Parece que não saímos das
mesmas noticias e comentários. Na semana passada começamos com a contagem de 51
mortos e centenas de feridos em dois ataques terroristas: um em Manchester na
Inglaterra e outro contra um ônibus de cristãos no Egito. Os dois ataques foram reivindicados pelo
Estado Islâmico. E nesta semana começamos com sete mortos e dezenas de feridos
em Londres, muitos em estado crítico. Depois de atropelarem dezenas, três terroristas
saíram de uma van armados de facões e apunhalaram vários pedestres incluindo uma criança.
Mais uma vez ouvimos os
políticos, a polícia, os comentaristas, os especialistas, e mais velas, flores
e ursinhos serão colocados no local do último massacre. O prefeito Sidi Khan
procurou assegurar a população dizendo que Londres é a cidade internacional
mais segura do mundo. Sério?? Três ataques em três meses, dezenas de mortos e a
cidade é a mais segura do mundo?
Infelizmente a Europa criou um
problema para si que hoje ninguém consegue resolver. Depois da Segunda Grande Guerra, como penitência pelos crimes cometidos em nome da pureza de raça, os
europeus abriram suas portas a milhões de refugiados, especialmente os vindos
de países islâmicos e antigas colônias. E como para provar sua redenção, resolveram
adotar a política do multiculturalismo. Em outras palavras, em vez de assimilar
os refugiados à cultura, língua e valores europeus, a Inglaterra e outros
países abraçaram as culturas estrangeiras permitindo a criação de um
estado paralelo, literalmente. Hoje só na Inglaterra existem mais de 100 cortes
islâmicas para os muçulmanos. Imaginem, um sistema judiciário distinto para os
que são de uma certa fé! Na capital da França, Paris, há bairros em que a
polícia não entra sem permissão. E todo o tipo de violência, crimes e
contravenções são aceitos se cometidos por muçulmanos, só para que o país não
seja rotulado de islamofobico.
Há algumas semanas atrás, uma medica
de 65 anos, que morava sozinha em um pequeno apartamento num bairro modesto de
Paris, foi atacada enquanto dormia. O atacante, seu vizinho de 27 anos com
várias passagens pela polícia, entrou no apartamento pela varanda e a torturou
por mais de uma hora. O ataque foi tão violento que resultou em mais de 20
fraturas em seu rosto e corpo. Quando os gemidos cessaram, o atacante pegou a
senhora ainda viva, e a jogou pela janela do terceiro andar no pavimento,
gritando allah uakbar.
Durante todo o incidente, a
policia armada estava do lado de fora do apartamento e não fez nada. Os
vizinhos, que podiam ouvir os gritos da vítima, também não fizeram nada. A
mídia foi avisada ainda durante o evento. Ela não apareceu e não reportou o
assassinato.
O nome da vítima era Sara.
Sara Halimi.
Esta cena atroz não ocorreu em
1942, à véspera do Rafle du Veld’hiv, quando os franceses prenderam seus judeus
e os transportaram para os campos de concentração nazistas. Esta cena aconteceu
entre o dia 3 e 4 de abril deste ano, num apartamento a alguns quarteirões do
Bataclan, aonde mais de 100 jovens foram mortos por terroristas muçulmanos em
2015.
No domingo seguinte ao assassinato de Sara, uma
marcha silenciosa foi organizada na área. Ela foi saudada pelos jovens do
bairro aos gritos de “morte aos judeus” e “nós temos kalachnikovs”.
Se a Europa conseguiu abraçar
o estrangeiro e seus valores retrógrados e medievais, ela não conseguiu erradicar seu ódio ao
judeu. Este ódio milenar se transformou com a criação do Estado de Israel.
Contra todas as expectativas, um
punhado de sobreviventes dos campos nazistas conseguiram rechaçar o ataque dos
exércitos árabes em 1948. E ao fazê-lo,
sem qualquer ajuda exterior, o Estado judeu tornou-se independente. Longe de
ser o resultado do colonialismo europeu, a criação do Estado de Israel moderno
foi um exemplo milagroso e único, de um povo antigo, que depois de dois mil
anos de exilio, conseguiu retornar à sua terra, ressuscitar sua língua e se
tornar um sucesso econômico.
