Sunday, November 18, 2018

A Europa Sem os Judeus - 18/11/2018


O chanceler austríaco, Sebastian Kurz declarou recentemente que "a Europa sem judeus não pode ser a Europa". A Austria hoje ocupa a presidência do Conselho da União Européia até o final deste ano e está organizando uma conferência sobre anti-semitismo em 20 e 21 de novembro junto com o Congresso Judaico Europeu em Viena.

Precisamos dissecar esta declaração do chanceler. Desde a Segunda Guerra Mundial, os judeus voltaram a ocupar algumas posições importantes em vários países da Europa Ocidental. A França, a Áustria e a Suíça tiveram primeiros-ministros judeus. A Bélgica teve um vice-primeiro ministro judeu. Houve ministros judeus no Reino Unido, França, Irlanda, Itália, Dinamarca e Holanda. O Reino Unido e a França atualmente têm ministros judeus. No Reino Unido, tanto os partidos conservadores quanto os trabalhistas tiveram líderes judeus enquanto seu partido estava na oposição. E a pergunta que fazem é se houve algo “judaico” que estas pessoas fizeram para chegar nestes postos.

É claro que para nós esta é uma pergunta absurda. Sabemos que se todos os judeus deixassem a Europa, seus empregos, cargos, casas e negócios seriam substituidos por outros imediatamente. Isto ficou provado durante o Holocausto e hoje a saída dos judeus seria menos repentina e mais gradual.

Agora, para entender a declaração que a Europa sem judeus não continuará a ser a Europa precisamos olhar em outras direções. Sim, a Europa ficará sem seu tradicional bode expiatório. Isto seria dificil substituir e os muçulmanos radicais e os radicais da extrema direita teriam que encontrar outro grupo para jogar seu ódio.

A presença de judeus na Europa facilita os ataques antissemitas. Mas há países sem judeus ou com uma comunidade ínfima, como a Islandia, por exemplo que conta apenas com 250 judeus, que passa meses discutindo a proibição de circuncisão e da venda de carne kosher no parlamento.  

Além disso, estereótipos e mentiras anti-semitas são agora projetados em Israel. Os nomes e significados de Shylock e Rothschild estão fortemente embutidos na cultura européia e permanecerão por muito tempo após a partida hipotética do último judeu da Europa.

Outro importante papel simbólico que os judeus desempenham na Europa é como indicador da saúde democrática de um país. Isso é mais forte na Alemanha. Se todos os judeus deixassem o país, isso significaria que a sociedade alemã e sua cultura estão em apuros. A presença de mais de cem mil judeus legitima a democracia alemã. Em 2015 e 2016, o primeiro-ministro francês Emanuel Valls - então ainda socialista - disse: "Sem os judeus franceses, a França não será a França".

Esta declaração veio após o assassinato de quatro judeus por um muçulmano num supermercado kasher de Paris. Mas já naquela época, dezenas de milhares de judeus haviam emigrado do país escancarando o insolúvel anti-semitismo da França.

Na Inglaterra, uma pesquisa do Jewish Chronicle descobriu que 40% dos judeus britânicos considerariam seriamente deixar o Reino Unido se o líder trabalhista e simpatizante do terrorismo Jeremy Corbyn se tornasse primeiro-ministro.

Os judeus representam menos de 0,2% da população da Suécia, mas mostram o estado lamentável da aplicação da lei neste país ultra-liberal. A Suécia é o único país da Europa onde uma comunidade judaica, a da cidade de Umea, decidiu se dissolver devido a ameaças neonazistas. E isto sem contar com o antisemitismo muçulmano que escorraçou os judeus de Malmo e até de bairros de Estocolmo.

Sempre que acontece alguma desgraça, os líderes europeus correm com suas condenações Isso pode até fazer alguns judeus se sentirem bem. Mas estas declarações não têm significado nada na prática. De fato, parece que os europeus, amordaçados pelo politicamente correto, decidiram importar uma população antissemita que pode vocalizar seus sentimentos.

A declaração do chanceler Kurz pode ter sido bem intencionada. Mas a verdade é que se e quando o último judeu deixar a Europa ou morrer, ainda assim, o antissemitismo continuaria no continente.

