A organização Black Lives
Matter, ou em português, Vidas Negras Importam, tomou a liderança da batalha pela
justiça racial nos Estados Unidos.
Este movimento surgiu em 2013
após George Zimmerman, um hispano (apesar do nome) ter matado Trayvon Martin,
um adolescente negro que passava pelo bairro de Zimmerman usando um capuz. Mas
o movimento tomou mesmo impulso após a morte do traficante Freddie Gray em
Baltimore enquanto ele se encontrava em custodia da policia. E se espalhou por
todos os estados da América.
O fato da violência entre os
negros nos Estados Unidos ser a maior causa de mortes entre eles, e o fato de
mais brancos do que negros serem mortos na custodia da polícia nunca foi relevante.
Todos concordamos ser
importante abordarmos as disparidades raciais em todos os âmbitos da sociedade,
incluindo o tratamento que policiais dão aos cidadãos. Mas enquanto as razões
da criação do movimento foram meritórias, as expressões do movimento estão se
tornando cada vez mais violentas e discriminatórias. Em Nova Iorque e em outras
cidades tivemos passeatas incitando o assassinato de policiais que de fato
começaram a ocorrer em todo o país incluindo recentemente em Dallas.
Isto não deteve Obama de
convidar os representantes do movimento para a Casa Branca e colocar o aparato
do governo à sua disposição. O despropósito do BLM chegou a tal ponto que o ex-Governador
de Maryland, Martin O’Malley teve que se desculpar por seu atrevimento ao dizer
que não só as vidas negras importavam, mas que todas as vidas importam. Vejam
aonde chegamos!!
Com esta rápida ascensão, apesar
dos policiais envolvidos com Freddy Gray terem sido inocentados, o movimento
decidiu agora internacionalizar.
Declarando que todos os povos
oprimidos devem se unir, esta semana o BLM acusou Israel de ser um estado apartheid
e de cometer genocídio contra os palestinos. O BLM também conclamou os
americanos a aderirem ao boicote e desinvestimento do Estado judeu.
Os negros esqueceram que foram
os judeus que lideraram o movimento dos Direitos Civis que acabou com as leis
de segregação nos Estados Unidos. O BLM criou um novo movimento que não só exclui
os judeus mas lhes nega o direito à autodeterminação e libertação nacional.
Na semana passada o grupo
publicou sua plataforma intitulada: “Uma Visão para as Vidas Negras: Exigências
Políticas pelo Poder Negro, Liberdade e Justiça”. É uma mistura de demandas de
reparação pela escravidão e investimentos na educação e igualdade econômica, mas
repentinamente, a plataforma se volta para os palestinos que “vivem sob um
regime imperialista”.
Uma líder do grupo que está de
visita a Israel disse ao Jerusalem Post que “nenhum deles estará livre até que
todos estejam livres” e por isso sua solidariedade com os irmãos palestinos em
Israel e nos Estados Unidos”.
Isto é um tapa na cara direto
no legado de Martin Luther King. O grande pregador disse a uma assembleia de
rabinos em 1968 que a paz de Israel significa segurança e que “devemos nos
manter firmes e usar de toda nossa força para proteger seu direito de existir,
sua integridade territorial e seu direito de defesa”. Ele disse que “Israel é
um dos grandes postos da democracia do mundo e um exemplo maravilhoso do que
pode ser feito. Como o deserto pode ser transformado num oásis de irmandade e
democracia”. Que “a paz para Israel significa uma segurança que deve se tornar
uma realidade”.
Martin Luther King terminou seu discurso afirmando que quando as pessoas
criticam os sionistas, eles na verdade expressam seu antissemitismo.
A ligação entre o movimento
antissionista e o BLM é evidente nos pôsteres que vimos em seus protestos. “De
Ferguson para a Palestina”, expressando a falsa equivalência entre a
brutalidade policial na América e o conflito entre Israel e os palestinos. Os
ativistas do BLM dizem que as ruas da Palestina ocupada são iguais as de
Ferguson aonde a policia atirou em Michael Brown, num adolescente negro em 2014.
O rabino Ari Hart, fundador de
uma organização judaica ortodoxa por justiça social disse estar chocado que a
voz mais proeminente de justiça racial nos Estados Unidos tenha adotado uma
posição de ódio, parcial e totalmente sem relação com a realidade de Israel
chamando o estado judeu de genocida e de apartheid, ignorando as enormes violações
de direitos humanos do grupo terrorista Hamas.
Será que os organizadores do
Movimento pelas Vidas Negras sabe que hoje, na Mauritânia, Somália, Eritreia e
Sudão há mais de um milhão de pessoas escravizadas, acorrentadas, chicoteadas e
obrigadas a trabalhos forçados? Acusar Israel falsamente de ser um estado
racista só perpetua a incitação antissemita e coloca em perigo as vidas dos
Israelenses e judeus que também são importantes. Ou não?
O tipo de incitação que leva
até atletas a agirem contra todos os valores e espirito do esporte
internacional de camaradagem, respeito e fair play.
O time libanês se vangloriou
neste final de semana de ter chutado o time israelense do ônibus que deveria
carregar ambos à cerimonia de abertura dos jogos olímpicos. Para não criar um
incidente, as autoridades brasileiras primeiro tentaram dividir os atletas em
outros ônibus, mas ao final, trouxeram um veículo para o time que ficou
esperando mais de uma hora na calçada da concentração, contra todas as regras
de segurança.
Primeiro, se o time libanês
não queria dividir o ônibus com judeus e israelenses, ele deveria ter descido e
esperado outra condução. Mas não. Melhor humilhar os israelenses.
Eu tive a felicidade de
participar da Olimpíada de Los Angeles em 1984 representando o Brasil. Doze
anos após o massacre dos atletas israelenses de Munique. A segurança do time
israelense era muito acirrada, mas não impediu que todos nós atletas confraternizássemos,
incluindo com atletas de países considerados inimigos como Arábia Saudita,
Kuwait, Egito e Líbano.
Hoje não existe mais este
Espírito Olímpico. Um evento que deveria trazer os melhores do mundo para se
conhecerem, trocarem experiências e formarem amizades ficou jogado no lixo da
política, racismo e puro antissemitismo.
O Brasil conseguiu o feito de
ficar conhecido pela pior organização dos jogos olímpicos, com obras inacabadas,
atletas assaltados na própria vila olímpica, água tão suja na baia da Guanabara
que houve um programa na tv sobre as roupas especiais desenvolvidas para os
velejadores e canoeiros não contraírem uma superbactéria que o Rio conseguiu criar
com a sujeira. Mas infelizmente, esta olimpíada também será lembrada por judeus
mais uma vez jogados de ônibus, separados como nas filas dos campos de
concentração e tratados como sub-humanos.
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