Nesta semana a
corrida para a liderança do partido democrata nos Estados Unidos ficou mais
acirrada. Mesmo perdendo o estado da Carolina do Sul para Joe Biden, Bernie
Sanders continua em primeiro lugar.
Apesar de ser
judeu, Bernie Sanders não só rejeitou todos os princípios da religião judaica
para abraçar o comunismo, mas hoje se tornou um crítico fanático do Estado de
Israel.
Há duas
semanas, ele anunciou que não participaria da conferência anual do AIPAC - o
Comitê de Assuntos Públicos de Israel, que começa hoje – porque, segundo ele, fornece
uma plataforma para "líderes que expressam fanatismo e se opõem aos
direitos básicos dos palestinos".
Errado.
O que a AIPAC
faz é fornecer uma plataforma bipartidária e diversificada para aqueles que
acreditam que uma forte relação Israel-EUA é crítica, tanto para Israel quanto
para os Estados Unidos. E especialmente este ano, a conferência conta com o
mais diverso grupo de participantes, de democratas a republicanos, judeus e
cristãos, negros e hispanos, assim como membros da comunidade LGBTQ.
A AIPAC é uma
organização abrangente que nunca sequer mencionou se opor aos "direitos
palestinos". É esta também a razão pela qual há anos os principais líderes
políticos dos dois países - da esquerda e da direita - fazem questão de
participar da conferência. E a participação deles sempre mostrou que o apoio
dos EUA a Israel não é de direita nem de esquerda, democrático nem republicano,
Likud ou Trabalhista. É bi-partidário.
Mas não para
Sanders. Para Sanders, o apoio a Israel da AIPAC é fanático pela simples razão
que a cada ano, o primeiro ministro de Israel, quem quer que seja, é convidado
a falar – e este ano, novamente Bibi Netanyahu é esta pessoa.
Mas por que
isso? Porque a extrema esquerda diz que é assim. Da mesma forma que a extrema
esquerda diz que o sionismo é racismo, que Israel é um estado de apartheid e
que o Estado judeu - para proteger seus cidadãos – se tornou em uma Esparta
militarista que existe apenas para atropelar os direitos dos palestinos
indefesos e sem culpa.
E Sanders, um
homem que deseja ser presidente, não tem a espinha dorsal nem a integridade
moral para enfrentar a extrema esquerda - que constitui uma parte crítica de
sua base - e dizer: "Basta!"
Sanders não
precisa concordar com a política israelense ou como o atual governo de Israel
(ele deixou claro, de fato, que detesta os dois). Ele nem precisa comparecer à
conferência. Mas boicotá-la com o argumento de que a AIPAC é
"fanática" é simplesmente ridícula.
Isto enquanto
ele não tem qualquer problema em participar e discursar na convenção da Sociedade
Islâmica da América do Norte, uma organização aonde a ativista anti-Israel,
pró-palestina, Linda Sarsour chamou os israelenses de opressores e defendeu a
desumanização de Israel e seus cidadãos comparando-os a animais sem direito à
uma voz.
A base de
Sanders também gosta de rotular os judeus de “Brancos” levando o conflito para
um problema racial com os palestinos que milagrosamente seriam de “cor”. Isto é
uma hipocrisia sem tamanho, já que a população de Israel não só tem judeus da
Etiópia que são negros mas 61% dos israelenses são de origem oriental, do
Oriente Médio e Africa do Norte, o que em qualquer lugar os classificaria como “de
cor”.
Também é um
insulto às dezenas de milhares de cidadãos americanos que apoiam a organização,
às 18.000 pessoas que participarão da conferência e às centenas de pessoas que
falarão lá. Será que todos eles são intolerantes?
Para Israel,
o apoio dos Estados Unidos é fundamental diplomática e militarmente. O fato de
Israel ter o apoio maciço de senadores e congressistas em cada um dos 50
estados de ambos os partidos - mesmo aqueles com apenas uma minúscula população
judia - é fruto de um trabalho muito duro de educação, de lobby, de mobilização.
É por isso
que, de todas as organizações judaicas americanas, a AIPAC é a mais crítica
para a segurança e o bem-estar de Israel porque ela garante o apoio político a
Israel em Washington e em todos os EUA.
E é por isso
que o ataque de Sanders é tão perigoso. Não apenas ele não quer falar na
conferência da organização (o que é totalmente de seu direito), mas as palavras
que ele escolheu para explicar sua ausência mostram que ele também quer minar e
deslegitimar a própria organização. Acusar a AIPAC de intolerância é enfraquecer
a AIPAC - e uma AIPAC enfraquecida é ruim para a aliança Israel-EUA.
É também de
notar que enquanto Bernie não perde uma ocasião de criticar Israel, nunca o
ouvimos criticar o Hamas, pelo lançamento indiscriminado de mísseis contra a
população civil de Israel, seus abusos de direitos humanos e o reinado de fogo
que impôs ao seu próprio povo, usando homens, mulheres e crianças inocentes
como escudos humanos, usando suas casas como bases para lançamento de mísseis,
esperando que Israel as destrua como retaliação.
Isto fora os
assassinatos de honra, execução de mulheres que foram estupradas, casamentos de
meninas abaixo de 12 anos e a eliminação de qualquer um que mostre qualquer sinal
de homossexualismo. Também nunca ouvi Bernie expressar qualquer crítica a
Autoridade Palestina pelo pagamento de terroristas por terem assassinado
judeus.
Mas isto deve
ser normal para alguém que regularmente elogia regimes brutais de esquerda como
Fidel Castro de Cuba, Daniel Ortega da Nicarágua e Chaves da Venezuela – em quem
ele queria se inspirar para replicar o modelo na América antes do colapso total
do país com Maduro.
No clima absolutamente
esquizofrênico das eleições na América, manter o bipartidarismo é uma tarefa
difícil - se não impossível.
A AIPAC tem
críticos tanto da esquerda - que acham que está muito próxima dos atuais
governos de Washington e Jerusalém - quanto da direita, que acham que a
organização não foi suficientemente crítica do governo Obama. Mas o que a AIPAC
conseguiu fazer, foi ficar fora dessas batalhas políticas venenosas e se
concentrar no objetivo principal que é trabalhar para fortalecer a relação
entre Israel e a América.
Que Sanders esteja tentando atrapalhar esse
relacionamento é uma vergonha. Se ele se tornar de fato o nomeado do partido
democrata vamos ter que levar a sério suas ameaças, como a de transferir a
embaixada americana de volta a Tel Aviv e sancionar Israel se ela não se dobrar
a suas delirantes exigências de concessões aos palestinos.
Donald Trump
está apostando neste radicalismo de Sanders e gostaria de te-lo como
adversário. Na primeira pergunta sobre como Bernie pensa pagar por todas as
coisas que ele está prometendo serão de graça aos americanos como faculdade e
saúde, Trump vai esmaga-lo como um inseto.
De qualquer
forma, até lá Bernie Sanders está sendo uma pílula difícil de tragar.
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