Os primeiros alertas
sobre o incêndio da Catedral de Notre Dame em Paris paralisaram o mundo. As imagens
devastadoras de chamas e nuvens de fumaça jorrando do teto, e depois o
desabamento da sua torre e telhado, causaram um sentimento de perda
generalizado deste inigualável ícone religioso e cultural.
Aqueles que a
visitaram, recordam a majestosa arquitetura gótica aonde Joana D’Arc foi
declarada mártir, aonde vários reis da França foram coroados incluindo o
imperador Napoleão Bonaparte. Imortalizada na novela de Victor Hugo, o Corcunda
de Notre Dame, a catedral foi recriada em desenho animado em 1996 pela Disney. Notre
Dame é também aonde estão enterrados os Cardeais de Paris, o último, um judeu,
Aharão Lustiger que foi convertido ao cristianismo aos 13 anos em meio ao
nazismo. Um marco que sobreviveu 850 anos. Sobreviveu à Revolução Francesa, a
Duas Guerras Mundiais, a ocupação da Alemanha e a tantos outros traumas.
Mas a catedral não
esconde seu passado sombrio. Ela começou a ser construída em 1163. Mas para
pagá-la e reabastecer os cofres do rei da França, em 1182 os judeus foram
expulsos e seus bens confiscados. Mas surpreendentemente, alguns dos trabalhos
de arte mais proeminentes da Catedral, dizem respeito aos judeus. Ao lado da
entrada principal há duas esculturas: a imponente e altiva Eclesia do lado
esquerdo, representando a Igreja Católica, e a Sinagoga do lado direito representada
por uma figura feminina cabisbaixa, com uma serpente na cabeça enrolada sobre
seus olhos, representando a cegueira dos judeus e sua subjugação à Igreja.
Na época em que esse
friso estava sendo esculpido, os judeus eram implacavelmente perseguidos em
Paris e em outros lugares da Europa. Em 1239, o papa Gregório IX fez dezenas de
acusações contra o Talmud. Isto levou a conclamações para coletar e destruir
esta obra sagrada judaica. Em nenhum lugar esta instrução horrenda foi levada a
cabo com mais zelo do que em Paris. Em 3 de março de 1240, as autoridades da
igreja invadiram as sinagogas de toda a França. Era um Shabat e as sinagogas
estavam cheias. Os judeus indefesos só puderam olhar horrorizados seus volumes
sagrados sendo levados embora.
O rei francês Luís IX,
que depois foi canonizado como São Luis, exigiu que o Talmud fosse julgado.
Quatro rabinos fizeram sua defesa de blasfêmia e outras acusações; sem
surpresa, os rabinos foram declarados perdedores e o Talmud condenado à
fogueira. Em 17 de junho de 1242, oficiais da Igreja trouxeram para a Place de
Grève, que fica ao lado de Notre Dame, 24 carroças cheias de volumes do Talmud,
cerca de 10 mil livros ao todo e lá, foram queimados publicamente. Numa época
antes da imprensa, a destruição de todas as cópias conhecidas do Talmud da
França foi um golpe indescritível para
os judeus.
O rabino Meir de
Rothenburg, conhecido como o Maharam, testemunhou a queima. Ele escreveu uma
lamentação assombrosa que recitamos cada Tishah Be’Av dizendo “Minhas lágrimas
formaram um rio que alcançou o deserto do Sinai e as sepulturas de Moisés e Aarão.
Existe outra Torá para substituir a que você tirou de nós?”
Mas hoje, em 2019,
porque este incêndio fez a França e o resto do mundo chorar? Afinal, Notre-Dame
ainda está lá, seus danos serão reparados e as cicatrizes que ficarão se
tornarão parte de sua história.
A tristeza francesa, ao
contrário de todas as outras, não é sobre a estrutura, mas sobre a alma perdida
de uma nação; sobre uma França que uma vez foi, e que jamais retornará. Hoje a
França é uma nação culturalmente perplexa; aonde mais de 50% se declara ateu, e
menos de 10% se define como católico praticante. Por outro lado, os imigrantes
que os franceses mantêm à distância se multiplicam e as mesquitas que eles
constroem proliferam, às vezes nos próprios santuários abandonados do
catolicismo.
Dennis Prager, o
escritor americano-judeu disse que “é como se o próprio Deus quisesse nos
advertir da maneira mais inequívoca que o cristianismo ocidental está queimando
- e com ele, a Civilização ocidental."
Infelizmente, isso
parece ser a verdade. Incrivelmente, um dia antes do incêndio, o escritor
Raymond Ibrahim publicou um artigo no Gatestone Institute intitulado: “As
Igrejas Europeias: Vandalizadas, Defecadas e Queimadas Todos os Dias”. No
artigo ele enumera dezenas de casos de ataques à igrejas cristãs perpetrados
por “imigrantes” muçulmanos especialmente na França e na Alemanha. Somente em
2018, 1063 ataques a igrejas ou símbolos cristãos foram registrados na França.
Em março deste ano quatro igrejas foram profanadas ou incendiadas na Alemanha.
As pichações incluem expressões islâmicas como “AllahUakbar”.
O que é incrível é o
fato de praticamente em todos os casos as autoridades e a mídia se desdobram
para esconder a identidade dos vândalos. Nos raros casos em que a identidade é
vazada, os perpetradores são apresentados como portadores de problemas mentais.
Conforme ressalta a recente reportagem da PI-News:
"Quase ninguém
escreve ou fala sobre os crescentes ataques a símbolos cristãos. Há um silêncio
ensurdecedor tanto na França quanto na Alemanha em relação ao escândalo das
profanações e a origem dos perpetradores. Nem uma palavra, nem mesmo o menor
indício que poderia levar à suspeita de imigrantes”... Assim, não são os vândalos
que correm o risco de serem malvistos e sim aqueles que ousam denunciá-los. Estes
são acusados de ódio, discurso de incitamento, racismo e islamofobia.
É o PIOR do politicamente
correto. Que pena que os judeus nunca puderam se beneficiar dele, não é? Mesmo
assim, judeus correram para ajudar na reconstrução da Catedral. De acordo com a
CBS, Lily Safra, a conhecida filantropa brasileira judia, prometeu US$22
milhões de dólares e Françoise Bettencourt Meyers, dona da L'Oreal de Paris,
que se casou com um judeu e tem filhos judeus, prometeu outros US$100 milhões. No
entanto, ambas deveriam condicionar suas generosas doações ao reparo do
antissemitismo patentemente retratado na Catedral e que novas esculturas,
exaltando a milenária contribuição dos judeus para a França fossem incluídas na
nova Notre Dame.
Ainda não sabemos ao
certo o que provocou o incêndio. Mas sem dúvida, o que arrebatou os franceses
não foi o templo, pois ele já foi queimado de suas próprias vidas há muito
tempo. O que os tocou foi o lugar da Catedral na vida de seus antepassados. O
que no fundo eles estão lamentando não é o futuro de sua nação sem um edifício
majestoso, mas o irreversível desaparecimento de seus valores e do seu passado
por suas próprias mãos.
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