Vamos começar com o balanço da
semana: 51 mortos e mais de cem feridos. Primeiro, o ataque na Arena de Manchester,
depois do show da cantora Ariana Grande. O alvo: meninas e adolescentes e mães
que esperavam suas filhas saírem do estádio. E ao reclamarem a autoria do
ataque, o Estado Islâmico decidiu atravessar uma linha que pode ser o alarme
que o mundo precisava para erradicar estes energúmenos da face da terra: declarou
que matar crianças infiéis é permitido, de acordo com sua interpretação do Al-Corão.
E mais: no começo da semana os
ingleses achavam que havia três mil jihadistas no Reino Unido, quando a polícia
anunciou que o número é na verdade 23 mil e não dava para seguir todos! Como se
esta fosse uma desculpa boa para ignorar cinco avisos feitos por vizinhos deste
terrorista.
Muito menos coberto foi o
segundo ataque, a um ônibus que transportava cristãos coptas: 29 mortes, entre
as quais 10 crianças, metralhados também pelo Estado Islâmico. Os cristãos do
Oriente Médio continuam a ser massacrados e escorraçados e o mundo continua silente.
Não é de surpreender que
Donald Trump tenha dito alto e claro aos líderes árabes, no domingo passado, que
é preciso erradicar esta ideologia da face da terra. Vamos ver se eles ouviram.
Donald Trump completou com um
estrondoso sucesso sua primeira viagem ao exterior mudando a realidade geopolítica
onde ele passou. E a mídia de esquerda não se aguenta em sua miséria. Procuraram de tudo para ataca-lo e quando não
encontraram, inventaram. Disseram que sua esposa Melania tinha recusado segurar
sua mão, que ele tinha empurrado o primeiro-ministro de Montenegro e finalmente
que Trump era o culpado por um candidato ao Congresso americano ter atacado um
jornalista. O candidato, do Estado de Montanha, acabou ganhando a eleição.
Em Israel, o que foi notável,
não foi tanto o que Trump disse, mas o que ele deixou de dizer. Como todos os
presidentes anteriores, ele começou elogiando o Estado e os judeus por sua
perseverança, inovações tecnológicas e democracia. E após o açúcar, podíamos segurar
a respiração porque aí vinha o vinagre. Mas
neste ponto, Trump agradeceu e terminou seu discurso. Desta vez não teve
vinagre.
Trump fez sete discursos em
Israel e nenhuma só vez mencionou os assentamentos. Ainda melhor, ele não fez
qualquer ligação entre terrorismo e assentamentos como era tão comum com a
administração anterior. Estávamos acostumados com Obama condenando o último
ataque terrorista palestino e a próxima sentença dele culpava Israel pelos assentamentos.
Diferentemente, ao se
encontrar com Abbas em Belém, Trump disse inequivocamente que a paz “nunca
poderia criar uma raiz num ambiente aonde a violência é tolerada, paga ou
premiada”.
Trump resolveu que atacar assentamentos
implacavelmente, até a construção de algumas unidades dentro de Jerusalem,
serve apenas como distração. Até mesmo porque os assentamentos nunca foram um empecilho
até Obama torna-los um.
Mas muito mais significativo
Trump também não falou uma só vez de um Estado Palestino, da solução de dois
estados ou mesmo de autodeterminação palestina. Isto porque Trump quer que as
partes na região cheguem a um consenso do que é o melhor para eles, e há outras
soluções na mesa como uma federação com a Jordânia por exemplo.
A abordagem de Trump, em
contraste com a de Obama, é limitada a exigir das partes seu comprometimento a
tentarem chegar a um acordo. Ele não dá lições de moral, não tenta ensinar
outros povos como governar, mas espera que todos se comportem responsavelmente.
Ele também resolveu colocar as cortinas sobre a suposta “luz” que Obama disse
ter sido necessária entre “amigos”, expondo a todos sua discordância e
antipatia com Netanyahu.
Para mim a imagem mais
marcante da visita de Trump foi sua visita ao Muro das Lamentações. Usando uma
kipá negra e colocando sua mão nas pedras milenares, ele não estava só
expressando sua prece que Deus lhe dê sabedoria para governar, como ele disse.
Ele estava fazendo uma declaração sobre o elo dos judeus para com o Muro e com
Jerusalem.
O Monte do Templo é um dos
maiores exemplos do passado ilustre dos judeus. Ele nos leva de volta à um
tempo quando éramos um povo com uma religião e uma língua comuns e povoávamos a
terra de Israel e tínhamos Jerusalem como nossa capital.
O Talmud nos diz que dez
medidas de beleza desceram ao mundo e que nove delas foram tomadas por
Jerusalem. Uma só pelo resto do mundo.
E realmente. Jerusalem é
linda, por dentro e por fora. Por fora é óbvio para todos verem: suas
construções de pedra branca que a faz reluzir, seus jardins, o cheiro de
alecrim no ar. Por dentro é aquela sensação que todos sentimos ao chegarmos à
cidade: de estarmos conectados com nossa alma. E isto ouvi de um ateu!
Mas até a manhã do dia 6 de Sivan
do ano 5727, metade da cidade santa, incluindo o Monte do Templo, estava
fechada aos judeus. Durante os 19 anos de ocupação jordaniana, antigas
sinagogas sofreram destruição sistemática, lugares arqueológicos nivelados, uma
população árabe implantada aonde a comunidade judaica tinha vivido por milênios.
Mas naquela manhã de Shavuot
de 1967, uma semana após a liberação da cidade por Israel, a cidade inteira foi
aberta pela primeira vez. Dezenas de milhares de judeus vieram de todo o país e
de fora para pisarem nas ruas e vielas sagradas e se uniram em prece no Muro
das Lamentações.
Judeus religiosos e seculares,
ashkenazim, sepharadim, homens, mulheres e crianças, mão em mão, comemoraram a
antiga festa de Shavuot em sua nova/antiga/eterna capital, num momento de união
que provavelmente só teve paralelo no Monte Sinai. Aqueles milhares de judeus,
olhando para aquelas pedras antigas com um profundo senso de história e
destino, souberam que finalmente tinham voltado para casa – depois de tantas
perseguições, sangue, morte, lágrimas, tanto sofrimento em tantos anos de
exílio.
As lágrimas derramadas naquele
Shavuot foram lágrimas de alegria.
Todos nós queremos a paz. Tem
aqueles que estão dispostos a não deixar nenhuma pedra intacta para alcançá-la.
O mundo quer impor seus desígnios a Israel, rejeitando a anexação e unificação de
Jerusalem. Exigindo a re-divisão da cidade.
Mas ao olharmos hoje para
estas pedras que formam o Kotel, realizamos que há pedras que não podem ser
mexidas para a paz. Elas são eternas e a volta dos judeus a elas cumpriram uma
promessa que Deus fez. E esta promessa não pode ser desfeita por absolutamente
ninguém.
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