Numa chocante
virada nesta semana, o deputado federal democrata de longa data por Nova Iorque
Joe Crowley perdeu a eleição primaria para uma organizadora comunitária de 28
anos de idade novata na política. Foi chocante porque Crowley deveria suceder a
líder do Partido Democrata no Congresso Nancy Pelosi. Apesar de Crowley ter
arrecadado uns $3 milhões de dólares para sua campanha ele caiu para uma
candidata que usou apenas um vídeo, seu cartão de membro dos Socialistas
Democratas da América e uma agenda totalmente de esquerda.
Alexandria
Ocasio-Cortez não quer só assistência médica gratuita para todos nos Estados
Unidos (ela deve ter se inspirado no sucesso do SUS no Brasil) e educação universitária
gratuita (seguindo a experiência positiva da Venezuela), mas prega uma garantia
federal de empregos (quer dizer qualquer um que quiser terá direito a um
emprego no governo), um endurecimento com as empresas listadas na Bolsa de
Valores (aquelas que geram empregos e pagam os impostos que ela quer usar para
pagar os salários dos milhões de funcionários públicos e assistência médica), e
ela também quer desmantelar a Agencia de Fiscalização Alfandegária e de
Imigração. Ela quer fronteiras abertas para qualquer um entrar nos Estados
Unidos incluindo traficantes de drogas, traficantes de mulheres e porque não, traficantes
de crianças e terroristas.
Ela não quer
nem saber o que criminosos e gangues que matam, distribuem drogas, estupram e
trafegam fazem nos Estados Unidos. O que a ofende são as imagens de ilegais
sendo deportados, alguns, pela 15ª vez e depois de terem servido sentenças em
prisões americanas por todo tipo de crime violento. É este o futuro do partido
democrata americano?
E sem
surpresa, a señorita Cortez também é pró-palestina. Ela declarou em sua
campanha que a colonização da Palestina era similar a de Porto Rico e sobre a “Marcha
de Retorno de Gaza” ela disse que havia sido um massacre injustificado perpetrado
por Israel. Quanta sabedoria! Ela foi enormemente elogiada pelo site Crônicas
Palestinas. As outras notícias publicadas pelo site são as oliveiras palestinas
atacadas pelos “colonos judeus” e uma reportagem sobre o campo refugiado de
Jenin. Imaginem um campo de refugiados palestino mantido na própria Palestina. Jenin
e seus subúrbios são governados exclusivamente pela Autoridade Palestina que
estes palestinos em Jenin elegeram. Porque ainda são considerados refugiados? É como se tivéssemos um campo de refugiados
para gaúchos em Porto Alegre.
Mas o bairro
ao norte da cidade de Jenin continua a ser chamado de campo de refugiados
porque é assim que a Agencia para Refugiados Palestinos consegue dinheiro dos
países ingênuos que continuam a financiar este injusto elefante branco.
A UNRWA diz
dar assistência a uns cinco milhões de palestinos refugiados e seus descendentes.
Ela tem mais de 30 mil empregados e um orçamento de 1.3 bilhões de dólares
anuais. Não só é a primeira vez que descendentes até a quarta ou quinta geração
até hoje são considerados refugiados, mas não há como verificar os números da
UNRWA. A outra agencia da ONU responsável pelos outros 70 milhões de refugiados
espalhados em 128 países do mundo, tem um orçamento de 7.7 bilhões e apenas 11
mil empregados.
A corrupção
na UNRWA é endêmica e muito cômoda para a Autoridade Palestina. É ela que
fornece toda a saúde e educação para os palestinos permitindo a Abbas e ao
Hamas se concentrarem em perpetrarem a guerra contra Israel.
E por falar de
Israel, ela foi severamente castigada esta semana por ter declarado que não irá
aceitar refugiados sírios em seu território. Até agora, Israel tem dado ajuda
humanitária e médica para milhares de sírios ao custo de dezenas de milhões de
dólares. A situação chegou a tal ponto que o hospital Ziv de Safed ameaçou
pedir falência se o governo não cobrisse seus custos. São rebeldes e civis que
chegam à fronteira feridos e outros que precisam de cuidados como mulheres
grávidas e crianças. Só nesta semana o exercito de Israel entregou 300 tendas,
50 toneladas de remédios, roupas e alimentos e admitiu dezenas de doentes
inclusive crianças pequenas em vários hospitais no país. Mas a imprensa cala
sobre isto. E não fala nada sobre a Jordânia que também declarou que não irá
aceitar refugiados sírios.
E porque Israel
está esperando uma onda de refugiados da Síria agora? Por que o exercito de
Assad retomou o controle de várias áreas no sul da Síria aonde o Irã quer
estabelecer bases militares ao custo de milhões de dólares. E foi por isso que
pela primeira vez desde que os protestos começaram no Irã que ouvimos em vez de
Morte a Israel, Morte aos Palestinos! Sim senhores, ouviram bem: Morte aos
Palestinos, pois é em nome de sua causa que os aiatolás estão roubando o dinheiro
do povo iraniano.
O povo do Irã
está cheio do seu governo. E não adianta o comandante da Guarda Revolucionária declarar
que “hoje a incitação terminou” como o fez em Janeiro. O povo está de volta às
ruas reclamando da inflação galopante, falta de produtos nas prateleiras e
desemprego. A causa: a política interna construída sobre as exportações de
petróleo dos aiatolás que roubaram os iranianos de seu futuro. Se fossem
inteligentes, teriam usado a renda do petróleo para diversificar a economia,
incentivar a indústria e serviços criando empregos, dignidade, mobilidade e
esperança para o povo. Mas esta liberdade econômica teria causado o desejo de
liberdade de expressão, liberdade de criticar a classe religiosa e de se abrir culturalmente
além de gerar anseios políticos.
Ao manter o
povo acorrentado economicamente, os aiatolás paralisaram o povo politicamente e
como qualquer ditadura que se sente investida por Deus - ou neste caso por Alá -
eles decidiram usar os recursos do povo iraniano para exportar sua revolução
perversa.
O Irã, ou
como era conhecida a Pérsia, está tentando expandir seu império há 1.400 anos.
Naquela época sua marcha começou gloriosa e terminou em catástrofe. Ela
conseguiu vencer os bizantinos invadindo o que é a Síria, a Turquia e o Egito.
Isto causou o rancor nos exércitos árabes que empurraram os exércitos persas de
volta para a Pérsia, aí a invadiu e finalmente substituiu seus líderes e sua
religião. Hoje a arrogância dos iranianos os está levando a provocar até a Rússia
que já está instalada na Síria e Israel ao enviar drones e estabelecer bases
perto do Golan expondo a população síria a ataques.
E é por isso
que neste final de semana dezenas de milhares de ativistas iranianos, europeus
e americanos se encontraram em Paris para exigir uma mudança de regime no Irã.
Mas isto não irá acontecer pacificamente. A Guarda Revolucionária é um estado
dentro de um estado com muito poder e os aiatolás tem verdadeiro medo de que o
povo fará com eles o que eles fizeram com os seguidores do Xá. A boa noticia é
que poderemos ter uma resolução do problema nuclear iraniano, de suas ameaças à
instabilidade do mundo, de sua busca por hegemonia, não de fora, mas de dentro
do Irã. O povo não precisa procurar um líder para repor o regime. Só precisa
ter coragem de se livrar desta cambada e terá todo o apoio do mundo civilizado.
No comments:
Post a Comment