna imunes a qualquer apelo à razão. E quando estas pessoas ganham acesso a armas, bombas ou qualquer outro instrumento com o qual possam impor sua visão intolerante, elas se tornam especialmente perigosas.

Como exemplos históricos temos a sangrenta guerra entre católicos e protestantes, entre muçulmanos xiitas e sunitas e entre hindus e muçulmanos. Hoje a brutalidade da guerra do islamismo radical contra o resto do mundo faz a Idade Média parecer progressista em comparação.

O último ataque custou a vida de 84 pessoas inclusive a de 10 crianças. Civis inocentes a beira-mar assistindo um show de fogos de artifício no dia nacional da França.

Ouvindo os debates da mídia europeia e americana, o que surpreende é a falta de compreensão do por que. Por que a França e a Bélgica são repetidamente alvos do furor islâmico. Por que muçulmanos recebidos de braços abertos pela Europa, se voltam contra ela e seus valores. Por que??

Para entendermos o processo, vamos voltar na história. Depois da Primeira Grande Guerra e a fragmentação do Império Otomano, a França e a Inglaterra decidiram dividir o Oriente Médio entre si, assinando o acordo Sykes-Picot. Pegando o mapa da região, dá para ver que está cheio de linhas retas. Estas linhas traçadas por burocratas desconsideraram a complexidade das relações tribais, dividiram aliados e forçaram inimigos a viverem juntos. Líderes locais foram escolhidos somente por sua lealdade aos estrangeiros e não pelo respeito junto aos seus. Um deles foi o patriarca da família Al-Saud que hoje reina na Arábia Saudita.

Para conseguir o apoio local, os Al-Saud fizeram um acordo com os líderes religiosos dando a eles total controle sobre a educação. Só que estes religiosos seguiam uma seita criada no século 18 por Mohamed ibn Abd al-Wahab, que era contra a qualquer forma de inovação e pregava a volta ao puritanismo do estilo de vida de Maomé. Com a renda do petróleo, bilhões de dólares choveram sobre estes clérigos que exportaram sua ideologia para o resto do Oriente Médio e o mundo. Hoje, um muçulmano sunita que não compartilha da ideologia wahabista, é considerado um herege.

O impacto concreto desta ideologia pode ser visto na Arábia Saudita. Mulheres não podem dirigir automóveis, não podem votar ou serem eleitas, não podem sair na rua sem estarem acompanhadas por um homem de sua família e quando o fazem, devem estar completamente cobertas. Como propriedade, elas podem ser vendidas ou dadas em casamento sem seu consentimento. Homossexuais são executados, pequenos crimes são punidos com amputações. Adultério com apedrejamento. Meninas têm seus órgãos genitais mutilados e assassinatos por honra são rotina.

Muçulmanos são ensinados desde pequenos que este modo de vida é o ideal porque reflete o do seu profeta. Mas no século XX os muçulmanos se depararam com um mundo cheio de novas tecnologias, avanços e ideias, que demonstravam seu atraso. Em vez de tentar alcançar o mundo e implementar reformas, os clérigos condenaram as mudanças e através de sua influência na educação denunciaram o Ocidente como agentes de Satã.

Paralelamente, a Europa estava passando por uma transformação ideológica. Após a Segunda Guerra, acadêmicos resolveram que o nacionalismo exacerbado tinha sido a causa do banho de sangue dos anos 40. Nasceu então o multiculturalismo, uma ideologia perniciosa que torna politicamente incorreto valorizar sua cultura e história ou de criticar outras culturas, por mais bárbaras que sejam.

A França foi líder deste movimento. Bairros inteiros de Paris hoje são inacessíveis a não-muçulmanos. O mesmo ocorre em Londres, Suécia e Dinamarca. O multiculturalismo significou o fim dos programas de assimilação que dariam aos imigrantes as oportunidades e valores necessários para sucederam em seus novos países. Ele encorajou seus imigrantes a manterem suas ideias, entre elas o wahabismo, e a se fecharem dentro de suas comunidades.

A convergência destes dois movimentos e a decisão da Europa de trazer milhões de refugiados muçulmanos é o que está hoje causando o pandemônio.

