Sunday, April 28, 2019

Outro Ataque e o Crescente Antisemitismo na America - 28/04/2019


Quando a festa de Pessach acabou ontem à noite, nas sinagogas em Nova York já se comentava sobre o lamentável ataque ao Beit Chabad da cidade de Poway na Califórnia. Ninguém sabia ao certo o que havia sucedido, mas o fato de ter ocorrido exatamente 6 meses depois de Pittsburg, aonde 11 pessoas morreram, não passou desapercebido.

Sem querer diminuir os repulsivos e odiosos ataques terroristas à comunidade cristã do Sri Lanka na semana passada, no meio do domingo de Pascoa, obra do Estado Islâmico, desta vez, um homem, e não um adolescente como vários canais de mídia, resolveu dar vazão ao seu ódio antissemita. Justo antes de sair com sua arma automática em direção à sinagoga, este energúmeno postou seu manifesto no Facebook declarando que “os judeus merecem o inferno. Eu vou manda-los para lá”. Ele também denunciou Donald Trump por apoiar Israel.

Lory Kaye, uma senhora de 60 anos, que tinha ido à sinagoga para falar Yiskor pela primeira vez por sua mãe, morreu ao tentar proteger o rabino que havia sido baleado na mão. Um israelense em visita e uma menina, também israelense, que se mudou para Poway com a família, fugindo dos mísseis de Sderot, também foram feridos.

Foi a mão de D-us que evitou um massacre. A arma do atacante travou dando oportunidade à um policial de folga, a revidar o fogo.

Imediatamente, a mídia, talvez ainda de ressaca da noite dos jornalistas acusou quem? Donald Trump é claro! A CNN logo declarou que vimos o aumento do antissemitismo a partir da eleição de Trump.

Uma mentira de gigantes proporções! Foi durante os anos de Barack Obama, que os incidentes antissemitas aumentaram na América. O seu politicamente correto contra qualquer forma de atribuição de mau comportamento a jihadistas, muçulmanos e negros, foi fundamental para a normalização do uso de trópes antissemitas.

Os judeus são apenas 2% da população americana mas sofreram 60% dos crimes de ódio religioso em 2018. Mesmo assim, temos hoje duas muçulmanas no Congresso Americano, uma usando o véu, que não têm qualquer vergonha ou receio de vomitar seu antissemitismo em todos os canais de mídia social. E os democratas se recusam terminantemente a condená-las com medo de serem rotulados de islamofobos!

É isto que está levando à normalização das manifestações antissemitas.

E prova é o que aconteceu na semana passada com o jornal The New York Times!  Na quinta-feira, em sua edição internacional, o jornal publicou uma caricatura de um presidente Donald Trump cego e usando uma kipá preta, sendo levado por um cachorro com a cara de Netanyahu com uma estrela de Davi pendurada na coleira.

Quando achamos que os comentários da congressista Ilhan Omar sobre a dupla lealdade dos judeus eram problemáticos, o The New York Times se desdobra para ultrapassá-la.

O choque generalizado que a caricatura provocou, levou o New York Times a retira-la da edição online e a tentar um pedido de desculpas esfarrapado. Será que finalmente o The New York Times resolveu revelar o que pensa dos judeus? Seus editores não viram qualquer problema em imprimir uma caricatura do presidente americano sendo cegamente liderado pelo “cão judeu”?

E pior, como aqueles que levaram a matéria a ser impressa, chegaram à conclusão que era ok colocar uma kipá no presidente? Então qual é? Trump é antissemita ou um judeu enrustido sendo conduzido por Israel?

Em outras instâncias que ocorreram no passado, dissemos que as imagens “evocavam lembranças” do antissemitismo da década de 1930. Isso não evocou; isso nos mostrou exatamente como era.

Os nazistas também nos descreveram como animais. Eles também afixaram estrelas de Davi em nós. Os antissemitas nos compararam a cães, porcos e macacos. Depois da Segunda Guerra, costumava a ser a esquerda que descrevia os judeus como controladores do mundo, como um polvo ou uma aranha.

Mas agora vemos que se tornou regular jogar a culpa pelos problemas do mundo nos judeus e em Israel. Nenhum outro país ou grupo minoritário é submetido a esse ódio implacável e sistemático pelos principais jornais do mundo e agora na América.  Queria ver alguém na mídia se atrever a colocar o rosto de um líder islâmico em um cachorro, com símbolos islâmicos pendurados na coleira, liderando o presidente dos EUA.

Claro que não. Do editor ao porteiro do prédio, alguém iria acabar com isso. O editor da noite, o editor assistente ou um estagiário iria levantar a bandeira vermelha e dizer que "Isso não é certo".

Pessoal, esta caricatura não acabou impressa na edição internacional do The New York Times por engano. Ela foi escolhida; foi designada para figurar em uma página por alguém. Foi verificada e re-verificada. Eu trabalhei em jornal e sei que nada é impresso sem a aprovação de várias pessoas. E se para seus editores isto era algo inofensivo, porque não a publicaram na edição doméstica do jornal?

O jornal reconheceu seu erro de modo completamente patético admitindo que a caricatura "incluía elementos antissemitas". Em seguida, declarou que: "A imagem era ofensiva e foi um erro de julgamento publicá-la".

NÃO. Não é apenas UM erro de julgamento. Existem inúmeros. Entre eles, o uso de um cachorro com uma estrela de David na coleira, para descrever Israel. Alguém pensaria que depois do Holocausto, qualquer uso da Estrela de Davi automaticamente levantaria questões em uma publicação. E colocar o rosto do primeiro-ministro israelense em um cachorro! Vou repetir: Em um cachorro!

Esta caricatura não é algo levemente antissemita. Ela é profundamente antissemita. E é por isso que este pedido de desculpa não é suficiente. Um erro de julgamento é, por exemplo, revelar a foto de um menor relacionado com um crime. Isto não é uma referência antissemita obscura. É prova que existe uma cultura de antissemitismo no NYT.

Este deve ser um momento decisivo. É um momento decisivo porque um dos jornais mais prestigiados da América fez isso, não um jornaleco de uma cidadezinha qualquer. E o fato de ter sido publicado na Edição Internacional é ainda pior. É esta edição que mostra o rosto da América para o mundo. E também dá um sinal de aprovação silencioso para outros antissemitas. Como podemos exigir que haja tolerância zero para o antissemitismo quando toleramos uma coisa desta?

As pessoas devem exigir uma retratação real. Não outro conjunto de declarações em que todos fingimos que isto não foi bem antissemitismo, ou que Ilhan Omar não atacou os judeus claramente de "dupla lealdade".

Precisamos ouvir uma sincera contrição e uma prestação de contas mostrando quem foram os responsáveis pela aprovação desta publicação. O público deve ser incluído na discussão, e o The New York Times deve ouvir o quanto isso é prejudicial e ofensivo.


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