No futuro não muito distante,
quando historiadores procurarem saber quem foi o presidente mais mentiroso da
era moderna, não precisarão outro que Barack Obama. Para quem ouviu a
explicação do presidente na semana passada sobre o envio ao Irã de um avião lotado
de dólares e outras moedas fortes, à véspera da soltura de quatro americanos
injustamente presos, não pode deixar de pensar como alguém pode mentir tão
descaradamente e divertir-se tanto ao
faze-lo.
A explicação de Obama foi que
os Estados Unidos haviam concordado em pagar parcialmente uma dívida que o país
tinha com o Irã por uma compra de armamentos que havia sido cancelada nos anos
70. O presidente insistiu que este pagamento nada tinha a ver com qualquer
resgate pela soltura dos americanos. E porque o dinheiro em espécie num avião??
Não podia ser uma transferência bancária?
Não. O presidente disse que o
avião tinha sido necessário por causa das sanções, ainda em vigor, proibindo
relações bancárias tradicionais entre os dois países, e não porque o Irã
preferia receber o dinheiro em espécie para usar com seus agentes externos.
Alguns dias após o evento do avião, Claudia Rosett, uma repórter do New York
Sun, revelou que outros 13 pagamentos de 100 milhões de dólares cada, haviam
sido efetuados para o Irã.
Estranho não? Que após o
pagamento inicial em espécie, de 400 milhões, os Estados Unidos tenham
encontrado um meio de transferir 1.3 bilhões de modo tradicional, por
transferência bancária ou cheque, apesar de todas as restrições. Até agora, o
Departamento de Estado americano não pode confirmar que os pagamentos saíram de
algo chamado de Fundo Judicial, um fundo ordenado pela justiça americana para
depositar montantes reclamados pelos iranianos. Mas não há outra explicação.
E porque as transferências
foram de um centavo a menos que 100 milhões de dólares cada?? Parece até um
esquema de lavagem de dinheiro.
A administração Obama agora
admitiu ter mentido sobre a ligação dos $400 milhões com a soltura dos
prisioneiros. O mesmo porta-voz do Departamento de Estado que afirmara que não
se tratava de resgate, que as transações eram independentes, agora reconheceu
que a soltura dos prisioneiros dependia do pagamento. Mas, para nosso conforto,
ele disse que os Estados Unidos sempre mantiveram a vantagem nas negociações.
Ele afirmou que não permitiram ao avião aterrissar em Teerã até que os quatro
reféns estivessem a caminho dos Estados Unidos.
A ideia que a América tenha
ditado os termos desta negociata seria pateticamente hilária se não fosse tão
redondamente mentirosa. E se fosse verdade, teria sido a única vez que os
Estados Unidos impuseram qualquer coisa que os aiatolás aceitaram.
A história de Barack Obama com
os aiatolás do Irã ainda precisa ser escrita. De sua recusa em apoiar o
movimento democrático e a revolução verde em 2009 de Hossein Moussavi - que
continua preso, à sua busca obsessiva de um acordo nuclear, passando pelas
mentiras e obscurecimentos para sugerir que outra coisa estaria acontecendo, provavelmente
nunca saberemos o que se passa na cabeça ou no coração de Obama para reconstruir
a verdade desta forma.
Apesar da administração nunca
ter admitido diretamente outros detalhes vieram a tona. Em 2009, a Casa Branca
escolheu ignorar os protestos populares contra a elite religiosa governante que
roubou as eleições de Moussavi, porque o Departamento de Estado de Hillary
Clinton não queria dar um sinal de apoio à mudança do governo do Irã. Clinton e
Obama decidiram que era melhor mostrar simpatia pela teocracia ditatorial dos
últimos 30 anos e mostrar que a América não era uma ameaça ao regime.
Isto porque Obama e Clinton
esperavam que este gesto pudesse levar à negociações construtivas que culminassem
em um acordo nuclear. O acordo por sua vez, na melhor das hipóteses, poderia
reconduzir o Irã à sociedade das nações.
Se em vez disso Obama tivesse
apoiado os protestos em 2009 e se eles tivessem sido bem sucedidos, muitas das
preocupações do ocidente com o programa nuclear iraniano teriam sido eliminadas,
mas Obama não teria levado nenhum crédito pela melhora de relações com o Irã ou
pela redução do passo de seu programa nuclear. Porque apoiar uma mudança de
regime, como Obama fez quando Mubarak foi deposto e o líder da Irmandade
Muçulmana assumiu o governo do Egito, se esta mudança iria interferir com o
legado que Obama queria deixar como negociador?
Outra informação recentemente
revelada foi sobre a decisão de Obama de não se intrometer na Síria, mesmo após
Bashar Assad ter usado armas químicas contra civis, uma linha vermelha
estabelecida pelo próprio presidente. Obama teria posto o rabo entre as pernas
porque o Irã ameaçou suspender qualquer negociação secreta se houvesse um
envolvimento Americano na Síria. Estas negociações secretas são as que a
porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki, finalmente admitiu que ocorreram
e que ela havia sido desonesta ao nega-las para supostamente “proteger o
processo diplomático”. A transcrição da pergunta do jornalista e a sua admissão
de ter mentido foram removidas dos registros do Departamento de Estado por
alguém que ninguém sabe quem é. Ainda bem que o evento foi filmado e o registro
existe.
A história das negociações e a
catarata das concessões americanas que permitiram ao Irã manter seu programa
nuclear e suas milhares de centrífugas em operação; que deu ao Irã um passe
livre sobre seu programa nuclear militar anterior; permitindo à usina de Fordo continuar
operando e hoje protegida pelo recém instalado sistema russo antimíssil
avançado S-300; que permitiu ao Irã armar outras nações e grupos terroristas
como a Hezbollah; que fechou os olhos para as violações às sanções
internacionais contra testes de mísseis balísticos; tudo isso revela uma
dinâmica nas relações entre o Irã e os Estados Unidos, que chega a beirar a
simpatia de Obama por este regime opressor.
Quando se trata do Irã, não é preciso pressionar muito e os Estados
Unidos concedem.
O acordo nuclear com o Irã é
visto como um erro pela grande maioria da população Americana, de acordo com todas
as pesquisas de opinião. Poucos Americanos veem o Irã favoravelmente,
especialmente depois da humilhação sofrida pelos marinheiros que erroneamente
vaguearam para águas iranianas.
Do lado iraniano, a retórica
contra o ocidente e a América em particular, nunca esteve tão tóxica. Os
iranianos continuam a escoriar publicamente os Estados Unidos por sua suposta
perfídia. E o acordo até agora teve apenas efeitos contrários aos nossos
interesses: ele solidificou os linha-dura no poder; liberou dezenas de bilhões
de dólares que permitiu aos aiatolás continuarem sua ingerência da Síria, Iêmen
e Líbano, e não produziu qualquer mudança em sua política de exterminação de
Israel.
O que o ocidente ganhou com
este acordo?? Apenas alguns meses a mais até que o Irã tenha plutônio
suficiente para uma bomba nuclear. Isto acontecerá dentro dos próximos 10 anos apesar
de todas as limitações do acordo.
Este é um dos piores acordos
negociados na história internacional moderna. Mas ninguém poderia imagina-lo ao
ouvir o presidente e sua secretária de estado atual candidata à presidente, se auto
parabenizarem por ele. Os dois tem cara-de-pau suficiente para chegar a afirmar
que hoje Israel apoia o acordo!!! Pelos parâmetros da Casa Branca, a América teve
uma ótima colocação ficando com a medalha de prata nestas negociações enquanto
que o Irã ficou somente um ponto à frente.
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