Sunday, August 7, 2016

O Desande do Black Lives Matter - 7/8/2016

A organização Black Lives Matter, ou em português, Vidas Negras Importam, tomou a liderança da batalha pela justiça racial nos Estados Unidos.

Este movimento surgiu em 2013 após George Zimmerman, um hispano (apesar do nome) ter matado Trayvon Martin, um adolescente negro que passava pelo bairro de Zimmerman usando um capuz. Mas o movimento tomou mesmo impulso após a morte do traficante Freddie Gray em Baltimore enquanto ele se encontrava em custodia da policia. E se espalhou por todos os estados da América.

O fato da violência entre os negros nos Estados Unidos ser a maior causa de mortes entre eles, e o fato de mais brancos do que negros serem mortos na custodia da polícia nunca foi relevante.

Todos concordamos ser importante abordarmos as disparidades raciais em todos os âmbitos da sociedade, incluindo o tratamento que policiais dão aos cidadãos. Mas enquanto as razões da criação do movimento foram meritórias, as expressões do movimento estão se tornando cada vez mais violentas e discriminatórias. Em Nova Iorque e em outras cidades tivemos passeatas incitando o assassinato de policiais que de fato começaram a ocorrer em todo o país incluindo recentemente em Dallas.

Isto não deteve Obama de convidar os representantes do movimento para a Casa Branca e colocar o aparato do governo à sua disposição. O despropósito do BLM chegou a tal ponto que o ex-Governador de Maryland, Martin O’Malley teve que se desculpar por seu atrevimento ao dizer que não só as vidas negras importavam, mas que todas as vidas importam. Vejam aonde chegamos!!

Com esta rápida ascensão, apesar dos policiais envolvidos com Freddy Gray terem sido inocentados, o movimento decidiu agora internacionalizar.

Declarando que todos os povos oprimidos devem se unir, esta semana o BLM acusou Israel de ser um estado apartheid e de cometer genocídio contra os palestinos. O BLM também conclamou os americanos a aderirem ao boicote e desinvestimento do Estado judeu.

Os negros esqueceram que foram os judeus que lideraram o movimento dos Direitos Civis que acabou com as leis de segregação nos Estados Unidos. O BLM criou um novo movimento que não só exclui os judeus mas lhes nega o direito à autodeterminação e libertação nacional.

Na semana passada o grupo publicou sua plataforma intitulada: “Uma Visão para as Vidas Negras: Exigências Políticas pelo Poder Negro, Liberdade e Justiça”. É uma mistura de demandas de reparação pela escravidão e investimentos na educação e igualdade econômica, mas repentinamente, a plataforma se volta para os palestinos que “vivem sob um regime imperialista”.

Uma líder do grupo que está de visita a Israel disse ao Jerusalem Post que “nenhum deles estará livre até que todos estejam livres” e por isso sua solidariedade com os irmãos palestinos em Israel e nos Estados Unidos”.

Isto é um tapa na cara direto no legado de Martin Luther King. O grande pregador disse a uma assembleia de rabinos em 1968 que a paz de Israel significa segurança e que “devemos nos manter firmes e usar de toda nossa força para proteger seu direito de existir, sua integridade territorial e seu direito de defesa”. Ele disse que “Israel é um dos grandes postos da democracia do mundo e um exemplo maravilhoso do que pode ser feito. Como o deserto pode ser transformado num oásis de irmandade e democracia”. Que “a paz para Israel significa uma segurança que deve se tornar uma realidade”.

Martin Luther King terminou seu discurso afirmando que quando as pessoas criticam os sionistas, eles na verdade expressam seu antissemitismo.

A ligação entre o movimento antissionista e o BLM é evidente nos pôsteres que vimos em seus protestos. “De Ferguson para a Palestina”, expressando a falsa equivalência entre a brutalidade policial na América e o conflito entre Israel e os palestinos. Os ativistas do BLM dizem que as ruas da Palestina ocupada são iguais as de Ferguson aonde a policia atirou em Michael Brown, num adolescente negro em 2014.

O rabino Ari Hart, fundador de uma organização judaica ortodoxa por justiça social disse estar chocado que a voz mais proeminente de justiça racial nos Estados Unidos tenha adotado uma posição de ódio, parcial e totalmente sem relação com a realidade de Israel chamando o estado judeu de genocida e de apartheid, ignorando as enormes violações de direitos humanos do grupo terrorista Hamas.

Será que os organizadores do Movimento pelas Vidas Negras sabe que hoje, na Mauritânia, Somália, Eritreia e Sudão há mais de um milhão de pessoas escravizadas, acorrentadas, chicoteadas e obrigadas a trabalhos forçados? Acusar Israel falsamente de ser um estado racista só perpetua a incitação antissemita e coloca em perigo as vidas dos Israelenses e judeus que também são importantes. Ou não?

O tipo de incitação que leva até atletas a agirem contra todos os valores e espirito do esporte internacional de camaradagem, respeito e fair play.

O time libanês se vangloriou neste final de semana de ter chutado o time israelense do ônibus que deveria carregar ambos à cerimonia de abertura dos jogos olímpicos. Para não criar um incidente, as autoridades brasileiras primeiro tentaram dividir os atletas em outros ônibus, mas ao final, trouxeram um veículo para o time que ficou esperando mais de uma hora na calçada da concentração, contra todas as regras de segurança.

Primeiro, se o time libanês não queria dividir o ônibus com judeus e israelenses, ele deveria ter descido e esperado outra condução. Mas não. Melhor humilhar os israelenses.

Eu tive a felicidade de participar da Olimpíada de Los Angeles em 1984 representando o Brasil. Doze anos após o massacre dos atletas israelenses de Munique. A segurança do time israelense era muito acirrada, mas não impediu que todos nós atletas confraternizássemos, incluindo com atletas de países considerados inimigos como Arábia Saudita, Kuwait, Egito e Líbano.

Hoje não existe mais este Espírito Olímpico. Um evento que deveria trazer os melhores do mundo para se conhecerem, trocarem experiências e formarem amizades ficou jogado no lixo da política, racismo e puro antissemitismo.


O Brasil conseguiu o feito de ficar conhecido pela pior organização dos jogos olímpicos, com obras inacabadas, atletas assaltados na própria vila olímpica, água tão suja na baia da Guanabara que houve um programa na tv sobre as roupas especiais desenvolvidas para os velejadores e canoeiros não contraírem uma superbactéria que o Rio conseguiu criar com a sujeira. Mas infelizmente, esta olimpíada também será lembrada por judeus mais uma vez jogados de ônibus, separados como nas filas dos campos de concentração e tratados como sub-humanos. 

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