Sunday, April 21, 2019

Notre Dame em Chamas - 21/04/2019


Os primeiros alertas sobre o incêndio da Catedral de Notre Dame em Paris paralisaram o mundo. As imagens devastadoras de chamas e nuvens de fumaça jorrando do teto, e depois o desabamento da sua torre e telhado, causaram um sentimento de perda generalizado deste inigualável ícone religioso e cultural.

Aqueles que a visitaram, recordam a majestosa arquitetura gótica aonde Joana D’Arc foi declarada mártir, aonde vários reis da França foram coroados incluindo o imperador Napoleão Bonaparte. Imortalizada na novela de Victor Hugo, o Corcunda de Notre Dame, a catedral foi recriada em desenho animado em 1996 pela Disney. Notre Dame é também aonde estão enterrados os Cardeais de Paris, o último, um judeu, Aharão Lustiger que foi convertido ao cristianismo aos 13 anos em meio ao nazismo. Um marco que sobreviveu 850 anos. Sobreviveu à Revolução Francesa, a Duas Guerras Mundiais, a ocupação da Alemanha e a tantos outros traumas.

Mas a catedral não esconde seu passado sombrio. Ela começou a ser construída em 1163. Mas para pagá-la e reabastecer os cofres do rei da França, em 1182 os judeus foram expulsos e seus bens confiscados. Mas surpreendentemente, alguns dos trabalhos de arte mais proeminentes da Catedral, dizem respeito aos judeus. Ao lado da entrada principal há duas esculturas: a imponente e altiva Eclesia do lado esquerdo, representando a Igreja Católica, e a Sinagoga do lado direito representada por uma figura feminina cabisbaixa, com uma serpente na cabeça enrolada sobre seus olhos, representando a cegueira dos judeus e sua subjugação à Igreja.

Na época em que esse friso estava sendo esculpido, os judeus eram implacavelmente perseguidos em Paris e em outros lugares da Europa. Em 1239, o papa Gregório IX fez dezenas de acusações contra o Talmud. Isto levou a conclamações para coletar e destruir esta obra sagrada judaica. Em nenhum lugar esta instrução horrenda foi levada a cabo com mais zelo do que em Paris. Em 3 de março de 1240, as autoridades da igreja invadiram as sinagogas de toda a França. Era um Shabat e as sinagogas estavam cheias. Os judeus indefesos só puderam olhar horrorizados seus volumes sagrados sendo levados embora.

O rei francês Luís IX, que depois foi canonizado como São Luis, exigiu que o Talmud fosse julgado. Quatro rabinos fizeram sua defesa de blasfêmia e outras acusações; sem surpresa, os rabinos foram declarados perdedores e o Talmud condenado à fogueira. Em 17 de junho de 1242, oficiais da Igreja trouxeram para a Place de Grève, que fica ao lado de Notre Dame, 24 carroças cheias de volumes do Talmud, cerca de 10 mil livros ao todo e lá, foram queimados publicamente. Numa época antes da imprensa, a destruição de todas as cópias conhecidas do Talmud da França foi um golpe  indescritível para os judeus.

O rabino Meir de Rothenburg, conhecido como o Maharam, testemunhou a queima. Ele escreveu uma lamentação assombrosa que recitamos cada Tishah Be’Av dizendo “Minhas lágrimas formaram um rio que alcançou o deserto do Sinai e as sepulturas de Moisés e Aarão. Existe outra Torá para substituir a que você tirou de nós?”

Mas hoje, em 2019, porque este incêndio fez a França e o resto do mundo chorar? Afinal, Notre-Dame ainda está lá, seus danos serão reparados e as cicatrizes que ficarão se tornarão parte de sua história.  

A tristeza francesa, ao contrário de todas as outras, não é sobre a estrutura, mas sobre a alma perdida de uma nação; sobre uma França que uma vez foi, e que jamais retornará. Hoje a França é uma nação culturalmente perplexa; aonde mais de 50% se declara ateu, e menos de 10% se define como católico praticante. Por outro lado, os imigrantes que os franceses mantêm à distância se multiplicam e as mesquitas que eles constroem proliferam, às vezes nos próprios santuários abandonados do catolicismo.

Dennis Prager, o escritor americano-judeu disse que “é como se o próprio Deus quisesse nos advertir da maneira mais inequívoca que o cristianismo ocidental está queimando - e com ele, a Civilização ocidental."

Infelizmente, isso parece ser a verdade. Incrivelmente, um dia antes do incêndio, o escritor Raymond Ibrahim publicou um artigo no Gatestone Institute intitulado: “As Igrejas Europeias: Vandalizadas, Defecadas e Queimadas Todos os Dias”. No artigo ele enumera dezenas de casos de ataques à igrejas cristãs perpetrados por “imigrantes” muçulmanos especialmente na França e na Alemanha. Somente em 2018, 1063 ataques a igrejas ou símbolos cristãos foram registrados na França. Em março deste ano quatro igrejas foram profanadas ou incendiadas na Alemanha. As pichações incluem expressões islâmicas como “AllahUakbar”.

O que é incrível é o fato de praticamente em todos os casos as autoridades e a mídia se desdobram para esconder a identidade dos vândalos. Nos raros casos em que a identidade é vazada, os perpetradores são apresentados como portadores de problemas mentais. Conforme ressalta a recente reportagem da PI-News:

"Quase ninguém escreve ou fala sobre os crescentes ataques a símbolos cristãos. Há um silêncio ensurdecedor tanto na França quanto na Alemanha em relação ao escândalo das profanações e a origem dos perpetradores. Nem uma palavra, nem mesmo o menor indício que poderia levar à suspeita de imigrantes”... Assim, não são os vândalos que correm o risco de serem malvistos e sim aqueles que ousam denunciá-los. Estes são acusados de ódio, discurso de incitamento, racismo e islamofobia.

É o PIOR do politicamente correto. Que pena que os judeus nunca puderam se beneficiar dele, não é? Mesmo assim, judeus correram para ajudar na reconstrução da Catedral. De acordo com a CBS, Lily Safra, a conhecida filantropa brasileira judia, prometeu US$22 milhões de dólares e Françoise Bettencourt Meyers, dona da L'Oreal de Paris, que se casou com um judeu e tem filhos judeus, prometeu outros US$100 milhões. No entanto, ambas deveriam condicionar suas generosas doações ao reparo do antissemitismo patentemente retratado na Catedral e que novas esculturas, exaltando a milenária contribuição dos judeus para a França fossem incluídas na nova Notre Dame.

Ainda não sabemos ao certo o que provocou o incêndio. Mas sem dúvida, o que arrebatou os franceses não foi o templo, pois ele já foi queimado de suas próprias vidas há muito tempo. O que os tocou foi o lugar da Catedral na vida de seus antepassados. O que no fundo eles estão lamentando não é o futuro de sua nação sem um edifício majestoso, mas o irreversível desaparecimento de seus valores e do seu passado por suas próprias mãos.



No comments:

Post a Comment