Isto não foi digerido pela
Europa acostumada a mandar no Oriente Médio. Em novembro de 1967, quando o
mundo ainda maravilhava a vitória de Israel na Guerra dos Seis dias e a
reunificação de Jerusalem, o Presidente francês Charles de Gaulle chocou 900 jornalistas
e 200 diplomatas com uma declaração que não havia sido ouvida por um líder
europeu desde 1945: Ele disse: “Os judeus são um povo elitista, dominador e
seguros de si próprios”, uma nação que – tendo seu próprio estado – exibirá uma
“ambição ardente de conquista” um estado que se tornou de fato “guerreiro” e “determinado
a se expandir”.
Apesar da declaração ter
trazido muitas condenações, ela foi o ponto de partida na guerra sobre a imagem
de Israel. Uma guerra que Israel ainda não conseguiu vencer.
Sem poder explicar sua derrota
contra um adversário minúsculo, os líderes árabes se empenharam em desviar a
atenção de sua incompetência para o caráter de Israel. E para fazer isso usaram
o livro de receita nazista. Os Protocolos dos Sábios de Sião têm sido publicados
em árabe desde 1951 junto com acusações de conspirações para dominar o mundo, libelos
de sangue e outras acusações fantásticas. Em 1965, para torpedear a influencia
israelense em projetos de agricultura na Africa, os egípcios publicaram um
panfleto “Israel, o Inimigo da África” que descrevia os judeus como
trapaceiros, ladrões e assassinos.
Mas até 1967 estes esforços
árabes foram ridicularizados pelo mundo. A Guerra dos Seis Dias mudou isto. A
terrível derrota militar sofrida dobrou os esforços árabes para desfigurar
Israel mundo afora. O problema de De Gaulle foi que Israel ousou lutar apesar
dele ter dito não e pior, Israel ousou ganhar, apesar dos planos dele preverem
uma vitória árabe. Quando confrontado com a traição de Israel, ele decidiu
culpar o Estado judeu. Sem qualquer vergonha de usar o melhor estilo nazista, De Gaulle disse que Israel tinha
uma ajuda vasta em “dinheiro, influência e propaganda” dos “círculos judaicos
na América e Europa”. Tudo para obter favor junto aos árabes.
Com De Gaulle as elites
ocidentais aprenderam a atacar Israel pelas costas enquanto seus vizinhos
atacavam pela frente.
Em Moscou, a vitória de Israel
causou outro tipo de frustração. As armas usadas por Israel eram americanas
enquanto as dos árabes eram soviéticas. A derrota em seis dias causou um dano
enorme à indústria armamentista soviética, uma de suas maiores fontes de renda.
Antes mesmo da Guerra acabar,
o embaixador soviético na ONU em um discurso histérico, acusou o exército de Israel de ser uma gangue hitlerista,
redefiniu a guerra de defesa declarando Israel como agressora e os árabes passaram
a serem “vítimas”, argumentos até hoje usados em propagandas anti-Israel. Israel estava sendo acusada por aqueles que prenderam escritores, construíram
Gulags e ocuparam à força terras da Lituânia até o norte do Japão!
Bater em Israel passou a ser o
instrumento de todo aquele que quisesse desviar a atenção de qualquer problema.
Esta guerra contra a imagem de Israel piorou em 2001. Duas semanas após um
suicida matar 15 na pizzaria Sbarro em Jerusalem, milhares marcharam em Durban,
na África do Sul, chamando Israel de racista enquanto mais de três mil ONGs
acusavam Israel de genocídio sistemático. E pior, heróis culturais como o
escritor José Saramago, o cantor inglês Roger Waters e outros embarcaram no
trem do ódio. Um trem obcecado, irracional, implacável, independente das ações
ou inações de Israel.
Hoje o mundo está entendendo
talvez um pouco o que Israel tem enfrentado todos estes anos com o terrorismo.
Mas o politicamente correto ainda reina. Em seu discurso hoje pela manhã Tereza
May falou muito em engajar os muçulmanos, coisa que ouvimos 16 anos atrás
depois dos ataques de 11 de setembro e não funcionou. Chegou a hora de colocar os terroristas
na defensiva, interrogando suspeitos, deportando ilegais, expulsando imams
radicais, cancelando a cidadania europeia dos perpetradores e seus familiares.
E Israel tem que entender que a
guerra por sua imagem é tão importante quanto as conquistas militares. E para vencê-la ela
tem que fazer o que faz de melhor: ir ao ataque e expor aqueles que querem sujar seu
nome.
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