Obama e outros líderes se recusam a discutir ou até a identificar o problema. Eles fazem alusão a destruir militarmente as redes de influência do Estado Islâmico, mas a mesma ideologia é o que move a Irmandade Muçulmana no Egito, Al-Shabaab na Somália e Yemen, Al-Nusra na Síria, Al-Qaeda no Afeganistão e Paquistão, Boko Haram na Nigéria, Al-Sayaaf nas Filipinas e tantos outros grupos pelo mundo afora. Não se destrói uma ideologia com drones.   

Hoje a Europa, Estados Unidos e Canadá são compelidos a legislar sobre a lei islâmica. A Inglaterra teve que formalmente criminalizar a mutilação genital de meninas; a França teve um debate acirradíssimo sobre o uso do véu em locais públicos, práticas que nunca existiram na Europa até os muçulmanos chegarem.

O instituto Gatestone emitiu em abril um relatório de 615 páginas sobre o que pensam muçulmanos ingleses. O resultado foi chocante. Uma grande parte não compartilha dos valores do ocidente e gostaria de viver separadamente regidos pela lei islâmica. 100 mil entre eles apoiam os ataques terroristas para impor um califado na Europa. 67% disseram que nunca chamariam a polícia para denunciar um terrorista muçulmano. 52% acreditam que homossexualismo deveria ser crime e acham inaceitável ter um homossexual como professor ou professora de seus filhos. 35% defendem a poligamia. 80% deles acredita que se algum muçulmano se converter a outra religião, deve ser morto! É um barbarismo!!!

Se alguém achar que trazer estes fatos a tona é politicamente incorreto, deveriam escutar Maajid Nawaz, um muçulmano sunita, ex-recrutador do islamismo radical. Nawaz denunciou Obama e diz que somente com um debate honesto e aberto sobre o radicalismo islâmico, poderemos vencer esta ideologia perniciosa que quer impor sua versão da religião sobre os muçulmanos e o resto do mundo.

Pergunto: como um desempregado de 31 anos conseguiu alugar um caminhão de 19 toneladas enche-lo de armas e sair matando indiscriminadamente em Nice sem apoio financeiro e ajuda de sua comunidade? É claro que ele teve apoio, pois sua comunidade vem sendo doutrinada há décadas! seis mil europeus se juntaram ao Estado Islâmico desde 2012! Isto não acontece no vácuo!

Uma solução só será possível se pudermos falar abertamente sobre este problema sem medo de sermos rotulados de islamofobos ou intolerantes. Vamos dizer basta a organizações que existem para silenciar qualquer debate sobre o islamismo. Não é preciso ser negro para denunciar o racismo, ou judeu para acusar o antissemitismo ou homossexual para apontar a discriminação. E não temos que ser muçulmanos para protestarmos contra o apedrejamento de mulheres até a morte, gays atirados de prédios, cristãos crucificados, meninas não-muçulmanas escravizadas, amputações e decapitações. Não precisamos saber nada sobre o Al-Corão para condenarmos estas práticas bárbaras.


E vamos fazer com que a partir de hoje não precisemos mais de permissão para falar sobre este problema, combatermos esta ideologia e erradica-la do mundo civilizado. 

2 comments:

  1. Dear daboora💋
    I loved your blog and agree with most of it and would like to correct some info you passed:
    1- the Wahabi sect ( which I hate as they are the most extreme radicals of Islam) is a fairly new movement that dates back to the mid to early 1700's which is more than a 1000 years after the death of our prophet. This psycho movement represents 4.56 million followers ( in which 4 million is in Saudi Arabia) out of totally 1.6 billion which amounts to 2.85% of all Muslims. In my opinion, they should be educated as they are as you put it extremely uneducated and most have never travelled outside of saudi. The Wahabi thus is NOT by any shape or form is considered one of the major Islamic sects.
    2- Circumcision for women is NOT an Islamic law rather it is an African tradition practised by African Muslim countries only. It is not a religion issue its a tradition that is actually fought and condemned by Islam.
    3- we definitely don't have slavery now as you well know, rather the Quran encourages the release of slaves which is why it doesn't exist any more.
    4- the number you stated of stupid people who joined ISIS (which we Muslims are tired of screaming our heads off that they have nothing to do with Islam rather they are mercinaries using the name of Islam to cover their own agenda that is based on greed and thirst for power) is around 6000 since 2012 represents 0.0136% of Muslims in Europe alone and 0.218% of Muslims in America . Now, if that is not a minority I don't know what is.
    Finally, I think that you know that stoning as a punishment for adultry, cutting heads off , killing gay men and women and killing a Muslim if he leaves his faith are Not mentioned nor ordered by the Quran.

