Parece que a
mídia anda com o cabelo em fogo e mais gasolina é jogada assim que o presidente
Trump acorda a cada manhã. Se não fosse tão sério seria cômico. Esta semana em
particular foi um carnaval de declarações absurdas e ofensivas. A reação da mídia
ao encontro de Trump com Putin em Helsinque chegou a ser comparado na MSNBC ao
ataque do Japão a Pearl Harbor em 1941 e à Noite dos Cristais quando os
nazistas atacaram as residências e negócios dos judeus na Alemanha em 1938(!)
Na coletiva
de imprensa em Helsinque um repórter da Associated Press quis enquadrar o
presidente Trump e perguntou se ele acreditava mais em Putin que negou ter
tentado influenciar as eleições americanas ou nas agências de inteligência que
confirmaram seu envolvimento. Com Putin alí do lado e Trump tentando abrir um
diálogo com o presidente russo para discutir problemas realmente importantes
como reduzir a influência do Irã no Oriente Médio, sua presença na Síria e
ameaças a Israel, a anexação da Criméia, a Coreia do Norte, e outras coisas, a
última coisa que Trump precisava era ser
obrigado a chamar Putin de mentiroso em público e ao vivo em cadeia
internacional.
Trump tentou
dizer que ele não via razão para a Rússia tentar influenciar as eleições
americanas. A mídia em peso entendeu que ele estava humilhando o FBI e as outras
agências de segurança e saiu denunciando a resposta antes mesmo da conferência
terminar. A reação dos democratas e do resto da esquerda foi a de um moleque
com déficit de atenção e hiperatividade em esteroides. O diretor da CIA de
Obama, John Brennan chamou Trump de “traidor”, e o acusou de ter cometido um “alto
crime”. Madeleine Albright ex-secretária de estado se disse “preocupada” que
Trump tivesse passado segredos para Putin e daí para baixo.
Interessante
que a reação da mídia não chegou nem perto quando Obama foi pego por um
microfone aberto dizendo ao pé do ouvido do primeiro ministro russo Medvedev para
avisar Putin que ele teria “mais flexibilidade depois de sua reeleição”. Ou
quando Obama zombou de Mitt Romney no debate de 2012 dizendo para ele sair dos
anos 80, pois a guerra fria já tinha acabado.
Trump se
encontrou com Putin como parte de suas obrigações como líder dos Estados
Unidos, coisa que todos os presidentes americanos fizeram desde a Segunda
Guerra Mundial.
A segurança
nacional dos EUA e, de fato, a segurança internacional dependem dos líderes das
duas maiores potências do mundo manterem sua cooperação. A capacidade dos
líderes americanos e russos de trabalharem juntos tem um papel fundamental na
prevenção de outra guerra mundial. Teria sido negligente se Trump tivesse recusado
este encontro com Putin.
Duas questões
críticas, a presença do Irã na Síria e o arsenal nuclear da Coréia do Norte,
foram objeto de discussão entre Trump e Putin. Suas observações sobre os dois
assuntos mostraram a importância desta reunião para a segurança nacional dos
EUA e para a estabilidade global a curto e longo prazo.
Antes de se
encontrarem em Helsinque, a perspectiva de guerra entre Israel e o Irã e a Hezbollah
na Síria era quase certa. Na segunda-feira, as forças do regime sírio -
dominadas pelo Irã através da Guarda Revolucionária, unidades da Hezbollah e
forças da milícia xiita controladas pelo Irã - começaram sua ofensiva para
assumir o controle da região de Quneitra, no lado sírio da fronteira com
Israel.
Se o Irã conseguir
consolidar suas forças, ou as forças da Hezbollah na Síria especialmente ao
longo da fronteira com Israel, Israel terá que ir à guerra para expulsar o Irã
pela força. Israel simplesmente não pode aceitar uma situação que envolva uma
presença iraniana permanente na Síria, especialmente considerando que o Irã
controla o Líbano através da Hezbollah.
Em seus
comentários, Putin e Trump disseram que estão comprometidos com a segurança de
Israel. Putin disse que concorda que o acordo de retirada das forças de 1974
entre Israel e a Síria deve ser respeitado. O acordo impede que as forças
militares sírias sejam enviadas para a fronteira com Israel e limita sua
implantação na área adjacente a ele. Trump afirmou abertamente que os EUA apoiam os
esforços de Israel para impedir que o Irã fortaleça suas forças na Síria.
Essas observações foram importantes por duas razões:
Uma é que os líderes das duas maiores potências da terra enviaram uma mensagem
conjunta alta e clara para o Irã e para a Hezbollah.
O Irã vai
entender dos Estados Unidos que ela está pronta a enviar tropas e lutar ao lado
de Israel assim como o fez com seus aliados na Síria para derrotar o Estado Islâmico.
Putin, por seu lado, deixou claro que apesar dele apoiar o regime de Assad para
proteger primariamente suas bases no país, ele não lutaria ao lado do Irã numa
guerra com Israel e pior, com os Estados Unidos.
Embora essas
declarações possam não convencer o Irã e a Hezbollah a retirarem suas forças da
Síria imediatamente, elas jogaram um balde de água fria nos planos imediatos
dos aiatolás de arrastarem Israel para uma guerra.
Se este
tivesse sido o único resultado da cúpula, sua importância seria incontestável. Mas
há um segunda razão. A reunião Trump-Putin locou em questão a viabilidade a
longo prazo da parceria russo-iraniana.
Alguns dias
antes da cúpula em Helsinque, o principal conselheiro de assuntos
internacionais do líder supremo do Irã, Ali Akbar Velayati desembarcou em
Moscou para uma reunião com Putin. Num comunicado ele disse que o Irã tinha
interesse "apenas num relacionamento estratégico e de longo prazo com a
Rússia". A mensagem de Putin é que hoje ele está vendendo o Irã em troca
de um relacionamento melhor com os Estados Unidos e Israel (e conseguir o
levantamento das sanções impostas a ele pela anexação da Criméia).
A própria
noção de que um presidente americano possa cometer traição ao buscar uma
relação de cooperação com o líder da Rússia é um absurdo. Declarações que
acusam Trump de traição e chamam os militares para derrubá-lo são aterrorizantes.
Elas demonstram que os adversários de Trump estão tão obcecados em deslegitimar
sua presidência, com encontrar um meio qualquer para justificar um impeachment que
estão dispostos a arriscar uma guerra mundial para alcançar seus objetivos.
Quando consideramos
a histeria dos críticos de Trump por um lado, e as extraordinárias realizações alcançadas
por ele em Helsinque do outro, precisamos agradecer que Trump estava disposto,
como ele disse, a "assumir um risco político em busca da paz", em vez
de "arriscar a paz em busca de ganhos políticos". Nesta semana os
Estados Unidos e o mundo se beneficiaram enormemente de sua coragem.
No comments:
Post a Comment