Mas infelizmente isto não está acontecendo somente na Europa. No ultimo ano, ataques antissemitas em todos os Estados Unidos aumentaram em 60%! E o resultado das últimas eleições para o congresso também foi afetado por esta onda.

Um “esquadrão” de quatro congressistas calouras atraiu a atenção nacional por sua juventude, diversidade e suposto empoderamento das mulheres. Mas cada uma destas quatro representa um desafio ao apoio de longa data a Israel dentro do Partido Democrata.

Elas são: Ilhan Omar de Minnesota, Alexandria Ocasio-Cortez de Nova York, Ayanna Pressley de Massachusetts e Rashida Tlaib de Michigan. Em sua primeira visita ao Capitólio desde sua vitória, elas não perderam tempo a desafiar as normas convencionais, participando em protestos na porta do gabinete da líder do partido e finalmente assumindo seu apoio ao Boicote, Desinvestimento e Sanções (BDS) contra Israel .

Essas quatro legisladoras se apresentam nas mídias sociais como uma “onda sonhadora” - de mulheres progressistas se preparando para abalar Washington. E Israel é uma das muitas questões que as unem. Durante toda a campanha de 2018, todas as quatro hipocritamente se recusaram a endossar o BDS. Isso começou a mudar esta semana.

Ilhan Omar, uma muçulmana-americana nascida na Somália que conseguiu asilo nos Estados Unidos disse que ela “acredita e apóia o movimento BDS e lutará para garantir que o direito das pessoas de apoiá-lo não seja criminalizado”. Durante sua campanha ela disse ser a favor de uma solução de dois Estados entre israelenses e palestinos e caracterizou o BDS como algo inútil. Ela também atacou Israel tuitando que "Israel hipnotizou o mundo" e está engajado em "atos malignos".

Ayanna Pressley por seu lado prometeu se opor à ajuda militar dos EUA a Israel e recusou tomar uma posição definitiva sobre o BDS. E o mesmo aconteceu com Ocasio-Cortez. Apenas Rashida Tlaib, uma palestina-americana, abertamente apoiou o BDS durante sua campanha. Ela vacilou em seu apoio a uma solução de dois estados e perdeu o endosso do grupo radical de esquerda J Street.

Estas quatro novas legisladoras se unem a uma bancada da Câmara dos Deputados que está ansiosa a aprovar legislação mais agressiva em relação a Israel. Há três meses, um projeto de lei sobre os direitos humanos palestinos - com Israel como opressor - ganhou 28 co-patrocinadores da bancada.

Esta política em relação a Israel pode afetar as primárias presidenciais democratas de 2020. De todos os senadores americanos que estão concorrendo à nomeação do partido - incluindo os senadores Kamala Harris, da Califórnia, Cory Booker, de Nova Jersey, Elizabeth Warren, de Massachusetts, Bernie Sanders, de Vermont, e Kirsten Gillibrand, de Nova York -, nenhum deles se juntou a 57 de seus colegas para co-patrocinar a Lei Anti-Boicote de Israel.

Estamos vendo uma radicalização sem precedentes do partido democrata e da esquerda em geral. Esta “resistência” que eles construiram há dois anos, com a vitória de Donald Trump, é mostra do desespero que estão sentindo com a perda do poder no ocidente. E o indicador mais poderoso é o que acontece com é Israel e o antissemitismo.

Com a vitória democrata no Congresso Trump terá muita dificuldade em implementar sua agenda. O òdio é tanto que eles só querem saber em destruir Trump. Já estamos há dois anos nesta insanidade.

E porque estou falando isto? Porque a esquerda no Brasil já está agindo com a mesma esquizofrenia. Já entraram no CNJ contra a exoneração do juiz Sergio Moro para impedi-lo de assumir o Ministério da Justiça, marretaram a nomeação de Ernesto Fraga Araújo como chanceler, sem falar das críticas absurdas contra Paulo Guedes, próximo ministro da economia. Peço aos brasileiros que vejam o que está se passando na Europa e nos Estados Unidos e não deixem que isto aconteça no Brasil. Temos que dar todas as possibilidades para que o governo de Jair Bolsonaro seja bem sucedido e o único meio de faze-lo é colocar um ponto final nesta esquerda.




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