    I think that people confuse the Quran " which is the base of our faith" with Hadith " which is the words claimed ( please underline the word claimed twice) to be said by the prophet. There are no official complete records in Islam for his words as with time many people said "that the prophet said so and so for their own gain". It is the cause of great conflict among us Muslims. Thus the main agreed upon source by all Muslims is the Quran.

    I think that we confuse religions with acts of people of said religion which is a great tragedy. Generalising the acts of terrorism is wrong. When we say Muslims are terrorist instead of ISIS is as a great mistake as saying Christians are slayers of Jews instead of HITLER!

    Finally, to prove my point I quote you a verse of the Quran that will sum this up:

    There shall be no compulsion in [acceptance of] the religion. The right course has become clear from the wrong. 2:257

    Love you💋

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  2. Reem, thank you for your comments. Just to address some see the following:

    - it is written on my piece that the Wahabi movement (also known as Salafi) was created in the 18th century (1703–1792). It is also correct that it is a minority group but one that has been instrumental in the maintenance of the Al-Saud in power. It is not true that they are uneducated or that they never traveled outside Saudi Arabia. Osama Bin Laden himself was rich and educated and followed this sect, so were all 19 hijackers of 9/11. Mohamad al-Atta studied engineering in Germany. But wahabism spread all over. The British imam Anjem Choudary is a great example. He studied medicine in England. See what he says at https://www.youtube.com/watch?v=UKI3qyBZ2CM . And also in Belgium https://www.youtube.com/watch?v=cZpYUMTr9KU , in France, Denmark, Sweden, etc.

    - Regarding women circumcision, even if it is not written in the Koran, it is a widespread practice (and I use the name "practice") to ensure "purity" of girls, based on a need generated by religious reasons. The problem is so widespread that the Health System in England, has a site especially for FGM (Female Genital Mutilation). See http://www.nhs.uk/conditions/female-genital-mutilation/pages/introduction.aspx

    - The practices of stoning adulteress, gays, honor killings, etc. that I mentioned, including the death penalty for apostates, are recognized in the Penal Code of 23 Islamic countries!

    Youtube is full of videos of women stonings. Specifically regarding slavery, the Yazidis are the best and most recent example. You can find several movies about Yazidi girls, as young as 5 being sold at auction as sex slaves to ISIS fighters.

    - Regarding apostates, although there is no explicit reference in the Koran to a death penalty for them, there are many verses that allude to it, such as Sura 88:23-24 - So remind them (O Muhammad ), you are only a one who reminds. You are not a dictator over them. 23. except the one who turns away and disbelieves. 24. Then Allah will punish him with the greatest punishment. The Hadith, however, is very clear. See for example:
    Sahih Bukhari (52:260) - "...The Prophet said, 'If somebody (a Muslim) discards his religion, kill him.' "

    Sahih Bukhari (84:57) - [In the words of] "Allah's Apostle, 'Whoever changed his Islamic religion, then kill him.'"

    Finally, I want to address your point about this being a minority. It is indeed a minority. Only 19 were needed to kill almost 4,000 in 9/11. Only one was needed in Nice to kill 84! Where was the majority? The majority today is totally irrelevant because it is silent. It is doing nothing against these radicals!! The perpetrators are maybe a small number but they have many supporters that give them money and logistic support. The attacker of the Bataclan in Paris last year sought refuge in his own neighborhood in Brussels! for 4 months he lived meters away from his home without getting caught. So, although the community as a whole did not take arms to kill, they hid and protected the killer. This is not such a small minority. Find the Gatestone report that I mentioned in my opinion. Also, see the film of Raheel Raza named "By the Numbers" at https://www.youtube.com/watch?v=pSPvnFDDQHk

    My point is, unless we start talking about this problem openly and denounce the fact that thousands of Muslims are also being killed by these radicals, we will not get anywhere. Closing our eyes and hiding behind the fact that this is just a minority does not help. They are the ones setting the agenda for all the Muslims in the world!!! I do not write against Islam or Muslims, but against these radicals that want to impose their version of the religion upon the world.

    What I ask is for you and every rational Muslim to raise his or her voice against these barbarians. This was the goal of this opinion. Love you more... and miss you...

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